Soul Hunter - A Restrição escrita por Redhead Wesley


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo ^^



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O ar havia ficado estranhamente frio, me perguntava onde Ícaro estava naquele momento. O devorador não parecia nem um pouco cansado, sua respiração regular, não suava e também não demonstrava medo. Já enfrentei muitos assim, que se achavam insuperáveis...Mas não nesse nível.

Antes que eu pudesse fazer qualquer movimento, o rapaz já cravava unhas em meu braço esquerdo. Tive sorte de pegar uma adaga e rapidamente cortar suas unhas, que por infelicidade, ficaram presas em meu braço, agora ensanguentado. Ele se afastou e retirou seu chapéu e seu terno e camisa social, revelando um tórax marcado por cortes e furos. Seu abdômen era definido, mas seus músculos eram desformes, como se ele fosse um demônio...Isso se ele não é um. Seus olhos brilharam de forma que em algum momento, eles estavam tingidos de vermelho e amarelo. Ele deu impulso na rua fria e o único som que escutei foi o asfalto se quebrando.

Coloquei instintivamente a espada em frente ao meu corpo, do jeito que fui ensinado na Academia. Mas de alguma forma, foi totalmente inútil, fui lançado contra uma parede de tijolos, que caíram sobre meu corpo. Me levantei me sentindo fraco...e febril. Passei os dedos livres pelos buracos em meu braço e provei meu sangue. Ele tinha um gosto forte de sangue...porém misturado com veneno. Coloquei a espada apontada para o mesmo, de forma que eu parecia estar praticando esgrima.

– Um desafio garoto? - Ele falou rindo. - Não percebe que você já está morto?

– Morto? Ah não...Eu estou pior que isso. - Falei com o tom de voz fraco. - Eu estou vivo. E estou lutando.

– Então...Você realmente não tem medo, não é? - Ele retirou os sapatos com os calcanhares, revelando pés realmente feios, porém, como se tivessem rodas no mesmo. - Vou acabar com seu sofrimento, e vou acabar com isso agora!

Então algo aconteceu. O tempo pareceu ficar mais lento.

Um som agudo e agoniante quase estourou meus tímpanos, era como se cada segundo aquele som aumentasse cada vez mais, pude ver o homem se aproximando de mim, não...Homem não. Vi aquele devorador se aproximando de mim, forçando meus músculos que já estavam moles e fracos, desferi um golpe na diagonal, só pude escutar o grito de dor e desespero que o ser proferiu assim que a espada tocou sua perna direita. Movi meu corpo para a esquerda e o homem afundou nas trevas de um beco atrás de mim. O sangue negro se espalhava pela calçada cinzenta. O som de baldes de lixo caindo e se chocando um contra o outro se pronunciou de forma alta. Mal pude ver, mas em uma forma de se retardar, o devorador do chapéu fedora levou minha jaqueta preta, me deixando apenas com uma blusa branca e sem mangas. O frio se espalhava pela minha pele e senti-o anestesiar a dor. Após isso senti uma pressão nos buracos ensanguentados e olhei para o lado.

Um par de olhos de cores diferentes estavam esfumaçados, flutuando pelo ar. Eles não desviavam a atenção da ferida, e pela sua expressão ocular, pareciam estar concentrados em me curar.

– Obrigado, Ícaro. - Falei sorrindo. A ferida sumiu de forma estranha, minha pele se fechou e parecia que nenhum estrago estava feito ali. Os olhos sumiram e voltei minha atenção para o borrão avermelhado que brilhava no beco escuro. Os olhos do devorador estavam mostrando sua fúria. Me movimentei até o beco fechado. Uma fumaça branca saía de um bueiro, o rapaz olhava para o corte e em seguia olhava para mim. Ele estava diferente, ele estava mostrando medo.

Ele tentou correr, mas pelo visto apenas uma perna o obedecia, agora eu podia acompanhar seus movimentos, mas mesmo assim, o cara era rápido.

O devorador se aproximou em questão de uns 10 segundos, com suas garras em minha direção (pelo menos, as garras que ele ainda tinha). Levei minha espada para cima com as duas mãos, em seguida a levei para baixo em um corte diagonal. Faíscas negras e brancas saíram do encontro de nossos ataques, e percebi uma coisa.

Suas garras eram de metal. Um metal negro.

Aquele devorador...Também é um mutante.

Dei um chute em sua barriga e ele caiu de forma humilhante, se levantou rapidamente e desferiu golpes rápidos em partes diferentes de meu corpo. Em meu rosto, barriga, peito.

Senti uma dor em cada local, e antes que eu sequer pudesse pensar em algo. Ele deu um chute em minha mão, se apoiando com o pé forte e atacando com o pé débil. A espada voou de minha mão e se cravou na parede.

– Vamos moleque. - Ele falou colocando os braços em frente ao rosto. - Lute como homem.

Senti um líquido quente escorrer pelo meu nariz, era sangue. Limpei o mesmo e sorri. Corri em direção ao mesmo e apliquei um golpe em seu braço. Senti uma dormência em minha mão e finalmente percebi que ele não era qualquer devorador...Ele parecia ser inteiramente de metal.

Ele sorriu e aplicou uma joelhada em minha barriga, senti meu corpo sair do chão. Em seguida, com as mãos juntas, bateu em minha coluna, que me fez voltar para o chão de forma humilhante. Me levantei fraco e novamente senti meu corpo voar, dessa vez, de volta para a rua. Ele me aplicou um chute descomunal.

Ele se moveu em minha direção, mas antes pegou a espada presa na parede e a mirou para mim.

– Parece que...a situação se reverteu. - Ele falou sorridente. Então aplicou o golpe que parecia estar ceifando minha alma.

Ainda bem que o cientista pensou em tudo antes de me dar as armas.

Assim que a espada se aproximou de mim, ela parou como se tivesse se chocado com um escudo invisível. Me levantei sorrindo.

– Esses metais...Só funcionam em devoradores. - Peguei a lâmina e a puxei para mim. Girei a espada de modo que seu cabo viesse para em minha mão. Senti minha mão ferver...Nunca havia usado esse tipo de técnica, mas parecia que eu iria precisar.

A lâmina esquentou, assim como minha mão. Minhas tatuagens começaram a brilhar uma por uma, sendo a mais brilhante a de Ying-Yang. Uma aura branca brilhou em mim, dando um contraste com minha roupa parcialmente negra. Levei a espada até o abdômen do devorador, que o atravessou como se ele fosse água. Retirei minha lâmina de seu corpo e em seguida apliquei golpes rápidos pelo seu corpo. Ele estava estático, como se ainda segurasse a espada. O tempo parecia estar parado...Mas só ele realmente estava.

Assim que terminei meus golpes, senti a lâmina e minhas tatuagens esfriarem. O homem que parecia potente e assustador, começou a se despedaçar, até virar pequenas fatias de carne, e em seguida pó. Escutei palmas atrás de mim, vi Ícaro encostado em uma parede.

– Cara. - Ele falou sarcástico. - Pensava que você não ia sair dessa.

– Cala a boca. - Falei rindo. Senti todos os meus músculos anestesiados. - Pegue os restos desse cara, temos que estudar.

Ícaro virou fumaça e o pó sumiu do chão. Ele se materializou novamente com o pó em um saquinho de plástico.

– Podemos retirar memórias e DNA desse cara...Assim como quem fez a mutação em seu corpo. - Peguei o saco e o deixei em meu bolso. - Temos que ir pra sede no Japão...Tenho que encontrar uma pessoa que pode nos ajudar.

– Acho bom mesmo. - Ícaro falou irônico. - Fiquei exausto com essa luta.

– Ah sim, você fez muita coisa. - Então me lembrei do meu braço. - Como foi que você fez aquilo?

– A parada do braço? Longa história...

– Ok... Pode me contar enquanto viajamos até a sede aqui em Tokyo. - Fomos até um aluguel de motos, escolhi uma qualquer e saí do estabelecimento, correndo pelas ruas brilhantes da cidade.

Eu teria que encontrar a minha antiga dor de cabeça no local que me causa muita dor de cabeça...Irônico.


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Notas finais do capítulo

Um capítulo maior dessa vez! Decidi acabar a fanfic no Cap. 15. Ou seja: Capítulos maiores e um pouco mais corridos.



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