– Os motivos de eu estar morando nessa cidade e estudando na mesma escola que a sua, são muitos mais sérios do que você pensa. Quando nos conhecemos eu só te disse que era um aluno novo, que se mudou pra essa cidade só porque seu pai trocou de emprego. Mas o verdadeiro motivo foi porque fui perseguido por criaturas iguais a essas que acabou de nos tentar matar. – disse Ethan desesperado e ao mesmo tempo surpreso, por ter sentido um grande peso do segredo não contado, sair de seus ombros.

– o que? Mas ... Entendi agora, foi por isso que você sabia com matar a gárgula! – disse Madelaine - Mas, porque você não me contou, todo esse tempo? Eu achei que podia confiar em você! – disse ela triste.

– Na verdade eu não sabia como matar a gárgula, tudo foi um acidente, na outra escola eu tinha estudado sobre esses seres, e descobri que gárgula significa garganta, e que são seres bons que protegem as pessoas, e .. – afirmou Ethan, quando foi interrompido por Madelaine que já tinha entendido o que o garoto queria dizer.

– E que se você atingisse a garganta dela, ela poderia morrer, mas eu não entendo o porquê de ela querer nos matar, sendo que ela é um ser inofensivo!

– Eu não sei Mad, mas a gente precisa investigar isso, pois , podemos estar em perigo. Agora vamos, eu quero ir logo pra casa – disse o garoto apressando o passo.

– Não! Espera! Eu não entendi só uma coisa, porque a Gárgula estava atrás da gente? – perguntou a menina parando no lugar em que estava.

E Ethan numa voz melancólica respondeu a pergunta de sua amiga:

–Pelo simples fato de sermos descendentes!

Então os dois amigos continuam a caminhar em um silêncio mortal e profundo. Ethan e Madelaine alcançaram o grupo de turistas e alunos, e perceberam que chegaram tarde demais, pois durante a sua fuga contra a gárgula e a conversa,eles demoraram 30 minutos, e o tour já estava no fim causando a perda da metade do passeio. Por isso, Ethan com intenção de consolar a amiga, teve a ideia de ir comer alguma coisa, e como estava na hora do almoço eles foram almoçar em um restaurante perto da escola.

RESTAURANT GRANNY ‘ S

O que você vai querer? – perguntou Ethan a Madelaine, que olhava o cardápio com desinteresse.

– Não sei ... – disse a menina – não estou com muita fome, pode ser o mesmo que o seu... – disse ela olhando para o bordado da mesa. Isso já era diferente com o garoto, sua barriga já estava roncando e ele ansiava a hora de ver a garçonete depositar os pratos de comida na mesa deles.

A garçonete anotou o pedido e enviou o olhar desconfiado para os dois adolescentes, porém depois que Ethan pagou adiantado, ela deu de ombros e saiu para transmitir o pedido ao cozinheiro.

– Ainda está pensando no que eu falei? – perguntou Ethan, pegando Madelaine de surpresa, que estava distraída com os guardanapos da mesa.

– Sim, é que eu só não entendo, a gárgula queria nos matar porque somos descendentes? O que é isso? E como você sabe que eu também sou?

– Olha,eu só sei que quando eu estava fugindo das gárgulas na minha escola, consegui despistar delas, só que no caminho de volta pra sala, encontrei um papel com nomes de vários adolescentes, e nele estava meu nome e seu também! - disse o garoto assustado.

– Mas como...

Nesse momento, Madelaine é interrompida pela garçonete que coloca na mesa pratos com hambúrgueres, fritas, dois copos de coca – cola, e duas fatias de bolo de chocolate.

– Aqui seu pedido, deseja mais alguma coisa? – pergunta a garçonete prestativa.

– Não obrigado – disse Ethan, observando a garçonete se retirando e indo na direção de um homem, alto e com um casaco preto, que tinha acabado de entrar e sentar-se à mesa ao lado.

– Ethan, precisamos descobrir porque estamos nessa lista, e quem está por trás disso tudo. – disse Madelaine dando uma mordida gigante no hambúrguer, deixando o garoto impressionado.

– Eu sei, e vamos conseguir descobrir... Nossa minha coca está quente, Garçonete poderia vir aqui – grita o garoto para a garçonete que está do outro lado do restaurante, que seguia em direção a mesa dos dois, mas que parou bruscamente no lugar que estava.

Os dois amigos percebem então que o lugar inteiro estava parado, pessoas pararam de conversar e rir, o chiar da fritura e fumaça parou instantaneamente na cozinha, e só semexia o homem alto, que tinha se sentado ao lado da mesa dos dois garotos. O homem se levantou, bateu as mãos limpando toda sujeira da sua mão, do lanche que tinha acabado de comer, e em uma voz grossa e ameaçadora diz:

– Se vocês querem que alguém responda suas perguntas, esse alguém sou eu!