Megaman 9 escrita por Tronos


Capítulo 3
Capítulo 03




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Eu já estava quase apagando quando Ryuko entrou no quarto, largando a bolsa num canto qualquer e a espada tesoura sobre a escrivaninha que ela dividia com a Mako. Ela suspirou e caiu deitada ao meu lado, um corte razoavelmente feio no seu braço ainda sangrando.

“Por que não cuidou disso?”

–Pensei em guardar pro seu almoço...

Assenti, me levantando o bastante pra morder o lugar indicado, deixando o sangue infiltrar no meu tecido e espantar o sono pra longe.

“Você ainda esta brava comigo?”

–Não... estamos de boa.

“Será que eu disse alguma coisa errada essa manhã?”

–Sim, mas to acostumada a lidar com pervertidos... não é como se eu fosse te odiar por uma coisa boba daquelas, só me deixou irritada na hora.

“Você não devia arriscar a ir pra um lugar perigoso como a escola sem mim”.

–Esta dizendo que não sei me virar sozinha?

“Eu quero estar ao seu lado, pra lutar junto com você, não posso te proteger se ficar me deixando em casa”.

Isso pareceu acender uma sementinha de ira nela.

–Eu não preciso de proteção.

“Mas eu quero te proteger, por que você é uma pessoa importante pra mim”.

Seriamente, ficar jogado naquela cama, me preocupando com ela o dia inteiro, tinha sido um tormento, e eu estava pra dizer exatamente isso quando notei ela olhando pra longe de mim, uma coloração rosa nas bochechas.

–Droga... você fica dizendo coisas estúpidas numa hora e fofas na outra, eu não consigo ficar zangada com você.

“O que eu disse de manhã foi errado? Eu pensei que se te elogiasse poderia te convencer a tomar banho comigo...”.

–Não foi um elogio apropriado – ela bufou – Olha... é muito gentil dizer a uma menina que ela é bonita, ou coisas assim, mas do jeito que você falou foi apenas... argh.

“Sinto muito... eu não entendo vocês muito bem ainda”.

–Onde aprendeu aquelas palavras, afinal de contas?

“Bem... foi quando Matarou e o velhote vieram te observar dormindo na semana passada, eles disseram algo como isso”.

Ryuko gelou no lugar.

–E-Eles... vieram me espionar, dormindo?

“Sim, o cachorro estava ali também, mas cachorros não dizem nada... apesar disso, todos pareciam felizes te vendo dormir, eles... Ryuko?”

Ela tinha acabado de sair pela porta, pisando alta, e após alguns segundos, os gritos de dor do médico clandestino e do moleque de óculos foram as únicas coisas audíveis na casa toda.

–É oficial – Ryuko disse após voltar, fechando a porta de papel de arroz atrás de si – Você vai estar dormindo comigo todas as noites a partir de agora!

Nunca achei que fosse agradecer alguém por tomar uma surra, mas obrigado Barazo-sama! Mataro-sama! Guts-sama! Eu vou louvar seus nomes pela eternidade!

“Você vai considerar tomar banho comigo...? – eu disse, e antes que ela pudesse responder, a cortei – É sério, ser lavado pela Obaa-san é muito desconfortável... ela não tem nenhum cuidado comigo e ainda me bate depois, seria muito melhor ser limpo por você, Ryuko”.

Ela bateu o pé, cruzou os braços, mas no final, aparentemente achou que valia a pena me dar o benefício da dúvida, e me pegando nos braços, me levou até o banheiro com ela.

–Eu vou tomar banho agora, posso te lavar enquanto isso, tá?

“Claro...”.

–E se fizer algo que seja ao menos minusculamente pervertido... Eu vou te fatiar, estamos entendidos?

Ela disse tudo com uma expressão que teria mandado Kiriyuin Satsuki chorando de volta pra mamãe. Assenti muitas vezes.

Ser lavado pela Ryuko não era em nada como a Obaa-san. Seus dedos eram delicados e macios enquanto passeavam pelo meu tecido, encima e embaixo, e mesmo nas partes mais sensíveis, dentro do colarinho e na gravata. A textura suave da espuma foi derretendo mais e mais a sujeira embrenhada nas fibras de vida e as fazendo escorrer para a água da banheira, e mesmo quando ela me torceu foi como ser alongado confortavelmente numa cama, não espremido num tubo de ensaio e chacoalhado pra todos os lugares. Eu estava tão de boa que nem notei quando ela se enxugou, se enrolou numa toalha, e me levou de volta ao seu quarto.

–Você parece incrivelmente feliz – ela disse, com um sorriso de canto.

Faça isso mais algumas vezes, e é bem capaz de eu me apaixonar por você. – Eu teria dito, normalmente, mas achei que fosse estragar o momento.

“Sim... foi inacreditavelmente relaxante, e confortável, e bom em todos os sentidos. Por favor, me lave assim sempre que puder”.

–Bem, não acho que vai ser um esforço – ela ruborizou com o louvor, coçando a linha do queixo e me deixando descansar encima de uma tábua de passar roupa – Afinal, você é a minha preciosa única roupa...

Ryuko tirou o ferro, já aquecido, do suporte da lateral na tábua.

“Ohhh... o paraízo”.


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