Abismo da Sanidade escrita por SeriousWriter, Bêrenicius


Capítulo 14
Capítulo XIII - Passado inocente, parte 2/2


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui está um novo capítulo. Certamente foi um dos mais difíceis que eu já fiz. Narrar parte de um passado inglório e inocente foi algo planejado única e exclusivamente para Chloe. Isso tudo faz parte do show!
~SeriousWritter



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[...]

Los Angeles parecia estar mais acordada do que nunca naquela noite. Ruas repletas de carros e um grande número de pessoas na rua. Jeremy teve um longo dia de trabalho e esteve o dia todo esperando voltar para casa. Ter uma maravilhosa noite de sono e um belo banquete seria um presente de aniversário perfeito para ele.

Jeremy abandonou a faculdade de Yale quando ainda estava no primeiro ano do curso de Artes Cênicas. As constantes quedas que sua mãe tinha, não só por conta da idade avançada, revelaram uma osteoporose aguda que necessitava de atenção e remédios mais caros para tratar, antes que viesse a se tornar um câncer. Klaus era o único que trabalhava na casa, porém, por mais que Klaus ganhasse o suficiente para pagar as contas e viver tranquilamente, Jeremy teve que começar a trabalhar para ajudar a pagar os caros remédios que a mãe teria de passar o resto da vida tomando. Isso não foi uma decisão forçada, mas uma escolha sua. Jeremy sempre fora muito apegado a mãe e não pensou duas vezes antes de abandonar a tão sonhada vaga no curso de Artes Cênicas de Yale.

Na volta para casa, Jeremy passava todos os dias em frente a faculdade, afinal, era o caminho de casa. Hoje não foi diferente. A faculdade já havia iniciado as aulas noturnas, portanto não havia um grande movimento na entrada da grande universidade. Avistar alguns conhecidos ocorria com frequência, mas hoje Jeremy avistou uma antiga colega, de quem ele se lembrava perfeitamente bem. Era Chloe, a garota por quem Jeremy teve uma pequena desilusão no fim do Ensino Médio. A surpresa não foi ver Chloe, que sempre fora certinha de mais, estar até aquela hora próxima da faculdade, mas sim o fato de estar acompanhada.

Jeremy se lembra que nunca vira Chloe sair com um garoto. Quase que instantâneo o rapaz começa a rir, não por que achava aquilo engraçado, mas por que sentiu uma ponta de inveja do felizardo, cuja expectativa para aquela noite não era de agrado geral.

[...]

Chloe não nota a passagem do carro de Jeremy próximo a faculdade. Estava com Brian em uma lanchonete que ficava entre a universidade e o Los Angeles Cine, que hoje estava mais movimentado do que o normal.

A conversa chegava a ser monótona, Brian mantinha os olhos cravados em Chloe e isso a incomodava um pouco, ele quase não falava, mas prestava atenção ao menor gesto que a garota realizasse.

Chloe tentava puxar assunto, mas algo a impedia de falar muito. O jantar chega ao fim e faz-se um breve momento de silêncio, onde Chloe desvia o olhar para a rua enquanto Brian a media de cima a baixo com os olhos. A garota olha para o relógio, Brian nota que ela estava esperando ele fazer algo.

O rapaz chama o garçom e pede a conta:

– Bem, o filme vai começar daqui a pouco - Brian comenta

– Sim, vamos para não nos atrasar - Chloe cochicha

Os dois saem da lanchonete. O cinema ficava a três quadras dali e as calçadas cheias de pessoas indicavam que a estréia desta semana estava fazendo um grande sucesso.

O filme já havia sido escolhido por Brian e Chloe não foi contra a escolha do companheiro. Chloe não via muitos filmes do gênero de ação, mas talvez aquele viesse a ser interessante. Pequenos inícios para grandes mudanças, era isso que ela esperava com aquela noite.

A fila em frente a entrada do cinema era grande e eles teriam que aguardar um pouco para entrar.

[...]

A sala já estava quase cheia, o filme logo começaria.

– Vai querer alguma coisa antes do filme começar? - Brian pergunta

– Bem, gostaria de beber algo - Chloe diz timidamente

– Certo, vou lhe trazer um refrigerante - Brian diz se levantando da poltrona da sala

Ele saí da sala com um sorriso malicioso, já era a hora de iniciar seu minucioso plano.

Ele vai até a loja de conveniências do cinema e pede dois refrigerantes de tamanho grande. Antes de entrar na sala, Brian olha ao redor e percebe que ninguém o avistava. Logo o rapaz retira de seu bolso um pequeno saquinho contendo um pó de coloração clara. Parecia algo perigoso, e de fato viria a ser, ele vira a substância em um dos copos e entra na sala.

O filme já havia começado e a sala agora estava pouco iluminada. Brian se dirige até sua poltrona, ao lado de Chloe.

Brian senta e oferece o copo 'batizado' para Chloe.

– Obrigado, Brian, você está sendo muito gentil hoje - Chloe deixa escapar um leve sorriso

– Só faço o que você merece Chloe - Brian responde inocentemente, escondendo qualquer vestígio de sua mórbida personalidade.

O filme seria longo e acabaria bem tarde. Brian havia combinado de deixar Chloe em sua casa, por mais tarde que você a hora de ir embora. A encenação do rapaz convencia e conquistava cada vez mais a pobre moça.

Algumas risadas começam a surgir com cenas comuns contidas de uma leve comédia. Momentos depois as risadas começam a ficar histéricas e começam a chamar a atenção das pessoas em volta. Brian somente dava leves risos, como pequenas comemorações por tudo estar correndo como ele planejava.

[...]

O filme chega ao fim. Brian estava normal, tão bem quanto o momento em que tinha planejado tudo isso, já Chloe, a garota estava totalmente diferente do normal, apresentava um largo sorriso abobalhado, o que não lhe era nada comum. Agia como se tivesse levado uma pancada na cabeça que a tivesse deixado delirante.

– O que achou do filme, Chloe? - Brian pergunta

– Foi simplesmente maravilhoso, Bri - Chloe ria atoa, até parecia embriagada.

– Concordo com você - o rapaz entra no ritmo da garota e começa a rir também - Vamos lá pra fora, Chloe, logo o cinema irá fechar

– Nós não podemos ficar aqui? - Chloe pergunta rindo constantemente em todas as suas frases

– Não, Chloe, temos que sair, eles vão fechar aqui. Podemos ficar lá fora - Brian a guia em seu malévolo plano.

Os dois saem de dentro do cinema, Chloe ainda apresentava um sorriso no rosto. Brian tentou pegá-la pela cintura, mas ela logo afastou a mão boba do rapaz. Mesmo drogada, Chloe ainda mantinha certa sanidade. Brian esperava que não fosse tão fácil.

As ruas de Los Angeles já estavam mais vazias. A madrugada se iniciava. O filme acabara tarde demais, porém Chloe não estava capacitada sequer para ver as horas.

Brian vai guiando Chloe, que não parava de falar:

– O que vamos fazer agora, Bri? - Chloe já não o chamava mais pelo nome, já inventara um apelido

Brian não responde. Chloe não sente falta da resposta. Brian a pega pela cintura novamente, mas dessa vez com mais força do que antes. O rapaz demonstrava estar impaciente, tinha pressa. Dessa vez Chloe não consegue se livrar da mão boba do amigo, já estava fraca demais para sequer conseguir andar sozinha.

Brian a empurra para um beco e ela não apresentava resposta alguma quanto a violência do rapaz.

Brian a joga contra a parede e inicia uma desavergonhada 'checagem' na garota, passando a mão por todo canto de seu corpo.

– O que é isso, Brian? - Chloe diz com a voz fraca

Brian começa a tirar a roupa da jovem, tudo ocorre rapidamente até que ele comece a tirar parte de sua roupa também

– O que você está fazendo, Brian? - Chloe começa a entrar em desespero, a jovem já não tinha forças para sequer falar - Pare Brian! Pare com isso!

Ele não diz uma palavra, o ato macabro e sem escrúpulos se inicia contra a pobre vítima de nome Chloe.

[...]

[...]

Chloe ainda estava no chão e de Dean logo a sua frente. Aquele momento pareceu uma eternidade. Chloe sentiu algo muito forte, algo que a fez se lembrar do enorme vazio que existia dentro de si. A jovem perdera a mãe quando ainda era pequena, o pai nunca mais foi visto, o padrasto certamente está morto e um dos seus piores momentos foi ser vítima de um estupro. Tudo isso alimentava o vazio dentro de Chloe, porém, inexplicavelmente ela via em Dean uma chance de acabar com todo esse vazio, uma chance de ter uma vida que ela demorou 27 anos para descobrir que nunca conseguiu ter. Dessa vez era Chloe, com sua timidez e inocência, que via uma oportunidade logo à frente.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem ter demorado um pouco. Esse capítulo certamente teve algumas coisas bem fortes. Espero que tenham captado a essência de Chloe. Ela será uma peça importante. Agora as coisas tomarão um rumo interessante
~SeriousWritter



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