Coroada - A Seleção Interativa escrita por Lady Twice


Capítulo 53
Pompeii


Notas iniciais do capítulo

Hey! Eu sei que foram 20 dias, mas eu j[a cansei de pedir desculpas por demora, so...
Bom, é. Como de praxe, eu não tenho muito a falar. Só agradecer à Alyss Meryan por ter voltado e avisar à Juuh que eu não comentei na nova PeA porque ia postar issaqui, e, bom, é. Boa leitura, girls!



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Quando Marius entrou na sala do Quarteto Dourado, viu Anthony e Dade sentados num canto com cara de enterro e Marcus discutindo o que pareciam ser orçamentos com Arthur na mesa de centro. Os dois no sofá viraram os rostos rapidamente para o francês, mas rapidamente voltaram a encarar o chão; enquanto os da mesa nem se importaram em cumprimentá-lo. Adentrou a sala mesmo assim, se sentando com o ruivo.

“A guerra?”, perguntou, correndo os olhos pelas folhas.

“Como sempre”, Marcus respondeu. “Parece que agora os neo-zelandeses aprenderam a botar fogo em plantações. Vocês”, ele meneou a cabeça para Marius, “são nossa atual esperança.”

“Bom, eu sugiro que encontrem uma solução alternativa”, o francês respondeu, e reparou que deveria ter soado mais suave. “Desculpe, saiu meio rude. Mas, enfim, nosso batalhão nessa região está ficando sem provisões também. Até o batalhão reserva entregar mais provisões e o titular chegar até o seu exército com elas, já estarão todos inanindo ou mortos.”

Marcus bufou e esfregou as têmporas. “Acha que conseguiremos ajuda dos alemães?”

“Sem chance. Eles não querem se envolver em nada desde a Segunda Guerra.”

“Russos?”

“Nunquinha. O Tsarevich Alexander acaba de ter seu primogênito e não vai botar a mão no fogo por nada, quanto mais por Illéa.”

“Podemos tentar os italianos”, Arthur sugere, numa voz pensativa. “Se conseguirmos a ajuda deles, podemos contar com os ingleses também?”

“Arthur, ouviu o que eu falei nos últimos dez minutos?”, Marcus questiona. “Os ingleses estão tão ferrados quanto nós, só que presos no outro lado da ilha.”

“Talvez, se conseguirmos os italianos, possamos abastecer o nosso batalhão, e os exércitos inglês e illeano; e então cercar eles por ambos os lados”, o francês considera. “ Mas é bem arriscado.”

“Bom, já é uma ideia. Vou levá-la à pauta da próxima reunião do Conselho”, Arthur diz, e então para pra pensar. “Quando é a próxima reunião mesmo?”

“Daqui quarenta minutos”, alguém responde entrando na sala. Austin Orders. “E você prometeu me passar a pauta pra ontem, Archie.”

“Ai!”, o ruivo esfrega as têmporas, se recordando. “É verdade. Desculpa, Aust, eu realmente esqueci.”

“Do mesmo jeito que você esqueceu-se de deixar o violão na capa ontem”, Anthony adiciona.

“E de ir ao estúdio gravar o pronunciamento sobre A Elite”, Dade completa. “Você tem uma ótima memória desde sempre. Tem algo errado, Arthur.”

“Isso soou mais como uma afirmação do que uma pergunta”, Arthur pondera.

“Foi de propósito”, Fadaye admite. “O que está havendo?”

“É-é A Elite. Deixou meus sentidos todos fora do lugar e meu relógio biológico bem bagunçado. Como quando as meninas chegaram”, o príncipe explica, a voz frágil. “Eu levanto de manhã esperando encontrar uma sala de café lotada e, quando chego, só vejo minha família e meia dúzia de garotas. É complicado.”

“Deve ser mesmo”, Austin apoiou o primo, que o mirou.

“E eu nem falei dos fantasmas.”

“Fantasmas?”, Marius perguntou, surpreso.

“Por todo lado” Arthur confirmou, e olhou em sua volta. “As louras riem, as morenas falam e as ruivas gritam. Algumas dançam, outras só conversam, todas olham pra mim. Essa sala é o único lugar vazio delas, provavelmente porque nenhuma nunca entrou aqui, e é por isso que eu me enfio aqui todo dia.”

Os outros cinco se entreolharam. Todos também tinham essa impressão de que o lugar estava meio assombrado, mas somente no sentido figurado. Somente no sentido de sentir falta e ter vagas lembranças de uma risada ou uma virada de cabelo a cada corredor. Arthur, porém, parecia estar com necessidade de um psicólogo. Será que está se agravando?, Tony pensou, preocupado com o irmão mais velho, Devíamos avisar Doutor Ashlar.

“Austin, avise ao Conselho que por motivos, ah, hm, psicológicos”, Anthony disse, recebendo um olhar estranho do irmão. “Arthur não poderá estar presente nessa reunião.”

“Mas estamos fazendo as considerações finais sobre a guerra na Nova Zelândia”, o loiro devolveu, preocupado.

“Eu e Marcus o representaremos”, Tony replicou, esperando ter resolvido o problema de vez.

“Certo”, Austin disse, embora parecesse meio incerto. “E a pauta?”

“Aqui”, Marcus lhe estendeu um pen drive. “É só imprimir, o arquivo está na pasta de pautas. Como sempre.”

“O.K. Eu vou lá, então”, Austin abriu a porta para sair, mas, antes, se virou para Anthony. “Por favor, não se esqueçam de ir. Já basta Arthur com problemas de memória”, e, com uma risada baixa, saiu da sala.

“Ele vai direto pra biblioteca?”, perguntou Marius. “Eu queria mexer em uns arquivos por lá.”

“Provavelmente não”, Dade respondeu. “Celina estava no corredor quando ele entrou, eles devem ir tirar uma folga dessa vida por uns dez ou vinte minutos.”

“Eu vou pra lá, então. Vejo vocês no jantar”, o francês se despediu, e saiu pela porta da sala.

“Bom, eu me comprometi a estar numa reunião pelo meu amigo daqui meia hora”, Marcus brincou, se pondo de pé. “Vem comigo, Tony?”

“Claro. Preciso colocar um terno, tipo, agora”, o loiro disse, e lançou um olhar para o herdeiro antes de sair com o guarda.

“Hoje é sexta, não é?”, Dade perguntou, subitamente alerta, e se colocou de pé quando Arthur assentiu. “É dia de Jornal, então. E o papai me pediu para dar uma última checada no palanque dos franceses. Não quer que caia como ano passado.”

Arthur riu fracamente, se recordando da cara da Rainha quando se estatelou no chão. “Claro que não.”

“Eu tenho de ir, cara. Desculpa aí”, Dade se despediu, mas, antes de fechar a porta, voltou-se para o príncipe. “E, Arthur? É melhor falar com o Doutor Ashlar. Talvez ele possa ajudar.”

Arthur colocou o rosto entre as mãos, balançando a cabeça. Talvez nem Doutor Ashlar pudesse ajudar.

***

Karen e Kaden Schreave estavam juntos, como sempre. O duque e a duquesa mais novos nunca se desgrudavam, principalmente quando podiam de fato estar juntos.

Naquele dia em especial, seu irmão lhes dera uma tarefa única. Por serem quase os mais novos da coorte, eles normalmente cuidavam de qualquer tipo de entretenimento. Infelizmente, não havia muito entretenimento desde que fora descoberto que Katrina era estéril, logo após o final da Seleção de Max. Então, em um piscar de olhos, os gêmeos tinham milhares de coisas para preparar para a Seleção dupla de Ahren e Eadlyn. Escolher roupas de cá, comidas de lá. Músicas, panos, atividades. Kaden não se recordava da última noite que dormira sem se preocupar.

Então, naquele dia, eles haviam ficado responsáveis por receber os quarenta novos e temporários moradores do Palácio.

–Kad!- a menina chamou de repente, e ele parou no primeiro degrau da escada.

–Diz, Kar.

–Vira pra cá.

O menino- não mais tão menino -virou, e ela passou a mão por seus cabelos cor de mel. Kaden suspirou.

–A gente combinou que você ia deixar meu cabelo em paz.

–Isso foi antes de você decidir parar de pentear ele.- a irmã devolveu, sarcástica. -E, meu Deus, quando foi que você desaprendeu a fazer um nó de gravata?

–Tira a mão, Karen!- ele deu um tapinha na mão dela. -Por que você tem de pôr defeito em tudo?

–Eu não ponho o defeito, só ressalto. Agora, anda rápido. Me deixa refazer esse nó antes que as por-

Antes que ela pudesse acabar, as grandes portas no final da escadaria de mármore se abriram com força. Vinte meninos e vinte meninas de rostos desconhecidos entraram, ladeados por guardas e assessoras que os gêmeos conheciam bem até demais. Os meninos, em sua maioria, usavam várias medalhas na parte esquerda de seu traje, com abotoaduras e ombreiras; portando uma postura impecável e elegante ao extremo. As meninas eram um grupo menos variado. Todas usavam um vestido preto com saltos e cardigã brancos, mas cada uma delas usava uma flor diferente em seus cabelos. Karen tentou mostrar o mínimo de surpresa possível, como fora treinada desde bem pequena, e limpou a garganta.

–Bom dia! É com muito prazer, senhoritas e senhores, que eu, Karen Winter Singer Schreave,-

–e eu, Kaden Tristan Singer Schreave, apresentamos à você o Palácio. Que, aliás, vai ser a casa de vocês até que, bem-

–até que Ahren ou Eadlyn decidam o contrário.- Karen tomou novamente a palavra. -Tendo nascido e crescido aqui, só posso recomendar que aproveitem sua estadia tanto quanto puderem. É um lugar maravilhoso, e eu odiaria ver um de vocês sequer sair daqui sem curtir a estada.

–Então, sem mais delongas, sejam muito bem-vindos à nossa casa!

Os quarenta aplaudiram, e, ao estímulo das assessoras, subiram a escadaria. Passando o olho pelo grupo enorme e barulhento, Karen e Kaden só podiam perguntar uma coisa: no que foi que eu me meti?


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