–DAMON! VOCÊ VAI TOMAR BANHO SIM!- gritei pela décima vez, Damon quando estava bêbado era tipo aquelas crianças de 6 anos que não gostavam de tomar banho e faziam birra até conseguir fazer com que ela tivesse o que queria. -NÃO!- negou fazendo beiço e cruzado os braços, estávamos nesse dilema há horas, Damon estava começando a me irritar. -aff- bufei buscando uma solução em minha cabeça pensa Elena, pensa- já sei- sorri presunçosa- se você tomar banho eu te dou uma recompensa- sorriu malicioso gostando da idéia. -e o que seria?- perguntou interessado. -isso a gente decidi depois- pisquei para ele que cedeu ao banho- o que me diz?- perguntei e ele disse com voz de bêbado. -partiu- correu pro banheiro ficando somente de cueca Box preta e eu liguei a ducha no gelado e o empurrei pra baixo dele. -AAAH DROGA ELENA! TÁ FRIO- gritou quando seu corpo entrou em contato com a água fria. -isso é pra você aprender a não encher a cara no inverno em plena luz do dia, seu maluco!- o repreendi, ele já estava mais consciente e culpado. -desculpa mãe!- exclamou e eu revirei os olhos, Damon chato! “mas é o chato que você- minha consciência me apontou- ama”- bufei com minha amada (sinta a ironia) e adorada consciência (ironia de novo). -cala a boca- bufei e Damon achou que foi pra ele e cruzou os braços sobre os músculos do peitoral. -vem. Calar- desafiou com um sorriso do diabo nos lábios, desliguei o chuveiro e o entreguei a toalha branca com azul. -se seca que eu vou ver se acho alguma roupa pra você vestir por que aquela está cheirando e suja de vomito. Esqueci de falar, mas Damon vomitou no meu carro... Flash back on “-por que você me deixou? Eu queria taaaaanto ter uma casa em nova York, um cachorro e duas filhas com você- Damon pela terceira vez me chamou perguntando a mesma coisa, eu estava de saco cheio, odeio papo de bêbado! Bufei e ele se sentou no banco de trás -Calma Elena, ele bebeu de mais, não está em condições de raciocinar direito- parei num sinal fechado e esperei um tempo me acalmando, a rua estava deserta. -Elena- chamou. -o que foi Damon?- perguntei suspirando. -você ainda me ama?- sua voz soou baixa e prejudicada pelo choro, realmente Elena, você ainda o ama?- me perguntei e a minha nova consciência chata que decidiu me incomodar depois que a outra foi morta junto com as minhas possíveis magoas bateu um pé no chão e gritou comigo. “mas é claro que ama sua imbecil!”- revirei os olhos e não o respondi, o sinal abriu e eu o avancei. -Elenita, você tá mais chatinha do que eu me lembrava, sabe?- Damon escorou a cabeça no vidro analisando os borrões do verde das árvores passando rápido. -você não está em condições de lembrar nada agora Damon- disse contando até dez e apertando o volante fortemente, não ia pirar agora. “você já é pirada Elenita”- Juliana (minha consciência loira e meio ninfomaníaca) ficou rindo de mim enquanto comia uma fatia de pizza e se lambuzava toda com o ketchup. Revirei os olhos mentalmente e massageei a testa com os dois dedos quando paramos em outro- e por glória de deus o ultimo- sinal vermelho que ficava na esquina da minha casa, era incrível uma cidade tão pequena como Mystic Falls ter tantas sinaleiras, incrível! -Elena?- Damon chamou e eu exaltei a voz. -O QUE É DAMON?- perguntei o deixando assustado, bêbado nojento! -acho que eu vou... - nem terminou a frase e um jato de gosma nojenta voou da sua boca sujando o carpete e o próprio Damon e eu gritei. -NÃOOO! MEU CARRO- eu pus a mão na boca e o sinal abriu” O carro ficou podre! Abri o meu armário e peguei uma camisa que era dele e uma calça de moletom, veio sem querer junto com minhas coisas e eu não tinha coragem de devolver, pois sempre que podia eu as cheirava. “coisa de louco, ops! Esqueci-me, você é louca!”- Juliana ria da minha cara enquanto suas pernas estavam jogadas num dos braços da poltrona verde musgo-que originalmente apelidei de “a cor verde coco”- e suas costas escoradas no outro braço enquanto pendia sua cabeça para trás com seus cachos loiros balançando. Affz! Voltei para o meu quarto e o entreguei a muda de roupa por uma fresta a porta branca, não queria mais velo daquele jeito, isso me deixava meio fora de mim e eu tinha que brigar com Juliana, meu próprio subconsciente! Quando ele saiu do banheiro estava com a blusa cinza escuro e a calça de moletom cinza mais claro, com os cabelos desgrenhados e molhados, minha perdição! Voltei a mim e suspirei. -Elena- ele sorriu pra mim e veio me abraçar, por segundos eu pensei em não corresponder, continuei com os braços cruzados e cara de espanto, me recusando a respirar seu perfume, mas quando o fiz não agüentei e cedi ao abraço o rodeando com os meus braços. Ele inalou o meu perfume e sorriu. -eu senti tanto a sua falta pequena- disse agora mais consciente, suspirei e travei meu maxilar, tentando impedir as lagrimas que eram teimosas o suficiente para tentarem, a todo custo, sair. -me perdoa, por favor- pediu e eu desviei do assunto e de seu calor. -você precisa dormir um pouco, não vou te deixar sair nesse estado- eu olhava para todas as coisas, todos os lados para não olhar em suas pedras azuis decepcionadas -vem- o puxei pela mão até a minha cama e afastei as cobertas. Ele entrou debaixo delas e se tapou, sorriu pra mim e seus olhos brilharam parecendo que teve uma idéia. -deita comigo?- pediu e eu neguei. -não Damon, não posso- fez um beiço enorme. --1 HORA DEPOIS-- Damon me convenceu dormir com ele, agora eu estou o olhando, por que dormir que é bom, nada... Ele está do jeito que eu me lembrava, seu peito subia e descia, sua respiração estava leve, sua boca entreaberta e seus fios negros desgrenhados em um tom sexy. Passei meus dedos por sua nuca, sentindo os fios sedosos entre meus dedos, cheguei mais perto. -Por que você foi fazer aquilo comigo?- perguntei em voz alta acariciando seu cabelo, meu polegar fazia círculos na sua bochecha e as lágrimas perderam os freios e escorreram que nem cascata, eu funguei e ele abriu os olhos, me afastei brutalmente dele e me virei para o outro lado, a fim de ele não ver minhas lágrimas, o que não adiantou muito, pois ele me puxou pra perto e me envolveu com um braço, sentia sua respiração na minha nuca, enquanto seu polegar se movia na minha cintura e eu permanecia chorando. Ele causa os mesmos efeitos que causava á algum tempo atrás em mim, esse homem era meu pecado mais insano!