Between Space and Ocean escrita por Anwar Pike


Capítulo 3
Capitulo II


Notas iniciais do capítulo

Perdao pela demora em postar, mas eu queria postar um capitulo mais longo... Bem, aproveitem e deixem comentarios pessoal :D



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2 dias apos Ariel ter encontrado o garoto espacial e leva-lo ate terra firme.

– Jim, acorde. – Ariel, inclinada sobre o garoto que dormia profundamente, tocou seu ombro. – Jim!

O moreno se levantou de súbito, tentando espantar o sono de seus olhos.

– O que é Ariel, ainda esta escuro.

– Você não entendeu seu tolo. Esta na hora de ir, os lobos acabam de descobrir que estamos em seu território.

O pouco vestígio de sonolência que lhe restara evaporou e ele se levantou rapidamente, agarrando a prancha próxima às rochas. Quando estava prestes a saltar sobre as aguas um rugido preencheu seus ouvidos, e ele se arriscou a olhar para trás. Péssima decisão.

Vindo de todos os lados, pisando a areia acinzentada, estavam lobos grandes, de pelagens coloridas, ainda que a cor predominante fosse o negro. Alguns corvos revoaram para as arvores próximas.

– Intrusos... – Um dos lobos rosnou. Abriu a boca com presas compridas e afiadas. – Saiam!

Ariel não pensou duas vezes. Pelo canto dos olhos viu Jim saltar na prancha voadora e flutuar por cima das ondas, ela por sua vez, correu e saltou com os braços a frente do copo, nas aguas escuras.

Imediatamente, a sensação familiar das escamas formando-se sobre sua pele lhe fez cocegas e ela aumentou a velocidade para sair da baía.

Porem, ao tentar desviar-se de duas pedras, sua cauda se prendeu em uma saliência.

– Oh, não. – Ela puxou e bateu os braços, sem sucesso.

Jim olhou para trás, seus olhos captando três lobos entrando nas aguas com precaução. De repente, ele voltou o rosto para buscar por Ariel.

A ruiva estava presa entre umas pedras e a distancia entre ela e os lobos diminuía a cada segundo.

Só espero não me arrepender disso.

Ele então manobrou a prancha ate o lugar onde a sereia estava.

– Ariel, segure minha mão!

Ela pareceu querer discutir, mas desistiu, ao ouvir o uivo dos lobos muito perto.

Esticou sua mão, ate que tocasse na de Jim. Ele a içou para fora no momento em que o lobo maior saltou para abocanhar seu braço.

– Oh meu Netuno! – Ariel suspirou alarmada. Estava sentada na borda da prancha flutuante de Jim, enquanto ele tentava movimenta-la em direção ao alto.

– Jim! O que esta fazendo, eu não posso ir lá em cima, é suicídio!

– Confie em mim, ok? Estou devolvendo o favor, eu não vou deixar nada de mal te acontecer.

Ele estava serio e concentrado. A ruiva só pode se segurar com firmeza nas bordas do flutuador enquanto suas escamas desapareciam mais uma vez, substituídas por uma saia fina e pernas humanas. Já muito alto, o oceano despareceu de suas vistas.

ΩΩΩ

Quando finalmente a imensidão azul foi substituída por uma passarela de vidro, a sereia estava prestes a vomitar. Voar com Jim não era algo muito seguro, ele realmente gostava de fazer loops e todos aqueles rodopios á deixaram tonta.

Ele parou quando se viu em frente a um portão alto, com barras prateadas aberto. Seus olhos deslizaram ate Ariel, observando a saia fina que cobria suas pernas.

Se ela entrasse com uma roupa como aquela na cidade, seria reconhecida imediatamente. O moreno começou a pensar.

– Ariel, eu vou buscar uma roupa pra você dentro da cidade, você não pode entrar com essa.

Ela assentiu e desceu da prancha, um pouco aliviada.

O garoto temeu deixa-la só, mas não havia outra opção. Voou para a cidade o mais rápido que pode.

Quase dez minutos depois ele voltou com uma muda de calças jeans e uma camiseta regata.

– Eu acho que vai servir.

– Esta bem, obrigada. – Ela sorriu, destacando os dentes brancos contra os lábios vermelhos. Jim chacoalhou a si mesmo e ignorou a súbita sensação.

Enquanto ela se vestia, ele se virou para olhar a parte interna da cidade. Nada parecia ter mudado da rotina normal, mas uma nevoa grave pendia sobre o local, tristeza pelos parentes perdidos na queda.

Jim sentiu o mesmo, embora não tivesse amigos na tripulação. Afinal, eram parte de sua gente.

A ruiva anunciou que estava pronta. E o moreno, pela decima vez considerou se era uma boa ideia leva-la para a cidade. Quando estava decidindo, um barulho no centro da cidade o fez correr ate lá, com Ariel em seus calcanhares.

Um tritão havia sido capturado. Sua pele verde já aparecia, ao ser atingindo com agua pelos guardas.

Umas multidões de espaciais gritavam e murmuravam se perguntando o que ele viera fazer ou de que maneira chegara ate a cidade.

O hibrido, por sua vez, se limitou a encarar o horizonte, com o rosto inexpressivo, ignorando os gritos e insultos que eram atirados contra ele.

– Isso é ruim.

– Muito ruim. – Ariel completou a frase de Jim.

Os guardas começaram a falar com ele, embora fosse inútil. O tritão respondia com sons animalescos e grunhidos.

A ruiva se pôs a pensar na razão de ele estar aqui. E a realização a fez arregalar os olhos.

– Ele é um espião.

Jim assentiu serio. Depois de alguns momentos puxou Ariel pelo braço e os afastou da aglomeração.

Ele não queria que ela visse o que aconteceria depois.

Os dois caminharam por um longo tempo, ate o moreno encontrar seu lugar favorito na cidade. Ele subiu na prancha e olhou ate a sereia que o observava vacilante.

– E-eu não quero subir nisso de novo. – Ela disse com os olhos azuis assustados.

– Por favor, quero te mostrar algo.

A curiosidade por fim a venceu e ela subiu tremula na prancha.

– Ok, agora se segura. – Ele corou um pouco. – Em mim.

A ruiva enlaçou seus braços ao redor de Jim cautelosa, porem acabou por grudar-se ao garoto quando ele decolou em toda velocidade para o alto.

– JIM! – Ela gritou indignada, mas ele gargalhou e fez um rodopio perigoso, que quase os derrubou. – Jim, eu vou te matar!

A voz de Ariel permaneceu em seus tímpanos muito após eles terem pousado, aguda e forte.

Eles desceram no terraço azulado de um prédio afastado do centro. Atrás deles, um céu estrelado como Ariel nunca vira, apresentava-se brilhante e magnifico.

– É... Lindo. – A garota disse, observando a imensidão roxa e azul escura com os lábios abertos.

– Uhum. – Jim colocou suas mãos nos bolsos e inclinou o pescoço para trás.

Eles permaneceram assim durante uns 20 minutos, ate ouvirem vozes próximas.

Pareciam estar discutindo, e cada vez se aproximavam mais de onde os dois estavam.

Jim puxou a mão de Ariel e a escondeu atrás de umas caixas. Fez sinal para que ela ficasse em silencio e espiou com cuidado por entre a brecha entre duas caixas.

Uma mulher, de cabelos quase prateados com ondas ao fim falava exasperada com uma sombra ligeiramente menor.

– Eu estou lhe falando reitor, é nossa única esperança. – Ela fez uma pausa e, ao não receber nenhuma resposta continuou. – Se não fizermos algo rápido, essa guerra vai extinguir ambos os povos.

Ariel fez um som assustado, puxando o ar. Jim abaixou o rosto no mesmo segundo, esperando para ver se eles haviam notado algo, mas, eles não demonstraram reação.

– Eu sei, minha querida Aurora, mas não podemos ser imprudentes.

A loira bateu com as mãos abertas em suas cochas, obviamente impaciente.

– Não há tempo de pensar, Brayan.

Pela sombra, Jim mal distinguiu o homem assentir, pesaroso.

– Tudo bem. Já escolheu os membros para a viagem?

– É claro. Victor e Miguel devem estar chegando. E minhas outras acompanhantes nos vão esperar abaixo.

– Compreendo. – Brayan se virou, mas mudou de ideia e caminhou ate Aurora. – Mas, por favor, tenha cuidado.

– Eu irei Brayan. – Ela sorriu suavemente.

Os dois adolescentes estavam considerando sair de seu esconderijo, pedindo milhões de desculpas, mas para sua surpresa e pânico a jovem, sem sequer virar-se, falou:

– Podem sair, não vou denunciar vocês.

Passou um momento e Ariel saiu com as pernas tremulas, muito perto de Jim.

Ao vê-los, Aurora sorriu com seus botões. Quando ia falar-lhes porem, uma ideia lhe ocorreu.

Brayan a mataria.

– Ei, quem diria uma sereia em pleno império dos espaciais, é realmente peculiar.

A ruiva a olhou paralisada. Jim se pôs a frente da amiga, pronto para implorar, mas a jovem loira simplesmente abanou a mão delicada e se aproximou dos dois, tão perto que eles podiam notar claramente sua pele pálida sem manchas.

– Vocês gostariam de partir em uma aventura?

A garota e o garoto pararam por um momento, confusos quanto ao que responder.

– E então? – Ela perguntou novamente.

– Que tipo de aventura? – Ariel se arriscou.

– Do tipo que se falharmos os impérios da agua e do ar caíram, porem, se tivermos sucesso, seremos heróis. Ou quase isso.

Jim pensou por um momento.

– Estou nessa. – Ele finalmente respondeu serio.

A sereia mordeu os lábios antes de responder vacilante:

– Ok, eu também.

A jovem rodopiou e deu uma risada sinistra, porem hipnotizante.

– Maravilha. Vamos, meus amigos já devem estar chegando.

– Ann, senhorita, para onde vamos exatamente.

A garota se virou e sorriu com os olhos brilhantes.

– Para a terra dos Lobos.

ΩΩΩ


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Notas finais do capítulo

Comentem :D



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