Sinto algo se remexer ao meu lado e forço minha vista no escuro até ver Lys sentado na cama.
– Hey, está tudo bem?- Pergunto me apoiando em suas costas nuas. Ele suspira.
– Eu falhei.- Ele disse.
– Falhou no que?- Pergunto, forçando sua cabeça de forma que ele me encarasse.
– Te manter segura. A Miranda voltou e...- Ele começa mas tampo a boca dele.
– Ela voltou com o Castiel e... quem é Miranda? Nós podemos esquecer isso Lys.- Digo.
– Eu não!- Ele fica bravo.- Olha, eu estava tão bêbado que só as 4h da manhã eu processei o que aconteceu!.
– Lys, meu amor, minha vida. Relaxa.- Peço. Ele suspira cansado e gira seu corpo na minha direção para que fiquemos de frente um para o outro.
– Só não quero te perder, anjo.- Ele diz pegando meu pulso e pressionando a palma de minha mão contra seu rosto.- Te amo tanto que até me assusta.- Ele ri de leve.
– Sinto o mesmo. Mas você tem que se acalmar Lys. Também estou com medo da volta dela, mas nós vamos superar. Nós sempre superamos tudo.
– Acho melhor a gente voltar a dormir. Importasse? Temos aula daqui a pouco.
– Eu sei.- Digo. Ele vai deitar, mas não quero que ele durma desse jeito. Puxo seu queixo e o aproximo de mim.- Nada vai acontecer comigo. Entendeu? Nada. Eu posso ser perigosa se eu precisar Lysandre Parker, então não se lamente por mim.
– De forma alguma Alasca Agnes.- Ele diz fingindo engolir em seco. Mas consigo ver o alívio em seus olhos.
– Até daqui a pouco.- Digo pressionando meus lábios contra os seus. Ele me abraça e finalmente dormimos.
***
A mão de Lys está entrelaçada na minha enquanto entramos na faculdade bocejando. Uma garota aparece na nossa frente nervosa e sorri para Lys.
– Lysandre Parker?- Pergunta nervosa. Ele boceja enquanto concorda com a cabeça.- Você tem algum compromisso para hoje a noite?- A garota pergunta. Caramba ele estar de mãos dadas comigo não é o suficiente não?
– Não sei. Temos, amor?- Ele pergunta para mim. A garota fica mais nervosa do que já estava.
– Mil perdões. Eu falei que não queria fazer isso! Eu disse: nãããão, ele é comprometido. Mas elas viraram: e daí? E eu... caramba estou mega sem graça. Alasca, o motivo pelo qual estou convocando Lysandre não é o que está pensando. É para entrar em nossa sociedade no campus. Somos os Levors.
– Já ouvi falar de vocês. Só aceitam a elite e os mais populares. Junte-se a nós e será protegido. Algo assim não é?- Pergunto.
– Exato. Bem, estamos convidando o Lysandre para fazer parte. Não se preocupe, tenho certeza de que será chamada. É que eu perdi e tive que vir falar com ele.
– Uau. Perdeu? Como sou popular.- Lys fez uma careta e garota se desesperou.
– Não! É que.. suas histórias te cercam e bem... você é muito popular, principalmente entre as garotas. Mas o problema é que está comprometido.
– Por que não mandaram um homem falar com ele então?- Pergunto.
– Alasca, por favor não me mate. Melhor eu ir embora. Aqui está sua chave, Lysandre Parker. Nossa casa fica no meio do meio do jardim botânico. Esperamos te ver lá hoje as 19:30.- Ela disse e saiu correndo.
Lys me encara esperando uma reação e faço o mais óbvio.
– Você é muito popular, principalmente entra as mulheres...- Remedo a menina e ele ri.
– Está com inveja. Também queria ser elogiada.- Ele diz.
– Para isso serve o meu instagram, página do facebook e as revistas. Me elogiar.- Digo. Ele ri e passa o nariz na minha nuca.
– Anda, vamos comer.
– Já estou atrasada. Falo com você mais tarde? Claro que falo, você só vai para essa reunião se eu for.
– Qual é Alasca....
– Que foi? Acabei de descobrir que você é muito popular entre as mulheres- Digo.
– E daí? A única mulher que eu ligo para opinião está bem na minha frente.
– Por isso mesmo você só vai se eu for.- Digo. Ele gira os olhos e eu checo meu relógio.- Porcaria, a introdução do Brandon era sempre a melhor.- Digo me referindo ao professor que eu estava perdendo aula. Me inclino sobre Lys lhe dando um selinho.- As 19h eu te digo se a gente vai ou não. Agora preciso ir. E meu amor, não se esqueça de comer alguma coisa. Sabe que passa mal nesse calor. Tome muito líquido!
– Ok, mamãe. Agora vai!- Ele diz. Dou mais um selinho nele antes de sair correndo.
***
A última pessoa que eu esperaria ver me esperando fora da minha aula estava me esperando. Miranda parecia ansiosa do lado de fora enquanto arrumava meu material com a maior lerdeza que eu conseguia para ver se ela ia embora. Ela não foi.
Quando a sala estava finalmente vazia, ela entrou e me preparei para sair.
– Espera! Eu vim em missão de paz. Alasca eu mudei muito.- Ela disse.
– Por que não pulamos para a parte onde me explica como está aqui e ainda namorando o Castiel?- Pergunto.
– O Cast... eu amo ele ok? Bom, sabe o Math? Meu primo? Ele formou. Sabe que ele sempre foi um gênio e tirou todos os olhares de cima de mim. Enquanto eu estava presa, Castiel foi tirar satisfações sobre o que eu tinha feito com você e... a gente acabou se apaixonando. Ele ia lá todos os dias praticamente e fomos conversando e... Alasca, o amor é maravilhoso...
– Por amor você até me colocou no tráfico internacional né?- Pergunto com raiva.
– Isso era uma antiga Miranda. Por isso quero me redimir com você. Pedi para que fosse eu aquela a te entregar a chave dos Levors.
– Sério mesmo Miranda? Você destrói meu relacionamento, me falta com respeito, me humilha e esse é seu plano para se redimir?
– Deu muito trabalho colocar todos os seus amigos la dentro. Você não imagina a cara deles quando eu disse que queria que o Nathaniel estivesse lá. Mas sendo uma da família fundadora, eles não podiam me dizer não.
– Droga Miranda! Espera que eu vá?- Pergunto.
– Quero compensar o ano que fiz você perder, ok? Por favor Alasca. Quero te provar aos poucos que eu mudei.
– Eu.. te odeio. Acho que nada vai mudar isso. Mas posso pensar em ir na sociedade já que todos os meus amigos estarão lá
– Perfeito! Juro que não vai se arrepender.- Miranda sorri com sinceridade.
– Já estou me arrependendo.- Digo.
***
– A Miranda? Nós não vamos.- Nathaniel joga sua chave longe junto com a minha.
– Eu disse que iria e não quero que ela pense que me assustou.
– Alasca, eu te amo maninha. Não posso deixar isso acontecer!- Ele diz.
– Eu vou precisar de você essa noite. Para segurar o Lys. Ele está furioso.- Digo com medo.
– Ele sabe que tudo isso foi obra da adorável Miranda?- Nath pergunta.
– Não e nem precisa saber- Digo.
Nina vem correndo em nossa direção e sorri para mim dando um selinho em Nath. Porra! Isso é um mundo paradoxal, só pode!
– Que chaves são essas?- Pergunta.
– Levors- Digo. Ela fica animada.
– Nath você foi convidado também? Que legal!- Ela diz. Bufo.
–Acho que vou indo. Tchau Nathaniel, tchau Nina.- Digo e me afasto pegando minha chave que Nath havia jogado longe.
Lys está na porta da faculdade conversando com Charlie e faço um esforço enorme para não ser cínica ao me aproximar. Eles estão em uma conversa muito interessante e hesito se realmente devo me aproximar.
– Alasca!- Diz Ansel atrás de mim. Viro minha cabeça em sua direção ao mesmo tempo em que ele ia beijar minha bochecha e bem... sabe... talvez eu tenha prolongado o selinho um pouco mais do que deveria. Mas ainda assim, juro que foram só 4 segundos.
– Porra Ansel.- Digo e já sinto as mãos de Lys na minha omoplata.
– Qual é Alasca. Foi um acidente meu e seu. Sem culpas.- Ele pisca para mim.
– Um acidente?- Pergunta Lys de forma irônica indo para o meu lado sem nem tocar em mim.
– Bom, ainda bem que chegou Anse. Sei que vai ter aquela reunião de noite e é melhor irmos para casa.- Diz Charlie. Ansel se aproxima um pouco de mim mas se afasta com a presença de Lys.
– Bom... tchau Agnes! Tchau Lyusandre.- Ele diz e sai correndo atrás de Charlie.
Encaro Lys. Ele está com uma expressão furiosa e não posso esperar pela bronca. Acho que estava sendo muito mimada ultimamente, uma briga finalmente ia me cair bem. Deixa eu ver... mau conversei com ele hoje, tive ciúmes de uma mensageira e agora Ansel me deu um selinho na frente dele. Acho que vai ser sermão por uma semana.
– Quer falar alguma coisa?- Lys pergunta. Forço o sorriso mais sínico que consigo. Eu estava com raiva dele? Por que eu estava com raiva dele?Tudo que ele fez é ficar em tempo integral com a nova professora, chamar ela para os nossos programas sem me consultar... nada de mais!
– Acho que o dialogo é um grande avanço do ser humano. É tão útil para expressar sentimentos quando a agressão e o... beijo.- Digo segurando o riso sínico.
– Está tentando me provocar? Fiz alguma coisa para deixar você com raiva? Que eu saiba quem tem o direito de ficar com raiva sou eu, que vi você beijando o Ansel agora a pouco. Mas claro, você tem que ficar com raiva por que o corno sou eu, certo?- Ele diz. Estava começando a ficar vermelho e minha crise sínica passou.
– Ei, meu amor. Não quero brigar ok? Você não é corno porcaria nenhuma ta? Foi um acidente o selinho com o Ansel. Você sabe disso. Não fica vermelho.- Peço lhe estendendo a mão, mas ele recusa.
– Isso pra você é um jogo? Agora eu quero provocar o Lysandre, agora eu quero ficar com ele, agora eu quero construir um futuro, agora eu quero beijar o Ansel. É assim que você vê?- Ele estava se exaltando, tipo, muito.
– Eu não aceito que fale comigo desse jeito. Sabe que meu futuro é você e esse seu ciúmes é ridículo. Agora, parece que você mudou não é Lysandre? Por que toda vez que eu olho pra você, você está com a Charlie, não é Lysandre? E depois vem com esses papinhos de ciúmes pra cima de mim, não é Lysandre? Por que você não se toca, Lysandre?- Ok, agora eu estou exagerando. Mas o que eu posso fazer? Aposto que to de tpm.
– Calma Alasca. Vamos fazer o seguinte: esqueceremos o que acabou de acontecer, você vai me da um beijo por que eu sim sou seu namorado e nós vamos para casa nos arrumarmos para hoje a noite. Que tal?
– Tanto faz, Lysandre.- Digo. Ele ri e se aproxima de mim.
– Você fica muito linda quando está brava.- Então ele fica sério- e quando me chama de Lysandre nesse tom é igual a uma facada.
– Pensei que esse fosse seu nome.- Digo, mas já não estou mais brava. Não consigo estar.
– Sim, mas você só me chama de Lys ou de amor. Ou de gordo, ou de gostoso. Lysandre é muito sério.
– Ok, gordo. Vamos para casa.- Digo e ele ri. Pega meu pulso e me puxa contra si, tocando nossos lábios com calma. Nos separamos e o encaro.- Me desculpe ter beijado o Ansel. Foi um acidente mesmo. Eu não quero brigar com você.
– Nem eu com você.- Ele diz e me puxa para si novamente.
***
Pov Lys
Que situação familiar. Alicia me encara do outro lado do sofá enquanto espero Alasca descer. Me aprontei em alguns minutos, com minha calça branca e blusa azul e de como sempre, meus vans. Por que as mulheres demoravam tanto?
– E ai Alicia? Como está o Dani?- Perguntei.
– Terminamos.- Ela diz indiferente.
– Ah.. eu... sinto muito.
– Não sinta, gosto muito mais do Paulo.- Ela diz.
– Ah, então está namorando de novo?- Pergunto.
– Com certeza.- Ela diz. Giro os olhos quando ouço um barulho vindo da escada e Alasca aparece. Está com uma calça jeans, uma blusa folgada que caia em um ombro com a estampa " Just be nice, and maybe, I will not destroy you" ( apenas seja legal, e talvez eu não te destrua), fazendo com traste de preto com o branco da blusa. Seus cabelos estvam presos naquela trança que as meninas me falaram o nome... enguia? Tronco? Trança? Espinha? Peixe? A já sei, alguma coisa peixe. Usava seus tradicionais all star e estava quase sem maquiagem.
– Essa camisa é para mim?- Pergunto a puxando pela cintura.
– Com certeza. Toma cuidado hoje comigo.- Ela diz. Suspiro.
– Está de tpm, amor? Se for pode me falar, apenas não desconte em mim.- Digo. Ela mostra a língua.
– E se eu estiver?
– Apenas se lembre que eu te amo.- Digo dano-lhe um selinho ráqpido.
– Que lindo. O amor é lindo, em? Vai dormir aqui de novo Parker?- Alicia pergunta.
– Não sei se vou agüentar ver sua cara de manhã de novo.
– Como se a sua fosse linda.- Ela retruca.
– Ele vai. Tchau Alicia, até depois.- Alasca diz e me puxa para fora do apartamento.- Certeza que quer fazer isso?
– Tem alguma coisa que você não me contou?- Pergunto vendo sua expressão nervosa.
– Miranda vai estar lá. N a verdade ela deu um jeito de que todos os meus amigos fossem chamados.
A Miranda vai estar lá. 123456789101112131415161718192021222324252627282930... Calmei. A Alasca deve estar apavorada. Talvez uma piada?
– Assim você me ofende, amor. Acha que eu só estou lá pela influencia da Miranda?- Pergunto.
– Você entendeu o que eu quis dizer...
– Bom, pensei termos concordado em esquecer da existência dela. Estou errado?- Pergunto. Alasca suspira, derrotada.
– Vamos.- Ela diz entrelaçando seus dedos nos meus.
Eu queria contar para ela o que estava acontecendo, que eu estava irritado. Estava irritado com ela, por ela não entender que eu não estou para joguinhos agora. Estou irritado comigo por perder tão fácil a paciência e usar a Charlie em meu joguinho. E acima de tudo, estou irritado com a vida por que meu pai só está piorando.
Sei que se eu contar essas coisas para ela, ela vai surtar. Tem a volta da Miranda, não posso dar mais um fardo para ela. Mas parece que eu vou explodir caramba! Ela é minha namorada, eu devia usá-la como apoio, não esconder as coisas dela. Será que se ela já fosse minha esposa eu contaria? Perciso levar esse relacionamento mais a sério se quero que chegue nisso.
– Amor?- Sua voz me desperta. Chegamos na faculdade e eu deixei ela dirigir? Onde eu estava com a cabeça?- Está tudo bem?
– Estou perfeito, meu anjo. Apenas alguns pensamentos. Devemos?- Pergunto mostrando a porta. Ela sorri e se aproxima de mim me dando um selinho, mas logo somos interrompidos pelo meu celular. O que minha mãe queria a uma hora dessas?- Alô?
– Lysandre? Graças a deus consegui falar com você.- Ela estava chorando.- Preciso que venha para o hospital agora...
– Mãe, calma. O que aconteceu?- Pergunto tentando não me desesperar.
– Seu pai... ele... Leight está vindo também. Venha agora!- Ela diz.
– Estou indo. Te vejo em 10 minutos.- Digo e desligo meu celular. Os olhos azuis da Alasca estão me pressionando para a verdade.
– Lys? Que foi? Aconteceu alguma coisa? É o seu pai?- Ela pergunta.
– Amor, meu pai está muito malc. Você vai para festa e me empresta o carro que eu vou no hospital e já volto...
– Só por cima do meu cadáver. Eu vou com você.- Ela diz.
– Não quero você em hospital!- Digo. Eu não queria que ela se preocupasse. Ela segura meu rosto entre suas mãos me forçando a olhar para ela.
– Olha, em pouco tempo pretendo ser sua esposa.- Ela nunca tinha dito isso antes e foi... uau- Preciso que confie em mim, seja para coisas boas ou ruins. Se acontecer qualquer coisa, eu quero te apoiar, da mesma forma que eu sei que você me apoiaria.- Ela diz. Pressiono meus lábios contra os dela e a encaro.
– Dirija. Agora. Hospital.- Digo e ela pisa no acelerador.