Always Be Yours escrita por Kaory, Kbex


Capítulo 7
Let the stormy clouds chase


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltooou, eu sei que demoramos séculos para postar e peço desculpas por ter colocado a fic em hiatus, mas eu estava com um bloqueio master e deixar a Cami escrever sozinha nem cola né. Então se ainda tiver leitoras aproveitem o capítulo que já era para ter sido postado há éons atrás, tentarei atualizar o mais rápido possível, mas isso NÃO é uma promessa, okay?



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POV Rick

As aulas acabaram e notei Kate um pouco estranha, ela estava calada e parecia chateada. Entramos no carro e, antes mesmo que eu desse partida, ela já olhava o céu pela janela com os olhos molhados.

-Você quer falar sobre isso? - perguntei sem nem mesmo saber o que se tratava.

- Não - duas lágrimas teimosas escorreram por sua bochecha.

-Tudo bem... - assenti acelerando o Mustang.

-É que... - Beckett se voltou para mim - Eu sou uma trouxa e o pior de tudo é que eu já sabia disso.

-Katie... Não diga isso... O que aconteceu? - olhei para ela.

-O Josh. Ele deixou um bilhete no meu armário. - agora ela falava com raiva.

-Mas isso não era para ser algo bom? - perguntei franzindo o cenho.

- Seria se ele não tivesse terminado comigo por um maldito bilhete no meu armário! - Kate gritou batendo suas mãos nas pernas.

-Ele terminou com você? - perguntei incrédulo.

Quem no mundo daria um fora em Katherine Beckett? Por que, por favor, eu achei que ele não seria tão burro a esse ponto. Eu sei que a Kate é a minha melhor amiga e que eu tenho uma namorada, mas ela é a menina mais bonita e esperta do colégio.

-Sim. Ele ficou com receio de ser visto com alguém que tem a aparência de um doente.

-Aquele babaca disse o quê?

Freei o carro e olhei para Kate que ostentava pavor da minha súbita parada.

Eu nunca fiquei com tanta raiva de alguém como eu estava do Josh naquele momento. Como ele pôde fazer isso? Deixar a Kate quando ela mais precisaria dele. Eu acho que os esteroides comeram o cérebro dele, porque ninguém pode ser tão babaca.

Rick, todo mundo sabe... - ela me olhou ainda chorando, mas agora com a mesma expressão triste de antes - Todo mundo sabe sobre o câncer.

Meu coração apertou, ela estava frágil. E toda essa fragilidade era digna da minha estranheza, porque a Kate Beckett poderia ser qualquer coisa menos uma pessoa frágil.

-Não fica assim... - estacionei o carro em frente à casa dela. - Uma hora ou outra eles teriam que saber mesmo, você não ia poder dizer que tinha ido a um acampamento gótico para sempre. - ela riu - E sobre o Josh, podemos trocar o desejo de "matar alguém" para "matar o Josh".

Ela sorriu, tirou o cinto de segurança e abriu a porta.

-Tchau Rick, vá pensando em como vamos realizar todos os desejos.

-Posso saber qual é o primeiro da lista?

- Não! É segredo. Siga a lista, Sr. Castle.

- Tchau. Se cuida.

- Tá bom, Castle.

Kate fechou a porta e seguiu para a porta da sua casa. Liguei o carro e dirigi para a casa mecanicamente, pensando em como resolver os meus problemas com os desejos.

POV KATE

-Oi, princesa, como foi a escola?

-Terrível - joguei minha bolsa no sofá e me afundei ali.

-Porque? O que foi que aconteceu? - minha mãe sentou-se ao meu lado - Está se sentindo bem?

Respirei fundo. Sei que ela se preocupa comigo, ela sempre se preocupou, e com a confirmação da doença, esse preocupação duplicou, se é que isso era possível. Isso me irritava um pouco, eu tenho uma vida além dessa doença idiota. Porém, tenho que tentar entendê-la, e é por isso que, ao responder, falo a verdade, ao invés de ironizar sobre o assunto.

-O Josh terminou comigo - suspirei.

-Oh, meu bem, eu sinto muito - ela acariciou meus cabelos.

-Disse que não queria ser visto com uma garota com aspecto de doente - revirei os olhos e passei minhas mãos nas coxas com raiva.

-O que esse...

-Mãe - eu a cortei, sentei-me no sofá, de frente para ela ele é um idiota, percebi isso agora, não vamos nos estressar com ele, acho que já descontei minha raiva suspirei eu gostava dele, um pouquinho, mas não era como se eu estivesse apaixonada... acho que foi até melhor assim.

-Mas ele não precisava ter sido tão grosso quanto a esse assunto.

Dei de ombros. Não sei muito bem, mas lá no fundo eu sentia que estava com ele para corresponder às expectativas do colegial.

-Tem certeza que não quer conversar sobre isso? - ela me perguntou temerosa.

- Não - sorrio, tentando acalmá-la, ela já tinha problemas o suficiente, não precisava presenteá-la com mais um.

-Okay - ela também sorriu fraco então, vá se arrumar e venha comer logo temos que ir ao médico.

Fiz careta.

-Não estou com fome.

Não foi preciso minha mãe dizer nada, ela apenas me lançou o olhar, decidi que, mesmo sem fome, tentaria comer alguma coisa.

Levantei-me rapidamente e dei um beijo na minha mãe, depois corri até o meu quarto. Tomei um banho rápido e vesti uma roupa simples, não via motivo de muita arrumação para ir ao médico.

Olhei no relógio e constatei que tinha mais dez minutos até o meu pai chegar, para então comermos algo e ir ao consultório.

Hey, Castle, você vai hoje, certo? KB

Poucos segundos depois veio a resposta.

Mas é claro que sim, logo estou chegando na sua casa. RC.

Eu sorri, lembrei de algo.

Rick, pode me passar o número da Lanie? KB

Lanie? RC

Ele respondeu de imediato.

Sim, da Lanie, daquela que está na sua classe de biologia, falei com ela hoje, ele é legal. Me passa logo, Castle. KB

Que garota mandona. 555-0789. RC.

Obrigada, nos vemos logo, preciso descer, beijos. KB.

Gravei o número da Lanie no meu celular e desci, nem vi se o Castle respondeu, pois minha mãe já me chamava lá embaixo.

Tomamos apenas um café, era cedo para jantar. Meu pai me perguntava como estava a escola, decidi deixar a parte do Josh de lado, e contei sobre a Lanie. Em dez minutos terminamos nosso pequeno lanche, eu enrolei a maior parte do tempo, realmente não estava com fome. Meu pai foi se arrumar e eu ajudei minha mãe na cozinha, até a campainha tocar.

- Entra, Castle - berrei da cozinha.

Foi o que ele fez.

- Oi, Johanna - ele cumprimentou cordialmente minha mãe, eu revirei os olhos - Hey, Kate - ele sorriu para mim.

Oi, querido - minha mãe sorriu.

Nós terminamos de arrumar as coisas, com a ajuda de Castle, e logo meu pai desceu.

Estava na hora.

.

.

A doutora Henning apareceu na porta, e sorriu para mim.

-Vamos entrar, Kate?

Eu assenti, meu pai, minha mãe e Rick me acompanharam, sentamos no mesmo lugar da primeira vez em que eu estive ali.

-Como está se sentindo, Kate?

-Bem... - me lembrei da conversa que tive com a Lanie.

Eleanor arqueou uma sobrancelha para mim.

- Você precisa me contar se estiver se sentindo mal, sabe disso, não é?

-Sim - suspirei - é só que as vezes me sinto um pouco enjoada, mas são efeitos colaterais do remédio.

-São só os enjoos?

- Sim - respondi firme.

-Ok. Sr. e Sra. Beckett, trouxeram o exame? - ela pediu.

-Claro - minha mãe entregou o exame que já estava em suas mãos.

A doutora ficou o analisando por algum tempo. Eu estava em tratamento por apenas dois dias, mas era necessário esse acompanhamento, para ver se os remédios estavam sendo eficazes, ou... Bom, ou eu teria de passar para quimio.

-Muito bem - ela começou a digitar no computador, ao parar, olhou para mim - os resultados foram os esperados para esse início - ela sorriu - gostei de ver.

- Então eu vou ficar bem? - sorri esperançosa.

- Esses resultados são animadores, eu acredito que sim, mas, Kate, você sabe que esse é um início, uma resposta mais certa, nós teremos daqui a uma semana, quando o tratamento com o remédio deverá ter matado a maior parte as células cancerígenas. Mas qualquer coisa, qualquer coisa - ela frisou- que você sinta antes desses sete dias, me ligue, marque uma consulta, não podemos bobear quando o assunto é a nossa saúde.

-Pode deixar, doutora - falei animada.

- As recomendações são as mesmas, tem alguma dúvida?

Eu neguei com a cabeça.

-Muito bem, Kate. Nos vemos em sete dias - ela sorriu para mim.

Cumprimentou a mim, meus pais e por último, Rick. Eu saí da sala radiante, eu estava melhor.

Chegando no estacionamento, eu abracei meus pais e soltei uma gargalhada.

- Vou ficar bem, eu vou ficar bem. - disse com os olhos lacrimejando.

- Claro que sim, meu anjo - meu pai falou, beijando o topo da minha cabeça.

Eu não tinha dúvidas disso - minha mãe disse, beijando minha bochecha.

Sorri para eles, então corri até o Rick, ele me pegou em um abraço e me rodopiou no estacionamento. Não eram necessárias palavras, eu apenas sorri e ele também.

Fomos para minha casa, mamãe e papai subiram para seu quarto, falando que era para eu ir deitar cedo já estava escuro, e eu precisava descansar mais do que o normal, mas isso não estava me incomodando, agora.

- Já pensou em qual desejo vai realizar primeiro? - perguntei, sentando no sofá.

-Não faço ideia. Alguns dependem do clima, outros de dinheiro, da permissão dos seus pais... preciso pensar mais. E ainda fico me perguntando sobre o primeiro.

Eu gargalhei.

-Esqueça, Castle, só depois de terminar todos os outros.

-Ah - ele fez biquinho, eu ri, achando fofo - bom, sendo assim, preciso encontrar um bando de skatistas.

Ele tirou a lista de dentro da carteira, que estava no bolso de sua calça, me aproximei dele e ficamos observando meus desejos. Confesso que alguns eram meio malucos, mas seria engraçado.

Um barulho de porta batendo me chamou a atenção, olhei pela janela, estava chovendo.

-Castle - cutuquei o braço dele e apontei para fora - que tal? Podemos riscar um... aproveite, pois não vou te ajudar nos outros.

Ele ponderou por um momento, até que, finalmente, colocou a carteira em cima da mesinha de centro, levantou-se e pegou o celular, selecionou algo e me estendeu a mão.

-Só por um tempinho, você ainda está em tratamento.

Meu sorriso não poderia ser maior, na verdade me sentia uma criança pequena, mas não me importei.

Nós dois saímos para o meu quintal, Rick colocou o celular em cima de uma mesa na varanda e apertou o play.

A música começou a preencher o lugar, eu peguei sua mão e o carreguei para a chuva. Senti as primeiras gotas molharem meus cabelos, e logo eu estava ensopada, estava chovendo bastante. Comecei a cantar a música, Rick me acompanhou.

Let the stormy clouds chase.

Everyone from the place

Ele cantou com a música.

Come on with the rain

I've a smile on my face

I walk down the lane

Continuei, com um sorriso enorme.

With a happy refrain

Just singin'

Rick se aproximou, ele também sorria.

singin' in the rain

Dancin' in the rain

Eu aceitei as mãos que ele me oferecia, e giramos de mãos dadas, e juntos, concluímos a canção.

la ri la la ri la,

I'm happy again!

I'm singin' and dancin' in the rain!

A música terminou e ele me puxou para um abraço, que foi correspondido, eu sorria abraçada a ele. Talvez aquele pesadelo, que eu tentava abafar de todas as formas possíveis, estava para acabar.

-Precisamos entrar, você está toda gelada e arrepiada - ele sussurrou.

Eu concordei com ele, estava realmente com frio. Então, entrelaçamos nossas mãos, Rick pegou seu celular e entramos em casa.

- Vá tomar um banho, Kate.

-Não acabe com a alegria do momento -brinquei - vem.

-Pra onde? - ele franziu o cenho.

-Não vou te deixar morrendo de frio até chegar em casa, vou te dar um toalha.

-Okay, mas só vou embora depois que você tomar banho e estiver pronta para dormir.

- Tá bom, pai - disse irônica e sorrindo, enquanto ele fazia careta.

Fui até o banheiro, entreguei-lhe uma toalha e então fechei a porta. Tomei um banho quente e relaxante, mas sem demorar muito, afinal, Rick estava esperando, congelando, lá fora. Terminei meu banho e fui até o meu quarto, coloco meu pijama e desço as escadas.

- Liberado - brinco com ele.

-Muito bom - ele sorri, pegou uma caneta e riscou um item da folha faltam só 18.

Eu assenti.

- Bom, deu minha hora você precisa descansar, e se você ficar com gripe...

- Não vou - ri para ele - diferente de você, que está todo molhado.

-Okay. Nos vemos amanhã na escola - disse me dando um beijo na bochecha e entregando a toalha. -boa noite, Katie.

- Boa noite, Rick.

POV RICK

Sai de sua casa e corri para o meu carro, estava frio. Liguei o aquecedor e o rádio, a música encheu meus ouvidos, eu fiquei parado alguns minutos até dar a partida no carro.

Durante todo o caminho até em casa, fiquei pensando no sorriso que a Kate tinha no rosto, era tão bom tê-la assim novamente. Ela tentou ser forte nesses dois dias, mas eu conseguia ver como ela estava sofrendo, e era completamente aceitável.

Minha casa não era tão longe da dela, então logo estava estacionando. Pensei que dona Martha estaria dormindo, mas fui surpreendido por ela na sala.

- Hey, querido - ela me chamou.

-Achei que já estivesse dormindo - falei, colocando as chaves em cima do balcão da cozinha.

-Queria saber como a Katherine está.

Eu sorri e fui até a sala.

- Bem- falei animado - os remédios estão dando conta da doença.

-Oh, Richard, isso é maravilhoso - minha mãe disse, aliviada.

-É sim.

-Richard? Porque está todo molhado?

- Desejos de Katherine Beckett - eu ri -ela está muito feliz com isso tudo, tomamos um banho rápido de chuva.

-Richar...

-Fui responsável, mãe, foi só uma música, não se preocupe. Eu não faria nada que a prejudicasse.

-Eu sei, meu amor. Fico feliz em saber que a Katherine está bem - ela iria me abraçar, mas desistiu - eu vou dormir bem mais aliviada, boa noite, querido.

- Boa noite, mãe dei um beijinho na sua bochecha.

Subi para o meu quarto, tomei um banho quente e cai na cama.

O dia teve altos e baixos... Eu ainda pensava em um jeito de matar o Josh, aquele infeliz. Porém, os altos foram realmente bons, um peso enorme saiu de mim, o medo de perder a pessoa mais extraordinária que eu conheço estava me matando aos poucos, mas, ela ficaria bem, agora eu tinha certeza disso.

Ela ficaria bem...


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Notas finais do capítulo

That's it. Obrigada à você que não abandonou a história só porque demoramos um ano para atualizá-la. Qualquer coisa, elogios, críticas, xingamentos por ter demorado um ano inteiro para postar, fiquem à vontade para fazer uso da caixinha de comentários

XOXO