Coroada - A Seleção Interativa escrita por Lady Twice


Capítulo 3
Segredos da Mente de Uma Italiana


Notas iniciais do capítulo

Gente, preciso que vocês estejam cientes de que podem sair/morrer. E de que talvez, o Arthur não veja em vocês a esposa dele. Fora isso, boa leitura! |/



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Caroline

E lá estava eu, ouvindo uma Dois de oito anos-de novo. Essas são partes ruins do meu trabalho -de ser uma psicóloga: algumas(algumas não, na maioria) das vezes, meus clientes não tem problemas, só neuras. Puramente coisa da cabeça deles- algo que eu entendo. E isso me talha os sangue.

Mas Alicia era uma Dois de oito anos diferente. Ela tinha lindos olhos azuis e cabelos negros dignos da Branca De Neve. E ela realmente tinha problemas: seus pais vivem brigando e seu irmão, que tem 16 anos- três a menos que eu-, a odeia a ponto de dar descarga em suas roupas. Além do que ela sofria bullyng na escola, por ser alta e magra. Apesar de tudo, ela é gente finíssima.

–E isso foi o que o William me disse, Tia Carol.- ela finalizou, os olhos marejados

–Se quiser pode chorar, Alicia.- eu digo, e ela desaba- Mas me diga, o que você faz sobre isso?

–Nada, mamãe e papai estão sempre brigando, e nunca sobra tempo para mim.

–-Você anda dormindo bem?- reparo em sua olheiras.

–Na verdade, tenho tido inúmeros pesadelos, que me acordam no meio da noite.

–E o que acontece no pesadelo que mais se repete?- apoio o queixo na mão, e o cotovelo no joelho

–A maior parte deles têm a ver com perder você.- ela falou entre prantos e eu reprimi uma surpresa

–Fique tranquila e tente falar com seus pais. Evite seu irmão, Jerry...

–Mas você sempre me disse para tentar conversar com ele.

–As coisas mudam. Tentamos o plano C, de conversa. Não funcionou, então é hora do plano G, de gelo.- ela dá uma risadinha. Putz, essa foi ridícula- E conte à diretora sobre William. Te vejo semana que vem.

–Obrigada, Tia Carol.- ela me abraça antes de ir de encontro à sua mãe

–Ora, querida. Não há de quê.- digo e fecho a porta. Olho no relógio- 7 p.m. Acabou o expediente.- falo para mim mesma, e me jogo no sofá.

Com o impacto, alguma coisa cai do braço do mesmo. Reconheço o veludo vermelho de imediato: é a carta da Seleção. Hora de parar de pensar nos outros. Tenho meus próprios problemas.

Quer dizer, que chances eu tenho? Eu era só mais uma Três morena de olhos cinzentos. Por que o Príncipe Arthur me escolheria entre outras 35? O que eu tinha a ganhar?, eram as perguntas que me deixam indecisa.

Meu estômago ronca, me lembrando de que eu estava viva- e que se quisesse permanecer, precisava comer. Saí aos tropeços do cômodo que chamava de consultório( ele tinha uma porta para dentro da casa onde morávamos eu, mãe e pai, e outra porta para fora desta) e corri até a cozinha, com a carta ainda na mão.

Ainda bem que minha família é Três e tem dinheiro para me sustentar, por que eu como muito- se não fossem a genética e as escadas, eu seria uma bolinha. Amassei três bananas com um garfo e derramei leite condensado sobre elas. Me deitei no sofá comendo, com o intuito de assistir TV. Sexta à noite, não deu outra, estava passando O Jornal Oficial. Papai e Mamãe chegaram em casa no momento de meu desastrado pouso no sofá.

–Se importa, Catz, se eu me deitar aqui?- perguntou papai, e eu neguei- Acredite, vida de diretor não é fácil.

O Rei Maxon falava sobre A Seleção. Olhei para a Rainha America- que estava radiante em seu vestido verde- e vi um quê de desafio em seus olhos, como que fazendo a pergunta que vinha fazendo meus dedos formigarem perto daquela carta: “E o que você tem a perder?”

Olhei para o lado e vi minha mãe balançando a carta. Como a Rainha dissera-indiretamente, o que teria eu a perder? Afinal, eu não acabei só como um rostinho a mais em Bonita. Eu era uma Selecionada.

Aurora

–Ma, Padre!- reclamei de novo

–Ma che, Aurora?- ele se virou para mim, me fuzilando com os olhos

–Nada, nada.- disfarcei, amedrontada- Vo a mi quarto.- misturei nossa língua natal à de Illéa

–E o pudim?- me alertou

–E as contas?- repliquei, a língua afiada

Ele bufou

–Então vá estudar, mas escuta-me.- avisou- Você vai ter que render alguma coisa para nosso restaurante, Aurora. Volente o nolente.- por bem ou por mal.

Saio do escritório pisando duro. Como as pessoas da Itália, nossa terra natal, podem ser tão quentes e alegres e papai tão frio e calculista?!

Vou para meu quarto, que fica ao lado do de Nicole, minha irmã de 21 anos-cinco a mais que eu. Abro a porta e sinto a brisa morna de Angeles, que entra pela sacada. Posso odiar esse lugar, mas nunca vi brisa tão gostosa.

Me mudei para Illéa há 10 anos, como que num intercâmbio de famílias. Viemos para cá como Quatros, e papai e Sherman trabalham no restaurante, o maior- e melhor- de toda Angeles. Temos dinheiro o suficiente para comprar um título de Três para cada um de nós quatro-eu, papai, Nicole e Sherman, já que mamãe morreu durante meu parto- mas papai diz que estamos melhores como Quatros do que como jamais ficaríamos como Três.

Me sento na mesinha dentro do quarto, em frente à sacada. No horizonte, o muros do Palácio. Normalmente tenho antipatia à muros, sou meio(uhum, só meio. Tá, muito) teimosa. Mas os muros do Palácio são outra história. Me parece que, uma vez dentro deles, não há como sair ou entrar, eles trazem segurança. Mas eu sei que não é bem assim, conseguiram até mesmo matar o ex-Rei Clarkson num ataque rebelde. Mesmo assim, aqueles muros estão ali, resistindo às bombas e todo o resto. Acho que manteriam até mesmo meu pai de fora.

O vento joga em meu rosto a carta da Seleção. Giro o envelope em meus dedos. Sério, eu, uma princesa? Estou mais pra rebelde. E para mim, o Príncipe Arthur não tem mais encanto- somos bons amigos. Ah, claro: eu conheço a família real. Minha família já foi chamada ao castelo diversas vezes, e os príncipes Arthur e Anthony- ou Tony, como ele pediu que eu o chamasse- já vieram várias vezes ao restaurante. Dois bobões, se quer saber- gente finíssima, mas bobões.

Poucas coisas me atraem nessa tal Seleção. Um delas é certo loiro de olhos azuis, um tal de Anthony, conhecem? Outra? A Rainha America é alguém que eu amaria de paixão conhecer melhor. E a terceira razão, os muros poderiam realmente manter papai de fora.

Pensando realmente melhor, a ideia da Seleção não é tããão ruim assim...


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Notas finais do capítulo

Olha meu espírito assassino voltando... TanDamDam!The Zuera Never Ends... Beijocaaas.

Segue foto da Aurora:http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=F2_mDNzgGQ41jM&tbnid=PSwNLhptLH4HEM:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fmeu.mundonarnia.com%2Fprofile%2FAnnaKetherinePopplewell&ei=GvFBU87qEtWisAT2wIHAAg&bvm=bv.64367178,d.b2I&psig=AFQjCNH7gjEpde1qGrLKbiBTh82tgNKpSQ&ust=1396916860305368