Coroada - A Seleção Interativa escrita por Lady Twice


Capítulo 61
Polaroid


Notas iniciais do capítulo

Ooooiê! Como vão vocês, amadas? Espero que bem.
Realmente tenho poucas coisas pra falar dessa vez. Primeiro: se vocês ainda não entraram no blog com medo de spoiler, podem ler todos os posts dessa tag: http://tcowfanfic.tumblr.com/tagged/spoiler-free (por motivos óbvios, né, é spoiler free). Segundamente, onde vocês foram parar? Ainda tô esperando os comments, viu, miguxas? Terceiro, a música do cap é Polaroid, do Imagine Dragons, que realmente se encaixa no capítulo. E sim, eu estou voltando com toda a minha Firebreather-ice, o que não é nem um pouco saudável porque passo o dia todo só escrevendo e ouvindo ID. Tipo, nesse momento, tô ouvindo Friction.
E eu nem gosto de Friction, Deus.
Tô divagando. Leiam o cap e me digam que pensam nos comments, ok? Ok, babes!



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Calliope quase estranhou quando entrou no Salão das Mulheres naquele sábado. Não porque alguém estava discutindo ou o ritmo do lugar estava frenético, mas porque ela nunca havia visto um lugar mais calmo.

Skyler, Sofia e Delancy estavam sentadas perto das grandes janelas, jogando cartas, e Delancy parecia ganhar. Aurora estava deitada em um dos sofás, de maneira que certamente não era admitida para uma dama, e usava calças de malha, seu privilégio favorito dos fins de semana. Calliope reparou que ela levava nas mãos um livro, provavelmente o que Agatha havia recomendado que elas lessem na manhã daquele mesmo dia. A Rainha estava em seu trono, no canto da sala, ouvindo calmamente algo a Princesa Louise falava, enquanto ninava um dos gêmeos em seu colo. O outro estava em um carrinho, e a criada da Rainha parecia tentar entretê-lo. A Princesa Hannie se encontrava em uma mesa, sozinha, cercada por lápis de cor e com um papel em mãos. Calliope já havia ouvido falar do talento da pequena Princesa, mas nunca de fato a havia visto desenhando.

O mais surpreendente, porém, estava perto da tevê. Ela havia achado incomum quando vira Aurora sem a companhia de Alasca, e extremamente estranho não ver Alyssa jogando cartas com Skyler e as outras garotas; mas nada disso se comparava à visão das duas ruivas remanescentes assistindo à um programa de entrevistas, daqueles com audiência, lado a lado no sofá.E como se isso já não deixasse qualquer um encucado, elas faziam comentários animados uma com a outra, como se fossem grandes amigas. Calliope levantou as sobrancelhas quando as viu, surpresa, mas parou de prestar atenção nas duas quando Delancy chamou seu nome. Ela andou até a mesa.

“Onde estava?”, sua amiga a perguntou, embora olhasse para o leque de cartas em sua mão. “Te procurei após o almoço, para descer pra cá, mas nem suas criadas sabiam onde estava.”

Calliope suspirou, apreensiva, e tomou a única cadeira vaga na mesa, tomando o cuidado de manter suas mãos unidas em seu colo. Não gostava de mentir para Delancy, principalmente quando sabia que ela necessitava muito de uma amiga de verdade, mas não se sentia confortável com as outras garotas ouvindo. Não conseguia dizer que estava na Ala Hospitalar com o Doutor Ashlar desde que saiu da Sala de Jantar por causa de uma de suas cicatrizes nas mãos, que havia se tornado vermelha e ardia um pouco. Pelo menos, não na frente de Sofia e Skyler. “E caí na escada depois do almoço e um guarda insistiu em me levar para a Ala Hospitalar”, mentiu, então. “Demorei porque o Doutor Ashlar quis um raio x do meu pulso, foi só.”

Delancy imediatamente a olhou de canto, o olhar claramente acusando-a de estar mentindo, mas Calliope fez que não viu. Sofia pareceu bastante convencida, porém.

“E está tudo bem?”, perguntou, sinceramente preocupada, e Calliope abriu um sorriso tão verdadeiro quanto conseguia sob o olhar desconfiado de Delancy.

“Sim. Ele disse que aparentemente não era nada, e que o remédio para dor que receitou faria melhorar logo”, o que era verdade. O Doutor havia passado uma pomada em todas as cicatrizes, mesmo as que estavam boas, e receitado um remédio para a queimação, que já fazia seu efeito.

“Que bom que não há algum problema mais sério, Calliope”, Skyler olhou para ela no momento em que pegava uma carta e passava para Delancy. “É horrível só pensar de algo errado acontecendo com alguma de vocês.”

O olhar Delancy sobre ela se agravou, mas Calliope fez o que poderia para ignorá-la. Sofia foi quem falou. “Até Alasca em seus dias ruins?”

Sky sorriu, divertida, antes de responder. Em seus dias ruins, Alasca não só era mau-humorada como fazia comentários depreciativos às outras meninas e atrapalhava-as o máximo que podia. “Tá, talvez não em tempo integral.”

Calliope sorriu de lado, e Delancy riu baixinho, enquanto elas continuavam o jogo. Alguns momentos depois, Delancy lenta e discretamente abaixou seu leque, e o ato foi seguido por Skyler, até que Sofia percebeu que havia perdido. Elas riram entre si e re-embaralharam as cartas, tendo Calliope entrado no jogo. Algumas rodadas depois, elas já não se sentiam tão animadas em relação ao jogo, e começaram a pensar no quê mais poderiam fazer. Após alguns minutos pensando, porém, a paz do Salão foi quebrada por duas vozes elevadas vindo do canto da tevê.

Não foi surpresa para ninguém ver Alasca e Alyssa discutindo avidamente, mil vezes mais sérias e zangadas do que dois minutos anteriores. A Rainha ela mesma teve de segurar um sorriso, já que havia prevido que a paz entre as duas não duraria nem meia hora.

Depois de um minuto ou dois, porém, elas só bufaram uma para a outra e seguiram em direções diferentes. Alasca sentou-se em um sofá distante, a cara enfiada em uma revista, e Aurora sorriu, marota, antes de marcar o livro e ir encher seu saco. Alyssa se aproximou das meninas na mesa, mas, como não havia cadeiras disponíveis, se apoiou no encosto de Sofia por dois segundos antes de sair marchando para um canto oposto ao de Alasca. Skyler sorriu e se levantou, e não foi necessário dizer a ninguém que ela tomaria conta de acalmar a ruiva. Sofia em pouco tempo foi chamada por Aurora, que parecia se empenhar em tirar Alasca do sério de todas as maneiras que conseguia pensar, e suspirou antes de se despedir de Delancy e Calliope. Assim que ela se afastou o suficiente, Delancy virou o rosto para a amiga.

“Vai me contar o que está acontecendo, Rosier?”, Delancy perguntou, e o canto da boca de Calliope tremeu no esboço de um sorriso. Delancy era a única pessoa na face da Terra que a chamava de Rosier.

“Não é coisa pra se ser dita no Salão, cercada de gente, Dya”, respondeu, porém, séria, ainda mantendo o tom de voz baixo.

Delancy soltou um risinho cético pelo nariz, como quem desfaz. Então acabou de guardar o baralho, encarando de fato Calliope. “Só me diz uma coisa, Calli”, disse, ao que a outra assentiu. “Tem a ver com as luvas?”

Calliope tentou esconder sua surpresa. Delancy era de uma das Castas mais baixas, mas ainda era extremamente inteligente e ótima em ler as pessoas. Calliope só sorriu em confirmação, ao que a amiga revirou os olhos de maneira violenta.

“Você é um mistério, Calli”, depôs, ao que Calliope lhe apresentou um sorriso de lado, enquanto uma criada pegava o baralho da mesa. “Mas, escreva as minhas palavras, eu ainda vou te desvendar.”

Calliope sorriu ao ouvir a promessa da amiga, e logo elas assumiram outro tópico. Ela ficava feliz ao ver que Dya se recuperava do choque que fora perder Caroline, e tinha a impressão de que Delancy não era aberta assim desde que perdera a mãe. Ela a procurara pouco tempo após o ataque rebelde, quando eles ainda estavam no parque Yosemite, porque Arthur havia dito que conversar com Calliope costumava ser ótimo para clarear as idéias; e elas ficaram próximas rapidamente. Calliope gostava do jeito resolvido e forte de Dya, e sabia reconhecer que a amiga era uma ótima pessoa, e tinha impressão que Delancy gostava da tranqüilidade e calmaria que ela oferecia, já que estas obviamente não lhe caíam naturalmente.

Em um piscar de olhos, uma criada veio anunciar que a presença no Salão estava sendo dispensada em função do Jantar, e as duas agradeceram antes de tomar seus caminhos para seus respectivos quartos. Delancy soube, no momento em que abriu sua porta, que as criadas haviam preparado um banho de rosas para ela, e rolou os olhos. Ela já havia dito à Pya, Mandy e Violette que não queria essas regalias, pois acabria ficando mimada, mas as três simplesmente gostavam de surpreendê-la. Pya era a única no quarto, e ela acabava de arrumar algo no vestido daquela noite quando Delancy lhe fuzilou por causa do banho. Pya ignorou-a, avisando que estaria esperando logo ali de fora, e que Violette em breve chegaria para secar seu cabelo e fazer sua maquiagem.

E, quando Delancy saiu do banho, a mais nova das criadas realmente a esperava. As duas lhe ajudaram a colocar o vestido, um modelo de saia vinho e busto rendado preto, com cintura marcada. Violette rápida e habilmente secou seu cabelo, fazendo com que os fios ondulassem em volta de seus ombros, pelo que Dya agradeceu. A maquiagem feita pela criada, como sempre, estava leve da maneira que a Selecionada preferia, somente lápis, rímel, um pouco de pó e batom vermelho. Na hora em que bateram oito da noite, Delancy estava mais que pronta para descer.

Ela pretendia se encontrar com Calliope na escada, indo para a Sala de Jantar, mas sua amiga já estava sentada em sua cadeira entre Aurora Bocchi e Sofia Delacour naquela noite. Delancy não era boba: sabia que a amiga estava levemente a evitando, já que não queria falar sobre o quê fizera depois do almoço. Então ela só desviou os olhos, analisando o resto da sala, quando encontrou Arthur de pé com o Rei, logo atrás de seus assentos.

Delancy teve de se segurar inteira mais do que ela gostaria de admitir. Desde que A Elite começara, essa coisa engraçada estava acontecendo. Toda vez que ela via Arthur num lugar que não esperava ou de maneira incomum, seu coração parecia fazer um pequeno número de sapateado dentro de seu peito. Obviamente nem pensara em mencionar isso à qualquer um, nem mesmo Calliope e suas criadas. Tinha suas desconfianças de que estava finalmente se rendendo aos encantos do ruivo, mas ainda mantinha sua opinião sobre o amor. Não era algo bonito, muito menos feito para durar, e ela não deixaria que estragasse sua vida de novo.

Não era fácil manter toda a pose quando ele lhe lançava sorrisos avassaladores sempre que reparava nela, mas Delancy estava certa de que era necessário. Naquela noite em especial, ela sentiu que o olhar dele sobre seu visual havia se prolongado, e passou a gostar duas vezes mais da roupa quando pôde concluir isso. Dirigiu-se ao seu lugar ao lado de Alasca, na ponta do U que as mesas das Selecionadas faziam, como se não tivesse havido – e realmente não houvera – nada dois segundos atrás.

O Jantar estava simplesmente magnífico, como sempre. Ela estava começando a de fato se acostumar com a qualidade estonteante da comida do Palácio, receosa do quê todo esse mimo acarretaria quando voltasse para casa. Embora naquela noite o prato fosse uma simples macarronada à bolonhesa, ela se deliciou com cada pedaço de macarrão que pôde por na boca – isso sem mencionar o mousse de chocolate da sobremesa, que foi repetido até mesmo por Calliope, a que comia menos dentre elas.

De alguma maneira, a amiga conseguiu sair da sala e subir para o quarto antes de Delancy, e ela concluiu que faria uma visitinha surpresa ao seu quarto na manhã seguinte, sorrindo sozinha com divertimento.

Quando chegou de volta ao seu quarto, Mandy era a única presente. Ela ajudou Delancy a retirar o vestido e a maquiagem, pelo que a garota agradeceu antes de dispensá-la. Então, quando finalmente estava pronta para dormir, viu duas folhas de papel pautado e uma caneta em sua escrivaninha. Droga!, pensou, Me esqueci da carta! Gwen vai ficar furiosa. Será que eles enviariam depois? Acabou por concluir que não, porém. As Selecionadas só eram autorizadas a escrever para casa uma vez a cada quinze dias, e o dia seguinte seria o dia de envios. Aquela carta deveria estar nas mãos do carteiro no máximo logo depois do café do dia seguinte.

Levantando de sua cama, suspirou. O quê uma garota não faz pela família?


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Notas finais do capítulo

Ah é, eu criei uma conta no poly só para visuais de fic, embora só tenha feito um até o momento. Passem lá: http://ms-america.polyvore.com/