The Chase escrita por Oswin Oswald


Capítulo 9
Let Your Demons Run


Notas iniciais do capítulo

Capítulo final!!
A música é a mesma do capítulo anterior:https://www.youtube.com/watch?v=mYkhNWIdra0&feature=kp

E lá vamos nós!



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– Sherlock, eu preciso que você se afaste.

– Mary, o que você—

Ele tentou interromper, mas era tarde demais. Mary Watson engatilhou a arma e atirou em direção às dobradiças da porta enquanto andava para a frente. A porta estremeceu e se inclinou para frente, caindo no chão com um estrondo.

Mary!

Sherlock estava congelado, em choque, esperando a explosão que não veio. Não havia bomba? Não, não poderia ser possível. Mas ainda assim, ela havia entrado no quarto, e o detetive escutou sua exclamação de “John!”. Ele a seguiu cuidadosamente, e sentiu seu coração parar de bater por um momento quando conseguiu ver John. O estado em que ele se encontrava, algemado a todos aqueles... cadáveres. A expressão dele mostrava o quando isso o havia afetado, e Sherlock sabia o porquê. Isso o trazia lembranças da guerra no Afeganistão, de todos os colegas e conhecidos que morreram ao lado do médico mesmo que ele não pudesse fazer nada. E das pessoas que ele matou. John deveria estar destruído por dentro. Ao olhar em seus olhos, Holmes não reconheceu o homem que havia mudado a sua vida. Tudo o que via era olhos de um animal assustado e selvagem.

Mary estava tratando de cuidar dele. Sherlock, parado na soleira da porta deixou seus olhos irem para a porta ao lado. Se não havia bomba, então era só abrir a porta. E Molly estaria do outro lado esperando por ele. Seu coração se acelerou, sua respiração ficando mais rápida. Os sentimentos pareciam tomar conta dele neste momento. Afinal, tudo não passara de uma distração, para que Moriarty conseguisse fugir mais tranquilamente. Ele respirou fundo e foi até a porta que mantinha Molly Hooper presa. Estava na hora de acabar com tudo isso. Ele hesitou por um momento com a mão na maçaneta, e abriu a porta.

Não deveria ter feito isto.

O tempo parou neste momento. A explosão seguiu com um clarão, um som ensurdecedor tomando conta de tudo. Sherlock Holmes foi jogado para trás, arremessado violentamente contra a parede. Pedaços de madeira e concreto se espalhavam por todo lugar, alguns se alojaram dentro da pele dele. Sherlock não conseguia se mexer, não ouvia nada. O mundo parecia ter parado de se mover, e o detetive sentia como se estivesse flutuando no tempo. Uma rachadura onde nada evoluía. Apenas continuava.

I bled the needle through
You beat the devil's tattoo
I thread the needle through
You beat the devil's tattoo
I bled the needle through
You beat the devil's tattoo
I thread the needle through
You beat the devil's tattoo

Mary lentamente apareceu em seu campo de visão enquanto os sentidos deles ameaçavam a voltar. Sua audição ainda estava prejudicada, e o ar estava cheio de fumaça. Mas os olhos lacrimejantes dela eram bem visíveis. Apesar de não ouvir o que ela dizia, o detetive conseguiu ler seus lábios. Molly. Ela dizia o seu nome e o de Molly. A explosão...

Não.

Juntando todas as forças que tinha, Sherlock se arrastou por entre os escombros até a porta. Não ligava se começava a perder sangue ou se algo a mais entrava em sua pele. Não ligava que ‘todas as suas forças’ se resumiam a basicamente nada ou que os únicos sentidos que respondiam – ainda que fracamente – eram a visão e parte do tato. Ele tinha que ver sua Molly, tinha que salvá-la.

Mas não foi necessário se arrastar por mais tempo até vê-la. Sherlock fechou os olhos, a força de seus braços sumiu e seu rosto foi de encontro ao chão. Não. Não, não, não, não. As lágrimas irromperam de seus olhos até ele se aproximar do corpo dela. Não, Molly. Por favor. Não faça isso.

Ele se debruçou sobre o corpo de Hooper, colocando sues braços ao redor de sua pele ensanguentada e ferida e enterrou o rosto em sua barriga, deixando tudo o que sentia para fora pela primeira vez. Ele a apertava com toda a força que tinha enquanto deixava as lágrimas rolarem, seu grito desesperado ecoando no que sobrara do espaço que estavam e se espalhando pelos outros corredores. Sherlock não sabia de onde essa força viera, e não queria descobrir.

A única coisa que queria era fazer James Moriarty pagar. Seus olhos foram para o rosto dela. Seu rosto angelical que quase sempre sorrira para ele, seus olhos que sempre estavam lá assegurando-o que não estava sozinho. Molly não precisava dizer nada, bastava um olhar e ele já sabia o que ela precisava. Sua querida e doce Molly Hooper... morta.

E a culpa era dele.

As palavras de Mycroft ecoaram mais uma vez em sua cabeça enquanto Sherlock Holmes aprendia o significado da lição do irmão.

– ...Sherlock? - um sussurro veio, pertencente a única voz que ele desejava escutar neste momento.

E essa voz lhe dera forças. Holmes sentiu como se uma onda de choque percorresse seu corpo, um sorriso deu lugar a expressão de pesar, e as lágrimas passaram a ser de alegria.

– Molls.

– Você... veio. - Ela respondeu, ainda sem se mexer. Conseguia sentir o corpo dele sobre o dela, mas sabia que seus machucados não a permitiam abraçá-lo como queria agora. Suas esperanças estavam quase acabadas, mas ela se recusava a acreditar que ele não viria salvá-la.

E estar certa nunca fora tão bom.

As palavras de Mycroft ecoaram mais uma vez na cabeça de Sherlock, mas dessa vez, o detetive conseguiu responder.

– Cale a boca, Mycroft.

Ele sabia o que vinha agora. Iriam levar John ao hospital, ele necessitava de tratamento físico e psicológico. Ele teria que cuidar dele mesmo e de Molly. E o mais importante... Ele e Molly iriam ficar bem.

Mas Sherlock havia aprendido o que as palavras significavam.

E aprendera também que ele estava errado.

Nem todas as vidas acabam.

Nem todos os corações se quebram.

Se importar...

...é uma vantagem extremamente poderosa, Mycroft.


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Notas finais do capítulo

Ufa! Gostaria de agradecer as meninas do grupo Sherlolly no Facebook que me fizeram criar coragem e fazer uma fic no universo de Sherlock. Obrigada por lerem e me apoiarem, vocês são uns amores.
Obrigada a Isa e a Sabs que piraram a cada capítulo e me incentivaram a continuar postando. Vocês fizeram com que eu escrevesse mais rápido :P (E sim, demorou todo esse tempo. Imagine se vocês não tivessem pirado.)
E obrigada a você, leitor que achou essa fic no meio das milhares do site e resolveu ler. Se quiserem a lista completa de todas as músicas que foram usadas aqui, é só pedir nos comentários.



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