Seu amor é a minha cura - ReNa escrita por soueumesma


Capítulo 53
cap 53 - Descanse em Paz


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Acordei com a mesma preguiça de sempre, acordar cedo nunca foi meu forte mas hoje foi necessário, irei destrancar minha matrícula na faculdade de moda. Depois de ter me aceito de volta em casa, papai liberou minha mesada e voltou a custear todos os meus gastos. Eram exatamente 5:00H da manhã, tomei um banho, juntei meus pertences e fui até a cozinha buscar uma fruta. - Droga, esquece de pegar meus documentos com a Helena! - falei a mim mesma quanto estava chaveando a porta pelo lado de fora. Entrei novamente no apartamento, não queria acordar a Helena mas seria difícil não fazer isso, botei minha bolsa no sofá e fui em direção ao quarto dela, acabei tropeçando na mesa de centro! Ai, que merda! - esbravejei passando a mão em minha canela. Me reergui, apoiando minhas mãos no sofá. - Menos mal! - falei ao avistar a bolsa da Helena sobre a mesa. - Espero que meus documentos estejam aqui! - completei pegando a bolsa! - Ai que susto! - exclamei quando Dumbo latiu pra mim, ele odeia quando alguém mexe nas coisas da Helena! - Vai deitar! - ordenei a ele batendo meu pé direito no chão! - ele rosnou, o ameacei novamente na tentativa de espantá-lo, pareceu dar certo. O cachorrinho correu mas ficou latindo de onde estava, resolvi ignorá-lo. Vasculhando a bolsa encontrei um em envelope. - O que será isso? - me perguntei mentalmente. Analisei o envelope virando de um lado para o outro, vi que se tratava de um exame médico. Olhei o remetente. - Paciente Patrícia Lários! - Ei esse é meu exame! Estranho a Helena disse que não tinha ficado pronto! - Comecei a ler mas não consegui me concentrar nas palavras pois Dumbo não parava de latir! - Fica quieto cachorro! - não alterei muito a voz por ter pessoas dormindo na casa. O peguei no colo e o levei para a área de serviço, a cerquinha que estava ali não adiantava, por ser pequeno e magrinho ele escapava. - Fica quieto aí! - ordenei pela última vez voltando para sala, me sentei novamente no sofá, peguei o exame e o reli com atenção. O primeiro confirmava minha gravidez, coisa que eu já sabia quando fiz o teste de farmácia. O segundo me assustou um pouco, se tratava de um exame de HIV, comecei a lê-lo com receio. Dumbo apareceu outra vez na sala e começou a latir, dessa vez sem paciência taquei uma almofada nele que saiu reclamando, devera ter voltado à sua casinha, voltei minha atenção ao exame.

RESULTADO

Reagente ( positivo )

Índice 8,0

VALOR DE REFERÊNCIA

Não Reagente: Inferior a 1,0

Indeterminado: De 1,0 a 7,0

Reagente: Superior a 7,0

– NÃO PODE SER! - tapei minha boca abafando o grito! - Eu não posso estar infectada com essa vírus maldito, eu não posso estar com Aids! - Por que meu Deus? Justo agora que estava gostando verdadeiramente de um homem! Por quê, por quê, por quê?- deixei as folhas caírem, desci do sofá e me encolhi no chão abraçando meus joelhos debulhada em lágrimas... Cansada de chorar, tomei uma decisão, me levantei e fui até o quarto e depois à área de serviço, Dumbo me olhava agora calado, peguei algumas coisas ali e saí do apartamento.

5:40h da manhã

Acordei com Dumbo latindo em meus ouvidos! - O que você quer! - fiz um carinho na cabeça dele na tentativa de acalmá-lo mas continuei deitada. Os latidos dele eram insistentes, sem que eu desse muita atenção ele começou a puxar a manga da minha blusa. - Para Dumbo, vai deitar! - em resposta ele latiu e dessa vez foi mais alto fazendo Renê reclamar.

– Levanta logo amor e vai dá comida pra esse cachorro antes que eu o jogue pela janela. - resmungou ele se virando para o canto e tapando os ouvidos com a coberta.

– Ai Dumbo, só você mesmo pra reclamar de fome a essas horas! - me levantei e ele foi correndo em minha frente, parou diante de uns papéis jogados na chão da sala. - Que bagunça é essa que você fez? - o repreendi. Abaixei e comecei a recolher todo o papel. Espera! - falei avaliando o conteúdo das folhas. - Não, você não tirou isso de dentro da minha bolsa. Paty, Ai meu Deus ela descobriu. - PATRÍCIA! - gritei indo ao quarto dela, constatei que a mesma não se encontrava lá. - E agora, pra onde será que ela foi?

– Por quê está gritando? - me perguntou Renê com a cara toda amarrotada. - Aconteceu alguma coisa? - completos preocupado.

– A Paty Renê!

– O que tem ela?

– Ela encontrou os exames na minha bolsa, agora não sei onde ela está, preciso conversar com ela e explicar sobre a doença, com certeza minha irmã deve estar arrasada.

– Calma, supostamente ela deve ter ido pra casa, esqueceu que ela iria pra lá buscar o restante da documentação antes de ir destrancar a matrícula na faculdade?

– Os documentos, é isso! Ela os procurava em minha bolsa. Eu sou mesmo uma irresponsável por deixar minhas coisas jogada, principalmente com algo tão importante. Vou ligar pra ela. - Alô Paty, onde você está? - perguntei quando atendeu.

– Fique bem Helena! Te amo, e mais uma vez obrigada por tudo! - após dizer Paty desligou.

– Paty.. Paty...Paty! - ela desligou Renê! - coloquei o telefone no gancho e me sentei no sofá, Dumbo começou a latir novamente.

– Ela deve ter ido espairecer a cabeça, não se preocupe! - Renê se sentou a meu lado me abraçando. - Sua irmã é forte e cheia de vida, acredito que ela superará como superou o estupro.

– É né, espero! - Dumbo inquieto puxou a barra do meu moletom. - O que você quer? - perguntei e ele correu até a porta. - Acho que ela tá querendo fazer suas necessidades, vou lá fora com ele. - disse a Renê!

– Tá frio, porque ele não usa a própria caixinha?

– Porque ele já está virando um rapazinho, né meu filhote.

– É incrível a paciência que você tem até com animais! - Me espera vou buscar um agasalho pra você e descemos juntos.

– OK! - Renê me agasalhou e beijou minha testa. Descemos abraçados até o jardim. Assim que chegou, Dumbo se aproximou da parede, levantou a patinha, desequilibrou e caiu. Não aguentei e ri.

– Isso porque ele tem quatro patas! - zombou Renê rindo também. O bichinho pareceu ficar constrangido então resolveu fazer xixi agachado mesmo, o que é o certo quando o filhote se tem menos de seis meses.

– Pronto, agora vamos subir! - falei ao quadrúpede quando terminou de fazer xixi, mas o danado saiu correndo para um canto isolado do jardim onde havia uma árvore, ali ele parou. Sentou-se sobre as patinhas traseiras e outra vez começou a latir. - Corri atrás dele! - larga de ser malcriado, quem mandou vir pra cá? - o repreendi mas ele pareceu não ligar e continuou a latir olhando numa determinada direção. - O que o você está olhando? - canalizei meus olhos para mesma direção da dele. - NÃO! - gritei apavorada aos prantos.

– O que foi? - perguntou Renê preocupado, apontei para cima da árvore onde Paty se encontrava morta, com uma corda em volta do pescoço. Imediatamente Renê me puxou para seus braços, enfiando meus rosto em seu peito para que eu não visse mais aquela assustadora cena. - A culpa é minha Renê, eu matei minha irmã.

– Não diga isso, você não tem culpa de nada. Sua irmã se suicidou.

– Mas foi eu quem deixou aqueles malditos exames jogados.

– Uma hora ou outra ela iria ter que saber os resultados. Você a tentou proteger de todas as formas possíveis, inclusive tentou contar a ela ontem mas Paty não quis ouvir. Portanto não se culpe por isso. Vem vamos sair daqui, precisamos comunicar aos seus pais.

– Tia Lúcia vai me culpar de novo, e dessa vez terá razão, eu não cuidei bem da minha irmã. - minha voz falhas pelos soluços causado pelo choro.

– Ela não fará isso, venha!

– Não Renê, não vou deixá-la sozinha, preciso tirá-la daqui! - NÃO ENCOSTE NELA HELENA! - ordenei quando a mesma se aproximava do corpo. A trouxe de volta para perto de mim. - Você esqueceu que ela está infectada, deixa que os bombeiros cuidem disso. O corpo de Patrícia estava nu, os olhos esbugalhados, o enforcamento provocou hemorragia tanto pela boca quanto pelo nariz, isso sem contar o sangramento causado pelo abordo. Aquela cena era mais medonha que um filme de terror. Tirei Helena dali, seu cachorrinho veio correndo atrás. Dumbo tentou nos dizer o que estava acontecendo, pena que nós humanos somos incapazes de definir o que realmente os cachorros querem dizer.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo?