"Bom, a partir daí, foi tudo uma grande frescura. De verdade.

O tal Vlad nos mostrou nossos dormitórios (um em cada canto do castelo, para cada um dos campeões e sua equipe.) Coincidentemente, o meu dormitório ficava ao lado do campo de quadribol, que, fiquei sabendo, recebia treinos barulhentos às três horas da manhã. Imaginei que deve ser como uma escola de samba ao lado do seu quarto.

Certo, Teddy. Sem exageros também...

Enfim, depois de nos mostrar a escola, o cara nos levou ao salão de jantar, que era pelo menos 3 vezes maior do que o de Hogwarts, e tinha, não apenas uma mesa para casa casa, mas DUAS. Se eu me senti observado enquanto passava por aquelas mesas seguido por uma comissão de "caras" gritando "hoggy warty hogwarts"? imagina.

Olhei para Nicole ao meu lado, pedindo socorro. Ela gritou um discreto "CALEM A BOCA!" e os caras ficaram em silêncio. Cara, eu queria esconder minha cabeça no chão tipo um avestruz.

Paramos na frente do salão. Só umas 4000 pessoas nos encaravam. E sabe como os russos são super carismáticos não é?

Um homem baixinho, vestido em casacos grossos de lã se levantou em meio à mesa dos professores e caminhou à frente. A sola dos seus sapatos ecoava no chão como se fossem metalizadas. Imaginei se ele dançava sapateado.

Eh, acho que não.

Enfim, o cara começou a falar em russo. Não precisava nem elevar o tom de voz, já que todos os alunos estavam em um completo silêncio. Juro, se alguém espirrasse, soaria como uma explosão.

O cara então começou a falar em francês e eu sorria e acenava com a cabeça, fingindo que estava entendendo tudo. Olhei para Victoire, que ajeitava a saia, entusiasmada.

Finalmente, ele começou a falar em inglês. Sério, acho que deviam ter usado um tradutor ou algo assim. Seria mais fácil.

–Boa noite, alunos. - Disse ele. Tinha sotaque forte, e não falava se dirigindo aos alunos, e sim olhando diretamente pra mim. Foi uma mistura de bizarro com assustador. Afinal, geralmente não é um bom sinal de um cara russo de meia idade te encarando fixamente com uma cara meio maníaca de animação. Aprendi isso com os filmes do James Bond, o que deve ser muito verídico. - Quero dar as boas vindas à durmstrang. Desfrutem da hospitalidade da nossa escola e boa sorte nos jogos. Vocês se apresentarão formalmente amanhã de manhã, quando daremos inicio às nossas provas.

Era só isso? O cara tinha passado uma meia hora falando francês para dizer só essas palavras?

Sorri e acenei com a cabeça, de novo, meio impaciente.

O homem ergueu a varinha e conjurou uma mesa especial para nós, os forasteiros. Certo, agora tinham nove mesas naquele salão. Pra quê tantas mesas?

Me sentei ao lado de Nicole e de frente para Victoire, que ficou brincando com a mecha azul do cabelo. Nicole olhava para ela de uma forma indiferente, do tipo "Não te odeio, mas não me importaria se você morresse." . Quando a comida surgiu em nosso prato, Nicole olhou séria para mim e murmurou:

–Precisamos conversar.

E é claro, meu estômago congelou. Essa frase nunca significa algo bom. "