Eu nem imaginava ser você. escrita por AgathadeLima


Capítulo 2
O egoísmo está em alta.


Notas iniciais do capítulo

*Juro solenemente que não vou fazer nada de bom*
Uau, 4 pessoas acompanhando! Nenhum comentário :(, mas vou me esforçar para merecer comentários de vcs mesmo não necessitando de coments para fazer o próx. cap. De qualquer forma, boa leitura!



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Pov. Sirius

–Sirius, me faça um enorme favor! -Pediu Molly.

Respirei fundo.

–E que favor seria esse? -Perguntei.

Molly Weasley estava sempre atarefada. Seu avental era algo indispensável. Não me surpreendia nem um pouco que acabasse pedindo ajuda toda hora. O único problema era saber o que ela queria, porque em seu estresse, Molly pede 10 coisas e depois muda de ideia o tempo todo. Mas o meu tédio era tanto que, para mim, tudo bem. Ela olhou para mim, mau humorada.

–Ora, Sirius, o que espera que seja? Não estou com o menor tempo. Vá acordar os meninos, por favor. Eu mesma acordo as meninas. Hoje é a volta as aulas, lembra? -Esclareceu, parecendo a ponto de explodir. -Ah, e depois pode...

–Uma tarefa de cada vez, Molly. Quando eu acordar os meninos volto aqui e você me diz a próxima tarefa. -Sugeri.

–Não é como se eu estivesse estressada, Sirius! Eu sei que é uma tarefa de cada vez! Agora, vai logo, ou eles vão se atrasar!

Ergui minhas mãos em sinal de redenção e subi escada acima. Primeiro, Fred e Jorge. Harry e Rony eram os piores, pareciam estar em coma, então era melhor deixá-los por último.

Abri a porta cuidadosamente. Só Merlin sabe o que eles não colocaram de perigoso nesse quarto. Peguei minha varinha e sussurrei:

Ventunis Cordiales!

Pequenas e aquecidas correntes de ar percorreram o quarto e abriram as cortinas, sobressaltando os gêmeos com a luz repentina.

–Sirius! -Reclamaram, ao mesmo tempo.

–Desculpe, mas foi sua mãe que mandou. Imagina o que ela não faria comigo se eu dissesse não? -Me desculpei, dando o melhor sorriso que conseguia.

Eles riram, sonolentos, se espreguiçaram e me expulsaram para se trocarem. Minutos depois já dava para escutar os estampidos e explosões.

Desci um pouco e fui até o quarto de Harry e Rony. Ronald estava como sempre, parecendo hibernar. Mas Harry estava... inquieto. Se mexendo o tempo todo, de vez em quando falando alguma coisa. Então aumentou o tom de voz e gritou:

–NÃO! -Acordando.

Corri até ele e o segurei pelos ombros.

–Harry... Harry! Você está bem? -Perguntei, preocupado, e o observando com atenção.

Harry decididamente não estava bem. O cabelo negro e desarrumado estava mais desarrumado do que o normal. As olheiras em baixo dos olhos pareciam querer dominar o mundo. Estava molhado em suor e os olhos extremamente verdes estavam arregalados, o desespero bem á mostra. Ele olhou em volta, respirou fundo, botou a mão na testa, escondendo o rosto, e depois acenou afirmativamente com a cabeça dizendo:

–Sim, eu... eu estou ótimo. Eu, an... estou com fome. Vamos! -Enrolou ele, pulando da cama. Depois franziu a testa e se virou para mim. -Porque me acordou tão cedo?

Suspirei. Eu gostaria de pensar que eu não sou tão egoísta. Que eu estou feliz por ele. Mas a verdade é que eu queria que Harry ficasse preso como eu aqui. Pelo menos... sei lá, teríamos um ao outro.

Mas, Merlin, como eu sou egoísta. Não estou nem um pouquinho feliz por ele. Só me sinto afundando mais e mais, preso nessa casa de merda em que nasci. Tudo que eu queria era sair uma vez ou outra, andar um pouco, fazer alguma coisa... mas Dumbledore não me dá abertura!

Dumbledore. Esse era um assunto toca-na-ferida. Ele parecia se divertir com tudo isso. Só não como Snape. Aquele Ranhoso filho da...

–Sirius! Oi? Sirius, terra chamando!- Exclamou Harry, me tirando dos meus pensamentos um tanto depressivos.

–An? Ah, sim, o que foi? -Perguntei.

–Porque me... pera, hoje não é...? Primeiro dia de aula! -Disse, quase gritando.

Ele saiu correndo e balançou tanto Rony que o derrubou da cama. No entanto, Ronald continuou dormindo. Harry revirou os olhos.

–Eu resolvo isso. -Falei. E logo em seguida: - A COMIDA ESTÁ ACABANDO!

Rony acordou num salto. Olhou para os lados, com um desespero próximo ao de Harry e falou, cheio de ansiedade:

–Onde está? A comida, quero dizer. Está acabando, e não quero morrer de fome!

Enquanto isso, Harry rolava de rir e eu apenas ria baixinho. Sinceramente, se minha depressão estava me privando de rir até de algo assim, eu estava realmente mal.

–Vamos, Rony, primeiro dia de aula, vamos chegar atrasados! -Disse, rindo, e puxando o amigo pelo braço.

Eu esperei um pouco, mas os segui.

–Sirius, graças a Merlin! Como você demorou! -Reclamou Molly, quando entrei na cozinha.

Arthur revirou os olhos.

–Molly, ele não é um elfo doméstico!

–Tá, tá. Vamos, Sirius, preciso que me ajude a trazer as malas das crianças aqui para baixo. -Mandou, autoritária.

Fred e Jorge franziram a testa igualmente.

–Como assim... -Começou um.

–...crianças? -Completou o outro.

–Temos 17 anos! -exclamaram os dois ao mesmo tempo.

Foi a vez de Molly revirar os olhos.

–Tanto faz. -Falou.

Pov. Hermione

–Sinceramente, Sirius, isso é um irresponsabilidade! -Reclamei. -E se alguém o descobrir?

Estávamos na sala. Todos estavam se arrumando, menos nós. Eu já estava pronta. Sirius não havia nem começado. E se dependesse de mim, não precisaria. Ele fechou os olhos.

–Você tem ideia do que é ficar preso em uma casa que você odeia, com lembranças que você odeia, com um elfo que odeia você, e ter como amigo apenas um hipogrifo? Pelo menos um amigo constante? Todos os outros chegam falando de suas missões, comentando como foi seu dia, e eu não posso fazer o mesmo. Eu fico calado, porque eu não fiz nada o dia todo. EU. NÃO. FIZ. NADA. Tem ideia de como isso me deixa IRRITADO? -Respondeu ele, quase gritando.

Me encolhi no sofá. Eu tinha pensado pelo lado dele. Claro que tinha. Mas uma coisa que eu sei é que ninguém sabe da sua situação realmente até estar nela também. Eu nem tenho ideia do que ele deve estar sentindo. Mas eu também tenho de pensar de acordo com a realidade! Ele não tinha escolha.

–Eu... eu... eu só... -Gaguejei.

Ele suspirou.

–Eu sei. -Ele abriu os olhos. A voz estava embargada. -Você não tem culpa. Mas... sei lá... só me deixe aproveitar enquanto saio de casa uma vez na vida.

Ele olhava para mim, os olhos suplicantes. Imaginei se algum dia anterior a Azcaban ele fora suplicante. Provavelmente não. Acenei afirmativamente com a cabeça. Ele fez o mesmo. Um silêncio constrangedor se seguiu.

–Vamos, não temos tempo, o Ministério não emprestou carro nenhum! -Gritou a Sra. Weasley, entrando no recinto.

Junto a ela, vieram Fred, Jorge, Gina, Harry e... Rony.

Merda.

O coração acelerou, a respiração ficou entrecortada. Comecei a ter aquela idiota impressão de que estou parecendo um espantalho. Antes eu achei que estava até bem...

Fred olhou de mim para ele e deu um sorrisinho malicioso.

Merda². Tinha de ser tão na cara?

Pelo menos Jorge não viu. Estava conversando com Harry, enquanto Gina olhava para o menino que sobreviveu com um brilho quase que exagerado nos olhos.

Será que eu era assim também? Espero que não.

Me recompus e fui até eles, rindo das caretas que Rony fazia a cada puxão de orelha da mãe. Ele fechou a cara para mim e fez biquinho, parecendo uma criancinha. Eu já disse que amo criancinhas? Porque eu amo.

–Para de rir da minha cara. Se fosse com você, não estava rindo! -Reclamou.

Fiz uma careta para ele.

–Deixa de ser estraga prazeres!

Fred só de olho, e o sorriso malicioso dele estava me dando medo.

–O que foi, Fred? -Perguntei.

Caso vocês não saibam, eu descobri uma pequena diferença entre Fred e Jorge que me fazia ser a única além de Angelina Johnson a saber a diferença entre os dois. Jorge tinha uma pequena mancha escura bem embaixo da orelha direita. Fred não. Então, pela vigésima quinta vez desde que descobri essa pequena imperfeição em Jorge, todo mundo se virou para mim e exclamaram, indignados:

–Como você sabe quem é quem?

Dei nos ombros. Não ia contar a ninguém. Era segredo. Mas Gina entendeu errado. Para ela, eu sabia a diferença porque gostava de um dos dois, e agora ela estava sempre no meu pé.

–Contar é que não vou. -Falei.

Todos reviraram os olhos, e Fred voltou ao seu sorriso malicioso, olhando de mim para Rony, e de Rony para mim. Mas a anta do menino não notava...

E que anta bonitinha...

Sinceramente, Hermione, tire isso da cabeça!

****

–Rony, esqueceu que somos monitores agora? Temos de ir para o vagão dos monitores, criatura! -Disse, puxando ele pelo braço.

Ele sorriu, me dando arrepios. Bosta de menino para me deixar estranha!

Fomos andando e achamos o vagão dos monitores. Dentro havia: Anna Abott e outro garoto; Da Sonserina, Draco Malfoy e Pansy Parkinson; Da Corvinal, Luna Lovegood e um menino; e Dumbledore.

Assim que entramos, diversas reações se seguiram: Anna e o outro monitor da Lufa Lufa encolheram ainda mais; Malfoy e Parkinson fizeram caras de desprezo; Luna sorriu, calma, e o menino da Corvinal, também monitor, franziu a testa, confuso, ao ver Rony; Dumbledore sorriu, abertamente feliz em nos ver.

Tudo o que fizemos na primeira hora como monitores foi ouvir as informações e instruções de Dumbledore. Depois, fomos vigiar os vagões, separar as brigas, etc. Depois estávamos livres.

Felizmente eu e Rony não tivemos problemas, e passamos um tempo juntos, conversando. Na conversa com Rony enquanto fazíamos nosso trabalho, dei dicas e tentei ver se ele entendia. Nem as mais na cara fizeram ele entender. Fiquei decepcionada. Finalmente, passamos pela última cabine antes de irmos nos juntar a Harry e os outros.

Lá tinha uma menina e dois meninos. A menina tinha olhos azuis e era loira. Os dois meninos eram quase clones, só que idades diferentes: os dois loiros e de olhos azuis, iguais a ela.

–Algum problema? -Perguntei. -Sou monitora. Hermione Granger. Conheço vocês?

A menina deu um sorriso sincero. Depois olhou para Rony, e parecia que não ia parar.

–Não, nenhum. E não, não conhece. Sou transferida, só que fui selecionada antes das aulas começarem. Meu nome é Lizzie Bemole. E esses são meus dois irmãos mais novos, Lucas e Pedro Bemole. -Falou, finalmente desviando seu olhar dele.

Eles acenaram, também sorrindo. De repente Lizzie parecia uma vagabunda. Os irmãos dela pareciam que iam colocar fogo em Hogwarts e a vontade de abusar do meu cargo nunca foi tão grande.

Mas meu lado racional é maior, então só falei:

–Acho que já acabamos por aqui, Ronald. -Falei e sai andando sem me despedir, morrendo de ciúmes.

Fui para a cabine onde meus amigos estavam e me atirei na cadeira da cabine, entre Gina e Fred. Eu estava me controlando muito para não chorar. Ficou meio óbvio que Lizzie Bemole seria um problema. Ela ficou caidinha pelo Rony!

Todos olharam para mim, assustados com a minha chegada repentina. Pouco tempo depois, Rony entra, com a testa franzida e senta na minha frente, entre Harry e Luna, que já estava lá.

–O que ouve com você? Lizzie e os irmãos dela ficaram morrendo de medo de por acaso não acordarem amanhã. Daqui a pouco vão pedir para eu fazer guarda no seu dormitório. -Comentou.

Eu nem respondi, só pedi a Gina para trocar de lugar com ela baixinho e me encostei na janela. Estava chovendo. Eu provavelmente estava parecendo depressiva. Eu olhei rapidamente para a cabine. Harry, Gina, Fred e Jorge me olhavam preocupados. Luna e Neville estavam conversando, distraídos, e Rony estava confuso.

Mas notei que em Fred tinha algo mais. Seria... compreensão?

Claro que devia ser! Ele notou hoje mais cedo que eu estava de olho no Rony e agora ele fala de uma menina. Ele somou dois mais dois!

O tempo passou, e logo estávamos na melhor escola do mundo. A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.


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Notas finais do capítulo

Mereço coments?
*Malfeito feito*



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