O Beijo do Anjo. escrita por Anjinha Herondale Uchiha


Capítulo 13
Nono Capítulo.


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar.

Leiam os incríveis poemas de Misly : http://fanfiction.com.br/u/477573/
Sinceramente, são muito fodas.

Postei a nova fic, gente!! Quem vai lá ver? Hein, Hein?

Beijinhuhs
Psicoticamente, A.

Ps: Muito importante, vejam esse vídeo. Por favor:

https://www.youtube.com/watch?v=k00KHt_4t2k



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POV Clary.

Eu esperei a porta se fechar para me levantar e ir até o criado mudo ao lado da minha cama. Abri a única gaveta do móvel e peguei o anel de prata com dois aros giratórios.

Girei uma vez e depois outra. Quando dei por mim, estava no quarto de Isabelle.

Eu tinha muita sorte de poder confiar nela. Isabelle nunca me negou ajuda, nem mesmo se desfez dos anéis-portais que eu havia pego de Valentim. Era perigoso manter aquilo, mas ela se arriscou para manter contato comigo.

Ouvi o barulho do chuveiro e resolvi que não seria muito agradável ficar parada feito um poste no meio do quarto quando ela saísse. Caminhei até a cama e me sentei, desviando das pilhas de roupas e sapatos jogados por ali.

Izzy nunca foi muito organizada, mas ninguém poderia cobrar isso dela. Ela dizia que ser bonita cansa e exige você vinte e cinco horas por dia, por isso ela não tinha tempo para arrumar suas bagunças.

Depois de alguns minutos a porta se abriu e Isabelle saiu de lá, embalada em um pijama de bolinhas rosas. Eu estava quase sendo vencida pelo sono, mas logo despertei.

Ela olhou para mim, sentada feito uma moribunda em sua cama, e deu um pulo. Mas Isabelle já estava acostumada a isso, então logo deu de ombros e caminhou até mim.

– O que foi? - Sussurrou. - Resolveu ficar?

– Sim, eu vou ficar aqui. Mas não é por isso que vim até a Grande e poderosa Isabelle Lightwood dessa vez.

Ela fez uma careta e me mostrou a língua.

– Então o que faz aqui, pequena Clary? - Perguntou, assanhando meus cabelos.

Isabelle, mesmo que com quase a minha idade, sempre teve um comportamento muito protetor. Desde que a conheci, em Idris, ela me tratava como uma irmã mais nova.

Com um suspiro, me levantei e contei tudo o que tinha acontecido à ela. Sem poupar nenhuma parte, até mesmo a do Pesadelo. Isabelle ouviu tudo em silencio e, quando eu terminei de falar, suspirou. Ela não exigiu ver minhas asas e nem mesmo pediu para eu mostrá-las.

– É, Clary, parece que você desagradou muito o pessoal de lá de cima. - Apontou com o indicador para o alto. - Me diz o que você fez. Usou a espada de Raziel para cortar bifes?

Soltei uma risada baixa, não consegui conter.

– Eles devem ficar olhando lá de cima, com uma lupa na mão, ferrando minha vida como se estivessem matando formigas. - Reclamei, com desdém. - Mas é como dizem, não é? O que não te mata, te deixa mais forte.

– Eu não penso assim. - Izzy discordou. - Acho que o que não te mata hoje ainda vai te matar amanhã. Como as feridas demoníacas.

– Começou a fazer suposições agora, Isabelle? Por que está tão reflexiva esta noite?

– Este dia, você quer dizer. - Ela resmungou. - Sabe aquele cara com quem eu estava saindo? Meliorn?

Assenti.

– O que ele fez? Disse que sua bolsa não combinava com o sapato?

Ela revirou os olhos.

– Quem me dera fosse isso... - Murmurou. - Ele me pediu em namoro.

– E..? Qual é o problema nisso?

– Você sabe qual é o problema, dona Clary. - Ela afirmou. - Você sabe que eu gosto do seu irmão.

Suspirei e assenti.

– E ele gosta do Magnus...

– Sim, mas não vamos ficar falando disso. - Ela pediu e eu fiquei contente em concordar.

Isabelle sempre gostou do Alec. E o boboca nunca nem reparou nisso.

– Agora eu vou fazer um curativo nas suas costas e você vai direto para cama, ouviu, dona Clary?

– Sim, mãe. - Desdenhei, vendo Isabelle ir até o banheiro e pegar o Kit de primeiros socorros.

Depois de uma seção de curativos, Isabelle me deu um beijo na testa e me mandou "vazar" dali antes que ela arrancasse as penas das minhas asas, uma por uma.

Diante daquela terrível ameaça e do meu sono iminente, eu resolvi seguir meu caminho. Girei o anel mais duas vezes e logo estava em meu quarto.

Me joguei sobre a cama e já estava em um mundo dos sonhos.

*****

Eu estava em uma sala escura e empoeirada.

Saía daí! - Meu subconsciente mandou. Mas eu não conseguia me mexer.

Eu não podia me mexer.

– Clary! Clary, onde está você? - Uma voz familiar gritou, desesperada.

Eu quis gritar: "Aqui! Eu estou Aqui!", mas eu estava sem voz. Junto da minha mobilidade, minha voz desapareceu.

– Clary! - A voz já estava mais próxima. - Clary, onde você está, meu amor?

Senti meu corpo ficar tenso. Não, não, não, não, não. Isso não poderia estar acontecendo!

Chase apareceu na minha frente, com seu belo sorriso diabólico e uma roupa escarlate.

– Tsc. Tsc. Tsc. - Sua língua estalou contra o seu da boca em um ritmo calmo e preguiçoso. Pude notar a ameaça em cada sonoridade. - Você achou mesmo que haveria algum lugar onde eu não te acharia?

Fechei os olhos com força. Não queria vê-lo, muito menos ouvi-lo.

– Fique longe dela! - Uma voz autoritária se fez presente atrás de nós. Eu reconhecia aquela voz. O mesmo timbre possessivo e desdenhoso.

Abri meus olhos a tempo de ver Jace encarando Chase, ambos com expressões assassinas.

– Meta-se onde é bem vindo, O.K? - Chase ordenou, dando um passo em minha direção.

– Fique. longe. dela. - Jace mandou, entredentes.

O sorriso de Chase aumentou e ele deu outro passo.

Os punhos de Jace cerraram e ele pulou na direção de Chase, completamente possesso...

E então, mais rápido que a própria velocidade da luz, algo metalizado passou entre nós e cravou no peito de Jace, bem no lugar do coração. Eu não pude fazer nada. Nem gritar, nem chorar. Nada. Chase soltou uma gargalhada e aproximou-se dele, segurando o cabo da adaga incrustado de rubis e o cravando ainda mais antes de sair andando.

Uma lágrima quente desceu pelo meu rosto, mas nenhum som saiu da minha garganta.

Com sangue escorrendo da boca, Jace começou a sussurrar meu nome.

– Cla-ry... Cla-ry... Cla-ry...

Acordei em um rompante, com Isabelle me sacudindo e chamando por meu nome. Me sentei, assustada.

– Até que enfim, bela adormecida! - Izzy exclamou, se levantando. - Vamos logo, eu tenho que te arrumar.

– Me arrumar? - Perguntei com a voz fraca, aturdida. Pigarreei até minha voz voltar ao normal. - Para que?

– Nós temos que ir para uma missão. - Ela respondeu, me pegando pelo braço e me arrastando para fora do quarto. - Minha mãe quer te conhecer, aliás. Eu estou encarregada de te arrumar do jeito que uma caçadora de sombras se vestiria.

Não sei porque, mas a ideia de Isabelle ser encarregada de me arrumar não me parecia algo bom. Não mesmo.

Ela me arrastou para o seu quarto e me jogou por sobre a cama, indo pegar algo no armário.

– Você vai ter que usar alguma roupa minha, já que você não tem nada descente na sua mala. - Ela afirmou, jogando duas peças pretas de couro na minha cara.

Outch!

– Hey, eu tenho sim roupas descentes! - Me fiz de ofendida.

– Aham, Aham. - Ela fingiu que concordou enquanto me arrastava para o banheiro. - Não tem tempo para tomar banho, mocinha. Você dormiu demais.

Sem muita resistência, eu fechei a porta e troquei meu pijama por aquela roupa.

Era uma calça de couro, justa e preta - Com detalhes aqui e ali - e um top, também de couro, que deixava o pedaço de pele do umbigo até a cintura de fora. Havia uma abertura nas costas que deixavam as minhas feridas de fora. Graças ao Anjo.

Aquela roupa era pequena demais para ser de Isabelle. Elas couberam perfeitamente em mim.

Quando saí do banheiro, Izzy bateu palmas de alegria.

– Uau, você está tão diva que até me bota medo. - Ela afirmou, pegando um par de botas pretas e me entregando. - Essas roupas são de quando eu tinha treze anos. Ficaram Perfeitas em você!

– Ér... Não está meio, sei lá, exagerado? É muito couro para uma pessoa só. - Disse.

Isabelle franziu a glabela e pensou um pouco, mas por fim apenas deu de ombros e sorriu.

– Se você quer ser respeitada pelos integrantes do Submundo, você tem que estar vestida a caráter. - declarou.

– O.K. Mas e minhas feridas? Elas ficarão expostas. - Afirmei.

– Não. É só nós deixarmos seus cabelos ruivos soltos e pronto. - Ela disse, pegando a escova de cabelo e ajeitando os meus fios ruivos rebeldes.

Ela tinha razão. Se eles ficassem soltos, nem dava para ver as feridas.

Depois de calçar as botas e colocar um cordão de ferro benzido com uma cruz abençoada na água benta e uma luva meio estranha com metal torcido que Isabelle me entregou, fui até meu quarto para buscar a Estela, o sensor especial que as pessoas achavam ser um celular e escovar os dentes.

Quando voltei ao quarto de Izzy, ela já estava vestida com um vestido preto grudado ao corpo esbelto, botas com um salto altíssimo e o chicote de electrum envolto no pulso.

– Venha cá, rapidinho. - Ela pediu e eu o fiz. Isabelle passou uma camada exagerada de lápis de olho e rímel em mim.

Mas ela estava encarregada de me arrumar, eu não podia fazer nada.

****

Quando chegamos na sala, Alec estava preparando o arco enquanto Jace e o Sebastian poliam Lâminas-Serafim. Um olhou para o outro de rabo-de-olho, mas por fim Alec sorriu e jogou algum pedaço de pano em Jace.

Se havia alguma tensão entre eles, já não estava mais ali.

– Alec ficou mais tranquilo quando eu disse para ele que você resolveu ficar. - Sussurrou Isabelle, olhando para a direção que eu olhava. - Pelo menos eles não se atracaram como no dia em que Jace disse que ele não sorriria tanto assim quando ele enfiasse a língua na sua boca.

Jace disse o que?

– Vish, nada não. Esquece. - Disse, dando um sorriso inocente e indo em direção dos meninos.

A porta se abriu de repente e uma figura esguia e elegante entrou.

Maryse. Ela vestia um vestido justo de risca de giz e saltos pretos enormes. Era extremamente parecida com Isabelle, exceto pelos olhos azuis brilhantes.

Seu porte era rígido e severo, porém - quando ela se posicionou à minha frente - abriu um sorriso contido.

– Você deve ser a Clarissa, correto? - Perguntou, com uma voz gentil e ao mesmo tempo séria.

– Sim, Sra. Lightwood. Mas pode me chamar de Clary. Clarissa é muito... formal. - Falei, oferecendo-lhe um sorriso.

– Pois me chame de Maryse também. - Declarou. - Você não tem quase nada de Valentim, mas o formato da boca é o mesmo.

Fiquei meio sem graça.

– Ér... Obrigado, eu acho.

– Bom, eu adoraria ficar conversando, mas o Clã de Lobisomens de Manhattam está esperando por vocês. - Disse, seguindo em direção aos garotos.

Eu caminhei até a parede lotada de Armas da Sala de Armas e peguei uma adaga e duas lâminas-serafim. Olhei por sobre o ombro e vi Maryse conversando com Alec e Sebastian. Jace não estava mais ali.

– Me procurando?

Me virei e levei um susto. O rato se instalou sorrateiramente ao meu lado.

– Por Deus! - Exclamei. - Você não sabe ser civilizado não, garoto?

– Sei. Mas essa é a alma do negócio. - Sussurrou, como se fosse o maior segredo do mundo. Logo depois de recompôs e usou sua voz normal e meio rouca. - E então, não curte o arco como o seu irmão?

– Na verdade não. - Respondi, dando de ombros. - Eu sou melhor com facas, espadas e arremessos.

– Uh, - Ele coçou a cabeça e a camisa subiu alguns centímetros, mostrando a trilha de pelos loiros e... Tira essas noias da cabeça, Clarissa! - Eu também, para falar a verdade. Não sou muito fã de chicotes, arcos ou Chakrams.

– Posso te perguntar uma coisa, Jace? Mas você tem que jurar ser sincero.

– Ahn, sim, sim. Eu juro.

Me aproximei dele, para que Isabelle não pudesse nem sonhar em escutar.

– Você acha que eu estou vestindo preto demais? - Perguntei, sussurrando. - É que... Sei lá, Izzy as vezes exagera.

Jace sorriu e me avaliou com o olhar. Começou pelo rosto e foi descendo de um modo preguiçoso que fez eu me sentir exposta. Quando chegou às botas e voltou para o meu rosto, ergueu uma sobrancelha.

– Você está muito... - começou, mordendo o lábio inferior e enrugando o espaço entre as sobrancelhas. E onde estava a minha sanidade nesse momento? Em Nárnia, só pode. - Linda. Pelo menos eu gostei.

TO BE CONTINUED...


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Notas finais do capítulo

E ae? Mereço reviews?

Beijinhos
Psicoticamente, A.