Cada vez que escolhemos algo vários caminhos se abrem, mas muitos deles também se fecham. A chance de encontrar o que eu perdi apareceu, mas o preço disso foi todas as minhas amizades e pelo que parece, a minha felicidade também.

– Rick, trate de voltar vivo para cá – Diz Clara chorando – Você prometeu que iríamos sair desse lugar juntos. Eu nunca vou te perdoar se você não cumprir essa sua promessa!

– Clara você... – Digo limpando as lagrimas em seus olhos – Tudo bem, eu prometo!

– Boa sorte parceiro! – Diz Ryan.

– Você sabe que eu não preciso disso! – Digo passando as mãos nas costas.

Seguro bem forte a pedra e fecho meus olhos. Em pouco tempo meu corpo já havia desaparecido daquele lugar e quando os abro novamente me encontro lá. Sim, The Lost World, o lugar onde tudo começou.

THE LOST WORLD

– É, acho que realmente tive que voltar aqui. – Digo olhando para os lados. – Sinto que esse lugar quer falar comigo. Como se estivesse triste e eu pude-se escutar! – Digo enquanto colocava a mão no peito.

Sem perceber uma pequena lagrima cai de meus olhos. Rapidamente recobro a consciência e começo a andar pelo local. Pelo que parece me encontro em uma floresta, mas suas árvores não tinham folhas além de estarem acinzentadas. Não perdi muito tempo olhando os detalhes daquele local só segui em frente. Pouco tempo depois coloco uma das mãos em meus bolsos, mas só encontro as coisas que alguns de meus amigos me deixaram não havia nenhuma Dream Stone ali. Então decido colocar a mão no outro bolso, onde encontro algo diferente. Era a pulseira que clara havia feito, a prova de nossa amizade, sem perceber eu havia tirado a do braço. Parece que eu não estou sozinho, eu sei que meus amigos estão esperando a minha chegada, então não posso perder tempo ali.

Após algum tempo de caminhada chego à cidade, The lost City, só que desta vez ela estava diferente. As casas de lá estavam destruídas e não havia um único habitante naquele lugar “Alguma coisa aconteceu aqui e aposto que é coisa do Zero” foi o que pensei naquele momento, mas não podia fazer nada apenas continuei a caminhar. Depois de alguns minutos de caminhada, observando o lugar, chego ao castelo. Aquele castelo me trazia sensações ruins, mas lá era onde estava o que eu precisava. Dou o primeiro passa para a porta do castelo, mas antes de acabar de entrar escuto uma risada grande e maligna.

– Seja bem vindo Rick!

– Zero! – Digo enquanto procurava o local de onde vinha aquela voz – Onde você está? Pare de se esconder e apareça!

– Esconder?! Não, estou apenas esperando você chegar para que possamos nós divertir. – Diz Zero com o tom sarcástico.

– Corta essa! Eu sei que tem um motivo por trás de tudo isso, mas não serei enganado por seus truques novamente.

–Então você já havia percebido, mas agora isso não importa mais. Se você veio até aqui vamos ter diversão mais do que o suficiente. – Diz Zero enquanto dava risadas.

– Isso é o que vamos ver.

– Não acredita! Deixe-me mostrar uma prova de que estou certo.

Um pequeno raio roxo cai bem em cima de minha cabeça, então tudo começou a girar e repentinamente começou a tomar outra forma. Pouco a pouco a minha visão ia melhorando e era possível observar alguém. Estava me aproximando para ver o que estava acontecendo, mas paro rapidamente quando alguém se aproxima. Eu não conseguia ver seu rosto, mas por algum motivo era alguém confiável.

– Você tem certeza disso? – Perguntava o outro garoto preocupado.

– Eu não aguento mais esse lugar. Não quero mais nada daqui. Vou começar de novo! Talvez eu faça as coisas certas agora. – Dizia alguém com a voz exatamente igual a minha.

– Rick... Eu... – Começa a dizer o garoto.

– Não é sua culpa. Eu sei que foi um erro meu!

– Mas se eu tivesse... – Continua o garoto antes de eu interrompe-lo novamente.

–Se esqueça disso. Assim já está bom! Quer dizer, em pouco tempo eu não vou ser mais eu, então antes disso quero te pedir um favor como amigo!

– O que é? Não importa o que seja, vou fazer o Maximo para ajudar. – Pergunta o garoto

– Se algum dia eu tentar recuperar essas memórias você vai me impedir, não é ...?

Por algum motivo não consigo escutar o nome do garoto.

– Era isso! É claro que você pode contar comigo. Se for o que você escolheu não posso te impedir. – Diz o garoto no qual também não via o rosto.

Nós dois apertamos a mão depois disso, tudo começa a tremer e as coisas se movem até voltarem onde estariam, ou seja, em The Lost World.

– Ainda duvida de algo que eu disse! – Diz Zero.

– Eu já imaginava isso, mas não foi o suficiente para me fazer desistir! – Digo.

–E você veio mesmo assim. – Diz Zero dando risadas. – Então, ou você é muito corajoso ou muito burro!

– Uma coisa eu acho estranha! Por que eu não lembrar o rosto do garoto que estava comigo ou o seu nome apesar de eu mesmo ter o dito? – Digo.

–Você ainda se lembra dele. Você lembra que ele existe! – Diz Zero com um tom de voz grosseiro.

– Isso te incomoda? – Pergunto.

– Se eu quero te destruir tenho que apagar tudo de bom que você teve ou que você terá. Então sim, incomoda muito. – Diz Zero.

– Chega de papo! Já estou subindo ai e vê se prepara umas armadilhas legais! Você está ficando ruim nisso. – Digo.

Fico de frente ao castelo e, com as duas mãos, abro suas portas. Ele não estava muito diferente, na verdade ele estava exatamente igual da ultima vez. Até os buracos e impactos da minha batalha nesse lugar eram os mesmo. Não perdi muito tempo ali e logo subo as escadas. Dessa vez estava em um lugar diferente, mas ainda sim não havia nada. Não era igual o primeiro andar do castelo, mas o lembrava. Existiam varias pilastras que seguravam o andar de cima, um tapete grande e vermelho por todo o chão e entradas para os lados bem em frente estavam escadas para o terceiro andar também não perdi tempo por ali e logo subi as escadas. Ao fim das escadas eu me via em um lugar que parecia ser a sala do trono do rei e a pessoa em que estava lá era Zero.

– Finalmente chegou –Dizia enquanto me observava do trono do rei.

– Achei que teria algumas armadilhas, mas me enganei. – Digo.

– O que? Gastar os meus truques aqui. Assim não teria nenhuma diversão para onde vamos.– Completa Zero.

– Eu estava pensando enquanto subia essas escadas e cheguei na conclusão que aquelas memórias não eram minhas. Estou errado? – Digo.

– Você acha? E seriam de quem? – Diz Zero.

– Eu não sei, talvez suas. Você pode ter assistido tudo e preparado essa armadilha para mim.

– Isso é impossível, pois nessa época eu ainda não estava nesse mundo! – Diz Zero.

– Como posso acreditar em você? Quer dizer, você não é um Dreamer como nós, estou errado? – Pergunto.

– Talvez quem sabe?! – Continua Zero. –Mas e você, Vai entrar nessa mesmo sem ter uma keyblade? – Pergunta Zero.

– Vou sim! – Digo.

– Isso é o que você deseja, então vamos logo para dentro de suas memórias! – Diz Zero.

Zero começa a carregar energia das trevas em suas mãos e depois atira na cadeira do trono fazendo com que dela saia um keyhole totalmente branco. Uma grande onda de energia sai desse keyhole sugando Zero e eu para dentro dele. Tudo começou a se desfazer, logo me encontro em um tornado e quando se olhava para o lado era possível ver algumas cenas de minhas aventuras.

– Que lugar é esse? – Pergunto.

– Esse Rick, é o chamado Realm of Memories. Estamos precisamente dentro de suas memórias atuais. Agora está vendo aquele cadeado ali – Diz Zero apontando para uma fechadura que estava bem ao canto. – Aquilo são suas antigas memórias e é para onde vamos. Que a diversão comece!

Zero atira novamente um raio de energia negra o que faz com que o cadeado se abra da onde uma grande escuridão nós suga para dentro. Eu não conseguia ver nada além de pura escuridão, mas logo um pequeno feixe de luz se mostra brilhante no final. Quando abro meus olhos me encontro em uma floresta, precisamente bem na frente de um lago. Esse lugar parecia com que eu tinha visto nas memórias de Jin só que estava bem mais preservado. Me levantei, limpei a sujeira na minha roupa e olhei para todos os lados procurando Zero, mas não o encontrava em lugar algum.

– É parece que esse jogo já começou, mas eu não vou perder!

CONTINUA