Jhonn estava pensativo, não queria deixar Anabeth com eles, não queria entrar no exercito, queria apenas voltar no tempo quando os pais deles ainda estavam vivos. Mas isso não era possível, agora ele era um homem e tinha que tomar as decisões.

–Decida-se garoto. Sabes que não tenho o dia todo. – Esbravejou o rei, rompendo os pensamentos do jovem.

–Dei-me um dia. Amanhã ao por do sol lhe darei a resposta.

–Creio que amanhã não estarei tão generoso como hoje. –Respondeu-lhe o rei com certo desdém.

–Creio que o senhor não saiba como é perder o pai em uma batalha para proteger o homem que praticamente matou sua mãe. –Disse-lhe Jhonn com certo ódio na voz.

–Ora quem você.... –O rei parou ao ver o jovem com as mãos no rosto tentando esconder as lagrimas que teimavam em cair.

–Quem eu penso que sou? É isso que iria perguntar? Sou apenas um garoto tentando agir como homem. Já que teve sua família arrancada de si!

Pela primeira vez na historia o rei ficou sem palavras.

–Co-Como assim? Não estou entendendo nada.

O rei estava assustado, mas não confuso, ele sabia exatamente do que Jhonn estava falando. Mas de qualquer modo ninguém nunca tinha lhe dirigido a palavra de tal maneira.

–O senhor já teve sua família arrancada de si? Sei que seu trabalho como rei lhe exige muito, mas percebe o que faz com seu povo? Vou lhe dizer: O corrói, o humilha, o ilude... Sei que o senhor não é tão ruim quanto parece ser. Tenho que proteger a minha irmã com minha vida, então, se após tudo o que lhe disse e se sabes que o que lhe falei é verdade, estarei disposto a deixar minha irmã aqui pelo seu bem, só pelo dela.

Algum tempo se passou, Anabeth agora aos 17 anos, vive no palácio, torna-se amiga do príncipe Daryl. Uma amizade simples, sem segredos, sem complicações.

E apesar de toda diferença, Daryl foi se aproximando, conversando, tentando fazê-la sentir-se em casa. Se apaixonando.

Ela já viu tanta coisa maravilhosa nesse palácio desde o dia que chegou que é difícil de explicar. Ela já viu tanta coisa diferente do local em que ela vivia que se perguntava toda noite se aquilo era real e rezava todos os dias para voltar a sua vida simples com sua família simples, mas com uma alegria abundante.

Os dois jovens costumavam passar as noites conversando em um lugar só deles, onde podiam ser eles mesmos, sem ninguém para incomodar, se meter, ou dar ordens. Eles não precisavam andar muito ate chegar lá. Mas tinham que despistar os guardas, até porque se alguém os vissem soaria estranho, muito estranho. Duas crianças correndo pelo palácio altas horas da noite a caminho do jardim. O lugar se encontrava a uns três metros da entrada do jardim, era uma arvore gigante, maior que todas as outras. Lá de cima era possível ver céu de uma forma única. As estrelas, elas não pareciam apenas estrelas,era como se em cada canto do céu contivesse um anjo que brilhasse sempre que alguém o olha-se.E a Lua, não parecia apenas a lua, agora era como se ela fosse um pequeno furo no céu onde era possível enxergar uma parte do paraíso.

Sabe Daryl, Você já se apaixonou?

O que? Mas que pergunta Ana! Para que saber disso agora?

Nada é só que... Nada esquece. Era besteira.

Já, por você. Sussurrou Daryl de uma forma que ela não pudesse ouvi-lo.