Coroada - A Seleção Interativa escrita por Lady Twice


Capítulo 22
Eliminação, I


Notas iniciais do capítulo

Deuses, eu estou escrevendo como uma máquina! Bom ou ruim? Eu também não sei.
Pessoas, eu sei que esse capítulo tá meio pequeno, mas é só porque ele é mais simbólico, entenderam? E nada de pular para o final só pra descobrir quem sai! Leiam tudinho!
P.S: Eu vou explicar o troço dos planetas no próximo capítulo, que eu me dou 36 horas para postar.



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No dia seguinte ao Jornal, Arthur acordou de mau-humor. Era sábado. Sábado, dia onze de agosto. É isso, infelizmente, significava uma coisa: era dia de eliminação.

Ele quis se deitar na cama fofa e fingir que o dia não havia começado. Queria passar o dia inteiro lá, sozinho. Não queria ver seu pai ou mãe, que lhe perguntariam quem ia embora. Ele podia fingir uma enxaqueca, mas mesmo assim seus pais arrancariam dele quem iria. Ele podia fingir ter desmaiado, Tony jogaria um balde d'água fria nele. Ele podia até morrer que, segundo sua mentalidade, sua mãe o desenterraria só para perguntar quem saía.

Então, ele somente se sentou na cama. Ouviu uma barulheira ao lado do seu quarto, o que só podia significar uma coisa: sua mãe e Louise estavam discutindo. De novo.

Colocou a roupa de descer para o café, mas decidiu passar no quarto da irmã. Elas quebrariam tudo e se matariam se ele não interrompesse a briga. Bateu na porta.

"Mãe? Lou?", perguntou, abrindo uma fresta.

"Não ouse entrar, Arthur!", ele reconheceu a voz da irmã mais velha. Ouviu ela pegar um roupão e se enfiar nele. "Pode vir."

"Bom dia, querido.", America disse para o filho, e se voltou para Louise. "Agora, Louise, ponha esse vestido logo."

"Bom dia, mãe.", ele disse, e olhou para a irmã. "Estamos atrasados para o café. Por que você não coloca o vestido, Louise?"

"Ah, Arthur. Você ainda não viu o troço!", Louise devolveu, e apontou um vestido florido em cima da cama. Se segurou para não rir. "É a minha cara, não é?"

"Mãe, por que você quer obrigar Louise a vestir isso?", Arthur perguntou.

"Porque ser Princesa tem um preço. Preço que Louise tem que pagar. Agora, coloque. O. Vestido. Louise."

"Mas, mãe-"

"Sem mas! É só por hoje, Louise!", ela. Interrompeu, e Louise pareceu indignada. "Pode usar a roupa que quiser durante o resto do dia. Mas, faça-me o favor de usar essa vestido no café!"

Louise bufou. "Tá bem, tá bem."

"Vejo vocês lá embaixo. Não demorem, por favor.", America disse, e saiu do quarto, triunfante.

"Por que exatamente ainda está aqui, peste?", Louise perguntou, e puxou uma parede de madeira do seu armário.

"Sei lá.", Arthur trocou o peso de pé. "Tinha vindo pedir que não quebrassem as paredes, mas vocês se resolveram bem."

"Se você chama ser obrigada a usar isso de resolver bem, tudo correu otimamente.", ela disse, se sentando na cama para colocar os saltos.

"Acho que estou aqui por nada."

"Mas eu não.", ela disse, e os dois começaram a andar pelos corredores. "Acho que você quer um conselho."

No momento que saiu da boca dela, ele viu que era verdade. Arthur precisava de um conselho. Louise sorriu ao ver o embaraço do irmão.

"Hoje é dia de eliminação.", ele disse, simplesmente. "Eu não consigo mandar nenhuma delas embora."

"Acho que sei como se sente, Archie."

"Ela são todas ótimas garotas, Louise.", ele olhou para as próprias mãos. "Ninguém deveria ter que ir embora agora."

"É, Archie. Não deveria mesmo.", Louise concordou com o irmão, seus braços entrelaçados. "Mas alguém vai ter que sair."

"Vai."

"E você vai ser o cara que vai dizer quem."

"Vou."

"Você já sabe quem vai?"

"Sei."

"Por que elas vão?"

"Porque... Eu não senti nada.", ele admitiu. "Não adianta alimentar falsas esperanças."

"Não mesmo.", ela balançou a cabeça. "É melhor mandar pra casa de um vez."

A cabeça dele continuou baixa. Eles haviam chegado às grandes portas de mogno.

"Ouça, Archie. Você não está fazendo isso por mal ou porque quer magoá-las. Está fazendo isso porque tem de fazer.", ela segurava o rosto dele, olhando em seus profundos olhos castanhos. Mesmo de salto, ela não era mais alta que o irmão. "Você não é um cara mau. Você é um cara bom. Só quer a sua felicidade, e a delas. Está fazendo o que precisa. O que um Príncipe tem que fazer."

"Como você usar esse vestido?"

"Quase a mesma coisa. Só que mais importante.", ela riu, soltando a face de Arthur. "Agora, levante essa cabeça e vamos entrar. Nos anuncie, Potts."

"Você é uma ótima irmã mais velha, Lou.", Arthur sussurrou para a irmã, enquanto as portas se abriam.

"Faço o que posso, querido. Sempre conte comigo.", ela respondeu, baixinho.

"Mas continua sendo um péssimo exemplo."

"Cale a boca, Arthur.", ela deu um tapinha no braço do irmão antes de entrar.

♚♚♚

America procurou o filho pelo dia inteiro, mas ele parecia estar fugindo dela. De propósito.

Ele não havia dito uma palavra durante o café da manhã, até porque o clima estava tenso demais para conversas. Duas das trinta e cinco meninas que comiam com eles iriam para casa. Ela mesma não conseguia olhar cada uma nos olhos.

Então, ao final da tarde, resolveu apelar. Ela tinha que falar com o filho. As garotas deveriam ser comunicadas antes do jantar, para que partissem depois deste. Pensou que, se ela já havia o procurado, nos Jardins, nos quartos, na dá-la de jogos e na biblioteca, sem sucesso, Arthur só poderei estar em um lugar. E foi para lá que America rumou.

De fato, perto da porta do cômodo, ela ouviu alguém se lamentando. Pensando alto. Sabia que era seu filho.

Ao entrar, ela arregalou os olhos. Sabia que a suíte da princesa nunca fora ocupada depois de Amberly Schreave- America fora direto para a suíte da rainha, pois Clarkson havia morrido no grande ataque sulista-, mas se espantou ao ver que o lugar estava exatamente como Maxon lhe mostrara, anos antes. A cama, o enorme armário, tudo estava lá. Ela pensou que, se abrisse o armário, encontraria Marlee lá dentro. Riu de si mesma.

No centro do quarto, Arthur mirava as paredes brancas. America se aproximou do filho.

"Arthur, meu filho?", ela perguntou, e ele a olhou. "Está tudo bem?"

"Claro, mãe.", Arthur devolveu, irônico, voltando a mirar as paredes. "Melhor impossível."

"É por causa da eliminação, não é?", ele assentiu. "Não deve ficar assim. Está fazendo o que precisa fazer."

"Eu sei, mãe. Louise me disse isso, mais cedo.", Arthur disse, triste.

"Eu juro que não entendo sua irmã. Ela é totalmente oposta à si mesma.", America riu, e Arthur esboçou um sorrisinho. "Agora, Arthur, as garotas. Devemos avisá-las antes do jantar."

"São ótimas garotas, mamãe.", ele se lamentou. "Queria poder passar mais tempo com elas."

America suspirou. "Tempo é algo que nós, atarefados governantes, nunca temos. Eu aprendi isso do pior jeito, Arthur."

"Eu sei, mãe.", finalmente, ele voltou a olhar nos olhos azuis de America. "Eu sei."

"Quem são, meu bem?"

"Ótimas garotas.", ele disse, baixinho, antes de se encostar no ombro da mãe. "Karen Padley e Juliet Grace."

America abraçou o filho. "Está tudo bem, Arthur. Tratarei de que elas continue, sendo ajudadas pelo governo."

"Não é isso, mãe. É só que...", ele olhou para as próprias mãos. "Eu me sinto tão impotente."

"Sei como é, Arthur. Ver algo acontecer sem poder impedir.", America concordou com o filho.

"É horrível.", ele colocou as mãos no rosto, e começou a soluçar.

"Shhh, meu filho. Está tudo bem.", ela dizia, acariciando o cabelo de Arthur. Mas sabia que para ele, não estava.

♚♚♚

As duas partiram em grande estilo, logo depois da refeição. As garotas, no caminho para os quartos, comentavam a eliminação.

Viam, pela primeira vez, que aquilo era uma competição. E que, a qualquer momento, elas poderiam ser mandadas embora. Assim como Juliet e Karen haviam sido. Sem aviso prévio.

Arthur não teve coragem de ir jantar. Ele não queria olhar no rosto das garotas, principalmente das que haviam sido enxotadas. Então, fez a refeição no seu quarto. Foi assim por dois dias, ele só saía do quarto para cumprir suas tarefas.

Até que ele decidiu uma coisa: o show deveria continuar. Ele tinha que encontrar uma esposa, e acabaria dispensando todas as outras. Decidiu, então, que deveria marcar um encontro.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que achram? Amaram? Odiaram? Crima contra a sanidade humana? Digam nos comentários!