Junior

Aquele silêncio de nossa parte estava me matando por dentro, nós nem ao menos nos olhávamos. Eu com o olhar nas ruas e ela ás vezes pra janela que tinha ao seu lado... Como eu tinha saudade das carícias únicas que trocávamos, dos beijos incomparáveis e que saudade de poder dizer sempre tudo oque eu sentia por ela sem medo nem insegurança nenhuma. Engoli meu orgulho, olhei de canto de olho para ela e enfim falei.

Junior: Vamos conversar, chega desse silêncio...

Carol: Ah, claro...

Junior: Bom, já estamos chegando á filial, como vai seu TCC.

Carol: Bem...-Senti que ela oprimiu algo, mas resolvi nada dizer-E a Gabi, como vai?

Junior: Vai indo... Apesar do meu pai atrapalhar a melhora dela...-Ela me olhou, tinha um olhar preocupado. Já disse como amo o jeito que ela se preocupa com a Gabi?

Carol: A Gabi é forte, espero que ela se recupere logo e toda esta história se resolva...-Ela sorriu. Parei o carro, havíamos chegado, descemos e fomos fazer uma visitinha á aquela filial, conversamos com todos ali... Resolvi coisas pendentes e saímos de lá. Visitamos outras e mais outras filiais mais longe do que aquela ali, no caminho de volta estávamos em silêncio, eu dirigia atento, até que ela quebrou o silêncio.-Posso ligar o rádio?

Junior: Claro...-Ela me olhou e ligou, ficou passando as rádios até parar numa música que a agradou. Ela cantarolou, mas quando percebeu que eu a olhava ela logo parou e suas bochechas se avermelharam completamente. Tenho que admitir, ela fica linda envergonhada!

Carol: Érm... Pode me deixar aqui...-Ela disse quando passamos em frente ao Café Boutique. Era noite, eu não a deixaria sozinha ali, o Café Boutique já estava fechado...

Junior: Eu te levo até sua casa...-Ela olhou para a janela e disse.

Carol: Junior... Temos que esclarecer melhor as coisas....

Junior: Ah, claro... Esclarecer...

Carol: Junior, oque estamos passando agora... Aquele término sem sentido, tudo isso que ainda não está bem explicado... Eu não quero isso, não mais...

Junior: Vamos ao menos sermos amigos, para evitarmos desavenças.-Ela assentiu.

Carol: Claro, bom, acho que é só isso né...-Ela parecia querer fugir desta situação.

Junior: Mas o que aconteceu com a gente?-Suspirei, estava aflito-Carol, será que nosso amor não foi o suficiente? Por quê tudo isso...-Eu percebi que ela olhou pra cima segurando as lágrimas.

Carol: Nós já estávamos possessivos de mais, inseguros em relação de um ao outro... O tempo foi terminando com a gente...-Ela enfim me encarou, seus olhos brilhavam e ela ainda continha as lágrimas.

Junior: Carol, vamos entender logo tudo isso. Eu quero te esquecer, mas eu não consigo, não consigo Carol!

Carol: Vamos parar com isso Junior, não vamos sofrer mais com isso.-Ela me olhou-Por favor!

Junior: O amor entre nós ainda existe?-Perguntei oque estava entalado em minha garganta.

Carol: Em mim ainda existe... Mas acho melhor pararmos com essa conversa por aqui.-Ela deu um beijo em minha bochecha, eu fechei os olhos sentindo aquele contato que sentia tanta falta.

Junior: Carol...-Ela ia saindo, mas voltou e olhou para mim que me aproximei mais dela.

Carol: Junior...-Ela se aproximou, eu sentia que ela queria o mesmo que eu, rapidamente nossos lábios se tocaram. A saudade que eu tinha daqueles lábios não seriam terminadas em um só beijo... Nossos lábios se tocavam de uma maneira carinhosa, suave, ela como sempre fazia um carinho maravilhoso por dentro de meu paletó e eu naqueles seus cachos e em seu rosto esplendoroso... Ela permitiu a passagem de minha língua, como os lábios dela podiam ser a cada dia mais macios? Quando ela parou o beijo saindo do carro rapidamente apenas ouvi dela.

Carol: Isso não devia ter acontecido! Não podia, não...-Ela adentrou sua casa correndo.

Eu liguei o carro e segui em direção a minha casa, será que ela estava sendo mesmo sincera enquanto dizia que me amava? Porque ela não queria tomar logo um rumo. Como eu disse, será que apenas amar não basta? Coloquei uma de minhas mãos sobre meus lábios... Tenho que começar a esquecê-la, já que nada ela quer comigo...

Carol

Entrei correndo em minha casa, eu estava me sentindo uma completa idiota por não ter continuado oque estava acontecendo lá e por estar magoando não só a mim como a Junior também... Letícia que estava sentada no sofá fez sinal para que eu me deitasse ali, coloquei minha cabeça em seu colo e pronunciei.

Carol: Como posso ser tão idiota?

Leítica: Amiga, se ele te ama verdadeiramente, tudo vai ficar bem... Acredite...

Carol: Mas oque eu estou fazendo com ele não é certo.-Dizendo aquilo chorei mais ainda.

Letícia: Mas oque você está fazendo?-Ela perguntou intrigada.

Carol: Eu digo que o amo, mas como posso dizer isso se sempre acabo dizendo e o magoando cada vez mais com minhas atitudes... Eu sou uma idiota!-Me levantei para sair dali, mas tudo escureceu e eu nada mais senti...

Depois acordei com pessoas em volta de mim Letícia me olhava preocupada, juntamente com Clarita e Beto...

Carol: O quê aconteceu?-Perguntei com a mão sobre minha cabeça que doía muito.

Letícia: Você desmaiou amiga...

Clarita: Carol, por acaso você está...-Ela ia dizer mas eu entendi e a interrompi.

Carol: Não, isso deve ser porque eu comi apenas um Cupcake e bebi um Cappuccino apenas na hora do almoço...

Letícia: Você tem que se alimentar bem, Carol. Cuidar mais de você...

Carol: Eu sei, não fiz isso por vontade própria. Apenas nem prestei atenção nisso.

Clarita: Ficou tão vidrada no "Juninho" que nem se lembrou de se alimentar.-Eles riem.

Beto: Ô irmãzinha, se cuida!-Vou dormir.

Letícia: Eu preparei uma jantar maravilhoso antes de todos chegarem... Tratem de comer, inclusive você senhorita Carolina!

Carol: Ok, vamos lá...-Depois de comer, melhorei, as dores passaram, pude dormir tranquilamente para enfrentar o dia de amanhã.