Harry Potter o Começo da Procura das Horcruxes escrita por Nalamin


Capítulo 6
Capítulo 6 - Visita Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Reescrita



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As férias estavam quase a terminar. Ainda considerava Hogwarts como sua casa, mas aquele lugar trazia algumas lembranças que ainda doíam pensar nelas.

Era de manhã e o garoto estava no pequeno jardim da casa imerso em pensamentos quando alguém o fez despertar.

— Olá Harry!

Aquela voz não era de Lupin. Era uma voz doce e agradável carregada de ternura. Podia sentir um perfume floral que lhe era conhecido. Levantou-se rapidamente e virou-se para ver a dona daquela maravilhosa voz.

— Ginevra?! - gaguejou surpreso. Ele não estava à espera de ver alguém tão cedo exceto Lupin ou Dumbledore que eram os únicos bruxos com quem Harry tinha contacto.

— Chama-me assim mais uma vez e vais desejar não o ter feito.

Aproximou-se de Harry e deu-lhe uma valente estalada na cara. Ia ficar marcado.

— É só isso que tens para dizer? Ginevra? Porque não respondes às cartas que enviamos? Será que não te lembras que existem pessoas que se preocupam contigo? - explodiu – Que eu me preocupo contigo? - sussurrou.

O rapaz estava estático. Não sabia o que responder. Ginny aproximou-se e abraçou-o fortemente como se quisesse passar tudo o que sentia para ele e aos poucos Harry correspondeu ao abraço.

— Desculpa. - pediu ainda abraçada – Mas eu realmente estava preocupada. Não aguentava mais ficar sem notícias. Não sabia se lias as minhas cartas. Toda a gente está preocupada. Como estás?

Enquanto se abraçavam não conseguiam ver Remus que apreciava o momento com um sorriso. Estava cansado de ver Harry sozinho e com a crescente preocupação dos Weasleys decidiu juntar o útil ao agradável e trazer a jovem a sua casa. Quem sabe isso não aproximaria ainda mais os dois adolescentes.

— Parece que temos um novo casal. Os Potter sempre ficam perdidos por ruivas. Tal pai, tal filho.

— No final será o amor deles que nos irá salvar. - falou um homem velho, de cabelo e barba compridos e óculos de lentes meia-lua.

Dirigindo-se para a sala de estar, os dois homens conversavam sobre assuntos relacionados com Harry.

— Acho que nunca o vi tão feliz. - comentou o velho.

— Estou a cumprir um desejo dos meus melhores amigos e meu também. Não é novidade para si que eu sempre quis ficar com Harry desde que ele era um bebé. Ele é como um filho para mim. - desabafou Lupin com um sorriso sincero nos lábios.

— Parece que um faz bem ao outro. - disse Dumbledore mudando de assunto – Uma vez que Harry está ocupado com a senhorita Weasley, voltarei amanhã para falar com ele sobre aquele assunto que tinha comentado com você no outro dia.

— Ele ainda é um garoto Albus, merece um pouco de paz. Aquilo que vai contar irá acabar com a paz que ele tem agora, vai deixá-lo ainda pior. Será que não pode esperar mais um pouco? - pediu Lupin.

— É estritamente necessário que Harry saiba de tudo. Ele é o único que poderá derrotar Voldemort. Quanto mais adiarmos esta conversa, mais as trevas ganham poder. Todos estes anos eu tenho-o tratado como um miúdo cujos pais morreram quando era pequeno. Sempre que eu lhe omito algo sobre Voldemort, mais perto do perigo ele fica. Está na hora dele saber tudo para conhecer o que vai enfrentar.

— Confio no senhor. - falou Remus vendo Dumbledore a desaparecer.

Entretando, enquanto a conversa entre os mais velhos acontecia na sal, os adolescentes continuaram abraçados.

— Como estás? - voltou a perguntar a rapariga.

— Sinto muito a falta dele. - disse Harry deixando algumas lágrimas escapar.

Ginny apertou-o ainda mais contra si e depois soltou-o sentando-se no chão seguida de Harry.

— Porque não respondeste às nossas cartas? - perguntou a garota.

— Simplesmente não conseguia. Todo o mundo dizia que lamentava a morte de Sirius e dizer que sabiam o que eu estava a sentir deixava-me louco.

— Mesmo assim poderias ter dito alguma coisa. - insistiu Ginny.

— Eu sei. Obrigado pelas cartas que enviaste. Ajudaram muito, lamento não ter respondido.

— Tudo bem. Ainda bem que ajudaram, mas agora falando das férias como estão a correr? – perguntou a rapariga tentando mudar de assunto para deixar o rapaz mais à vontade.

— Foram diferentes, mas boas. Não foram monótonas como aquelas que passava em casa dos Dursley nem muito dinâmicas, por assim dizer, como as que passei em tua casa. Estar com Remus ajudou a pensar menos na morte de Sirius. Ele ajudou-me a treinar DCAT e feitiços avançados e ainda deu uma ajuda em poções. Sempre havia algo a fazer.

— Parece que alguém vai começar a dar-me algumas aulas particulares Sr. Potter. – brincou Ginny.

— Só se a senhorita se comportar. – riu-se Harry tocando no ombro da garota.

Os dois passaram a manhã toda a conversar sobre os mais variados assuntos até que Lupin os chamou para almoçar.

O professor podia jurar que era a primeira vez nas férias que Harry estava totalmente feliz. Parecia que as ruivinhas eram a cura para todos os males quando se tratava de um Potter.

— Vejo que a visita da ruivinha fez progressos. O nosso Harry está mais contente. - brincou Remus deixando os dois vermelhos como o cabelo dos Weasleys.

— Remus! - chamou Harry encabulado.

— Desculpem. Então Ginny, quais as novidades? - perguntou mudando de assunto tentando descontrair o ambiente que se instalou. - Como estão os Weasleys? - continuando sabendo que lá no fundo Harry queria fazer essa pergunta, mas não tinha coragem.

— A minha mãe não para em casa, está sempre a mandar o pessoal fazer alguma coisa e a tentar saber novidades de Harry, foi por isso que ela concordou que eu viesse depois de uma conversa que tive com ela. O meu pai tem trabalhado mais no Ministério, toda a gente tem tido mais trabalho desde a invasão ao Ministério. – contou reparando que Harry ficou tenso de repente e dando conta que o fez lembrar de Sirius – Desculpem. Eu esqueci.

— Está tudo bem. - respondeu Harry começando a relaxar – Não tens culpa por falar de algo que aconteceu. Mais tarde ou mais cedo vou ouvir falar sobre esse assunto. Não há nada que eu possa fazer pra mudar o passado. Tenho de viver com as consequências e aprender com os erros. - disse mostrando uma maturidade surpreendendo até Lupin. - Continua.

— Will está noivo de Fleur Delacour, Charlie tem uma namorada chamada Katerina que trabalha com ele na Roménia, Fred e George dão com a mãe em doida com tanta confusão e Fred está namorando Angelina o que faz com que George faça muitas piadas. Percy pediu desculpa por não ter acreditado em ti e no Dumbledore e ter-se afastado de nós e Ron está um pouco em baixo porque não recebe nenhuma carta tua, tal como Hermione. - Relatou Ginny rapidamente. - Mas no geral toda a gente está preocupada contigo.

Harry baixou a cabeça. Ele não gostava que as pessoas ficassem preocupadas com ele. Depois da conversa que teve com Ginny naquela manhã o rapaz percebeu que devia ter enviado pelo menos uma carta aos seus amigos.

Lupin observava tudo contente. Não via Harry assim há muito tempo. A presença de Ginevra estava a fazer-lhe muito bem. Talvez melhor do que se fosse a presença de outra pessoa. Eles podiam ainda não ter percebido, mas tendo conhecido James e Lily, via que esses dois eram iguais, mas com menos brigas. Os dois gostavam um do outro, Lupin só esperava que não demorassem muito a admitir como os pais do garoto pois uma guerra já havia sido declarada no Ministério e Harry precisava de alguém em quem encontrar forças e esse alguém era a Weasley mais nova.

— Quando acabarem podem sair. Eu arrumo tudo. Vocês têm de pôr a conversa em dia. - disse Lupin quando reparou que os garotos terminavam de comer.

Depois do almoço e alguma insistência por parte dos adolescentes para ajudar Remus, os dois encaminharam-se novamente para o jardim.

Depois de passarem metade da tarde a pôr a conversa em dia, Harry e Ginny ainda jogaram xadrez bruxo no qual Harry, depois de ter treinado com Lupin durante as férias, ganhou 3 das 7 partidas.

Quando se cansaram de jogar entraram em casa e foram para a sala ver televisão com Lupin. Ginny, que não tinha aquele aparelho trouxa em casa, achou aquilo uma novidade fazendo com que Lupin e Harry se esforçassem para lhe explicar como aquilo funcionava.

— Parece que afinal de contas os trouxas safam-se bem sem magia. - disse por fim.

— Então o que os fez vir para dentro de casa? Já se cansaram? - perguntou Lupin quando os adolescentes se sentaram um ao lado do outro no sofá.

— Harry ganhou no xadrez bruxo. - disse a garota com naturalidade. Já estava habituada à presença de Remus.

— Tive um bom professor durante as férias. - respondeu Harry olhando para o antigo professor.

— Não é justo, tiveste o professor Lupin - Remo lançou-lhe um olhar feio – desculpa ainda não estou habituada. - disse um pouco corada. - Tiveste Lupin a ajudar-te, em casa, Ron não me ensina.

— Não te preocupes ruiva, eu ensino-te depois. - falou Harry.

— Sabias que o teu pai também chamava Lily de ruiva na escola? - comentou Lupin e vendo que ambos os garotos ficaram constrangidos mudou de assunto. - Então gostaram do dia? Divertiram-se?

— Não me sentia assim há muito tempo. - confessou o garoto – Já entreguei a Ginny a carta para os Weasleys. Gostaria que ela ficasse aqui mais tempo, mas o dia está a terminar.

— A ruivinha aqui vai voltar. Eu sei que me adoras. - disse a garota na brincadeira.

De repente, Remus teve uma ideia e falou:

— Porque é que a Ginny não passa aqui o resto das férias? Eu falo com a Molly e o Arthur se for necessário.

A rapariga pareceu pensar um pouco. Desde muito nova que gostava de Harry Potter e pensar que poderia morar com ele o resto das férias sem a interferência dos seus irmãos...muito tentador.

— Tudo bem para ti Harry? - perguntou. Por mais que quisesse ficar, precisava da opinião de Harry.

— Vai ser bom. - respondeu o garoto passado algum tempo.

— Então vou falar com a mãe ainda hoje. - falou satisfeita.

Harry, Ginny e Lupin ainda ficaram a ver televisão, jogaram jogos bruxos e trouxas que Ginny admirou imenso e jantaram. No final, a garota, como já estava tarde e a sua mãe provavelmente estaria um pouco preocupada e ansiosa para saber como correu com Harry, disse:

— Está tarde, acho que é melhor ir embora.

— Tudo bem, eu acompanho-te até casa. Vamos aparatar. Harry vens? - perguntou Lupin.

Depois que Potter foi morar com Lupin, Dumbledore aparecia de vez em quando e numa dessas vezes informou Harry e Remus, que tinha conversado com o Ministro da Magia e que ,devido às circunstâncias, ou seja, à guerra que já se encontrava à espreita, iriam abrir uma exceção para Harry poder fazer o seu teste de aparatação antes da maioridade bruxa e como tal, Harry tinha realizado e passado no mesmo há 3 dias quando um homem do Ministério o veio avaliar.

— Eu não sei. - disse o rapaz. Neste momento, sentia-se envergonhado  por não ter visitado os Weasleys uma única vez durante as férias ou respondido às cartas.

— Pelo menos acompanhe-me até lá. Não precisas de entrar em casa. - pediu Ginny que queria estar o máximo de tempo possível com ele.

— Tudo bem.

— Vão na frente que eu preciso de ir buscar uma coisa. - pediu Lupin. - Harry pode aparatar. - acrescentou.

— O Ministério deixou-me fazer o teste de aparatação mais cedo. - respondeu Harry adivinhando a pergunta que Ginny ia fazer.

A Weasley pegou a mão de Harry e ambos sentiram a sensação horrível da aparataçãoo quando apareceram numa colina que ficava perto da casa dos Weasleys.

Ginny, que ainda não estava habituada a aparatar, sentiu-se uma tontura e desequilibrou-se. Só não caiu porque Harry foi mais rápido e amparou-a aproximando os seus rostos. Quando estavam próximos o suficiente para os seus lábios tocarem levemente ouviram um barulho vindo de trás deles.

— Desculpem se interrompo alguma coisa. - falou Lupin que tinha aparatado momentos antes vendo o quase beijo e interrompendo-o acidentalmente.

— Não interrompeste nada. - disse Harry levemente corado recompondo-se e soltando Gina depois de verificar se ela estava bem.

— Não era o que parecia. - Murmurou baixinho o mais velho.            

— Vamos? - perguntou a garota recompondo-se.

— Ainda não me sinto à vontade. Desculpem. Vemo-nos amanhã, espero. - disse Harry e num pequeno ato de coragem pegou no rosto da garota e, carinhosamente, deu-lhe um beijo demorado na testa. E aparatou.

Harry apareceu à porta da casa onde vivia, uma vez que a mesma tinha um feitiço de anti-aparatação, para não ter surpresas indesejadas, que impedia que aparatassem dentro da mesma. Entrou e dirigiu-se para o quarto, deitou-se na cama, refletiu sobre o seu dia e adormeceu.

Enquanto isso na casa dos Weasleys, Ginny e Remus tinham acabado de entrar, sendo recebidos pela família e Hermione, que sempre passava o fim das férias naquela casa.

— Boa noite pessoal. Peço desculpa por demorar a trazer Ginny a casa, mas perdemos a noção do tempo. - falou Lupin para todos que estavam na sala a conversar.

—Sentem-se. Querem comer alguma coisa? - perguntou a sra. Weasley.

Não era novidade para ninguém que Harry era como um filho para a Molly e quando Harry não respondia às cartas e não os veio visitar ela ficou triste por pensar na triste vida do garoto, que tinha perdido os pais, era odiado pelos tios e que recentemente perdera o padrinho.

Hermione olhava para Ginevra. Sabia da paixão que a ruiva nutria por Harry. A morena e Ron não tinham percebido o porquê de não terem sido eles a visitar Harry, mas no fundo sabia que essa visita seria boa para a ruiva se aproximar mais do garoto que gostava e Harry talvez se abrisse melhor com ela. Foi com a ruiva que Harry tinha encontrado uma espécie de porto seguro apesar de ele não ter notado.

— Acho que já não vamos pregar aquela partida ao Harry, Fred. - disse George depois de alguns segundos – Afinal, nós dissemos que fazíamos isso se ele não enviasse uma carta e ele enviou. - completou olhando para a mão da irmã onde jazia a carta.

— É, talvez numa outra altura ou numa outra pessoa George. - continuou Fred.

— Reparaste que a nossa irmãzinha voltou muito contente? - perguntou o gémeo.

— Tens toda a razão irmão. - respondeu o outro.

— Acho que Ginny viu o passarinho azul. - falaram os gémeos ao mesmo tempo. - Depois queremos saber detalhes.

— Vocês não aprendem nunca. - falou a sra. Weasley.

— Molly, Arthur - Chamou Remus. - Gostaria que deixassem Ginny passar o resto das férias comigo e com Harry.

 

— A nossa irmazinha ainda é muito nova. Harry tem de nos pedir autorização. - disseram os gémeos.

— E porque ela haveria de passar os resto das férias com Harry e não nós que somos os melhores amigos dele? - perguntou Ron chateado.

— Porque é comigo que ele se sente bem! - falou Ginny alto. - Eu passei dia e noite na enfermaria de Hogwarts ao lado dele enquanto vocês ficavam na sala comum a lamentar o facto de não terem impedido Harry de ir ao Ministério. Eu estive lá quando ele acordou a perguntar pelo padrinho. Fui eu quem o lembrou da morte da pessoa que ele tinha como um pai quando acordou e perguntou por Sirius.

— Ginny - falou Hermione baixinho. Mas a garota não ouviu e continuou:

— Foi comigo que ele desabafou quando lembrava de Sirius, eu estive sempre com ele quando chorava a morte de Sirius, enquanto vocês às vezes o evitavam. Durante as férias eu enviava-lhe cartas mesmo que ele não respondesse ao contrário de vocês eu não desisti de tentar receber uma resposta dele. Posso não o conhecer nem conviver há muito tempo como você Ron, mas eu o conheço. Sei porque se isolou, sei o que sente e eu estou farta de o ver sofrer e quero ajudá-lo - as lágrimas já dificultavam o que queria dizer e falando mais baixo disse – porque o amo.

Hermione já sabia o que a garota sentia tal como Molly, o marido e Lupin já desconfiavam.

— Desculpe. - pediu Rony com a cabeça baixa.

— Molly peço-lhe que a deixe ficar connosco o resto das férias. Ela faz bem a Harry. Desde que ele foi morar comigo não o tinha visto sorrir tão sinceramente como hoje. - pediu Remus.

— Tudo bem. - disse Molly limpando as lágrimas e sentando a filha ao seu lado. - Harry ficará bem com ela. Pode ser que até o convença a passar por cá.


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