Música do capítulo: Aqui

Oito anos atrás...

O clima era agradável, vento estava fraco o sol brilhava no céu totalmente azul, o parque estava repleto de crianças brincando, sorrindo, gritando e correndo, um pouco afastado do parquinho em que as crianças normalmente ficavam, duas garotinhas estavam sentadas abaixo de uma grande arvore que era cheia de flores rosas.

-Vamos Melody. –Insistiu a pequena garota de cabelos negros.

-Mas vai doer? –Perguntou a pequena de cabelos dourados.

-Só um pouquinho, mas eu vou fazer um curativo para você, igual daquela vez que se cortou com papel, lembra? –Perguntou a morena.

Melody sorriu lembrando-se de quando a amiga cuidou de seu corte, ela confiava completamente na amiga, pois a mesma sempre esteve com ela.

-Tudo bem. –falou a loira vendo a morena abrir a tesoura e posicionar na palma da mão. –Espera! –gritou ela.

-O que foi? –questionou a morena confusa.

-Onde você viu isso?

-Em um filme. –a pequena disse dando ombros.

-Então da certo? –perguntou a loira ainda com receio de fazer aquilo.

-Sim, no filme deu. –a morena respondeu observando a amiga que parecia pensativa.

-Podemos fazer na ponta do dedo? Seria a mesma coisa não seria?

-Acho que sim, então será na ponta do dedo. –A pequena garota de cabelos negros pegou a tesoura sem medo nenhum a posicionando sobre a ponta de seu dedo indicador e forçando sobre a pele causando um pequeno corte, logo entregou a tesoura a amiga. –Sua vez.

-Sa...

-Vamos Mel, por favor. –insistiu a morena e Melody fez o mesmo que a amiga, porém ela deixou escapar uma lágrima. –Tá tudo bem.

-O que fazemos agora? –perguntou Mel.

Melody encarou a amiga que com a mão sem corte pegou a sua mão, colocando seu corte sobre o corte dela e segurando por alguns segundos.

-Agora temos que dizer juntas. Amigas para sempre. –a loira assentiu enquanto a amiga silabou a contagem regressiva até o três.

-Amigas para sempre! –disseram juntas e em seguida sorriram.

Cinco anos depois...

“This innocence is brilliant
I hope that it will stay
This moment is perfect
Please don't go away…”

O celular da garota começou a tocar, logo ela pegou o celular e sem nem olhar no visor ela sabia quem era, a garota respirou fundo e olhou para frente vendo sobre si um par olhos azuis furiosos, a garota gelou e a garota de cabelos tão loiros que chegavam a quase serem brancos a sua frente lhe tomou o celular.

-Pensei que já tivesse cortado o contado com ela. –A garota um ano mais vela que Melody disse balançando o celular que logo parou de tocar.

-Nayla, por favor ela se mudou semana passada ela pode estar preci...

-Melody, olha para minha cara e vê se eu tenho piedade de garotinhas como você? Você sabe como as coisas funcionam, ou você corta de vez o contato com ela, ou esqueça tudo, você não será uma de nós. –Falou Nayla fria como sempre.

-Mas...

-Melody, com a gente você terá tudo o que sempre quis, ser linda, popular, terá garotos aos seus pés, lições os nerds farão para você sem questionar, sua vida será nova e melhor. –Nayla disse e pegou no queixo da loira a sua frente levantando o rosto dela a fazendo encarar seus olhos azuis tão frios quanto ela mesma. -Queridinha, nós somos suas amigas agora, ela te abandonou, foi embora e te deixou sozinha, tá na hora de seguir em frente e ser alguém na vida... –o celular voltou a tocar e Nayla entregou o celular na mão de Melody.

-Nayla, eu...

-Rejeite a ligação dela agora, ela irá se tocar e não ligará mais, faça isso agora ou já sabe!

A menina segurou o celular com força e respirou fundo, em sua cabeça Nayla estava certa, sua amiga havia a abandonado ela precisava seguir em frente, ser melhor, a garota respirou fundo e logo rejeitou a ligação da amiga, no mesmo instante sentiu um aperto no coração como se tivesse perdido algo muito importante e que não sabia onde procurar.

-Agora apague o contato. –Melody simplesmente assentiu apagando o numero da amiga com o mesmo aperto no coração. –Muito bem queridinha, seja bem vinda, agora você pode começar a se tornar uma de nós. –Nayla sorriu puxando Melody para dentro de sua casa.

Em outra cidade...

Sarah chegou da escola como sempre calada, entrou em casa que estava silenciosa, provavelmente sua mãe e seu pai já deveriam ter ido trabalhar e sua irmã deveria estar no jardim.

Já fazia uma semana que a família Sarah havia se mudado para aquela cidade idiota, como diria a menina, era seu quinto dia no colégio novo e era simplesmente péssimo, ela era uma novata que estava entrando quase no meio do ano letivo, estava sempre com roupas folgadas e um all star imundo o que já fazia as pessoas olharem para ela de uma forma critica, vivia calada na dela com os fones de ouvido a todo momentos e mexendo em uma pulseira em seu braço, as pessoas diziam que ela era estranha, e inventavam histórias que sua família era uma família de assassinos e que se mudaram para cidade atrás de mais vitimas, falavam do peso da garota, por ela ser um pouco mais gordinha, Isso magoava muito Sarah que não entendia o porquê deles fazerem isso com ela.

Apesar de tudo isso não era o pior, desde que a menina se mudou tem tentado falar com sua amiga, mas a mesma nunca atendia ao telefone.

Sarah entrou em seu quarto jogando a mochila em um canto, tirou seus sapatos e pulou na cama, desconectou os fones de seu celular e digitou o numero da amiga que sabia de cor. Como nos dias anteriores o telefone só chamava até cair na caixa postal, a menina suspirou se levantando decidindo ligar mais tarde.

Ela desceu as escadas de casa correndo como sempre, foi até a cozinha tomando um copo de água, logo subindo novamente para seu quarto, assim que entrou encarou o celular e decidiu ligar novamente, ela pegou seu celular e se apoio na janela de seu quarto, discou o numero já tão conhecido por ela e deixou no viva voz, após alguns toques o numero deu ocupado, diferentes das outras vezes que simplesmente caia na caixa postal.

Sarah já nervosa e triste com aquilo jogou o celular contra a parede fazendo o mesmo quebrar o visor e desmontar-se, ela encostou-se à parede e escorregou pela mesma até encontrar o chão, logo deixando as lágrimas de magoa descerem por seu rosto, aquilo doía muito nela, ser rejeitada, novamente, e dessa vez pela pessoa que menos esperava ser.

Passos rápidos vindos do andar de baixo pode ser ouvidos e logo uma garota de cabelos castanhos e longos estava parada na porta do quarto de Sarah olhando para a mesma e para o celular quebrado no chão, a garota se aproximou de Sarah que chorava abraçando seus joelhos e se sentou ao lado dela.

-Vai ficar tudo bem princesa, eu prometo. –disse ela enquanto abraça Sarah que continuava aos prantos.