Minha Querida Trolha escrita por Paloma Tsui


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Continuando ^_^ Com um cap. de tamanha classico dessa vez ^_^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/490538/chapter/2

Depois de um tempo, Minho trouxe o jantar para Marie. Ela conseguiu comer sozinha, pois tinha passado um pequeno intervalo de tempo descansando. Ela não sabia como, mas a comida que deram a ela pareceu à melhor que ela já comeu na vida. Ela se sentiu plenamente satisfeita quando terminou.

Marie ficou só lá sentada na maca um tempo observando as pessoas irem de um lado para o outro, arrumando coisas. Ainda não estava com sono e não conseguiria dormir com toda a barulheira que a sede estava fazendo. Ela sabia o que acontecia a noite agora, os Verdugos atacando diretamente a Sede. Levando um por noite. Ela estava apavorada. E se sentia usada. Havia sido mandada para aquele inferno só pra passar uma estúpida mensagem e agora ela podia morrer. Era injusto e sem sentido.

Mas ela sabia que resmungar não adiantaria nada. Tentaria descansar e estar preparada para qualquer decisão que eles decidissem tomar.

Varias pessoas estavam transitando pelo quarto. Umas delas era Minho, que dava rápidas olhadelas para Marie e depois desviava o olhar. Mas uma delas era a tal garota, e em um determinado momento ela entrou no quarto e ficou um bom tempo lá. Apenas sentada passando os dedos pela mesa. Quanto às pessoas pararam de transitar pelo quarto ela finalmente disse:

_ Oi – ela disse num tom que era desprovido de animação.

_ Olá – Marie respondeu quase no mesmo tom.

_ Sou a Teresa.

_ Marie.

_ Juro que estou com raiva de você – Teresa disse.

Marie olhou pra ela em duvida. Por que Teresa haveria de estar com raiva de Marie? Elas nem se conheciam. E Marie mal tinha chegado e já tinha alguém com raiva dela. Como se já não bastasse à desconfiança de Newt e agora isso. Marie foi tomada por uma onda de frustração.

Sem nem esperar Marie dizer alguma coisa Teresa continuou:

_ Eu era a única garota e de repente BUM. Você surge. E o Thomas não parou de falar sobre você. E agora o Minho acha que você é demais. As esperanças dele voltaram. Ele acha que você é uma garota mágica.

Marie riu tão sonoramente que achou que até as pessoas do andar de baixo a ouviram.

_ Esquece esse ciúmes. Eu não to nem ai pro seu trolho. Mas fico feliz de dar um motivo a Minho para continuar. Não era a minha intenção roubar seu posto, olhos azuis. – Quando Marie mencionou a cor dos olhos da garota, ela se virou pra ela e a encarou.

_ Tudo bem, olhos cinza. – Teresa semicerrou os olhos e fez uma cara maliciosa. – Acho que você já vai ter problemas demais. Por ora tente dormir, teremos um grande dia amanha.

Marie sorriu pra ela. Teresa pegou algumas mantas e as estendeu no chão, depois se deitou. Quando ela se virou os olhos dela estavam fechados. Parecia já ter dormido.

Do nada todos os encarregados entraram de súbito no quarto, fazendo a maior algazarra. Todos começaram a se posicionar em seus determinados lugares. Minho veio na direção de Marie e jogou pra ela umas mantas, depois deitou ao seu lado. No chão ao lado da maca. Ao lado dele estava Alby e um pouco mais pra lá Newt. Thomas e Teresa estavam deitados na outra ponta do quarto, na parede onde fica a porta.

Marie estendeu a manta por cima de si mesma, mas só nessa hora viu a mancha de cor indefinida na sua blusa e lembrou que estava vomitada. Ela achou que iria vomitar de novo, e dessa vez botar todo o jantar maravilhoso que ela havia comido. E ela não queria aquilo de jeito nenhum. Então tirou a blusa e a jogou num canto deixando a mostra seu sutiã preto básico.

_ Hei, garoto asiático – Marie chamou e Minho se virou pra ela intrigado. Mas depois ele viu que ela estava sem blusa e enrubesceu. Marie se cobriu com a manta e continuou. – Pode me arrumar alguma coisa pra vestir?

Minho nem sequer hesitou se virou e foi. Newt olhava pra ela sem reação.

_ Que foi? Nunca viu uma garota sem blusa? – Marie indagou da maneira mais pretensiosa possível.

_ Na verdade, acho que não. – Newt deu um sorriso malicioso. Marie riu. Newt andou de um lado para o outro procurando alguma coisa, só nesse momento Marie percebeu que ele mancava. Queria perguntar pra ele o que havia acontecido, mas não era hora ainda.

Minho voltou tão rápido quanto partiu e jogou uma blusa pra ela. Ela tirou a manta de cima e vestiu a blusa o mais rápido que pode. Os garotos estavam mais constrangidos que ela. Mas ninguém comentou nada e os meninos se deitaram.

Marie se revirou um tempo sem conseguir dormir. E depois de um tempo virada de costas olhando para o teto estranho e irregular do cômodo, ela sentiu uma estranha vontade de se virar e olhar pra baixo. Conversar com Minho, mas em parte torcia para que ele estivesse dormindo, queria que ele descansasse e esquecesse aquilo nem que por algumas horas. Ela se virou, mas os olhos dele estavam bem abertos. O movimento o intrigou e ele olhou pra cima e pegou os olhos cinza, agora azuis, de Marie o fitando.

_ Ninguém nunca me chamou de garoto asiático – ele indagou fazendo Marie sorrir. – Eu gostei. Faz-me sentir no passado. Eu meio que sentia que morava em um país ocidental, mesmo sendo um oriental, faz sentido?

_ Faz sim – Marie concordou. – Obrigado por me trazer pra cá. Quer dizer, você podia muito bem ter me deixado lá.

_ Eu sabia que você não era uma ameaça. E veio aqui para nos trazer a certeza de que precisávamos. Foi ótimo você ter aparecido. – Minho a fitou com medo do efeito que as suas palavras podiam ter surtido, mas Marie só deu um sorriso torto e deixou o braço pender ao lado da cama.

_ Obrigado, trolho.

Minho sentiu uma vontade imensa de segurar a mão dela. Parecia tão incrivelmente convidativa. Ele sentia que deveria protegê-la. Queria cuidar dela. Queria que ela fosse pra casa. Ele não conteve a vontade e segurou a mão dela. E então ela fez uma coisa que o surpreendeu, ela retribui. Ela apertou a mão dele e deslizou os dedos para sentir a textura da sua pele.

_ Vai ficar tudo bem com a gente. Você nos trouxe a certeza. Vou cuidar de você.

_ Acho que preciso que cuidem de mim? – Marie semicerrou os olhos e Minho fez uma expressão magoada, mas rapidamente Marie continuou. – Você esta certo. Estou aterrorizada, garoto asiático.

Minho percebeu que ainda estavam de mãos dadas. Ele olhou novamente pra ela, mas ela havia fechado os olhos e não soltou a mão dele. Simplesmente foi dormir. Mas ela demorou cerca de uns dez minutos para realmente cair no sono, e ele só percebeu isso por que involuntariamente ela soltou a mão dele, deixando que a palma dele deslizasse para fora da dela, deixando que a sua segurança escapasse.

Ele se virou pro outro lado e fechou os olhos, mas abriu quase que instantaneamente de novo quando ouviu Alby murmurar:

_ Por que essa trolha está tão bem?

_ Ela sabia tudo que estava enfrentando no momento que chegou aqui. Foi meio que alertada de tudo. Ela só não esta confusa, mas esta com medo. Do mesmo jeito que todos nós. – Minho respondeu falando ainda mais baixo.

_ Ela esta aqui há algumas horas, mas parece estar aqui há meses. A fedelha mais esperta que já tive. – Alby insinuou um sorriso.

_ Ela é especial. – Minho murmurou pra si mesmo. Pois sabia que ninguém o ouviu.

Era incrível como quando Teresa apareceu tudo que Minho sentiu foram cinco minutos de surpresa, mas depois ele começou a achar a garota um tanto idiota. Mas com Marie a coisa era totalmente diferente.

Depois de muitas noites, Minho finalmente conseguiu dormir.

A Explosão de alguma coisa lá em baixo fez todo mundo acordar. Marie levantou subitamente, mas era óbvio que todos estavam acordados já havia muito. Ela e Teresa tinham os meus olhos arregalados, apertando a manta contra o corpo. Marie se sentou na maca e observou a sala. Metade dos Encarregados tinha sumido. Menos Minho e Newt, eles permaneciam lá.

_ Cadê todo mundo? – Marie sussurrou. Por um breve momento temeu que todos tivessem sido pegos.

_ Estão lá em baixo. Um garoto foi pego. – Tinha pesar na voz de Minho. Tudo que ele queria era que tudo aquilo acabasse, e ninguém mais precisasse ser pego.

Marie levantou e colocou a mão no ombro de Minho. Ele ter segurado a mão dela ontem e lhe demonstrado tanto afeto e preocupação com ela, mesmo ela tendo chegado há apenas um dia, ter vomitado nele, e depois tirado a blusa na frente de todos a intrigava. Ele parecia realmente gostar dela. Eles se entendiam. Tinha uma conexão que não demorou parar ser estabelecida. Não era amor a primeira vista. Mas é como se eles tivessem sido feitos para se encontrar.

_ Hoje vai acabar, Minho, vai dar tudo certo. – Ele virou a cabeça levemente e sorriu.

_ O que esta acontecendo com a gente garota? – Ele se virou tão rápido que Marie nem percebeu. Do nada, ele já estava a abraçando e ela o abraçando de volta. – Você tem razão, vai ficar tudo bem. – Eles sentiam isso naquele abraço.

_ Hei, por que esta abraçando ela? No dia em que eu cheguei aqui, eu entrei em coma. E quando acordei, fui mandada direto pro Amansador. E você e o Newt me chamaram de idiota. Ela chega sendo carregada no colo, ganhando comida na boca e abraços. Isso é muito injusto. – Teresa disse num tom brincalhão de indignação. Marie e Minho se soltaram. Ele foi em direção a porta e desceu as escadas correndo. Como se quisesse anunciar que de alguma maneira as coisas ficariam bem.

_ Eu não te julgo. Eu sabia que tinha uma ligação com Thomas desde que estava em coma. É incrível não é? Isso que fazem. Mesmo que possa ser implantado no seu cérebro. Toda essa ligação e tal. É maravilhoso ter alguém em quem se pode apoiar. – Teresa disse e só quando ela terminou Marie se virou pra ela. Levou um susto quando viu que Teresa estava do seu lado. Em um ato não planejado, totalmente improvisado e não esperado, Teresa segurou na mão de Marie. – Vem. Vamos ver o que esta acontecendo lá em baixo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Xoxo :*