(Hiatus) The Soul escrita por Rose


Capítulo 6
Capítulo Dois, Andar das Inserções


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo, queridos, um pequeno aviso: A Parte 2 da história será curta como a primeira, mas em compensação, os capítulos serão bem longos. Eu pensei em dividi-los, mas não ficariam tão emocionantes, não são "cortáveis"... Resolvi postar tudo de uma vez. Esse deu 7 páginas do Word, HUAHUAHAUHU espero que não desanime vocês. Boa leitura e obrigada por todo o apoio, meus leitores lindos!!
P.S.: POV de Melanie.



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— Como está se sentindo? – eu pergunto a Ian novamente, e ele me devolve uma careta amarga e tediosa.

— Bem. Pare de me perguntar isso de cinco em cinco segundos – ele revira os olhos e volta a encarar a paisagem do deserto em volta da estrada.

— Não é o meu tornozelo que se parece com uma bola de beisebol roxa – eu respondo rispidamente, arrancando um suspiro mal humorado de Ian.

Cal está com sua expressão inalterada enquanto dirige. Parece não pertencer à mesma dimensão que nós, humanos, pois não disse uma palavra desde que deixamos a Caverna. Apesar de eu estar imensamente grata pelo fato dele ter aceitado nos ajudar a achar Jared e Peg, gostaria que ele fosse um pouco mais amistoso. Sei lá.

Repasso o plano em minha mente mais uma vez. Cal irá se fingir de machucado, como eu e Peg fizemos quando Jamie estava doente. Ele roubará alguns frascos de corta-dor e cura-dor, ou seja lá quais forem os nomes daqueles cilindros prateados. Ele dará umas espiadelas para ver se encontra Jared e Peg em alguma ala do Hospital. Se encontrar, mesmo assim, voltará ao carro, onde eu e Ian estaremos aguardando. Nós curaremos o tornozelo de Ian, e se Jared e Peg estiverem lá, entraremos para salvá-los. Caso contrário, seguiremos viagem em busca dos dois.

Um bom plano, disse tio Jeb a primeira vez que nos ouviu dizê-lo. Um bom plano.

Estou nervosa, entretanto. As probabilidades de que tudo dê errado são grandes, porque estou acostumada que tudo dê errado. Jared e Peg sumiram há dois dias, e nem eu nem Ian conseguimos dormir direito desde então. Estamos tão paranóicos que fomos excluídos socialmente na Caverna, de tantas teorias mirabolantes que bolamos acerca do sumiço dos dois. Peg prometeu a ele que voltaria ainda naquela noite, e eu sei que Jared não levava nenhum suprimento extra para se dar ao luxo de pernoitar em algum lugar. Só podiam estar em perigo, concluí. Forcei Jeb a entrar em contato com o grupo de Cal depois de infernizá-lo por um dia inteiro. Agora, que finalmente estamos indo atrás deles, estou com o coração apertado. E se estiverem mortos? Não, não estão. Pare de pensar isso, Melanie.

O carro vira em direção a uma rua estreita que se interliga a estrada, serpeante e esburacada. É o caminho para o Hospital. Estamos chegando. Minhas pernas estão balançando freneticamente, e apesar de ter consciência de que estou irritando Cal, não consigo contê-las.

— Quer, por favor, parar com isso? – diz Cal, pela primeira vez durante todo o trajeto.

— Desculpe se... – começo, visivelmente irritada.

— Calem-se, vocês dois – diz Ian, interrompendo-me, e seu tom de voz sugere que ele está tão irritado quanto eu. Talvez irritado não seja a palavra; nervoso.

A enorme construção que é o Hospital começa a surgir no horizonte. O edifício inteiramente prateado brilha à luz intensa do sol da manhã. Uma onda de alívio e euforia percorre pelo meu corpo, bem como a adrenalina habitual. Não sei o que nos espera por lá. Passamos em frente a algumas lojas pequenas, bazares, que vendem roupas excepcionalmente coloridas e flores que exalam um cheiro tranqüilizador. O rastro do início da cidade.

Ian põe os óculos escuros e tateia o piso do banco de trás em busca do cobertor que irá camuflá-lo. Já sinto calor só de pensar nisso, pois deve estar fazendo uns bons trinta e cinco graus. Sorte nossa que ainda não é meio-dia.

Viramos na pequena ruela que dá acesso ao estacionamento, o coração batendo cada vez mais forte. Sinto um nó no estômago. Mordo os lábios e sinto um gosto ruim e ligeiramente salgado de sangue na boca.

— Chegamos – Cal anuncia, preparando-se para estacionar em uma das vagas.

O estacionamento a céu aberto estava praticamente vazio, com exceção de alguns veículos prateados e modernos espalhados aleatoriamente. O nosso era azul e velho, causando um contraste indesejado entre os demais.

— Está preparado para mentir? – eu pergunto a ele, lembrando-me da dificuldade que Peg tinha em somente pensar na possibilidade de ter de mentir.

— Estou. Vamos logo com isso, passe a faca – ele pede, e agora parece ansioso. Ansioso demais. Sua respiração está desregular e estou com medo de que ele faça besteira.

Tiro a faca do bolso e entrego a ele receosa. Ele a examina pelo o que me parecem longos segundos, e Ian resolve não comentar como está impaciente; apenas esconde-se abaixo do cobertor grosso de lã cinza enquanto bufa.

Cal respira fundo. Sua mão está trêmula, mas ele tenta ignorar o fato. Leva a faca até o seu braço e faz ali um corte fundo o suficiente para jorrar bastante sangue de imediato. Solta um leve ai, mas se recompõe depressa. Em seguida, ele me entrega a faca para que eu possa cortá-lo em outros lugares com mais precisão, sem de fato machucá-lo.

Faço um corte fino em sua testa, e outro na bochecha. Como sei que não deixarão cicatrizes, não poupo esforços, arrancando alguns gritos contidos de dor. Também faço um atrás do lóbulo de sua orelha e um perto de seu pulso.

Caí com uma faca em mãos não vai ser bem a desculpa perfeita – ele suspira, debochando da desculpa que Peg dera – Acho que vou dizer fui esfaqueado por um humano que tentava roubar os alimentos armazenados em minha geladeira – eu rio, lembrando de quando eu e Jared nos conhecemos.

Percebi que Ian escondia a risada também, abafada pelo cobertor.

— Bem, lá vamos nós – ele disse, saindo do carro.

Eu pulei para o banco de trás e me juntei a Ian, que parecia, curiosamente, estar calmo. Eu, pelo contrário, ainda não estava sob o controle de minhas pernas irrequietas.

— Acha que estão bem? – ele pergunta, inesperadamente. Parece triste, profundamente triste. Essa tristeza começa a penetrar em meu corpo sem permissão, contagiando-me, tentando eliminar os vestígios de esperança depositados por Cal minutos antes.

— Claro que sim – digo mais para mim mesma do que para ele – Jared sabe se cuidar, e Peg tornou-se uma boa mentirosa, caso dependa disso – Ian pareceu desconfortável com a afirmação, e desejei não ter dito isso. Sabe-se lá as dúvidas que eu acabara de implantar na mente do garoto.

Emergimos em um silêncio que eu julguei ser bom para nós dois. Eu estava aflita demais, e creio que ele também. De qualquer forma, o que teríamos para conversar? Será que eles estão bem? Não, não quero conversar, obrigada.

O tempo se arrastava lentamente, como previ que seria. Quando eu não estou participando de toda a ação, tudo se torna tedioso e irritantemente interminável. Fico cheia de perguntas, será que conseguiu, será que ele está bem, será que já está voltando...

Como me esqueci de trazer o relógio que Jamie me dera, não podia saber há quanto tempo eu e Ian estávamos debaixo daquele maldito cobertor. Deviam ser horas, porque eu já estava suando feito uma porca, e ele também.

Espio por uma fresta no cobertor, aliviando-me imediatamente; ao longe, vejo uma silhueta caminhar em nossa direção, com as roupas azuis chamativas que eu pedi para que ele usasse. Segurava a mala na mão descontraidamente, mas não parecia feliz. Nem um pouco feliz ou prestes a dar boas notícias.

Cutuquei Ian e nós dois ficamos eretos cautelosamente.

Cal vem se aproximando do nosso veículo, e cada vez mais posso ver com clareza suas feições nada animadas. Estou ficando arrepiada e nervosa. Olho de soslaio para Ian, e percebo que ele compartilha das mesmas emoções que eu.

Flores Vivas Calcinadas finalmente abre a porta, jogando a mala no banco do carona e se sentando no banco do motorista. Respira fundo para começar a falar alguma coisa.

— Cure-se Ian, e vá logo – ele disse, com um timbre autoritário que eu nunca ouvira antes.

— Eles estão lá dentro? – eu perguntei, enquanto esticava a mão para pegar o conteúdo da mala e agilizar o processo.

— Ouvi o Curandeiro dizer que já tem um hospedeiro para a alma do Planeta das Algas Visionárias. Foi encontrado na estrada com um tiro no ombro. Estão o chamando de Peg, porque é a única coisa que ele balbucia de vez em quando – Cal diz, evitando nos olhar.

Perfeito. Perfeito, perfeito, perfeito. Não tenho tempo para sentir ciúmes do fato do meu nome não estar sendo balbuciado pelo Jared. Só sei que, obviamente, trata-se de Jared. De repente, minhas mãos estão descontroladas, manuseando os cilindros como se eu fosse profissional nisso. Estou desesperada, quero me apressar e andar logo com isso tudo. Quero salvá-lo imediatamente.

Ian arregala os olhos. Deve estar pensando por que raios ele está balbuciando o nome da Peregrina, e confesso que permiti que meus pensamentos vagassem por esse tema por alguns segundos. Mas estou preocupada demais com Jared para isso.

Eu aperto o aerossol, que expele uma fumaça branca ao redor do tornozelo dele. Ele assente rapidamente com a cabeça, dizendo-me que não sente mais dor no local. Então, eu pego o outro em seguida e o aperto, e este expele uma fumaça meio acinzentada. A rapidez com que os fatos se sucedem é mágica.

Primeiramente, a bola de beisebol roxa de Ian começou a perder a cor. Foi retornado para o tom caucasiano usual dele. Depois, começou a desinchar, deixando de ser uma bola de beisebol. Por fim, os últimos arranhões foram sumindo, e um estalido, que parecia ser de osso voltando ao lugar que pertence, anuncia o fim. Acabou-se. Ian sorri vitoriosamente.

— Novo em folha – ele diz.

Nós três saímos do carro rápidos como um raio, e antes mesmo que Ian pudesse ao menos pensar em testar seu pé, estávamos praticamente correndo em direção à lateral do hospital.

— Você faz idéia de onde eles estão o mantendo? – eu pergunto a Cal num sussurro.

— No terceiro andar. As placas diziam que era o Andar das Inserções – ele fala, meio enjoado. Achei que iria vomitar, mas não vomitou.

Avisto a porta de saída dos faxineiros. Entrada Proibida, Apenas Funcionários. Fazia tempo que eu não via a palavra proibida, e isso me causava uma excitação sem tamanho. Estava me sentindo viva de novo, apesar de ser uma circunstância tão infeliz, com Jared prestes a se tornar um hospedeiro. E se ele não conseguir resistir como eu resisti? Mas ele vai, Melanie. Mas e se ele entregar a localização da Caverna? Mas ele não vai, Melanie. Pare com isso.

Faço um gesto com as mãos, indicando minha idéia. Agora que estávamos em uma missão perigosa suicida, não poderíamos simplesmente entrar pela porta da frente.

Os dois concordam instantaneamente e nós abrimos a porta, que estava destrancada. Típico. As almas confiam demais umas nas outras para que saibam que um simples aviso de “não entre” baste para afastar aqueles que não são funcionários do hospital.

Uma enorme escadaria está diante de nós. Pergunto-me por que isso parece mais com uma saída de emergência do que uma entrada para funcionários. Coitados dos funcionários. Tomo fôlego e começo a subir os degraus.

Primeiro andar. Onde estão os malditos elevadores?

Segundo andar. Pensei que eu estava em plena forma física.

Terceiro andar, finalmente.

Ian está ofegante, provavelmente porque não sai da cama há séculos desde que machucara o tornozelo. Cal parece estar acostumado com as escadarias e respira normalmente. Eu puxo o ar com força, mas já me sinto melhor por ter cessado a atividade física.

Atravessamos a porta. Cal na frente, exibindo seu par de olhos alterados. Eu e Ian atrás, com nossos óculos escuros, tentando nos camuflar de algum modo. As almas movimentam-se com tanta pressa e despreocupação que ao menos nos notam.

Seguimos pelo andar, observando as placas que nos indicam o caminho. Ala de Armazenamento de Almas, Ala de Estudo de Hospedeiros, Ala de Inserção. Corredor F, G e H, respectivamente.

Nós nos entreolhamos. Jared pode estar no G ou no H. Ainda pode estar sendo estudado para receber uma alma, ou sei lá o que se faz nessa ala. Também já pode estar sendo preparado para a inserção. Vamos ter que nos dividir.

— É melhor que eu vá para a ala de inserção. Ian, vá para a ala de estudo e Melanie venha comigo, para o caso de eu precisar de uma desculpa para estar lá – eu imediatamente entendi o que ele quis dizer, e meneei positivamente para Ian, que também pareceu concordar.

Então, nós nos separamos.

Ian caminha furtivamente por entre as diversas almas trajadas em jalecos brancos, como se pertencesse àquilo. Olho para frente, concentrando-me em mim e Cal.

O corredor H é extenso e cheio de salas. O piso esverdeado é escorregadio, e o cheiro de antibiótico paira no ar. Os dutos de ventilação fazem um barulho irritante e tento ignorá-lo inutilmente.

No fim do corredor, duas portas grandes estão fechadas. Acima dela, há a placa “Sala de Cirurgia”. Cal me encara.

— Eu vou para lá e você verifica essas salas menores – ele diz, já se dirigindo para o fim do corredor.

Eu faço que sim com a cabeça e começo a olhar pelos retângulos de plástico transparente das portas, que me permitem ter uma visão do interior das salas. Todas elas possuem macas prateadas, pelo menos quatro em cada sala, uma mesa com um computador avançado e vários fios coloridos pendurados para fora de uma máquina que parece ser complicada demais para ser compreendida. Felizmente, a maioria das macas está desocupada.

Tomo um susto quando percebo que dois corpos estão repousando pacificamente em uma das salas, nas macas, e em seus corpos, vários fios estão grudados, enviando respostas para o monitor da máquina, desesperado, e para o computador avançado, que exibe gráficos coloridos em sua tela. Não há ninguém manuseando nenhum dos dois.

Olho para o lado e vejo Cal saindo da Sala de Cirurgia desapontado. Não deve haver ninguém por lá. Eu, então, sorrio. Um deles deve ser Jared, é Jared.

Acima da porta, a placa indica “Sala de Preparação H-7”.

Giro a maçaneta e caminho lentamente até um deles. Cal já está atrás de mim, respirando em meu pescoço.

Mesmo que a uma distância que ainda o torne não muito reconhecível, sei o que o primeiro deles não é Jared. Vou diretamente para a maca ao lado da janela.

Ah sim, esse é o Jared.

Ele respira normalmente. Parece dormir em paz, em paz demais. Quero beijá-lo ali mesmo, mas me contenho. Começo retirando os vários fios que estão conectados em seu tórax, enquanto Cal observa os monitores minuciosamente, em busca de alguma informação que provavelmente ele entenderá, enquanto eu apenas ignorarei.

Eu o sacudo de leve, minha primeira tentativa de acordá-lo. Não funciona. Então, eu o chacoalho com mais força ainda, mas ele parece estar em coma.

— Acho que eles o induziram a dormir. Temos que encontrar alguma coisa que o faça acordar – disse Cal, vasculhando a sala com os olhos.

No canto, há um armário, mas está trancado. Cal, contudo, parece ter tido uma idéia.

— Coloque os fios novamente – ele diz, rapidamente, enquanto se senta em frente ao computador.

— O que você fazia antes de se aliar aos humanos? – eu pergunto, enquanto conecto os fios aleatoriamente. Talvez seja mais apropriado que Cal faça isso, mas eu acho melhor não interrompê-lo.

— Este hospedeiro era engenheiro biomédico, ou alguma coisa assim. Muito inteligente, passou a mim todo o seu conhecimento. Ele costumava trabalhar com máquinas como estas – ele fala, meio orgulhoso, meio chateado. – Pronto. Deixe-me ver os fios – ele fala, vindo na direção de Jared.

Ele troca alguns de lugar, e deixa outros, a minoria, onde eu os botei inicialmente.

Caminha até a grande máquina e aciona alguns botões.

Posso ver. Posso ver a eletricidade em volta dos fios percorrê-los. Ele vai dar pequenos choques em Jared. Será que vai funcionar?

O corpo dele estremece em resposta à corrente elétrica que se choca com seu corpo. Depois que Cal aperta os botões pela terceira vez, Jared ameaça acordar. Então na quarta, ele abre os olhos subitamente, assustado.

— Peg! Onde está ela? – é a primeira coisa que fala. Ignoro a pequena raiva e ciúme que surge em mim e o encaro com uma felicidade genuína. Está vivo e está bem, é o que importa.

— Temos que sair logo daqui, Melanie – diz Cal.

Percebo o que ele quer dizer um instante depois; uma horda de passos está vindo para o corredor H. Atrás de nós, provavelmente. Devem nos ter descoberto. Será que Ian está bem?

Como que se lesse meus pensamentos, ele escancara a porta da sala, encarando-nos atônito.

— Descobriram, descobriram! Vamos, vamos, depressa – ele diz. Seu rosto está vermelho. Deve ter corrido bastante.

Eu puxo Jared violentamente pelo braço, forçando-a se levantar. Ele parece estar um pouco desnorteado, mas está alerta. Ele me encara com ternura assim que percebe que sou eu, Melanie, mas parece estar preocupado. Finalmente permito-me lembrar de que Peg não está aqui, ainda deve estar correndo perigo, e o alívio proporcionado por achar Jared se fora tão logo apareceu.

A horda de passos começa a se tornar cada vez mais audível. Meu coração está palpitando nervosamente.

Nós estamos correndo pelo corredor H, que agora parece não ter mais fim. Há uma porta de emergência logo no fim, ao lado do quiosque de informação, ou a mesa redonda onde uma moça loira e bonita está sentada. Meu foco é aquela porta, e então meus pés começam a se acelerar. Minha mão está firme enroscada na de Jared, de modo que eu sei que ele está me acompanhando. Não olho para trás para me certificar de que Cal e Ian também estão. Tenho que confiar que estão.

Assim que chego à porta, ouço Cal gritar em pânico.

— IAN! – viro-me depressa, e vejo que Ian está se debatendo no braço de dois brutamontes que presumo serem os seguranças.

Ele é rápido. Como pôde ter sido pego? Minha mente está turva. Ai meu Deus. Ian. Não posso perdê-lo, Ian e Peg ao mesmo tempo. Tento correr, mas Jared me segura com firmeza. O que ele pensa que está fazendo?

— Voltamos para buscá-lo. Querem que pegue a todos nós? – ele diz, com raiva. Tem razão, mas eu me recuso a consentir.

— Vão embora! Encontrem a Peg! – ele grita furiosamente em nossa direção. Seu olhar implora para que eu faça isso. Eu sei que implora. Ian sempre fora o mais altruísta de todos nós, e é por isso que foi, desde o início, o único a entender toda a beleza de Peg.

Eu preciso ir. Preciso encontrá-la, ele tem razão. Nós voltaremos logo em seguida para salvá-lo. Só precisamos esperar esse alvoroço passar. Jared ficou a salvo por dois dias no Hospital, não é mesmo? Ian ficará bem. Tudo ficará bem. Tudo ficará bem, Melanie, tio Jeb diz em minha mente.

Então, Cal, que já vinha em nossa direção, agarra meu pulso e nós três escancaramos a porta de saída de emergência, descendo os degraus o mais rápido que podemos.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando!! Digam se está longo demais e se eu realmente deveria cortar os capítulos seguintes, gostaria de saber a opinião de vocês.
Xoxo, darlings!!