Tomoyo abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi kiba ao seu lado. Foi só um sonho, ou melhor, foi só um pesadelo. Nada daquilo tinha acontecido. Era o que ela queria acreditar. Tomoyo - onde eu estou kiba? O que aconteceu? – ela se levantou e percebeu que estava deitada em uma cama. Kiba - estamos em um hospital. - algo na cabeça de tomoyo lhe confirmou o que eu ela temia. Aquela ligação não tinha sido um sonho. Ela não segurou as lagrimas. Tomoyo – meu irmão. Kiba – tenho certeza que ele vai ficar bem. – kiba a abraçou tentando fazer com que ela se acalmasse. – calma tomoyo. Tomoyo – e os pais do konohamaru? Eles avisaram? Kiba – a mãe dele está a caminho. Tomoyo enxugou as lagrimas e se levantou. Ela queria ver hokan, Mas uma tontura a trabalhou e ela se sentou de novo. Kiba – o que foi? Tomoyo – aquela maldita tontura. Nessa hora um homem de cabelos grisalhos e todo vestido de branco entrou. Junto dele estavam ino e gaara. - como se sente? Tomoyo – vou me sentir melhor quando encontra o meu irmão. – tomoyo já se preparava pra sair quando o homem continuou a falar. - o seu desmaio foi por causa do choque. A senhora e o bebê estão bem. – tomoyo parou em choque. Bebê?! Que bebê? Tomoyo – bebê? - pensei que a senhora já soubesse. A senhora está grávida. Aquela era uma noticia totalmente inesperada. Grávida?! Não podia ser. Tomoyo estava em choque ainda olhando para o medico. Kiba – o senhor tem certeza? - claro. Ino – parabéns tomoyo. – ino abraçou a amiga. Devia ser difícil receber uma noticia tão boa enquanto algo tão ruim estava acontecendo. Tomoyo saiu ainda abalada. Para kiba a ficha não tinha caído. Ele seria pai. Não queria demonstrar sua alegria, não agora com tudo isso acontecendo. Hinata – tomoyo. Que bom que você está bem. – neji e hinata ainda estavam sentados. Neji estava com um copo de café nas mãos. Tomoyo não respondeu. Ela sentou e ficou calada olhando para o corredor. Hinata – eu sei que... - ino a interrompeu e cochichou algo no ouvido de hinata. – o meu deus. Neji – o que foi? – kiba se sentou ao lado de neji. Kiba – eu vou ser pai. Tomoyo continuava calada. Ela não tinha o direito de ficar feliz com o seu irmão nesse estado. Por que logo agora? Por quê? Hinata – sakura! – tomoyo saiu do seu transe e olhou para sakura. – como eles estão? Sakura – hanabi, moegi e konohamaru estão dormindo agora. O estado deles era grave mais foi tudo um sucesso. Hanabi está com um braço quebrado, moegi e konohamaru estão com a perna quebrada. Tomoyo – e hokan? – ela percebeu o olhar triste de sakura. – o que aconteceu com ele? Sakura – o caso de hokan foi mais grave, mas ele está bem. Só que... – uma lagrima fugiu dos olhos de sakura. Tomoyo – só que o que sakura? O que aconteceu com o meu irmão? Sakura – ele perdeu os movimentos das pernas. Não sabemos se é temporário ou permanente. *-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-* Ele acordou com uma dor de cabeça terrível. As memórias do ocorrido vieram a sua mente. A festa, o carro, o acidente. Como os outros estavam? Será que algum deles teria... Não queria pensar nessa hipótese. Ele passou as mãos pelos cabelos negros. Tentou se levantar, mas não conseguiu. Tinha algo estranho com ele. Suas pernas. Não conseguia senti-las. Hokan se acalmou. Devia ser alguma anestesia. Tomoyo – hokan? – hokan abriu um sorriso amarelo. Levaria bronca? Talvez se livrasse dessa vez. – como está se sentindo? Hokan – vou estar melhor quando voltar a sentir minhas pernas. Mana você pode pergunta há sakura quanto tempo vai demorar pra o efeito da anestesia passar. – tomoyo controlou a enorme vontade que sentia de chorar Tomoyo – hokan, não é anestesia. Hokan – como assim? Você ta querendo dizer que eu não vou mais poder andar? Tomoyo – sakura acredita que você possa andar de novo e do jeito que você é eu não duvido. Hokan – você está mentindo não é? É um tipo de castigo por ter te desobedecido? Eu juro maninha que nunca mais desrespeito uma ordem sua, mas, por favor, não brinque com isso. – hokan entrou em desespero. Tudo menos isso. Qualquer coisa. Que tirassem o carro dele. Que tirassem o seu prestigio. Que tirassem a sua mesada. Qualquer coisa menos isso. – não pode ser. Você está brincando não é? Saiba que essa brincadeira não tem graça. Tomoyo – não brincaria com isso. – tomoyo se aproximou do irmão. Nunca imaginou que o veria assim. Desesperado. Sentiu uma enorme saudade daquele garoto a qual ela vivia dando sermão, que só lhe trazia dor de cabeça. – você vai voltar a andar hokan. Sei que vai. Hokan – eu sou um invalido? Minha vida acabou. Tomoyo – a sua vida quase acabou depois daquele acidente mocinho, você deveria estar feliz em pode respirar e falar comigo. Hokan – você não entende? Eu nunca mais vou andar, nunca mais. Eu vou passar minha vida em uma cadeira de rodas. Não vou ser mais independente. Tomoyo – você vai voltar a andar. Hokan – não precisa mentir. Tomoyo – não estou mentindo. O antigo hokan não desistiria assim tão fácil. Hokan – só que o antigo hokan morreu naquele acidente. *-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-* Hanabi estava abraçada com a irmã quando viu seu pai entrar no quarto. Ela correu e o abraçou. Estava tão feliz por poder estar ali. Estava feliz por estar viva. Quando ia estender os braços para agarrar o pai se lembrou do seu braço quebrado. Hiashi – você quase me matou menina. – hiashi apertou a filha contra o seu corpo. Hanabi – desculpe pai. – hanabi se soltou do pai e se virou para a irmã. – e os outros? Hinata – eles estão bem... – hanabi percebeu a expressão triste da irmã. Hanabi – todos mesmo? Hinata – sim. Hanabi não acreditou nas palavras da irmã. Por impulso ela abriu a porta do quarto e viu tomoyo sair chorando do quarto da frente. Ela fechou novamente a porta e olhou para irmã. Hanabi – então por que a expressão de tomoyo diz o contrario? Hinata – o hokan ficou sem os movimentos da perna hanabi. Hanabi – OQUE?! Hanabi saiu do quarto e abriu a porta do quarto da frente. Lá estava hokan deitado com algumas lagrimas nos olhos. Hanabi – hokan... Hokan – veio rir de mim? Veio ver a minha condição? Hanabi – o mundo não acabou. Hokan – o meu acabou. – hokan fechou os olhos. Tudo que ele queria naquele momento era dormi e depois acorda e ver que tudo não passou de um pesadelo. Um pesadelo terrível. Hanabi resolveu sair do quarto. Aquele não era o melhor momento para estar ali. Ela voltou pro quarto, cabisbaixa. Hinata – os médicos acreditam que ele vai voltar a andar. Hiashi – do jeito que aquele menino eu tenho certeza que logo vai está andando por ai. Hanabi – e os pais dele? Já sabem? Hinata – sim. Estão vindo pra cá. Hanabi se sentou na cama. Maldita hora que tinha ido naquela festa. Maldita que aquele freio não funcionou. Maldita... Hanabi – o freio. – tudo aquilo tinha acontecido por que o freio não tinha funcionado. Freios não costumam falhar toda hora. Hinata – o que tem o freio? Hanabi – tudo isso aconteceu por que o freio não funcionou, por que não me lembrei disso? O freio falhou, ele estava quebrado. Hinata – mas o carro do hokan não tinha voltado do concerto? Hanabi – exatamente. Como ele pode falhar se tinha voltado do concerto? Tem algo muito errado. – hiashi e hinata se olharam. Eles também concordavam com hanabi. Um carro não quebraria do nada. Não depois de vir do concerto. Hinata – você acha que alguém... Hanabi – não estou acusando ninguém, mas é bem provável que tenha sido armação. Hinata – por quê? Quem faria uma coisa dessas? Hiashi – isso é uma acusação muito seria. Hanabi – eu sei pai. – hanabi se sentou na cama e olhou para a janela. Quem faria isso? Por quê? O que eles teriam feito? *-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-* “Acidente de carro envolvendo três jovens” “Acidente de carro deixa hokan Takahashi na cadeira de rodas” Ela deveria estar feliz. Eles estavam tristes e ela não tinha precisado fazer nada. Então por que não estava comemorando a vitoria? Karin jogou o jornal na mesa e se levantou. O sinal tocou e ela saiu da sala dos professores. Quando entrou na sala viu todos os alunos levantados correndo de um lado para o outro. Os alunos foram rápidos ao ver karin entrando. Correram e se sentaram. Karin – ótimo. Abram seus livros na pagina 102. Ela começou a ler um texto do livro que falava sobre civilizações antigas. Quando terminou ouviu alguém bater na porta. Ela fez uma careta e foi abrir. Era um homem de cabelos brancos com tons azulados. Karin – sim? - desculpe é que vim trazer um livro que a minha filha esqueceu. – ele deu um sorriso amarelado. Karin examinou o homem a sua frente. Muito bonito e... Era pai de família. Que negocio era esse de ficar pensando assim dos pais dos seus alunos? - PAPAI! – uma menina de cabelos do mesmo tom do pai se levantou e correu em direção do pai. – obrigada. - de nada florzinha. – a menina lançou um olhar mortal para o pai que soltou uma risada. Apelido proibido. – akiko. O homem se despediu da filha e voltou a olhar para a professora. Uma professora bastante bonita... E ele não podia ficar tento esses pensamentos. Tinha certa dificuldade com relacionamentos desde que foi abandonado pela mulher. - desculpe. A propósito meu nome é suigetsu hozuki. Karin - prazer. Sou karin, professora de historia. – suigetsu agradeceu novamente e foi embora. Karin ficou irritada, por que estava com uma enorme vontade de chamá-lo de volta? Karin balançou a cabeça e afastou esses pensamentos. Ela voltou a olhar para a sala. Karin – agora vou escolher um de vocês para ler o próximo texto. *-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-* Tomoyo estava em casa lendo um livro qualquer. Não teve cabeça para ir trabalhar. Seus pais estavam, hospedados em um hotel perto dali. Seu coração falhou ao se lembrar do motivo. Já fazia três dias que recebeu a ligação do acidente. Três dias que ela tinha descoberto que iria ser mãe. Três dias que se culpava por lá no fundo ter um potinho de felicidade pela noticia do bebê. Já fazia três dias que hokan estava em uma cadeira de rodas. Ele não era mais aquele menino alegre. Aquele menino bagunceiro. Aquele menino que só lhe dava dor de cabeça. Como sentia saudades desse menino. Hokan agora era um garoto triste. Ele tinha se isolado do mundo. Vivia no quarto, pediu que trancasse a faculdade. Vários amigos iam visitá-los. Mas o único que conseguia fazer com que ele conversa-se pelo menos um pouco era konohamaru. Aqui estava destruindo ela por dentro. Haviam examinado o carro. Havia sido sabotagem. Tomoyo bateu as mãos na mesa. Alguém tinha provocado aquilo. Alguém tinha feito aquilo com seu irmão. Quando ela descobrisse quem tinha sido o autor desse ato ela o faria se arrepender de um dia ter nascido. Tomoyo pegou a xícara de café e bebeu mais um gole. Se ela pudesse voltar no tempo... Mas ninguém pode. Tomoyo fechou o livro com violência e decidiu ir ver como estava hokan. Ela caminhou até o quarto dele e abriu a porta devagar. Lá estava ele deitado, olhando para o teto. Tomoyo sentiu um aperto no coração. Faria qualquer coisa para não ver mais o irmão nessa situação. Tomoyo – hokan... Quer alguma coisa? Hokan – você não pode me dar o que eu quero. – ela entrou no quarto e se sentou ao lado dele na cama. Tomoyo – você não pode ficar assim. Hokan – você não entende. – tomoyo suspirou. Como dizer a ele que ela entendia muito bem. Nunca tinha ficado sem andar, mas a dor dele era também dela. – você não pode ficar preocupada comigo. – ele tocou na barriga de tomoyo e sorriu discretamente – meu sobrinho tem que nascer saudável. Aquele era o único assunto que fazia hokan ficar feliz. Pelo menos um pouco. Tomoyo colocou a mão na barriga. Tomoyo – quando ele nascer tenho certeza que você vai poder andar com ele. Hokan – você acredita mesmo nisso? Tomoyo – tenho certeza. Hokan contou a olhar para o teto. Ele queria acreditar. O que ele mais queria era voltar a andar. Talvez sua irmã estivesse certa. Quem sabe deus daria uma nova chance para ele? Continua...