Rafael não conhecia a região da Catalunha, mas nem queria conhecer. Fazia questão de satisfazer Liana em tudo e ela correspondia seu desejo físico o saciando de modo jamais visto, ainda tinha grande curiosidade em entender a diferença entre os vampiros que ele conhecia de filmes e livros dos vampiros da vida real e a única fonte para suas resposta era Liana, mas as poucas horas do dia em que estavam juntos ela estava em grande e medonho silencio ou estavam como naquele instante em que ele acabara de se lembrar que precisava saber mais como se matava ou se livrava de um vampiro. Mas naquele momento só queria sentir o prazer que ela lhe oferecia na cama.

– posso te fazer uma pergunta? – perguntou quando terminaram se saciar seu prazer

– já fez, mas pode me perguntar o que quiser desde que entenda que se eu julgar necessário não lhe responderei.

– entendo, quero saber como se faz para se tornar um vampiro ou como se faz para mata-lo.

– para se tornar um basta ser mordido é uma maldição seja mordido e a maldição será sua para a eternidade até que alguém arranque sua cabeça ou te faça em pedaços.

– estaca no coração parece mais fácil.

– isso é lenda Bram Stoker exagerou um pouco quando resolveu falar de um vampiro, mas também não se pode pedir á um vampiro um manual de instrução de como matar sua própria espécie. Muito menos um vampiro inglês cheio de manias monótonas, naquela época os seus 200 anos já estavam lhe fazendo mal á sanidade.

– o criador de Conde Drácula era um vampiro? – perguntou se levantando da cama.

– claro, de onde acha que ele criaria um ser que o tornaria imortal e famoso? Ele passou para as gerações seguintes um pouco da historia dos vampiros só que deixou seu lado imaginativo falar mais alto e tornou a lenda em um romance que os humanos transformaram em obsessão e mudaram com o passar do tempo para coisas além da realidade. Andamos entre os humanos á milênios, no entanto apenas entre os séculos V e VI nos tornamos conhecidos e caçados, Ásia, África, Europa, Américas e Oceania cinco continentes e nós vivíamos como deuses, até os humanos começarem a escrever sobre nós, em 1986 Stoker resolveu escrever sobre Drácula e tentar nos dar uma versão mais humana, mas vocês mais uma vez nos tornaram monstros.

– como assim? Drácula é real?

– claro que é.

– e o mito de Lilith?

– real também, parte de que diz as lendas humanas são reais, quantos filmes de vampiros já assistiu? Quantas histórias sobre nós já leu? As aparências, habilidades e modo de vida muda de escritor para escritor, no entanto o único que realmente sabia sobre o que estava falando era Stoker e tudo que os humanos dizem se baseiam em suas palavras.

– então tudo o que sei sobre vampiros é só faz de conta?

– nem tudo, luz do sol é prejudicial a nós, somos criaturas da noite e na noite sobrevivemos. Fotofobia é um problema que tenho o tempo todo principalmente neste século. Não somos vivos, mas também não estamos mortos o preço para que possamos andar entre os vivos é o sangue de vocês e muitas vezes a vida. Somos rápidos, aprendemos com facilidade, eu em particular sou vingativa e cruel. Temos ótima audição e olfato. Não temos reflexo, os animais e crianças tendem a ter medo de nós pobres imortais sem alma.

– mas você anda de dia

– claro

– o sol não te afeta?

– mais de que eu gostaria, mas felizmente a tecnologia humana me ajuda a me proteger, alem do fato de eu sempre evitar contato direto com a luz do sol.

Varias camadas de roupas ridículas e óculos escuros mesmo a noite, lembrou Rafael.

– alho crucifixo e água benta?

– olfato sensível por isso o incomodo com alhos e qualquer coisa com odor demasiadamente forte, água benta é lenda uma vez que é apenas água e temos sede apenas por sangue. Crucifixo funciona se sua fé for maior que seu medo.

– bala de prata?

– é para lobisomens e mesmo assim tem que acerta-los no coração ou no centro exato entre os olhos que atingira a glândula pineal os matando.

– lobisomens existem?

– sim e diferente dos filmes e livros são criaturas extremamente dóceis e amigáveis.

– e aquilo de serem inimigos mortais doa vampiros?

– coisa de humanos para apavorar outros humanos e vender suas historias.

– capacidade de mudarem de forma, hipnotizar, voar, andar de cabeça para baixo e terem sonar como os morcegos?

– lenda, real, real, lenda e lenda somos menos parecidos com morcegos que pensam, na verdade os humanos nos compararam a morcegos pelo fato de sermos ambos criaturas da noite, misteriosos e por algumas espécies de morcegos serem hematófagos.

– você voa?

– sim

– suas asas são como?

– não tenho asa, aprendi em meus 400 anos de vida a usar da telecinésia e da velocidade natural de vampira para voar. Levei mais tempo para aprender a controlar que para descobrir como usar.

– pode controlar a mente das pessoas?

– posso, mas não faço seria fácil demais se as pessoas fizessem tudo o que quero o tempo todo. Me divirto mais fazendo elas mudarem de opinião por vontade própria.

– vai me matar quando eu envelhecer?

– não. Juro que a menos que me dê motivos te deixarei viver até que a morte lhe venha em socorro.

Rafael sorriu e a puxou de volta para cama, enquanto ele a amava como um tolo apaixonado Liana pensava o porquê homens nunca pensavam de forma clara quando o assunto era sexo. Se Rafael prestasse um pouco mais de atenção teria notado mais coisas na promessa dela que um juramento.