Em Busca da Verdade escrita por Rafa Martins


Capítulo 1
Minha Crise.


Notas iniciais do capítulo

Olá galerinha, esse é o primeiro capitulo da nossa fanfic e espero que vocês gostem =) Boa leitura!

Little_DD



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Se o a partir de um momento inesperado seu mundo se pusesse de cabeça para baixo? E se sequestrassem a pessoa mais valiosa para você? E se todos a sua volta se tornassem suspeitos? Pois é, essa é minha história.

Sou Giselle e tenho 19 anos. Atualmente minha vida estava normal. Fazia minha faculdade de administração, morava em um apartamento junto com a minha melhor amiga Anabel, era dedicada ao meu trabalho de meio período mas nem sempre foi assim.

Vamos voltar um pouco ao passado. Aos meus 10 anos tudo era normal. Vivia em uma casa com minha mãe, meu pai e minha irmã. Brincava e brigava com minha irmã o tempo inteiro, meus pais se davam muito bem e tínhamos uma vida estável mas isso pôs-se a mudar no dia 23 de junho de 2005. Minha irmã e eu estávamos no colégio enquanto meu pai e minha mãe foram passar um dia tranquilo na praia. Não tão tranquilo assim.

Ao meio de minha aula fui chamada na sala da diretora e ao chegar lá minha irmã mais nova estava presente.

– Hoje vocês sairão mais cedo. -dizia a diretora com um rosto meio abatido.

–Porque Sra. Gilbert? -falei sem entender muita coisa.

–Apenas vão até suas salas, guardem seu material e vão lá para fora. A condução de vocês está esperando.

Então, fomos eu e minha irmã pegar nossos materiais e ir embora. Chegando na nossa casa nos surpreendemos com a quantidade de familiares ali presente. Todos com caras abatidas.

Nossa avó materna, Marcia nos chamou no nosso quarto. Logo que entramos ela nos mandou sentar.

–Meninas, algo terrível aconteceu. -começou a falar- Cecília sofreu um acidente.

Logo, um bolo formou-se em meu estômago, sabia que a seguir viria uma uma noticia bem mais trágica do que essa. Assim que minha vó abriu a boca começaram a correr lágrimas do meu rosto.

–Seus pais tiveram uma pequena discussão na praia e sua mãe entrou na água para aliviar um pouco a tensão. O mar estava muito revolto e então as ondas puxaram-na para o mar aberto e ela não conseguia voltar. Ao ver, seu pai tentou ajuda-la com todos os recursos. Quando eles e os salva-vidas chegaram a ela, era tarde demais -lágrimas caiam dos olhos de minha vó como se fossem cachoeiras- A mãe de vocês não resistiu.

Eu não conseguia acreditar. Fechava meus olhos várias vezes na esperança de quando eu os abrisse, tudo não tivesse passado de um pesadelo. Nesse momento, eu começava a soluçar em desespero, tudo estava rodando a minha volta e então só pensei em uma coisa: Fernanda. Imediatamente olhei para ela e a mesma estava penteando com os dedos o cabelo de uma boneca. Era compreensível ela estar fazendo isso, na época só tinha 6 anos, creio que ela não tinha entendido muito as palavras de minha avó. No mesmo momento nós três nos abraçamos e começamos a chorar, exceto minha irmã.

Enquanto estávamos todas abraçadas meu pai abriu a porta e quando eu o reconheci uma o sentimento da raiva subiu a minha cabeça e imediatamente corri até esse e comecei a estapeá-lo.

–VOCÊ É O CULPADO DISSO, VOCÊ E SUA MALDITA BOCA. SE VOCÊ NÃO TIVESSE BRIGADO COM ELA, MINHA MÃE AINDA ESTARIA AQUI COM A GENTE. VOCÊ É UM MOSTRO! -gritei chegando a ficar tonta. Meu pai em relação a isso nada fez, só deixou eu bater nele enquanto ele também chorava. Minha avó que me tirou de perto dele.

–Desculpe meninas. Eu fiz o que pude para ajudar. -meu pai falou em meio a lagrimas e soluços.

–Saia daqui, Alberto. Por favor, deixe as meninas. -falou minha avó.

Desde então tudo se tornou um caos. Minha irmã fazia perguntas do tipo "onde está a mamãe?" e tive que inventar coisas até ela ter idade suficiente para entender. Eu começava a ir mal no colégio e continuava culpando meu pai por tudo que havia acontecido e o mesmo se convencia que ela culpado até que ele encontrou uma solução para poder esquecer de tudo isso, e essa solução se chamava bebida. Quando meu pai bebia ele perdia totalmente o controle. Toda vez que chegava em casa ele nos batia sem ter nenhum motivo. Geralmente que apanhava mais era eu porque além de enfrenta-lo , também me punha na frente de minha irmã mais nova. Nunca tínhamos falado isso para ninguém mas a gota d'água já estava chegando.

Um dia meu pai chegou em casa bêbado, como sempre, e sentou-se na poltrona da sala.

–Nandinha, vem aqui com o papai. -ele disse chamando minha irmã.

Ouvindo aquilo, me aproximei do local. O cheiro de álcool era insuportável.

–Senta aqui no colo do papai. Tô muito carente, filhinha.

Quando minha irmã sentou ele a abraçou muito forte, e então comecei a desconfiar. Depois do acidente com a minha mãe ele nunca mais tinha tido nenhum gesto de afeto conosco. Então, ele começou a depositar beijos no topo da cabeça de Fernanda e cada vez os beijos iam mudando de lugar. Primeiro a bochecha e depois o pescoço e depois suas mãos em cima da perna de minha irmã começaram a ser deslizadas para cima até ele conseguir chegar nos seios, ainda não crescidos, dela. E então era a hora de intervir. Sai correndo e puxei a Nanda para fora do colo dele e a pus atrás de mim.

–Sai de perto dela! -falei o empurrando mas nem o desloquei do lugar.

Em seguido ele deferiu um tapa em meu rosto e senti um leve gosto de sangue na boca. Fernanda começou a chorar.

–Não chora filhinha. Deixa o papai te acalmar. -ele falou do jeito mais malicioso possível.

–Fernanda, corre para casa da tia Suzanne. -falei para ela e ela o fez.

–Garota desgraçada! - ele gritou e estava aposto a me da um soco mas consegui desviar e corri para casa da tia Suzanne também.

Tia Suzanne morava apenas a 10 casa após a minha. Quando cheguei a sua porta bati desesperadamente e no mesmo instante tia Suzanne atendeu.

–Minha filha, o que aconteceu? -Falou me abraçando.

–Minha irmã ta ai? -foi a primeira coisa que veio a minha cabeça.

–Sim, sim. Eu não consegui entender o que ela falou por que não parava de chorar e... Minha nossa Senhora, você está sangrando!

Entramos e fechamos a porta. Expliquei para ela o ocorrido e ela parecia perplexa. Alguns instantes depois meu pai começou a bater violentamente na porta.

–Suzanne, abre logo essa merda!- disse meu pai visivelmente alterado.

–Alberto vai embora, vou chamar o polícia. Você nunca mais vai botar as mãos nessas meninas! -minha tia falou pegando o telefone.

–Você não pode fazer isso, são minhas filhas!

–Pai que é pai não faz isso que você acabou de fazer. Vá embora!

Nada mais se ouviu. Minha tia ligou para a policia e fez queixa dele. Enfim a policia chegou e meu pai foi preso por abuso de incapaz e pedofilia. Ele foi sentenciado a 20 anos de prisão.

Desde então nunca mais ouvi falar do meu pai, nem o procurei. Minha tia tomou nossa guarda. Minha irmã ainda mora com a minha tia. Creio que ela não se lembre do que aconteceu mas não me passa um dia que eu não deseje que essas lembranças saiam da minha cabeça.


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Notas finais do capítulo

E ai gente... gostaram? Espero que sim =) Deixe seus comentários e sugestões.. Esse capitulo foi bem tristezinho mas os outros não vão ser, prometo haha!
Beijoos,

Little_DD



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