Mystical escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 5
Capítulo 04 - Procurando o Invisível




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Quarta-feira, 13 de outubro de 2013, cinco e vinte da tarde.

Kevin, Joshua e Kurt estavam agora em uma lanchonete naquela rua, conversando.

– Vocês estão me dizendo que eu sou suspeito de um crime? – O garoto perguntou, parecendo surpreso. Ele estava sentado em um lado da mesa, enquanto Kevin e Joshua estavam do outro lado.
– É exatamente o que estamos dizendo – Joshua confirmou, com ironia.
– Não pode ser possível.
– É claro que pode, nenhuma hipótese pode ser descartada, e é por isso que você vai responder todas as perguntas que vamos te fazer agora, tá ok?
– Tá bom – O garoto concordou – Eu não tenho nada a esconder.
– Onde você estava na noite de ontem, por volta das nove e meia da noite?

Ele ficou calado por alguns segundos, abaixou a cabeça e então desconfortavelmente falou:

– Eu estava com uns amigos, no shopping e depois dormi na casa de um deles, o meu pai pode confirmar.

Kevin achou o comportamento do garoto estranho.

– Tem certeza? – Ele perguntou.
– Tenho, por quê?
– Sei lá, você pareceu meu desconfortável quando respondeu a pergunta dele – Kevin se aproximou do garoto agora, com uma expressão ameaçadora no rosto – Me pergunto se você está falando a verdade.
– Eu estou sim.
– Podemos falar com esses amigos?
– Não.
– Por que não podemos, Kurt?

Kurt deu um grande suspiro.

– Eu não estava no shopping.
– Então você não estava com seus amigos – Joshua concluiu.
– Não, eu estava com meus amigos, mas... – Ele pausou.
– Mas o que, Kurt? – Kevin perguntou.
– Estávamos numa cabana há alguns quilômetros daqui.
– Numa cabana?
– É, nós estávamos...
– Estavam fazendo o que?
– Eu não posso dizer.
– Kurt, se você não disser, nós vamos descobrir sozinhos, e você não quer que nós descubramos sozinhos, você quer?
– Um colega meu conseguiu uma erva muito boa e...
– Ah – Kevin sorriu, encostando-se ao banco acolchoado – Drogas... Tinha que ser.
– Por favor, não contem ao meu pai, por favor! – Ele estava implorando.
– Estamos muito ocupados com um assassinato em nossas costas, vamos deixar passar dessa vez – Kevin disse, se levantando.
– Obrigado – O garoto agradeceu, sorrindo.
– Mas fique por perto – Joshua disse – Pode ser que isso ainda não tenha acabado.

Kurt tirou o sorriso do rosto e disse:

– Tá bom.
– Mas antes de ir, quero que me dê o endereço de um dos seus amigos.
– O que?! Ah, cara!
– Precisamos confirmar sua história.

Ele suspirou e perguntou.

– Tem uma caneta?

Joshua tirou uma caneta do bolso e entregou ao garoto, que puxou a mão dele e começou a escrever.

– Esse é o endereço dele, ele mora sozinho.
– Tá bom – Joshua disse, checando o endereço escrito na sua mão. Rua Mortis, 417. Abaixo do nome da rua, estava escrito o nome do garoto, Tyler Edwards.
– Eu vou embora – Ele disse, com seu skate na mão.

Kevin o parou antes de o garoto ir.

– Não se esqueça – Disse ele – Fique por perto.
– Tá bom.

Kurt foi embora.

– Vamos a casa desse Tyler? – Kevin perguntou, olhando o nome escrito na mão de Joshua.
– Vamos.

***

Quando chegaram à rua que Kurt havia indicado, não demoraram muito para achar a casa de Tyler. Estava no fim da rua. Número 417, paredes com a tinta desbotando, um piso de cimento na frente. Parecia mais uma casa abandonada. Eles andaram até a porta e bateram, pois não havia campainha.

Um jovem atendeu, com um cigarro entre os lábios e uma roupa esfarrapada. O garoto tinha cabelos longos.

– Você é Tyler Edwards? – Joshua perguntou.
– Sim, quem são vocês? – Ele respondeu e depois perguntou, tirando o cigarro da boca e jogando no chão ali fora.
– Polícia de Misty – Eles mostraram os distintivos e o garoto estranhou.
– O que querem comigo?
– Precisamos fazer algumas perguntas – Kevin respondeu – Podemos entrar?
– Sim – Ele afastou-se para que Kevin e Joshua passassem.

Os dois ficaram surpresos com o estado da casa, estava suja e bagunçada, cheia de garrafas de cerveja espalhadas pelos móveis da sala.

– Sentem-se – Ele apontou para o sofá e sentou em uma poltrona.
– Obrigado – Kevin agradeceu e sentou-se no sofá, que não parecia estar tão sujo como o resto da casa.

Tyler desligou a TV.

– O que querem comigo?
– Queremos saber onde você estava ontem à noite – Kevin perguntou.
– Por quê?
– Porque estamos investigando um assassinato e algum dos seus amigos pode estar envolvido.
– O que?
– Onde você estava?
– No shopping com alguns amigos.
– Não minta para nós – Joshua disse, em um tom ameaçador – Você não vai querer isso.
– Eu não estou mentindo – O garoto disse.

Joshua começou a rir, pegou um cigarro do maço que estava em cima da mesinha de centro.

– Ah, pequeno Tyler, tem um isqueiro? – Ele perguntou.

O garoto puxou o isqueiro prateado do bolso e acendeu o cigarro de Joshua. Ele deu uma tragada e soltou a fumaça.

– Nós três sabemos que você está – Ele disse, encostando-se ao sofá, se acomodando.
– Como assim?
– Nós estamos de olho na sua turma há algum tempo.
– O que?
– Eu sei onde vocês estavam na noite de ontem.
– Do que você está falando?
– Da cabana, da festa – Ele deu mais uma tragada e soltou a fumaça – Você não se lembra.
– Ah, mas que merda, quem te contou?
– Eu estou te dizendo, nós estamos de olho em vocês.
– O que vocês vão fazer, me prender?
– Não, só queremos que você fale a verdade.
– E o que vão fazer depois?
– Não interessa, mas não se preocupe, nós não estamos interessados se você e seus amigos ficam doidões com uma erva da boa, estamos muito ocupados com outra coisa, então apenas me diga a verdade, nós vamos embora e não voltaremos.
– Tá bom – Ele resolveu falar – Nós estávamos numa cabana de um amigo meu perto da rodovia, tinha uma festa e ele tinha conseguido uma das boas, então nós ficamos lá até muito tarde.
– A que horas mais ou menos vocês chegaram ao local?
– Por volta das oito ou oito e meia.
– E saíram a que horas?
– Eu não sei, mas foi depois das onze com certeza.
– E ficaram por lá o tempo todo?
– Sim.

Joshua olhou para o garoto por instante e ele parecia estar falando a verdade. Ele apagou seu cigarro em um cinzeiro cheio em cima da mesinha de centro e disse:

– Já temos tudo o que precisamos.
– Que ótimo – Kevin disse, levantando-se.
– Até mais, Tyler – Joshua disse, andando até a porta.
– Ou não, né – O garoto respondeu, fumando mais um cigarro.

Kevin e Joshua saíram pela porta da frente e então Kevin falou:

– Parece que o garoto é mesmo inocente.
– Eu não sei – Joshua disse – É melhor verificar o outro suspeito.
– Então vamos.
– Qual o endereço do cara?
– Rua Mason, 635, Apartamento 325.

***

Kevin e Joshua dirigiram por alguns minutos até a Rua Mason que ficava do outro lado da cidade. Era uma rua normal, cheia de casas e um mercado.

Eles pararam os carros em frente ao mercado no fim da rua e desceram.

– Estamos na rua certa? – Kevin perguntou.
– Estamos sim – Joshua respondeu, olhando a placa.
– Não tem nenhum prédio aqui.
– Pois é.
– Como vamos achar esse cara?
– Eu não sei.

Eles estavam indo embora, quando Kevin parou.

– Ah, droga! – Ele exclamou.
– O que houve?
– Olhe o número do mercado.
– Onde?

Kevin apontou para um número na parede do mercado. 635.

– Não é o número do prédio dele?
– É sim.
– Fomos enganados.


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