Abismo da Sanidade escrita por SeriousWriter, Bêrenicius


Capítulo 6
Capítulo V - Esperança


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem demorar com este capítulo. Ocorreram vários contra-tempos comigo e com o Munroe, que é quem iria postar o capítulo de hoje. Munroe ficará longe por um tempo, portanto eu continuarei, temporariamente, a escrever sozinho. Não estarei postando mais todos os dias, mas não ficarei mais que um dia sem postar. Agradecido ;)
~SeriousWritter



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[...]

A tarde era quente, não só por conta do sol, mas também em decorrência da grande adrenalina que fluía nas veias de cada sobrevivente daquele apocalipse. As pessoas andavam sem rumo, tentavam encontrar seus parentes, amigos ou algum conhecido que fosse. O destino fora relativamente bondoso com Claire Mysel. A garota, de apenas 21 anos, encontrara um grupo de pessoas que a acolheram de forma humana, algo que não era esperado de ninguém em um momento caótico como aquele. Claire logo conheceu Jenna Winston e uma forte amizade começou a se formar entre as duas. Os dias passavam, o mundo mudava aos poucos, mas a 'humanidade' permanecia dentro das duas mesmo com aquele mundo permeado pela loucura que levava as pessoas a situações horríveis. Claire sempre foi bondosa com as pessoas e Jenna a ajudou a manter essa bondade. Aquela tarde seria a última com o grupo, Claire e Jenna conversavam:

– O que nos espera pela frente Jenna? Será que iremos viver até que tudo isso termine? - a inocência nas palavras de Claire eram claras como a luz quente daquela tarde. Jenna era experiente, desde que tudo começou ela já vira coisas o suficiente para deixar de ser ingênua e inocente naquele novo mundo.

– Não sei, Claire. Talvez as coisas continuem como sempre foram, não aqui fora, mas dentro de cada um de nós - Jenna aponta para Claire - Ainda iremos ter expectativas e desejos e mesmo onde é impossível ver esperança nós devemos almejá-la, ao menos o suficiente para nos mantermos vivas. Só dessa forma vamos sobreviver, só dessa forma talvez chegaremos ao fim dessa catástrofe juntas.

O pouco tempo que as duas passaram fora suficiente para se construir fortes laços de amizade. Jenna tinha forte apego por Claire, as duas se consideravam como irmãs. Aquela tarde marcava o começo de várias outras coisas.

[...]

Claire se fora. Jenna não conseguia admitir que isso de fato tivesse acontecido. Nos braços de Mark, Jenna via a amiga morta ao lado de Dean. Jenna e o resto do grupo estavam longes de mais para impedir o fim de Claire e Dean havia feito mais que o possível para que todos saíssem ilesos daquele velho e perigoso vilarejo.

O único som audível naquele momento era o choro agoniante de Jenna. A perda se equiparava á um membro da família. Mark não sabia o que fazer naquela situação, Jenna estava em seus braços de luto, enquanto Jinx estava observando friamente o momento.

Gregory vai até Jenna e, junto de Mark, tentam acalmá-la. Sara e Roxanne estavam caladas, os pensamentos sequer estavam naquele lugar.

Roxanne ficou com Claire por alguns instantes antes de ela ser mordida pelo cão. Roxanne havia notado uma certa integridade na garota e pensar que aquela menina havia ido embora definitivamente aumentava a frustração de Roxanne em relação aquele mundo perdido.

Sara não havia conversado com a garota, mas a pureza e a delicadeza de Sara não a privavam do sentimento de luto por alguém. Era sempre ruim ver alguém morrer. A morte fazia com que Sara imaginasse que fim tivera todos aqueles com quem um dia a garota tivera um relação.

Dean estava se restabelecendo depois da situação eletrizante. Dean havia se descuidado por um momento, e isso causou a morte de Claire, ele sentia uma leve culpa dentro de si, mas esse sentimento de culpa era sobreposto pela ávida necessidade de querer mais e mais acabar com qualquer coisa que não deveria estar ali, como os mortos-vivos. Dean impedira que Claire acabasse voltando ao perfurar seu cérebro.

Não havia nada que ser feito. Mais uma morte. Essa era uma morte diferente e Jenna fez questão de que a amiga recebesse as últimas honras da forma mais humana possível.

Sara e Roxanne haviam coletado algumas flores. Greg e Dean haviam cavado um cova para o corpo da garota. Jinx logo foi atrás de Mark, a mulher queria logo esclarecer algumas pequenas coisas com o namorado.

Jinx chama Mark para um canto. A ingenuidade de Mark não o permitiu decifrar de cara o assunto que a namorada queria tratar:

– Mark, nós precisamos nos definir aqui dentro deste grupo - Jinx tenta esclarecer implicitamente sua situação com Mark - somos o que afinal? Não estamos juntos Mark?!

– Sim, estamos sim. Por que resolveu perguntar isso agora? - Mark respondia normalmente aquelas perguntas, as coisas estavam normais para os padrões de Mark.

– Você não fala comigo direito há dois dias! Acha que eu me sinto como? - Jinx esbraveja em Mark. Jinx era bem temperamental.

– Me desculpe, querida. Acredito que tudo esteja normal com nós dois - Mark tenta definir a discussão

– Você realmente acredita que as coisas serão como antes Mark?! Não vê que o mundo está diferente?! Não vê que todos nós estamos mudando. Agora somos capazes de fazer coisas que eram inimagináveis na mente de qualquer cidadão comum! Agora as pessoas morrem tragicamente e nós nos frustramos ao ver que nada pôde ser feito! Comigo não é diferente Mark! Eu ainda estou tentando manter um pingo de sanidade dentro de mim, mas eu não sou forte o suficiente, eu preciso que você esteja sempre comigo! - Jinx desabafa sobre toda a situação, era natural que Jinx estivesse assim. Qualquer um estaria em uma situação semelhante a dela

– Querida, me desculpe... - Mark nunca fora o homem mais atencioso e cavalheiro deste mundo, mas ele ainda sabia quando uma mulher precisava de um forte abraço.

Mark abraça Jinx, a mulher desaba em seus braços. Lágrimas permeadas de ciúmes e de uma discórdia que estava começando a florescer na vida daqueles dois.

[...]

– Dean! - Greg aparece ao lado de Dean. Dean estava sentado no chão, sua face deixava claro pura exaustão - Não fique assim! Temos de continuar a andar, não podemos parar por aqui. Sacramento está longe ainda e só nos resta esta opção.

– Greg, você acredita que haverá algo em Sacramento? Acredita que Verônica esteja por lá? - Dean, com uma ponta de esperança, pergunta ao colega

– Dean, não faço ideia do que nos aguarda por lá. Mark nos disse que há uma proteção contra os zumbis. Mas talvez muitas outras coisas nos aguardam por lá. O caminho para Sacramento não será fácil, ainda estamos longe e seremos obrigados a ver muitas coisas.

Dean se calou mediante a resposta do amigo. Mais do que nunca Dean desejava encontrar Verônica. A memória daquele jantar, com Connor Spence , viera a sua mente. Se perguntava se de fato conhecia Verônica da forma que acreditava. Dean sabia que havia a possibilidade de nunca descobrir essas respostas, mas saber sobre elas era uma das únicas coisas que ainda o motivavam a viver naquele escabroso mundo dos mortos.


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Notas finais do capítulo

Obrigado pela leitura pessoal! Comentem, comentem! Deixem suas dúvidas sobre o capítulo de hoje, responderei qualquer uma.