I Wanna Be Yours escrita por Julieta


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Quem quer me bater por demorar pra postar levanta a mão? ~todos levantam as mãos~ Ops... Quem vai deixar essa passar porque nesse capítulo tem personagem novo?? ~todos levantam as mãos de novo~ Obrigada gente, ufa, amo vocês. ANTES DE TUDO, quero mandar um obrigada especial pra Larissa di Angelo que recomendou a fic! Um beijo especial pra você meu anjo, esse capítulo vai em sua homenagem!
Bem, desculpem pela demora. Espero que gostem do capítulo e do personagem novo u3u (carinha mandando beijo). Vejo vocês nas notas finais o/ ~aceno~



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Lily acordou ouvindo barulhos semelhantes a alguém surrando uma porta. Ela abriu os olhos e se mexeu desconfortável no sofá, sentindo as costas doloridas. Se perguntou como Nico conseguia dormir toda noite ali. Nico. Quando o nome do garoto veio a sua mente, todas as lembranças da noite anterior voltaram, fazendo com que Lily fechasse os olhos de arrependimento. Bem, de certa forma ela se sentia arrependida. Mas, por outro lado, nunca se sentira tão bem antes. Ela se lembrava do toque de Nico e sorria, até ser interrompida pelas batidas insistentes.

— Olivia, por favor — Nico gritou, surrando mais a porta. — Eu preciso usar o banheiro!

Lily se lembrou que havia trancado Nico no quarto. Ela olhou o relógio pendurado em uma das paredes da sala e o viu marcando nove e vinte e três da manhã. Se levantou e tentou se lembrar onde havia deixado a chave, e quando a encontrou, parou em frente à porta.

— Fique calmo! — ela gritou, se irritando pelos berros de Nico, que cessaram no mesmo instante. Ele parou de socar a porta e o silêncio reinou.

Lily suspirou ao girar a chave. Nico abriu rapidamente a porta e sorriu radiante para ela.

— Bom dia! — ele se aproximou sorrateiramente e despejou um selinho nos lábios da garota antes que ela pudesse virar o rosto. Ela o encarou de olhos arregalados enquanto ele passava por ela e ia até o banheiro.

— O que você pensa que está fazendo, di Angelo? — ela gritou, sem sair do lugar, cruzando os braços. Nico não havia fechado a porta do banheiro, e ela não queria se aproximar dele.

— Estou mijando — ele rebateu, e ela revirou os olhos. — Qual o problema em mijar?

Lily não disse nada até que ele parasse na porta do banheiro, encarando-a. Ele estava como sempre estava quando acordava: calça de moletom, cabelos desgrenhados, sorriso sonolento no rosto pálido. Lily odiava-se por pensar "deuses, como ele está sexy", mas não podia evitar.

— Por que você está agindo assim? Com tanta intimidade comigo? Isso não é certo!

Nico riu.

— Olivia, pare com isso — ele revirou os olhos, voltando para o quarto. Lily o seguiu e parou na porta enquanto ele voltava a se deitar na cama.

— Pare com isso? Pare com isso? — ela se irritou. — Eu sei que estamos morando juntos e que não precisamos agir com cordialidade, mas beijo ao acordar? Usar o banheiro de porta aberta? Pelos deuses, di Angelo, não estamos juntos — ela disparou. — Não é só porque ontem você... Bem...

Lily não sabia como dizer aquilo. Não havia sido algo normal para amigos. Ela não se sentia à vontade para falar daquilo com ele, embora ele fosse um especialista no assunto.

— Ontem eu o quê, Olivia? — ele se levantou e se aproximou dela. — Não se esqueça que você pediu por aquilo. Você me implorou para encostar em você — ele sorriu, sarcástico.

— Você estava me provocando! — ela berrou. Não gostava de admitir que Nico estava certo. — Aquilo não foi nada justo! Não foi nada certo!

— Ei, senhorita Smith, não se esqueça que você começou me provocando mais cedo. E não tem nada de errado em se sentir mulher às vezes — ele piscou, se aproximando mais. — Eu sei que eu te fiz sentir como uma garota crescida — a puxou pela cintura, colando seus corpos. — Além do mais, eu não fiz nada demais. Eu só toquei você — ele passou o dedo indicador pelo lábio inferior de Lily, que estava entreaberto, enquanto ela se perdia em seu olhar. Não sabia quando seus rostos haviam se aproximado tanto. — E eu sei que você gostou.

Nico tentou beijá-la, mas ela conseguiu desviar, e, desvencilhando-se de seus braços, se afastou.

— Nico, pare — ela respirou fundo, recuperando o controle. Não podia deixar que ele continuasse com aquilo, senão ela sabia onde iriam parar. — Se vamos morar juntos, não podemos fazer essas coisas. Temos que nos controlar. Nada de provocações.

— Qual o problema, Olivia? Não estamos fazendo nada de errado — agora ele parecia ter se irritado. — Sexo não é uma coisa ruim — ele tentou se aproximar novamente, mas ela deu um passo atrás, afastando-se.

— A questão é que eu não posso fazer isso, Nico — ela tomou fôlego e começou a falar, talvez rápido demais, mas aquele assunto a deixava completamente desconfortável, e ela falava rápido quando ficava desconfortável. — Eu ainda sou virgem, e você sabe disso. Você, ao contrário de mim, já comeu várias garotas. Nico, a minha virgindade é algo importante para mim. Eu preciso perdê-la com alguém que seja igualmente importante. Não posso simplesmente me entregar a você.

— Mas eu sou importante — ele rebateu. Lily sacudiu a cabeça negativamente.

— Não deste jeito.

— Mas eu posso ser!

— Eu acho que estamos muito longe disso.

— E o que falta?

Amor.

Lily sabia que Nico provavelmente estava pensando em como ela era tola em achar que iria encontrar o amor verdadeiro, e que aquilo era uma estupidez completa. Mas ela não se importava. Ela tinha seus princípios, e não iria mudá-los simplesmente porque um cara sexy a deixava excitada. Sua virgindade significava muito para ela. Não poderia entregá-la para qualquer um.

— E-Eu... — Nico gaguejou, depois de alguns instantes em silêncio.

— Por favor, Nico. Se me trouxe aqui só para me levar para a cama, então eu prefiro voltar ao acampamento.

— Claro que não — Nico balançou a cabeça com urgência. — Eu te trouxe porque gosto da sua companhia, Olivia. Te trouxe porque estava cansado de ficar sozinho. Meus dias são mais alegres ao seu lado.

Lily não soube o que dizer diante daquilo. Ela abriu a boca para falar, mas logo a fechou novamente. Olhou para o chão, então voltou a encarar Nico.

— Está com fome? Acho que vou correr um pouco. Trago o nosso café.

*****

Nico não quis acompanhá-la por sua caminhada pelas ruas de Manhattan, então Lily vestiu um shorts de malha e uma camiseta qualquer. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo e após amarrar o tênis saiu pela porta, dizendo a Nico que a esperasse um pouco. O garoto rebateu, dizendo que pretendia voltar a dormir e que ela não precisava voltar logo. Então ela bateu a porta e entrou no elevador.

Alguns dias antes, Nico havia dado uma quantidade significativa em dinheiro para Olivia, dizendo que ela deveria comprar algumas roupas novas. Ela recusou dizendo que aquilo não era necessário, mas ele insistiu dizendo que aquele dinheiro não faria falta nenhuma, então ela suspirou, por fim cedendo. Não gostava muito de fazer compras. Quando era pequena, a mãe fazia o que podia para lhe dar o necessário, e ela nunca saíra do acampamento, então tecnicamente aquelas eram suas primeiras compras. Não sabia muito como se vestir, mas passara tempo demais observando as garotas do chalé de Afrodite o fazendo, então aprendeu alguns truques. Sabia combinar roupas e peças para fazer um guarda-roupa no mínimo aceitável.

Olivia começou a correr pela calçada do Central Park. Era um lugar bem agradável, e o dia estava lindo. Quando se cansou, resolveu pegar o café da manhã em uma Starbucks.

Enquanto caminhava distraída, Lily observava o interior das lojas que preenchiam as calçadas. Roupas, aparelhos eletrônicos e suvenires eram estampados nas vitrines. Nada chamou sua atenção, até que passou por uma loja diferente. Ela parou para observar a vitrine que mostrava incríveis discos de vinil postos delicadamente em bases próprias, algumas giratórias, outras coloridas; um paraíso das músicas antigas. Ela olhou para o final do quarteirão, já muito próximo, a Starbucks logo na esquina, e então voltou a olhar os discos que pareciam chamar por seu nome.

— Bem, uma olhadinha não mata ninguém — ela deu de ombros, entrando.

A loja realmente parecia o paraíso, pelo menos aos olhos de Lily. Quando pisou os pés no elegante carpete vermelho, a grande porta de madeira com um vidro transparente no centro automaticamente se fechou atrás dela. Apesar de ter certeza de que a placa pendurada na porta dizia "Aberto", a loja parecia vazia. As luzes estavam apagadas e a única fonte de iluminação vinha do sol, que atravessava as vitrines e o vidro da porta, deixando o local aconchegante e com iluminação perfeita. As paredes eram quase completamente cobertas por discos de diversas cores e tamanhos, o que Lily achava incrível. O lugar não era grande e nem pequeno, tinha o tamanho perfeito, e várias estantes ocupavam o espaço, dispondo milhares de discos e CDs à venda. Todas aquelas coisas deviam custar uma fortuna. No fundo do estabelecimento, depois de todas as prateleiras, o balcão com a caixa registradora parecia vazio, e na parede atrás dele uma porta vermelha estava entreaberta, revelando algum tipo de escritório, no qual Lily realmente não estava interessada.

Ela caminhou lentamente para o interior do local, olhando tudo em volta, maravilhada. Passava a mão sobre os discos nas prateleiras, com a boca entreaberta, vendo clássicos como The Beatles, Nirvana, Bon Jovi e outros artistas que eram indispensáveis em seu iPod. Parou de andar abruptamente quando uma voz vinda dos fundos do estabelecimentos interrompeu o silêncio:

— Porcaria — a voz disse, soando frustrada, talvez com raiva. — Você poderia funcionar, só hoje? Eu sei que não gosta de mim, e acredite, isso é recíproco, e também sei que sente falta do papai, eu também sinto. Mas ele não está mais aqui, e temos que manter a loja, por ele. Eu devo isso a ele. Então, por favor, podemos apenas trabalhar juntos por um bem maior?

Lily espiava o homem através de um buraco na prateleira. Ele era alto e aparentava ter a idade de Nico, apenas alguns anos mais velho que ela. Era extremamente bonito, apesar de seus olhos azuis estarem carregados de cansaço, e sua voz soava triste. Seu cabelo castanho claro pendia desajeitado sobre o rosto, nem tão curto, nem tão longo. Seus ombros estavam rígidos, enquanto seus braços estavam apoiados no balcão. A camiseta branca deixava a mostra seus músculos definidos, o que Lily achou extremamente atraente. Ele era um cara bem bonito, e se não estivesse tão acabado, a cena de ele estar conversando com um toca discos seria engraçada.

Lily não sabia se dava meia volta e saia dali como se nada tivesse acontecido ou se ia tentar ajudar o pobre coitado a fazer o aparelho antigo funcionar. Era uma caixa de madeira envernizada consideravelmente grande, que apesar de muito antigo parecia bem preservado. O garoto tentava desesperadamente fazer um disco tocar, e provavelmente acabaria o arranhando. Lily olhou para a capa do disco que estava sobre o balcão, e involuntariamente deu um pulo saindo de trás da estante em que se escondia quando o garoto tentou forçar o braço do aparelho para baixo. Aquilo seria o fim do toca disco.

— Não faça isso — ela disparou, sem pensar no que dizia. Suas mãos estavam erguidas como se ela quisesse fazê-lo parar com o poder da mente. Ele a olhou de olhos arregalados, surpreso com sua presença.

— O que está fazendo aqui? Quem é você? — ele perguntou, parecendo irritado com a presença dela.

— Eu só estava olhando alguns discos.

A expressão dele suavizou.

— A loja ainda não abriu.

— Não é o que diz a placa na porta — Lily tentou sorrir.

— Sério? Ela está virada para o Aberto? Que droga. Eu devo ter esquecido de virar ontem à noite.

— Ah, sinto muito — Lily corou. — Eu já estou saindo.

Lily se virou, mas o garoto voltou a chamá-la.

— Espere — ela o olhou, atenta. — Sabe como fazer isso funcionar? — ele apontou para o toca discos, com uma expressão de súplica. Lily sorriu gentilmente.

— Claro — ela se aproximou do balcão. Ajeitou o disco no prato, apertou o botão certo, e o disco começou a girar. O braço desceu suavemente por vontade própria sobre a borda do disco, e a música começou a tocar alguns segundos depois. O garoto sorriu.

— Você tem jeito com isso — ele fez uma cara de aprovação.

— E você quase quebrou essa relíquia e riscou um clássico como What's The Story Morning Glory? — eles riram enquanto a primeira música do disco, Hello, tocava.

— Gosta de Oasis? — ele perguntou.

— A pergunta é: Quem não gosta de Oasis? — ela respondeu. — Qual é, Wonderwall é um hino. Por mais que você não curta a banda, tem que admitir que o som é incrível.

O garoto sorriu como se ela tivesse dito algo que ele não ouvia todo dia.

— Esse disco era um dos favoritos do meu pai — ele suspirou. — Obrigado por não me deixar riscá-lo.

Era?

— Bem, ele faleceu — o sorriso desapareceu no rosto de ambos. — Faz alguns meses. Eu sou seu único herdeiro, então aqui estou eu. Disseram-me que eu poderia vender a loja, mas meu pai a amava quase tanto quanto amava minha mãe. Então eu disse que a manteria, mas estou enlouquecendo.

— Sua loja é incrível — Lily sorriu, tentando parecer solidária. — Minha mãe tinha um toca discos idêntico a esse. Ela me ensinou a usá-lo. Gostava de ouvir música nele enquanto arrumava a casa.

Gostava?

— Bem, ela morreu quando eu ainda era pequena.

— Sinto muito — ele parecia estar sendo sincero.

— Não sinta. Já faz muito tempo. Eu superei.

— Certo, que tal conversarmos sobre coisas mais alegres? Diga-me, o que mais você gosta de ouvir... — ele fez uma cara de questionamento.

— Olivia — ela sorriu. — Mas pode me chamar de Lily.

— Walter — ele estendeu a mão sobre o balcão. — Mas pode me chamar de Walt.

— Bonito nome — Lily disse. — É um nome antigo, não é?

— Era o nome do meu avô — Walt sorriu.

Eles conversaram por algum tempo, até Lily olhar o horário em seu iPod. Se assustou ao perceber que já eram quase uma da tarde.

— Eu tenho que ir — ela suspirou.

— Claro, claro. E eu já deveria ter aberto a loja — ele parecia ter acabado de se lembrar.

— Então... Até mais — ela acenou com a mão.

— Lily, espere — ela a chamou, e ela voltou a se virar para encará-lo. — Pode me passar seu número? — ele parecia envergonhado em perguntar.

— Eu... Não tenho um celular — ela disse, sabendo o quão patético aquilo havia soado. Qualquer pessoa tem um celular hoje em dia. Principalmente garotas da idade dela. Walt ergueu uma sobrancelha, questionando. — Quer dizer, o meu quebrou — mentiu. Lily sabia que era uma péssima mentirosa, mas não havia nada que podia fazer. Precisava parecer normal.

— Então, espere — ele procurou em uma das gavetas do balcão e tirou de lá uma caneta e um bloquinho de papel. — Aqui está o meu número. Quando tiver concertado o seu, ou comprado outro, me ligue ou mande uma mensagem — ele sorriu, entregando o papel a ela.

Lily não estava certa se deveria aceitar aquilo, nem se deveria ligar para ele caso arrumasse um telefone, mas sua mão se esticou e pegou o papel, como se tivesse vontade própria, guardando-o na bolsa.

— Eu ligarei — ela sorriu, caminhando de costas, sem desviar o olhar dele. Deuses, ela pensou, o sorriso dele é lindo. Ela sabia que deveria estar mordendo o lábio, mas não podia evitar. Fazia isso quando ficava nervosa. Quando estava no meio da loja, finalmente se virou. Antes de cruzar a porta, olhou para trás novamente, e Walt nem havia se mexido; ainda a encarava sorrindo com os braços cruzados sobre o balcão. Ela acenou e saiu.

Lily caminhou pensativa até o Starbucks no final do quarteirão. Nico não poderia saber que ela havia conhecido alguém. Não que tivesse acontecido grande coisa entre ela e Walt, mas ela sabia que o filho de Hades surtaria. Mas ela precisava de um telefone para ligar para ele. Enquanto comprava os dois cafés, pensou em uma desculpa convincente para pedir a Nico que a desse um celular. E então, caminhou para casa, tentando fazer com que o sorriso saísse de seu rosto. Nico não podia reparar em como ela voltará surpreendentemente feliz de sua caminhada. Ela sabia que estava se metendo em encrenca, mas não podia evitar. Lily atraía encrenca. E a maior delas tinha nome e sobrenome: Nico di Angelo.


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Notas finais do capítulo

Well well well, meus instintos de escritora dizem que depois daquela "ação" que teve no capítulo anterior, as coisas talvez se acalmem um pouco e voltem a ser o que eram antes: apenas provocações. Não sei quando outro capítulo hot vai aparecer, pra alegria dos leitores mais puros e pra desgraça daqueles que adoram uma safadeza. É isso aí. Vão ter que esperar. Muahahahaha. Beijão ;* espero os reviews, amo vocês o/



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