Memórias de um Aprendiz escrita por Dija Darkdija


Capítulo 38
Parte 2, Capítulos 22 e 23


Notas iniciais do capítulo

Estamos na reta final. Finalmente o líder dos inimigos! Curiosos para saber quem ele é? Então boa leitura!



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Capítulo 22 – Separação

– Se você conseguir me seguir, até pensarei no assunto, ó “grande” imperador! – diz a misteriosa pessoa, e pula em seguida para dentro da barreira que protege o continente gelado. Teoricamente ela deveria cair no mar, mas começa a atravessar uma ponte negra de nuvens que se materializa abaixo de seus pés e a sua volta. O grupo fica impedido de prosseguir pela barreira e pelos soldados que alcançam e cercam novamente o grupo.

O aprendiz tem uma ideia, e sente que deve colocá-la em prática o mais rápido possível. Ele faz uma rápida mesura e guarda as katanas.

– Palavra da sombra: controle. – Diz ele, fitando os aiodromes, que vão se posicionando em volta deles, como se fossem seus. – Perdão Srta, mas é preciso.

– Vá, a missão é sua. – diz Yumi.

– Na verdade, nossa. – retruca ele, montando na raposa, dessa vez atrás da sacerdotisa. Os aiodromes se posicionam em volta deles e abrem um buraco na barreira, assim o trio tem espaço para correr para o continente gelado. Após atravessar a barreira, uma ponte de aiodromes se forma embaixo da raposa, e à medida que estes passam a ponta se desfaz e refaz mais a frente. Uma ponte que apenas eles podem atravessar. Após atravessar a ponte (com alguns estranhos espectros facilmente derrotados pelo caminho) o aprendiz desfaz a técnica de controle e os aiodromes rapidamente são invocados pela arquiduquesa.

– Podemos parar de brincar agora ou você ainda precisa se aquecer? – pergunta Yumi.

– A verdadeira forma irá revelar-se. As garras de Gran! – grita o meio orc. Sua aura se torna imensuravelmente densa e assustadora, e sua espada se divide em duas lâminas arredondadas, que parecem extensões de suas mãos. Como se fossem garras, as “novas armas” proporcionam mais agilidade e potência nos ataques do general, que começa a devastar o séquito inimigo. Enquanto a devastação começa, o casal finalmente chega ao continente gelado.

– Acho que não viemos a caráter... Mas também acho que não temos tempo para trocar nossas roupas por roupas brancas de frio – comenta Raitun.

– Infelizmente, não. Odeio usar preto quando está nevando. – responde Lilly.

– Kitsu, vá ajudar os outros.

– Como se eles precisassem. Bem, vou competir com o meio orc.

– Vamos – diz Raitun, pegando a mão de Lilith, segurando uma espada na outra mão.

– Solte a minha mão e use as duas espadas. Estamos prestes a encontrar o inimigo mais poderoso já visto...

– Se eu largar sua mão, ou essa espada, não poderei te proteger. Se eu segurar uma espada a mais, não poderei te segurar, te abraçar.

Lilith mostra novamente seu doce sorriso para o aprendiz raposa após aquelas palavras. Ela puxa a segunda katana do jovem e a pousa sobre a sua mão, dizendo?

– Lute com tudo. Use até três espadas e nove caudas se preciso. Nosso amor nos protegerá, e nosso amor nos manterá unidos.

– Bonito... Comovente... E clichê pra caramba!!! – diz a figura misteriosa, que avança flutuando rapidamente. Raitun toma posição defensiva, porém Lilith toma a sua frente e defende a investida da foice com o Mihawk. Após se afastarem, ela retruca.

– Sabia que era você – diz sorrindo – há quanto tempo, não é?

– Como você soube quem era?– pergunta o aprendiz, mais confuso do que nunca.

– Ressonância. Quando duas pessoas de alto nível estão lutando e suas armas se chocam elas ressoam, e é possível saber um pouco do que o outro sente; um pouco da sua história, um pouco de seu coração. Grandes amigos são ótimos rivais, vice versa.

– Exatamente, elfa. – comenta a figura enquanto tira seu capuz, e ao fazer isso revela o que o garoto temia ser apenas um fantasma do passado: um fantasma chamado Mizumi Hatsumomo.

– Como... –balbucia o aprendiz de alguma forma.

– Ressuscitada pelo Darklord Rag-Finnaros. – diz Hatsumomo

– Magia negra...

– Hora de continuar a historinha... E na minha história, você morre! – diz Hatsumomo sorrindo diabolicamente, pondo-se em posição de ataque. Logo ela começa a atacar. Começa uma nova luta entre as duas mulheres. Elas sabem que tempo para pensar em uma luta de tal nível é algo que não deve ser dado ao inimigo.

– Raitun!

– O que ordenas, minha Lady?

– Sem tempo para gracejos, ou para mais nada. – diz ela, segurando Hatsumomo com um golpe – Tempo de mostrar como uma raposa vence um lobo.

O garoto inspira, por instantes hesita, e por fim suspira.

– Como desejar... –diz finalmente, fitando seus olhos de raposa em uma silhueta distante e embaçada por uma névoa. Porém é daquele lugar que vem uma presença perversa. É o tipo de lugar que seus instintos de sobrevivência pedem para não chegar perto. Aperta mais do que nunca as katanas nas mãos, andando de encontro ao seu tão esperado [por outros] destino, com um misto de medo e excitação. Enquanto ele apenas caminha, os outros dão duros lutando com tudo. Em Montris, a estratégia ainda está contendo os números, e Karen e Elissa estão em um belo combate. Apesar do escudo enorme, a comandante não consegue defender todos os golpes, bem como Karen apesar de ágil não consegue desviar todos os golpes do machado de Elissa.

– Vamos para os golpes finais de uma vez? Se continuarmos assim cairemos sem fôlego e em empate. Odeio empates... – comenta Karen

– Boa ideia.

– Segundo limite: Alma! – grita Karen de forma devastadora. Com razão, a quebra do limite da alma é devastadora. Seu corpo sofrerá danos contínuos, sua mana chegará ao nível de um Lorde imperial. E rapidamente ela se dirige para a condessa, porém é essa a que ataca primeira. Seu escudo aumenta de tamanho e é posicionado na direção do alvo, a tempo de defender um chute de Karen tão poderoso que arrasta a condessa para trás com escudo e tudo (e provoca uma onda de choque que afasta tudo em volta). Após isso ela junta todo o seu poder restante no escudo.

– Canhão Elissia. – todo o poder concentrado no escuro é lançado como uma rajada de mana pura e densa. Karen consegue conter de certa forma o ataque cruzando seus braços na frente do corpo (isso faz com que ela sofra mais danos, o ataque foi contido, não refletido). A rajada era tão massiva e destruidora que o pouco que não foi contido arrasa algumas dezenas de soldados como formigas. Realmente assustador o jeito como os guerreiros de alto nível eram tão... “superiores”, “diferentes” dos outros. E o susto continua: Karen finalmente acha a falha na guarda do inimigo, agarra Elissa e arrasta de encontro à barreira.

– Elas não vão agüentar... Todas elas. – comenta o ancião. Com todo aquele dano recebido Karen sabe que não pode manter-se de pé por muito tempo, e como combinado, parte para o golpe final.

– Mil e uma palmas da alma de um punho bêbado! – o golpe era uma sequência de golpes com a palma da mão muito rápida, não tem como se dizer se eram realmente mil golpes. A parte importante e realmente assustadora aconteceu depois da última palma ser depositada com todas as forças sobre o corpo da condessa.

Se o comandante não fosse o ancião, e sim algum comandante qualquer, teria mergulhado em desespero e desistido diante da situação. E tinha um ótimo motivo: a barreira em volta da cidade foi quebrada com o golpe de Karen, e os ataques dos dragões não o deixariam refazê-la. Midgard tinha agora o inimigo batendo à sua porta. Porém se há sombra, é por que existe luz em algum lugar. Kitsu trouxe o restante do octeto para dentro da cidade.

Capítulo 23 – Encontro

– Precisamos segurá-los aqui. É o ponto do qual eles não passam.

E o inimigo passou. As portas de defesa da cidade foram derrubadas e o inimigo adentrou a cidade. Para alguns, medo. Para outros, o sangue finalmente começa a jorrar e encharcar aquelas terras. Para meio-orcs e raposas, começa a competição.

– 20, 21, 22 – diz Sigfried, contando as cabeças rolando diante de suas lâminas.

– 24, 25... – retruca Kitsu.

– Você não vai me vencer nem tão cedo, raposa idiota! – e ambos continuam a matança, e em meio a um descuido um soldado tão truculento quanto o próprio general meio orc transpassa uma espada na barriga do nosso destruidor de exércitos. Um fato tão raro e inesperado que tudo e todos pareciam ter parado no tempo. Todos menos uma.

“Por estarmos nos contendo alguém importante se machucou. Não. Não irei mais me conter.” Pensa ela. Era a arquiduquesa. No instante em que tudo parou apenas uma voz foi ouvida naquele lugar.

– Kono chikara de... Taisetsu na koto wo mamoru! Aiodus! (“Com este poder protegerei as coisas importantes”. Não sei por que ela falou em outra língua, talvez seja preciso.) O grito eleva sua mana e libera sua arma. Seu báculo agora é uma adornada e monstruosa maça, com a qual ela começa a esmagar o inimigo, fazendo-o recuar até a porta da cidade. De lá eles podem proteger efetivamente e impedir novas invasões.

– Sem vacilar! Sem se conter! Vamos proteger este lugar com cada pedaço das nossas almas! – grita ela. O aprendiz nesse momento escuta aquele grito que também quebrou o silêncio do continente gelado.

– “Com este poder vou proteger as coisas importantes, Aiodus.” Palavras nobres, perfeitas para liberar aquela arma.

– Você deve saber muito sobre palavras nobres, garoto. Espero que essa sabedoria tenha alguma serventia. – diz uma voz masculina, densa e rouca, vinda de uma presença que o faz tremer. Um espírito lotado de ódio em seu coração. Sentado em um trono de gelo estava o alvo do aprendiz: Rag-Finnaros. Raitun toma coragem e pula em cima do lorde das trevas diretamente. Este aponta para o garoto, lançando uma rajada de mana que obriga o aprendiz a se defender pulando para o lado.

– Interessante, porém muito mal educado. Atacar antes que eu termine de falar, realmente mal educado. Seus amigos são fortes. Se eu não tivesse a habilidade de continuamente reviver meus exércitos eles já teriam sido dizimados com um golpe conjunto deles. – o lorde se levanta do trono (que se desfaz atrás dele) e o medo em Raitun é o que se refaz, maior do que nunca. Rag-Finnaros era tão alto e musculoso quanto o general meio orc, e em adicional tinha seu corpo revestido por uma armadura negra lotada de detalhes que lembravam lobos.

– Eu sou o senhor de Antartia, sou o Darklord Rag-Finnaros. Tenha a educação de me dizer seu nome, já que veio até mim. Antes de ser destroçado, diga-me qual o seu nome.

– Sou o trigésimo sétimo Lupuoskirus de Montris, Omni Raitun. – responde o aprendiz, se colocando em posição de ataque. Rag-Finnaros materializa seu machado de guerra antes de fazer o mesmo. Aos olhos do garoto, uma lança com lâmina de machado gigante, por ser maior que o próprio cavaleiro das trevas. Na ponta do machado estava pendurado um elmo, que lembrava o formato da cabeça de um lobo. Rag-Finnaros faz o que parecia impossível para o garoto? Ficar mais assustador, cingindo e fechando seu elmo. Um machado gigante portado por um gigante de armadura antropozoomórfica, este era o inimigo de Raitun.

– Mostre do que você é capaz garoto, mostre se é realmente digno desse título ou se apenas quis andar muito antes de morrer.

“Espero que você seja lento com esse tamanho todo” pensa o garoto, e finalmente decide atacar. Raitun ataca usando a segunda dança, e após duas lâminas de uma sequência de golpes o aprendiz percebe que seus medos deveriam ser maiores do que ele conseguiria sentir. Nenhum dano no inimigo após o golpe, nenhum centímetro movido após o golpe. Nada. O garoto não tem muito tempo para pensar naquela cena assustadora, precisa desviar dos golpes do cavaleiro do machado. Consegue com certa dificuldade e esforço, mas se sente até feliz por isso. E em meio a uma luta que parece começar com o fim pré-escrito, as indagações surgem. “Por que meus ataques não surtem nenhum efeito?”. E desvia de mais um golpe. “Só isso é o que eu consigo fazer? Eu vim apenas para morrer? A diferença entre nós é tão grande assim? Vou morrer nem ao menos conseguir arranhar o inimigo?” E vem mais e mais golpes que não deixam o aprendiz pensar, tomar fôlego.


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Notas finais do capítulo

Pois é, gente. O Rag-Finnaros é do mau. É brutal. Ah sim, uma curiosidade. O nome original era "Ragnaros". E eu mudei ao longo do tempo, mas estou pensando em desmudar. Então, o que vocês acham? Desmudo ou não? rsrs Enfim, até a próxima! Tá acabando, mas ainda tem outro livro pronto!

Ah sim, antes que eu me esqueça, ainda não recuperei o arquivo necessário para a paródia dos cavaleiros, massss... eu postei uma oneshot nova que eu fiz em homenagem a uma amiga. Quem quiser pode dar uma conferida lá no meu perfil. Se chama "O defeito dá qualidade". Obrigado pelas leituras, e até a próxima!!



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