The Bet escrita por Brenda
– Você vai falar com ela, não é? – Wilson perguntou enquanto observava House virar na boca o quinto copo de whisky.
– Ainda não sei. – House suspirou indo sentar-se no sofá, ao lado do amigo.
– Como não sabe? – Wilson indagou incrédulo. – Você precisa falar com ela! Vocês precisam resolver isso.
– Eu já disse, esse filho pode não ser meu! – House deu de ombros.
– Você sabe que é seu. – Wilson disse irritado e ganhou um olhar curioso de House.
– Jimmy Boy, há grandes chances do Chase ser o pai, você sabe! – House franziu o cenho diante daquele pensamento. Pensar em Chase e Cameron juntos o deixava nauseado.
– Não! – Wilson levantou-se do sofá rapidamente e ficou parado, em frente á House. Ele baixou a cabeça e dirigiu seu olhar para o amigo. – Cameron e Chase não estão juntos á meses, House. – Suspirou. – E aquela noite que você levou-a para jantar... Bem, a conta bate perfeitamente. Você não acha que tem que conversar com Cuddy também? Quer dizer, ela ouviu nossa conversa, mas nós não explicamos nada a ela.
– Ela é uma curiosa. – House revirou os olhos.
– Mesmo assim, você tem que falar com elas. Principalmente com Cameron.
– Eu sei. – House desviou o olhar de Wilson e fitou por um longo tempo a porta de seu quarto, no fim do corredor escuro. House não percebeu quando Wilson foi embora.
– Não tem mais jeito, Cameron. – Wilson falou sofregamente enquanto comprimia mais o celular contra a orelha. – Ele sabe.
“Como ele descobriu?” A voz de Cameron soou desesperada e levemente esganiçada de medo. “Wilson, você contou...” Ela choramingou no outro lado da linha.
– Não, é claro que não! Prometi que não diria nada a ele e estou cumprindo isso ainda. – Wilson respirou fundo. – Foi a Dra. Krawlian, ela que contou a ele.
“O que eu vou fazer?” Ela sussurrou e Wilson teve a impressão de que aquela pergunta não era realmente para ele. Ele iria tentar responder, mas Cameron o interrompeu “Qual foi á reação dele?”
– Ele está desesperado. – Wilson lembrou-se de como o amigo parecia assustado. – Posso dizer que ele está com medo. E é por isso mesmo que você tem que falar com ele.
“Ele deve estar com raiva, isso sim.” Cameron suspirou tentando se recompor. “Mas acho que você está certo.”
– Ele não está com raiva, Cameron. – Um pequeno sorriso de alivio nasceu nos lábios de Wilson, ele estava aliviado por conseguir – ao menos – fazer Cameron conversar com House. – Vai conversar com ele, então? – Ele perguntou para certificar-se.
“Sim!” Ela soou decidida para Wilson, deixando-o orgulhoso. “Amanhã mesmo eu irei conversar com ele.”
– Ei, Wilson! – Foreman chamou pelo amigo que estava na recepção do hospital mexendo em alguns papéis.
– Bom dia, Foreman. – Wilson cumprimentou-o.
– Bom dia. – Foreman respondeu. O homem ficou ali parado, esperando Wilson terminar de arrumar os papéis e coloca-los de volta em sua pasta.
Quando Wilson terminou, começou a andar em direção a sua sala, sendo seguido por Foreman. O oncologista parou, virou-se e arqueou uma sobrancelha.
– Você precisa de alguma coisa, Foreman?
– Na verdade, sim. – Foreman respirou fundo e olhou diretamente nos olhos do amigo. – Quem é o pai do filho da Cameron?
– Foreman, eu não vou lhe dizer. – Wilson virou-se e recomeçou a andar, Foreman o seguiu novamente. – Não adianta você insistir!
– Wilson, por favor. – Foreman tentou de novo. – Eu estou curioso!
– Eu sei, mas essa informação é algo que Cameron tem que lhe dar, não eu! – Wilson chegou á porta de seu consultório e hesitou. Ele pousou uma das mãos sobre a maçaneta, mas não girou-a para abrir a porta. Wilson virou-se para encarar os olhos castanhos escuros de Foreman.
– Ela não vai me contar, você sabe. – Foreman franziu o cenho enquanto se aproximava mais dois passos do oncologista parado á sua frente. – Eu sei que esse é um assunto delicado, mas a curiosidade é mais forte.
Pelo que pareceu ser um longo tempo para Wilson, ele não disse nada. Apenas observou – realmente, pela primeira vez – Eric Foreman. Seus olhos percorreram pelos traços marcantes do jovem doutor e ele deixou-se arfar ao ter pensamentos impróprios com o amigo.
Wilson virou-se rapidamente e apenas murmurou um “Pergunte a Cameron” antes de mergulhar na segurança de sua sala.
– Podemos conversar? – A voz tão conhecida chegou aos ouvidos de House surpreendendo-o. Ele olhou para cima e contemplou por alguns instantes, Cameron parada na porta.
– Entre! – Ele gesticulou para que ela sentasse na cadeira em frente a sua mesa depois que ela fechou a porta e virou-se para ele novamente. Mas Cameron ficou em pé, os olhos fixos no chão, sem coragem alguma de olhar House nos olhos. – Cameron?
– Não é seu. – Ela sussurrou.
– O que? – House franziu o cenho, confuso. – Eu não entendi.
Cameron reuniu toda a coragem que possuía e fez um grande esforço para encarar House.
– Esse filho não é seu!
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