Anjos Caídos escrita por Heichou


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gent! Se demorou? É, eu e Lucas sabemos que demorou, pra cacete. Maaaas, a Lubs está aqui para esclarecer.
Bom, esse capítulo, infelizmente, é o último. Foi muito legal escrever e tals. Receber cada comentário fofíssimo. E, já que é o final, fizemos um acordo que esse capítulo, o Trevor e a Mack vão narrar no mesmo :)



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Trevor

Apertei os passos, e sai correndo. Parecia que uma explosão havia acontecido um pouco mais longe, porque um cheiro de fumaça permanecia intensamente no local, e respingos de sangue vieram do céu.

Se eu não tivesse Mackenzie nem Kylie vivas, não me importaria de morrer. Na verdade, seria até um ato heróico. Ou... honroso. Acho que é a mesma coisa. Na verdade, desde que eu fosse lembrado por alguém, até que tudo bem.

Fiquei pensando que talvez eu morresse ali. Que talvez a visão da guerra não acontecesse. Mas com certeza eu iria morrer. E algo me dizia que a visão realmente não iria realizar-se.

Finquei a lança na cabeça de um anjo branco, e a retirei. Aquilo doeu em mim. Estava do lado dos que queriam unir os Mundos e acabar com tudo, acabar com as guerras. Mas eles iriam me matar mais rapidamente. Eu não podia arriscar não voltar para Kylie, nem Mack.

Desviei de um anjo branco caolho que tentava me acertar com um... pilar de madeira. Bati em suas costelas com a parte “segura” da lança, fazendo-o cair no chão. Apontei a lança para seu rosto e enfiei-a em sua boca. Sangue jorrou para cima, manchando um pouco meu rosto.

Eu estava realmente desesperado para não morrer. Já tinha matado muitos anjos sem ter nenhum arranhão, e olha que isso é bem difícil. Assassinei alguns anjos negros que tentaram me matar, porque estava do lado oposto deles.

Mas não importava.

Corri para o lado que eu julgava ter tido a explosão. Levei um tiro no ombro e um na coxa, mas não parei de correr. Cheguei ao local, que era uma mata, tentando achar anjos brancos refugiados. Minha vontade era de matar todos, sem piedade, ver dor em seus olhos, como eu vi nos de Eduard. Não iria perdoar ninguém. Não iria me perdoar.

Eu queria morrer.

Queria sentir dor, queria provar que estava contra todos. Eu não queria viver. Minha vida deixava de ser ruim pela Mack. Ela me dava carinho, atenção, amor, tudo o que eu precisava. Se não voltasse... Mack iria pirar. Mas eu sentia que deveria morrer, sentia que o certo era ela viver sem mim.

Vi três anjos brancos jogados mortos no chão perto de uma árvore que exalava fumaça. Enfiei a lança no peito de um dos mortos, sentindo uma lágrima percorrer a maçã do meu rosto.

Aquilo era doentio.

Enfiar lanças em mortos, esperando que aquilo faça sua dor passar é doentio. A não ser que você ache isso normal, mas para mim, lança + cadáver + dor, não era bom.

Uma dor fortíssima atingiu minha coluna, fazendo minhas pernas bambearem, me levando ao chão. Não tinha mais controle sobre elas. Ouvi o barulho de tiro, e senti a pancada na nuca logo em seguida. Não conseguia ver a pessoa que fazia aquilo, mas pude ver um vislumbre de um par de asas brancas manchadas de sangue.

Gemi com a dor da nuca, e caí para frente. Tentei levantar o braço, mas não conseguia. Qualquer movimento doía de mais. Senti outra bala passar raspando na minha bochecha, atingindo meu ombro bom. Meu desejo estava sendo realizado.

Gemi de dor outra vez, deixando escapar um soluço de lamento. Só pensava no que tinha dito a Mack.

Mas não esquente, eu não vou morrer.

Pensava em tudo o que ela poderia fazer.

Mackenzie. Não deixe de me amar, não morra por mim.

– Me perdoe – murmurei, ainda soluçando – Me perdoe por não voltar.

Meu choro ficou mais alto. O lamento era realmente perceptível na minha voz. A dor tomou conta de tudo, até em um momento em que eu usei minha força restante, para dizer as últimas palavras que me restavam:

– Eu te amo, Mackenzie.

***

Mackenzie

Tenho que admitir, ficar com aqueles dois anjos negros não foi muito “confortável”. De primeira vista, pensei que iriam nem olhar para a minha cara. Pelo menos eles tentaram ser gentis. Fizeram perguntas, várias perguntas. Principalmente de como era ser um anjo branco e viver no Mundo Branco.

Apresentaram-se, falando seus nomes, e perguntaram o meu. Não me senti muito a vontade, com tantas perguntas. Sério, não era um interrogatório, isso eu sei.

Depois que se acalmaram, e não perguntaram mais nada, sentei-me e fiquei observando vários anjos conversarem entre si. Anjos negros. Estou cercada de anjos negros. A maioria me olhava estranho.

Eu já estava começando a ficar com tédio.

– Eu não posso ir embora daqui? – falei, com a maior verdade da minha vida. Já estava ficando com medo de tantos anjos negros.

– Acho melhor ficar. – disse um dos anjos negros, que se apresentou como Liam. – Se Trevor voltar e você não estar, ele vai nos matar. – ele apontou para o que se identificou como Jonas.

– O.k... – murmurei.

Aquilo estava começando a ficar chato. Eles tinham assunto para falar, eu não. A única coisa que me restava a fazer era ficar na expectativa de que se Trevor vai voltar ou não. Espero que ele volte.

Fiquei roendo tanto as unhas, que achei que iria acabar com elas. Fiquei batucando os dedos também. Sabe quando você está com tanto tédio que chega a cochilar de segundo em segundo? É assim que eu estava.

Estava no meu décimo primeiro pequeno cochilo, quando um garoto – que suprimi que fosse um anjo negro – apareceu do nada. Ele estava muito suado, ou tomou um banho de chuva. Acho que a primeira opção. Parecia assustado.

– Isso é muito sério! – falou, depois começou a tossir. Não pareceu me reparar.

– O que aconteceu? – perguntou Jonas.

– O Trevor. Ele... Ele... Ele morreu.

Um ar triste se espalhou. Trevor... morto? Não. Não, por favor, não.

Isso não poderia ser verdade.

Sem falar nada, levantei e sai andando o mais rápido possível, sentindo lágrimas saindo dos meus olhos.

– Mackenzie! – ouvi a voz de Liam me chamar, mas eu ignorei.

Ele me chamou de novo, e eu ignorava. Não estava muito longe, quando decidi voltar pra casa.

O Mundo Branco estava como Elissa descrevera para mim. Ignorei tudo e adentrei minha casa. O barulho estava muito alto. Quem se importa? Eu não podia fazer nada.

Mesmo que tudo se acabe agora, e não sobrasse um ponto de vida em todo Universo, eu não iria esquecer a dor da perda de Trevor.

Senti uma dor muito forte em minhas pernas, o que vez eu cair. A dor se espalhava no meu corpo e ia ficando cada vez mais forte. Eu respirava com dificuldade, e meus olhos estavam começando a ficar cansados.

Gritei, aquilo era demais.

Tentei pensar em todas as coisas que poderia se aproveitar daquilo, mas não dava. Eu não sabia se iria agüentar. Não sabia se aquilo era normal ou algum castigo. Provavelmente sim. Ou usaram outro meio para me matar.

– Obrigado por tudo, Trevor. - um sorriso saiu de minha boca. Eu não iria ficar sozinha. – Eu te amo Trevor, muito.

***

Você poderia imaginar que eu, e Trevor, teríamos a escolha de Renascer ou ir ao Além. Não é bem assim. Os anjos, brancos e negros, que receberam muitos castigos, sofreram demais, desafiou demais e coisa assim não tem nenhuma escolha, a não ser ir para um lugar secreto, aonde só quem vai pra lá sabe o nome, e como é.

Somos demônios agora. Somos anjos caídos.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Ai mds. Meus feels. Calma Lubs, calma. Não seja tão emotiva assim.
Espero que tenham gostado. Ainda mais que, adivinhem, vai ter CONTINUAÇÃO TUTS TUTS TUTS. Eu e o Lucas ainda estamos vendo como vai ser, mas que vai ter continuação é certeza.
Tenham um bom dia/tarde/noite/madrugada!