Estavam todos ansiosos para saber que noticia era essa e porque ela estava tão nervosa, foi ai que veio a bomba que causou espanto a todos, não, não era sobre a marca nem coisa do tipo, na verdade era bem pior, como pode uma noticia tão boa causar tanto medo?

–Como assim você está grávida? Estás louca? Queres morrer? – Gritou tia Mota.

Lembras-se da regra número 124? Nataly estava grávida do terceiro filho e isso não era bom, era um risco enorme, Anabeth gostou da noticia que teria um irmãozinho, mas ao ver a expressão da mãe ficou triste, se os guardas soubessem disso e contassem para o rei, teriam que pagar uma taxa de 2145¢, mas era muito dinheiro e eles não tinham tudo isso, ela teria então que fazer um aborto, mas era muito ariscado, prejudicava a saúde da mãe. Todos abraçaram Nataly que estava aos choros após dar a noticia, o que fariam? Não tinha como esconder uma criança sem que os outros percebessem, sem que os guardas percebessem.

Passam-se cinco meses e a barriga de Nataly está mais difícil de esconder, as companheiras de trabalho já estavam desconfiadas de mais... E enfim a noticia vazou e o rei a chamou no salão principal e ordenou que ela dentro do prazo de uma semana fizesse um aborto. Não há noticia mais dolorosa, ela caio de joelhos no chão e chorou muito, o rei não teve piedade, nunca tivera. Nataly voltou para casa aos prantos, contou a noticia para o marido que no inicio recusou e ordenou que ela não fizesse aborto nenhum, mas logo os guardas foram com uma ordem real e ela teria que fazer por bem, ou por mal. Após os guardas entregarem a ordem e saírem, Anabeth entrou na sala e abraçou sua mãe, o pai as abraçou, se viam os três sentados no chão só deixando as lágrimas caírem.

Pela manhã Nataly com seu marido, foram procurar uma mulher da vila que já avia feito vários abortos, mas digo-te que mais da metade não deu certo, os dois chegaram a casa, nem precisaram falar nada, pela tristeza exposta em suas caras a mulher já tinha adivinhado.

– Foi ordem real? – perguntou a mulher.

– Sim... – Estevão respondeu.

– Entrem.

Os dois entraram de cabeça baixa, Nataly acompanhou a mulher até o quarto.

– Por favor, faça de tudo para deixa-la viva – Estevão falou chorando.

– Vou fazer o melhor que puder – Afirmou a mulher.

Estevão se sentou no sofá velho, com as mãos no rosto e cotovelos na coxa, esperou.