A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 42
Capitulo 39 - Deus versus Homem


Notas iniciais do capítulo

Uma luta quase acirrada começa no coliseu. Ares contra Ikki. Diante de deuses, cavaleiros e berserkers a fênix se ergue ainda mais poderosa para enfrentar o sanguinário Ares. A luta porém é interrompida por um traidor. Enquanto isso a "Caixa de Pandora" é finalmente aberta, e Seiya se encontra frente a frente com a Morte e o Sono.



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Capitulo 39: Deus versus Homem. 


Santuário – Grécia

Dorie se levantou cambaleando e com a mão na cabeça.

— Você está bem, Cérbero? — perguntou Ikki.

— Estou sim, senhor.     

— Ótimo! Ouça bem o que eu vou lhe dizer. Melhor... — Ikki elevou o cosmo. — Ouçam bem, todos vocês que estão presentes no Coliseu!! Ares não é e jamais será o deus guardião da Terra!! Atena é e sempre será a única guardiã!! Atena será resgatada do Tártaro e voltará para o Santuário acompanhada de seus cavaleiros para derrubar de uma vez por todas as ambições de Ares!! Os cavaleiros e soldados que não estiverem sendo manipulados por Anteros ou ameaçados pelo medo de Phobos e estiverem apoiando Ares por livre e espontânea vontade, serão vistos como traidores e serão mortos! Não por Atena, mas por mim, pois não iremos tolerar traidores entre nós! E isso... — Ikki olhou para os cavaleiros de ouro que estavam reunidos na lateral do “tribunal imperial” fazendo a guarda dos deuses. — É uma promessa! Para todos. E isso inclui vocês, Cavaleiros de Ouro. — Ikki encarou Ares em seguida. — Mas isso é só depois que você estiver morto, Ares!

Ares cerrou o punho até sangue escorrer entre seus dedos.

— Insolente! Então quer dizer que durante todo esse tempo que você passou preso, você podia se libertar?

— Não enquanto aquelas correntes estivessem presas em meus punhos. — respondeu Ikki. — Se meu cosmo não estivesse sido drenado, eu já teria me libertado. Seu erro, Ares, foi ter achado que eu já estava sem esperança, mas eu vou lhe dizer uma coisa... — Ikki cerrou o punho e as chamas que estavam em sua volta cresceram. — Nem todas as pessoas caem nesses seus truques baratos! Não é com torturas ou ameaças que você vai arrancar de mim o desejo de viver ou a esperança. Não enquanto eu ainda tiver a minha “ancora”.

Afrodite olhou para Ares preocupada. Ares estava tão irado que Afrodite podia sentir a raiva fluindo através do seu cosmo.

— Você pode falar a besteira que quiser, fênix! A sua esperança um dia morrerá. Atena... Nunca... Voltará! — gritou o deus, fazendo sua voz ecoar por todo o coliseu. — E mesmo que ela volte, farei questão de matá-la pessoalmente de um modo tão brutal que ela vai passar milênios para reencarnar!! Não tem Atena, Hilda, cavaleiros lendários ou seja lá quem for para me tirar do controle da Terra. EU SOU O DEUS QUE CONTROLA ESTE MUNDO.

— Então, antes de ir ajudar Seiya e os outros, talvez cabe a mim mostrar que você está enganado. — o punho de Ikki foi tomado por chamas agressivas e ele o cerrou. — Um soco já deve ser o bastante para mostrar que você está errado!Ikki virou-se para Dorie. — Não interfira na luta. Não importa o que aconteça. Eu aconselho que vá imediatamente para Jamiel.

— Senhor Ikki, tem certeza? Eu posso lhe dar cobertura. — disse Dorie. — Alguém pode acabar lhe atacando covardemente enquanto está concentrado na luta contra Ares.

Ikki balançou a cabeça em negativa.

Não. Isso é uma ordem, Cérbero! Saia imediatamente do Santuário e vá para Jamiel. Procure por Kiki. — Ikki olhou para Dorie por cima do ombro. — Atualmente Kiki é o novo Mestre de Jamiel. Marin também está lá. Agora Vá!

Dorie ainda hesitou, mas acenou com a cabeça e relaxou os ombros.

— Sim senhor!

Dorie recolheu seus globos de ferro e correu para fora do Coliseu. Os berserkers e soldados estavam se levantando para perseguir Dorie, mas pararam ao sentir um cosmo poderoso emanando. O cosmo de Ares explodiu e seus olhos se tornaram vermelhos. Os deuses quase foram arremessados contra a parede com a potência do cosmo. Afrodite se segurou no trono e Dionísio segurou-se em um pilar.

— Fênix! Eu vou matar você!

Com o punho cerrado, Ares correu, pisou no parapeito e saltou indo em direção ao centro do Coliseu. Afrodite levantou-se assustada, mas Dionísio a segurou. Deimos e Dracos seguraram no cabo de suas espadas ainda embainhadas. Prontos para agir se necessário.

Ao ver que o deus avançava em sua direção, Ikki cerro o punho, correu e saltou contra Ares. Os dois se encontraram a poucos metros acima do chão e seus punhos se chocaram com uma forte batida que gerou um deslocamento de cosmo cobrindo todo o Coliseu. Face a face, olhando nos olhos, Ares e Ikki eram dois lutadores com sede de sangue do oponente. A plateia vibrou. Era uma luta incomparável. De um lado o deus da guerra e do outro o lendário Cavaleiro de Fênix.

O impacto do encontro dos punhos fez com que os dois recuassem para trás, mas ao tocarem no solo ambos voltaram a avançar de forma feroz. No instante que os dois estavam prestes a se chocar Ares desviou com uma agilidade ardilosa e acertou um forte chute em Ikki. O guerreiro de Atena foi jogado para longe, mas Ares avançou e atacou ainda no ar com uma sequência de socos que por fim o arremessou contra a arquibancada. O impacto do corpo abriu uma fenda profunda, fazendo uma parte da plateia correr antes que fossem engolidos pelo desmoronamento.

Mesmo ferido, Ikki se levantou segurando-se nos escombros.

— Você está com vigor. — disse ares. — Nem parece que a algumas horas atrás estava sem forças até para andar.

— Digo o mesmo sobre você, Ares. — disse Ikki. — Nem parece que passou séculos selado. Mas eu tenho a habilidade de renascer das cinzas quantas vezes for necessário.

— A habilidade que a sua constelação guardiã lhe oferece, a de renascer das próprias cinzas, é um poder que nem mesmo nós, deuses, possuímos. Contudo... — os olhos de Ares se ascenderam. — Só vai prolongar a sua miserável vida! Você será o primeiro e o último cavaleiro de fênix! — Ares se moveu tão rápido quanto a velocidade da luz e agarrou Ikki pelo pescoço, levantando-o. — Amaldiçoe essa sua idiotice em achar que era um rival para mim.

De longe, na tribuna imperial, os deuses observavam a luta. As divindades da guerra estavam seguras de que Ares iria acabar com o inconveniente cavaleiro, mas estavam surpresos com a coragem de Ikki. Um humano, sem poder divino, desafiando um coliseu lotado de berserkers, cavaleiros e deuses. Sem pestanejar. Ameaçou os Cavaleiros de Ouro, libertou um cavaleiro do poder de manipulação de Anteros e ainda chamou Ares para um duelo.

Dionísio assistia a tudo despreocupadamente. A guerra para ele era vista como uma peça teatral dramática. Nada mais que isso. Ele olhou para os cavaleiros que estavam na plateia e enrugou o cenho ao ver que dois cavaleiros de ouro não estavam presentes. Virgem e Touro.

— Você sabe... Sabe que vai perder. Você sente que essa ameaça está cada vez mais se tornando algo inevitável. Por isso está tão nervoso. — disse Ikki, suspenso pelas mãos de Ares. — Você teme que Atena volte do Tártaro porque sabe que essa possibilidade existe.

Os músculos do rosto de Ares ficaram rígidos. Seus olhos se estreitaram de raiva e seu punho apertou ainda mais forte o pescoço de Ikki.

— Como você é insolente! Mesmo que Atena volte do Tártaro é certo que ela morrerá novamente. A Atena dessa era nem se compara com a Atena que eu enfrentei na era mitológica. Cada vez mais ela está se tornando humana e consequentemente está se tornando fraca. A imponente deusa da guerra, a mais sabia entre as divindades, passou a ser uma frágil donzela que vê sacrifício como solução para tudo e está sempre sendo salva pelos seus fiéis cavaleiros. Como uma deusa assim poderia me vencer? Uma deusa da guerra que não segura uma espada é uma deusa inútil.

Ikki segurou no braço de Ares e abaixou a cabeça, olhando nos olhos do deus e sorrindo.

— Não Ares! Está enganado e você verá. Atena já não é tão frágil quanto você pensa.

O cosmo de Ikki voltou a se tornar chamas e explodiu. Ikki tentou aplicar um chute em Ares, mas o deus o soltou e desviou.

Pousando e pegando impulso, Ikki avançou novamente.

— Vamos lá, Ares!!

— Vamos lá, Fênix!!

Ikki aplicou centenas de socos flamejantes na velocidade da luz, mas nada que impressionasse Ares. O deus da guerra era mestre em luta corporal e o ataque de Ikki era facilmente bloqueado pelas mãos do deus.

— Tolo! — Ares esboçou um sorriso e segurou o punho de Ikki. — Vai precisar de muito mais que isso se pretende me matar. Minha vez, Fênix!

Ares parou de se defender e começou a avançar aplicando socos tão rápidos que Ikki mal conseguia acompanhar e se esquivar. O cavaleiro de fênix tentava manter seus pés firmes, mas na medida que Ares avançava Ikki recuava. O deus da guerra era muito habilidoso. Tanto quanto Ikki podia imaginar. Chegou um momento em que Ikki nem precisava mais mover as pernas. Os socos de Ares estavam empurrando Ikki contra a parede do coliseu.

— Vejo que é resistente, mas...  

Ares cerrou o punho para preparar um soco ainda mais forte, mas Ikki reagiu e atacou. O punho de ambos se chocaram, rasparam e acertaram o rosto do outro. O elmo de Ikki foi despedaçado e ele foi arremessado, pousando forte no chão firmando os pés, já Ares, que havia recebido o soco de Ikki, apenas teve finas escoriações.

— Você é só um humano. — disse o deus, parado no centro do coliseu limpando o rosto melado de terra e pequenas gotas de sangue.

O ouvido de Ikki estava zumbindo e sua cabeça latejava. Ele ficou atordoado com o impacto do soco. Parecia que sua cabeça havia sido esmagada. Se ele não tivesse com o elmo de sua armadura certamente teria morrido.

Meu corpo... está ficando pesado. — pensou Ikki. Ele é muito superior a qualquer oponente que eu já enfrentei. Só não é tão poderoso quanto Poseidon e Hades. — Ikki tocou no peito de sua armadura. Se a luta continuar assim... Eu não vou ter outra alternativa.

— Isso é tudo o que tem para oferecer? É com esse poder que você pretendia punir os cavaleiros que traíram Atena? É com esse poder que você pretende me matar? Não importa o quanto você seja forte, você não tem sequer uma chance em um milhão de me derrotar.

Ares estava certo. Naquele momento ele não tinha nenhuma chance de vencer Ares. O deus era incrivelmente resistente e habilidoso, mas Ikki não podia demonstrar fraqueza. Não podia deixar que seus pensamentos de dúvida ficassem transparentes para Ares.

Já venci muitos oponentes que me diziam a mesma coisa. — disse Ikki

Mas nenhum dos seus oponentes era o deus da guerra. — respondeu Ares, elevando o cosmo. Um cosmo ainda maior do que ele havia demonstrado antes.

O cosmo dele está mais forte. Ele parece ficar mais poderoso na medida em que luta. Mas não importa! — Ikki também elevou o cosmo e cerrou os punhos. — Eu tenho que seguir em frente!

Antes que Ares tomasse qualquer atitude, o fênix avançou determinado a lutar. Ikki saltou para desferir um golpe, mas Ares abaixou-se, desviando do ataque, e em seguida se levantou com o braço estendido desferindo um soco forte no queixo de Ikki. O golpe arremessou Ikki para trás que girou no ar e pousou firme, pegando impulso com o cosmo e avançando novamente. Ares desviou do punho de Ikki mais uma vez, mas o fênix bateu suas asas e se teletransportou surgindo de surpresa em meio as chamas diante de Ares e aplicando socos no rosto e no peito do deus.

Os deuses e a plateia ficaram atônitos com a estratégia de Ikki. Deimos e Draco deram alguns passos querendo interferir no combate, mas, de costas, Oberon ficou no caminhou deles e acenou com a cabeça negando a passagem.

Surpreso com os golpes, Ares moveu os braços para se defender dos seguintes socos que foram aplicados por Ikki e achou uma brecha no ataque, aproveitando esse momento para atacar. Ares deu três socos seguidos no rosto de Ikki e girou aplicando um chute que o lançou para o alto. Antes que o fênix desabasse no chão Ares avançou e aplicou uma sequência de socos rápidos no abdômen de Ikki e finalizou com um soco no queixo. Ikki foi jogado com força cuspindo sangue contra a parede do tribunal onde os deuses assistiam a batalha. O choque do corpo fez um estrondo e levantou uma pequena nuvem de poeira, deixando uma marca profunda na parede.

— Fraco. Diante de mim você é um fraco. Conseguiu vencer um dos meus espíritos da guerra e não duvido que tenha a capacidade de vencer outros guerreiros do meu exército, mas a mim, ou os deuses que me seguem, você não tem capacidade. Essa luta parecia divertida no início, mas agora já perdeu a graça. Vamos acabar com isso! — Ares estendeu a mão e o corpo de Ikki levitou. Ikki tentava se libertar, mas seu corpo não lhe obedecia. Estava preso na vontade de Ares. — Essa vulnerabilidade que você tem diante de mim, é igual aos dos demais humanos. Pessoas frágeis com sonhos altos demais. Fora do próprio alcance. — uma esfera de cosmo se projetou na palma da mão de Ares e o deus mirou para o peito de Ikki. — Dizem que você pode voltar do mundo dos mortos, mas tenho certeza de que se você morrer pelas minhas mãos, nunca mais voltará. Morra!

Ikki sorriu.

Morrer pra mim é algo tão natural quanto respirar.

Ares disparou o golpe e o cosmo avançou ferozmente em direção a Ikki. Os deuses e a plateia estavam animados porque com aquele golpe o fênix seria liquidado. Não tinha escapatória. Ikki estava preso no poder psíquico de Ares e aquela era a oportunidade perfeita. Até mesmo Ikki notou que aquele seria o seu fim diante do deus da guerra. A única alternativa seria despertar uma força maior, a sua armadura divina, mas seria arriscado da mesma forma e ele poderia receber o golpe de Ares em cheio. Quando Ikki estava prestes a ser pulverizado uma luz dourada brilhou seguido por um estrondo, como se um meteoro tivesse caído no coliseu, e um homem surgiu para interceptar o golpe de Ares.

Ao abrir os olhos Ikki viu que havia um homem alto e forte diante dele vestindo uma armadura de ouro e tentando deter o golpe de Ares. Os cabelos longos e negros com mechas brancas se agitavam junto com sua longa capa branca. Os braços do cavaleiro de ouro estavam cruzados e seus pés se mantinham firmes no chão para não ser arrastado, mas com muito esforço ele estava parando o golpe de Ares.

— O que?! Um Cavaleiro de Ouro? — questionou Ares.

— De onde ele surgiu? — perguntou Afrodite, no parapeito do tribunal

Dionísio esboçou um sorriu.

Dois cavaleiros de ouro não estavam presentes. Virgem e Touro. Certamente um dois está neste momento salvando a vida do fênix. — disse o deus.

— Seja lá quem for é um tolo. — disse Ênio. — Parar sozinho o golpe do Senhor Ares? Suicídio até mesmo para um Cavaleiro de Ouro.

— Que interessante. — disse Alala, sorrindo. — Temos mais um traidor entre os Cavaleiros de Ouro?

— Eu sabia que não devíamos confiar nesses ratos. — disse Deimos, segurando firme no cabo de sua espada.

 Anteros olhou para o centro da arena e franziu o senhor. Havia um cosmo dourado crescendo violentamente e colidindo com o cosmo de Ares. O cosmo do deus ainda era maior e mais poderoso, mas o cosmo dourado era persistente e se mantinha firme diante do poder do sanguinário deus da guerra.

— Quem é você, Cavaleiro de Ouro? — gritou Ares.

Eu sou um homem que tem contas a acertar com você e com os deuses que lhe apoiam. — o cosmo do cavaleiro de ouro cresceu violentamente fazendo o coliseu tremer e o chão se desprender. O cosmo dourado tomou a forma de um Touro dourado preparado para avançar contra Ares.

— Isso é um... Touro? — perguntou um berserker, que assistia surpreso vendo um Touro dourado se erguendo no centro do Coliseu enquanto com sua presença fazia o chão tremer e se desprender.

— Touro... — disse Ares, ainda com a mão estendida liberando uma rajada de cosmo contra o cavaleiro de ouro. — Então você tem “contas a acertar” comigo?

O cavaleiro de ouro sorriu.

— Você fala isso com um tom de deboche. É porque eu sou um humano, não é? Afinal, que tipo de ameaça um humano poderia oferecer para que um deus o temesse?! É assim que vocês pensam e é por isso que brincam com nossas vidas. — O cavaleiro de ouro cerrou os punhos e pisou firme no chão. Seu cosmo se agitou e seus olhos brilharam repletos de cosmo. O touro dourado pareceu urrar e em seguida se posicionou pronto para avançar. — Eu vim lutar pelas pessoas que foram mortas pela sua ganância! Eu, Ápis de Touro! — o grito de Ápis gerou uma onda de cosmo que em seguida explodiu. Grande Chifre!!

Ápis descruzou os braços e os estendeu em uma extrema velocidade formando uma onda de choque poderosamente carregada que seguiu na forma de um Touro dourado. Grande e indomável, seguiu contra Ares cortando o golpe do deus ao meio e na medida que avançava deixava um rastro de destruição no caminho rasgando o solo.

— Senhor Ares! — gritou Deimos, mas Oberon segurou no braço dos deu do terror.

— Deixe que Ares resolva isso. — disse o deus das trevas. — Se ele não puder fazer isso, imagine você.

Vendo um poderoso golpe indo em sua direção, Ares elevou o cosmo e estendeu os braços para interceptar o ataque. A colisão do Touro dourado com o cosmo de Ares gerou uma explosão que se levantou como uma abobada de cosmo e em seguida arrebentou em uma coluna devastadora que subiu aos céus dissipando as nuvens e quase destruiu todo o coliseu, fazendo o chão se desprender. Muitos berserkers, cavaleiros e soldados foram arrastados pela expansão da explosão. Ikki acabou sendo pego pelo impacto da colisão e foi arremessado contra a parede. Na tribuna, Afrodite se apressou e estendeu a mão formando um escudo vermelho-rosado de cosmo antes que o espaço fosse tomado pela nuvem de poeira e destroços arremessados.

Mesmo depois do cosmo já haver cessado, o chão do Santuário continuou a tremer até que poucos segundos depois o abalo também cessou. O coliseu agora estava irreconhecível. Uma parte da arquibancada havia desmoronado e outra parte estava semidestruída. O chã do coliseu estava revirado em destroços e quase todas as colunas da arena foram pulverizadas enquanto outras tombaram e poucas ficaram em pé. Mas não foi apenas as colunas que resistiram ao golpe. No centro do coliseu havia um homem de braços estendidos elevando um cosmo vermelho-sangue e esboçando um sorriso perverso. Ares. No lado oposto estava Ápis também de braços estendidos e emanando um sucinto cosmo dourado. Ao contrário de Ares, que parecia não ter sofrido nada com o golpe, Ápis aparentava estar um pouco cansado e as peças dos braços de sua armadura estavam com marcas de rachaduras devido a tentativa de deter o golpe de Ares. O touro dourado havia dado quase tudo do seu cosmo contra o deus, mas Ares nem se quer saiu do lugar.

Afrodite desfez a barreira e olhou preocupada. Os deuses ficaram impressionados com o tamanho da destruição proporcionada pelo cosmo do jovem Touro.

— Que força monstruosa. — disse Draco

— De fato. — confirmou Oberon, que esboçou um sorriso. O deus parecia estar interessado em Ápis. — O poder dele é um desperdício como cavaleiro.

— Mas... — Dionísio olhou para os lados. — Onde está o Fênix?!

O deus da guerra abaixou os braços e do seu cosmo surgiram lanças de cabo prateado e laminas vermelhas com adornos dourados. Ares estendeu a mão para Ápis e as lanças também apontaram suas laminas para o jovem Touro.

— Foi só isso? — desdenhou Ares. — Que patético.

—...—


Alemanha – Castelo de Hades

Enquanto Kastor e Polemos se enfrentavam próximo ao Mausoléu, Hugo, Ortros, Anatole e outros dois berserkers se preparavam para enfrentar Jake e os outros.

— Eu cuidarei do leão. — disse Hugo, materializando seu elmo negro em forma de crânio de corvo. — Matem os outros.

Jake olhou para os berserkers e depois olhou para Shina e os demais cavaleiros. Seria um massacre. Jake podia ver com detalhe a diferença entre o cosmo de ambos os lados. Jabu estava bastante ferido após receber o golpe de Anatole e de Polemos, mas mesmo assim ele e os outros estavam confiantes de que poderiam fazer um milagre para vencer os berserkers, mas milagre é algo que Jake não acredita. Eles vão precisar de bastante esforço e estratégia para vencer.

Não vamos perder tempo de um contra um. — disse Jake, tentando tomar para si toda a responsabilidade. Ele olhou para Anatole e elevou o cosmo. — Venha você também, Anatole!

— Ora, ora... — disse o berserker sorrindo.

Anatole elevou o cosmo e suas feridas sararam. A sua onyx se dissolveu em trevas e depois se materializou novamente sem um mínimo dano. Essa habilidade de Anatole é devido ao poder de sua Onyx que representa uma Quimera. Basicamente Anatole possui três versões: Uma cabra, que representa trevas e força; Uma serpente, que simboliza renascimento e engano e Um leão, que designa poder e destruição.

— Você tão poderoso assim, Leão? — perguntou Hugo. — Ou será que é apenas um tolo achando que pode lutar sozinho contra dois berserkers?

— Vocês não são rivais para mim. — disse Jake.

Hugo sorriu.

— Espere Jake. Eu cuidarei dele. — disse Shina, apontando para Anatole. — Foi ele quem matou Pavlin de uma forma traiçoeira. — ela cerrou o punho e elevou o cosmo. — Eu mesma quero acabar com ele.

Anatole sorriu.

— Pavlin? Está se referindo a saintia de Pavão? — Anatole gargalhou. — Ora, ora... Aquela tola apaixonada morreu pelos próprios sentimentos. Vai querer vingar a morte dela, mulher cavaleiro? — perguntou o berserker, com deboche.

— Tem certeza disso, Shina? — perguntou Jake.

Shina ficou em posição de luta mostrando suas longas e afiadas unhas. O cosmo de Shina se elevou e dele raios roxos foram emitidos percorrendo o corpo dela.

— Sim!

Eram cinco berserkers de um lado e cinco cavaleiros do outro. Um contra um. Todos elevaram seus cosmos e avançaram.

Anatole e Shina foram os primeiros a colidirem. Shina girou com suas garradas carregadas de cosmo em forma elétrica e descarregou suas energias no peito de Anatole, fazendo o berserker ficar atônito e ser arrastado por alguns metros. Anatole colocou a mão no peito e olhou para Shina sorrindo. Ele não esperava que a amazona de Cobra fosse forte, mas não era o suficiente para detê-lo.

O berseker elevou seu cosmo, um cosmo negro misturado com um vermelho sangue, e partiu pra cima de Shina esboçando um sorriso largo e fazendo ziguezague, confundindo a amazona que mal conseguia acompanhar seus movimentos. Em um piscar de olhos Anatole surgiu frente a frente com Shina e aplicou golpes com suas garras afiadas. Shina tentou se proteger cruzando os braços frente ao rosto e deu alguns passos para trás, mas Anatole continuou a avançar com golpes velozes. Sua poderosa garra não só rasgava o corpo de Shina, como também chegava a arranhar profundamente a armadura de prata.

Anatole girou e aplicou um chute no rosto de Shina que foi lançada para trás. Antes que a amazona conseguisse pousar e se equilibrar Anatole se abaixou e girou chutando as pernas de Shina e a derrubou. Com um rápido reflexo a amazona de cobra tentou se levantar, mas Anatole já estava esperando por ela com um golpe concentrando em sua mão. O golpe foi disparado e atingiu Shina em cheio, arremessando a amazona a metros de distância.  

Shina caiu rasgando o solo, mas logo se equilibrou pegando impulso e dando um salto, pousando em seguida apoiada em um joelho.

— Ainda que seja de patente mediana você luta bem, amazona. — disse Anatole.

— Não olhe pra mim pela cor da minha armadura, berseker. — disse Shina. — Sou sua inimiga e nada mais.

— Já que é assim...

Anatole correu de encontro a Shina preparado para aplicar mais um golpe, mas a amazona foi mais astuta e desviou para a lateral no exato momento em que Anatole disparou sua rajada de cosmo em forma de garras. Aproveitando a brecha, Shina atacou Anatole com socos envoltos com cosmo, mas não rápido o suficiente. Anatole se virou a tempo de se defender dos socos, mas Shina saltou e girou para aplicar um chute, contudo, mais uma vez Anatole foi mais rápido e parou o chute de Shina com apenas uma mão.

— Você é lenta demais. — disse Anatole e em seguida expandiu seu cosmo repelindo Shina, que caiu fincando as garras no chão e rasgando o solo. — Vai morrer igual a sua amiga. É tolo achar que tem capacidade de me vencer. Ainda mais agora que a lua de sangue está cada vez mais próxima e o selo cada vez mais fraco.

— Sabe Anatole... — Shina se levantou cambaleando e ficou em posição de ataque. — Nós, os sagrados guerreiros de Atena, não somos limitados por achar que algo é impossível. Não importa como... eu vou derrotar você. Pela Terra, por Atena e pela Pavlin! Eu jamais perderia uma batalha sem antes mostrar ao meu oponente do que eu sou capaz!

— Mandarei você para o inferno! — gritou Anatole.

— É você quem vai morrer! — gritou Shina, elevando o cosmo. Um trovão ecoou no céu e em seguida um raio de cor purpura envolvendo-a.

Jake, que enfrentava Hugo em uma luta acirrada, olhou rapidamente para Shina preocupado com a vida da amazona. O cosmo de Shina queimava intensamente alimentando por toda indignação que ela veio guardando nos últimos dias. O sacrifício de Atena, a morte de Pavlin e a morte de Retsu. Ele sabia que os sentimentos as vezes podem atrapalhar em um campo de batalha ou então servir de combustível para alcançar os objetivos. O que lhe preocupava era como Shina iria utilizar suas emoções.

Shina... Tome cuidado. — pensou Jake. Ele sentia que Anatole estava tramando algo.

— Você tem problemas maiores para se preocupar, Leão. — disse Hugo, disparando uma rajada de cosmo envolto em plumas negras. Jake arregalou os olhos e contra-atacou com o relâmpago de plasma.

Shina ergueu a mão representando as presas de uma cobra prestes a dar um bote e partiu em direção a Anatole.

Garras Trovão!

Ela desferiu golpes com suas garras afiadas liberando descargas elétricas poderosas. Diante do golpe Anatole abriu os braços e recebeu as garras de livre e espontânea vontade. As garras afiadas têm capacidade de perfurar o corpo do inimigo, mas não causaram um único arranhão em Anatole. A Onyx bloqueou o golpe e Anatole esboçou um sorriso pra Shina, que rangeu os dentes de raiva.

— Minhas garras... foram inúteis... — pensou ela.

— Viu?! O seu cosmo é supérfluo demais. Nem me faz cocegas. — as garras de Anatole cresceram e seu cosmo se elevou. — Eu vou dar uma demonstração a você de como uma cobra verdadeiramente ataca. — A imagem de uma gigantesca serpente negra surgiu atrás de Anatole mostrando suas presas e olhos vermelhos. Shina se sentiu imobilizada. Era como se a serpente estivesse se enrolando nela e impedindo seus movimentos. — Você precisa ser mais mortal com suas garras, Shina! Receba o meu golpe! Pecado da Serpente!

Anatole inclinou a mão para frente e disparou uma poderosa rajada de cosmo que tomou a forma de uma serpente negra de presas afiadas e olhos vermelhos. O golpe acertou Shina em cheio e a arremessou para o alto. O golpe finalizou quando a gigante serpente abocanhou Shina e explodiu. A armadura de prata se despedaçou e a amazona caiu.

— Shina! — gritou Jabu, que enfrentava um berserker. — Não!

—...—


Alemanha – Munique – Gliptoteca

O museu agora estava fechado e as luzes internas foram apagadas. Estava tudo escuro. O sol já estava se pondo e a noite estava silenciosamente se aproximando. O tempo estava correndo. A lua se aproximava lentamente e logo o selo iria se romper.

Seiya e os outros haviam entrado no museu se passando por turistas e depois se esconderam usando a habilidade de Eros com camuflagem. Eles não sabiam quais possíveis efeitos colaterais essa parte da missão poderia trazer. Libertar Thanatos, a morte, nem que fosse por alguns minutos poderia terminar com eles sendo mortos ali mesmo. Vítimas da fúria do deus. Eles poderiam arriscar as próprias vidas, mas não as dos civis e foi por isso que Eros usou a fragrância de suas rosas para dopar os seguranças, levando eles a um sono profundo. Sem risco de morrerem.

— Acho que já podemos ir. — disse Eros, desfazendo a camuflagem. Eles estavam em pé em uma sala redonda que possuía diversos corredores que levavam paras as inúmeras sessões do museu. Eros olhou para uma placa que dizia “Relíquias Gregas”. — Por aqui. Venham.

— “Reliquias gregas”. — Leu Henry, com deboche. — Nossa... jamais iria imaginar que o deus grego da morte estivesse escondido na sessão de relíquias gregas. — Henry bateu palmas e sorriu. — Gênio. Preciso apertar a mão do Grande Mestre.

— Silêncio, Henry! — repreendeu Eros.

Eles caminharam por um longo corredor que entre as colunas que sustentava o teto havia bustos de heróis e filósofos gregos. O corredor os levou a um largo salão oval com um alto teto abobadado. O salão possuía um segundo andar com um corredor oval sustentado por colunas gregas. Entre as colunas havia estatuas diversas de deuses, heróis, filósofos, ninfas e sacerdotisas. No segundo andar o corredor também era repleto de estatuas variadas colocadas em espaços retangulares na parede.

Eros e os outros caminharam até se reunirem no cento do grande salão. Alkes olhou para as estátuas e virou-se para Eros.

— Qual deles é Thanatos?

— Nenhum deles. — respondeu Eros.

Henry olhou confuso para Eros.

— Então...

O cavaleiro de peixes estralou os dedos e uma das estatuas se desfez em pó, revelando uma pequena caixa negra com adornos prateados selada com selos de Atena.

— Ual. — disse Henry. — Como você consegue ser exibido. Então vamos logos abrir a caixa e ver no que vai dar.

— Espere, Henry! — advertiu Alkes

Henry parou e notou que as estátuas estavam emanando cosmo e tremendo. Como se algo quisesse se libertar de dentro delas. De repente todas caíram no chão se despedaçando. Os cosmos delas então se espalharam pelo salão e os pedaços começaram a se juntar dando forma a guerreiros feitos de cerâmica e mármore. Eles portavam escudos em uma mão e lanças ou espadas na outra. Os guerreiros do segundo andar pularam e se juntaram aos demais guerreiros, encurralando Seiya e os outros no ponto central, e todos apontaram suas espadas e lanças para os cavaleiros.

— Ok. Mas que porra é essa, Eros? — perguntou Henry.

— O que está acontecendo? — perguntou Seiya.

— É uma defesa que Delfos criou. — respondeu Eros. — Mas não subestimem só porque aparentemente são estátuas. Cada um possui Ikhor de Atena como fonte de vida e estão aqui para proteger a “Caixa de Pandora” de qualquer intruso que tenha a intensão de obter a caixa.

— Nossa. Que ótimo. Já não basta ter que falar com o deus da morte, antes temos que enfrentar os bonecos de cerâmica do Grande Mestre. — disse Henry, irônico. — Isso não é problema para nós.

Henry ergueu os braços para invocar suas correntes, mas Eros o segurou.

— Seus golpes espirituais não vão adiantar contra eles. São seres sem almas. Deixe que eu resolvo. — o cosmo de Eros se espalhou e rosas negras surgiram. — Como eu disse, eles estão aqui para deter o avanço de qualquer intruso que tenha a intensão de obter a caixa. Se o cosmo de quem os atacar for o cosmo de um inimigo, eles não vão parar de lutar até que o oponente esteja morto ou que se retire do local, mas se não for um inimigo... Sejam despedaçados! Turbilhão de rosas piranhas!

As rosas se desfizeram em pétalas e um turbilhão negro foi formado envolvendo os guerreiros inanimados. Alguns tentaram atacar jogando suas laminas e espadas, mas todos acabaram sendo devorando até se tornarem pó e voltarem a ser apenas estatuas caídas.

— Eles vão se desfazer e cessar o ataque. — finalizou Eros.

Que "defesinha". — desdenhou Henry.

— Shun, faça os preparativos. — disse Alkes.

— Preparativos? — perguntou Seiya.

Shun tirou um pacote do bolso e o desembrulhou revelando dezenas de selos de Atena.

— Esses são...

— Isso mesmo, Seiya. Os selos de Atena. — disse Shun. — Foram preparados recentemente por Delfos usando o sangue de Atena que estava no Star Hill.

Ele os jogou para o alto e elevou o seu cosmo, fazendo os selos reagirem. Os selos brilharam com um cosmo dourado e voaram até se prenderem na parede e no teto do salão. Rapidamente o cosmo que emanava dos selos cobriu toda a parede formando uma barreira dourada.

— Estamos prestes a libertar Thanatos e Hypnos de dentro da caixa, mas não podemos permitir que eles fujam daqui. — advertiu Shun.

— Exatamente. — confirmou Alkes. — A barganha deve ser feita aqui e depois temos que sela-los novamente. A função desses selos, ou melhor, a função do Shun é isolar o local e impedir que Thanatos e Hypnos fujam. Apenas ele, que é o cavaleiro com maior cosmo entre nós, tem cosmo o suficiente para essa missão.

— Mas Shun... — Seiya olhou preocupado para o amigo. — Isso pode matar você.

Shun esboçou um sorriso inocente para Seiya e balançou a cabeça.

— Não tem problema. Está tudo bem, Seiya. Estou disposto a sacrificar a minha vida se for necessário.

Seiya cerrou o punho.

Shun... você nunca muda, não é?! Sempre arriscando a sua vida sem hesitar. — pensou Seiya.

— Henry... — chamou Eros. — Você já sabe qual é a sua parte, não é?

Henry ficou sério e olhou para a caixa.

— Sei sim.

Devo lembrar a vocês que o tempo está curto e hoje é a nossa última noite. Dentro de poucos minutos o ultimo selo vai se romper e a essa altura já devemos estar abrindo as Portas da Morte. — disse Alkes. — Não podemos demorar com a barganha e muito menos ser ríspidos com eles. — Alkes virou-se para Seiya. — O Senhor terá que liderar essa barganha. O Senhor conhece os deuses gêmeos tão bem quanto nós, mas o meu mestre me deu uma dica. Thanatos é um deus extremamente orgulhoso e vaidoso. A própria mitologia grega prova isso. Algumas vezes ele foi enganado e uma dessas vezes foi por um homem chamado Sísifo. Sísifo apenas elogiou a beleza do deus e ofereceu um colar de ferro a Thanatos. Esse colar era na verdade uma espécie de coleira que iria acorrentar a morte. Foi com um truque semelhante que Phobos enganou Thanatos e o acorrentou.

— Tá dizendo para elogiar a morte e colocar uma coleira nele? — perguntou Henry, quase sorrindo.

— Estou dizendo que devemos usar os pontos fracos de Thanatos durante a barganha. — respondeu Alkes, duramente. — Ele odeia Atena, mas também odeia Phobos e Ares. Na hora de convencê-lo a nos ajudar devemos saber quais palavras certas utilizar e o tom certo.

— Ele também é impaciente. — disse Seiya. — Acredito que não vai nos dar muito tempo antes de tentar nos matar.

— E se ele tentar nos matar? — perguntou Henry.

Alkes virou-se para Henry.

Contamos com a sua habilidade, Henry, e com a defesa do Shun.

Henry enrugou o cenho.

— Defesa do... — Henry notou que havia um cosmo sucinto o envolvendo assim como em volta dos demais. — Isso por acaso é...

Defesa circular. Eu vou proteger vocês. Pelo menos do primeiro golpe. — disse Shun. — Por estarem selados a pouco tempo creio que não estejam totalmente recuperados da última guerra santa, mas mesmo assim são poderosos. Posso conseguir deter o primeiro golpe, mas com certeza não terei a capacidade de deter o segundo.

— Se algo der errado...

— Não vai dar. — disse Seiya, interrompendo Alkes. — Não temos essa opção, Alkes.

— Boa determinação, Seiya. — disse Eros.

Eros caminhou até a caixa e parou diante dela. Ele podia sentir o poderoso cosmo que dali fluía. Um cosmo que só poderia pertencer aos deuses.

— Lembre-se Henry, não importa o quanto você não acredita nos deuses, vamos estar diante de dois. Dois deuses tão antigos quanto Ares, Atena e até mesmo Zeus. — advertiu Eros. — Thanatos e Hypnos são divindades primordiais filhos de Nix, a deusa primordial da noite. Mesmo sendo vistos como deuses menores, eles são temidos pelos deuses. Não diga nada que possa enfurece-los. Eles não são deuses benevolentes quando se trata de humanos.

— Principalmente porque vão estar diante de dois dos cinco humanos que os derrotaram na última guerra santa. — disse Seiya.

O semblante de Henry mudou, ficando mais sério.

Apenas abra a caixa, Eros.

Eros olhou para o amigo por cima do ombro e em seguida removeu o selo de Atena. A caixa então se abriu emitindo uma luz purpura e dentro da caixa saiu dois espíritos em espiral que em seguida tomaram formas. Aparentemente eles pareciam anjos imponentemente belos. Fisicamente eram iguais, exceto que as cores de seus olhos e cabelos eram diferentes. Um tinha cabelos e olhos prateados e outro tinha cabelos e olhos dourados. Ambos vestindo um manto branco, ombreiras e elmo. Curiosamente cada elmo possuía apenas uma asa oposta a outra. Na testa de cada um brilhava um pentagrama e cosmo que emanava deles preenchia o salão e intimidava os cavaleiros.

E novamente estou diante de vocês... — Seiya ergueu a cabeça e olhou para os deuses. — Deuses da Morte e do Sono. Thanatos e Hypnos.

—...— 


Grécia – Coliseu

— Touro, por acaso resolveu me trair para apoiar o plano suicida dos cavaleiros que tentam salvar Atena? — perguntou Ares, que agora estava diante de Ápis e acompanhado de dezenas de lanças que flutuavam apontando suas laminas para Ápis.

De joelhos e com os braços ferido, Ápis levantou o rosto e encarou Ares olhando nos olhos do deus.

— Não, Ares. Estou enfrentando você acima de tudo por causa das inúmeras pessoas inocentes que foram mortas nessa maldita guerra que você espalhou pelo mundo. — Ápis cerrou o punho e cerrou os dentes. — Eu não podia dar as costas e sair do Santuário para ajudar Seiya e os outros... Não enquanto minha mente estivesse voltada pra você.  

Ares esboçou um fino sorriso.

— Que jovem tolo. Eu sou o deus da guerra. Meu dever é espalhar a guerra. — Ares estendeu uma das mãos e segurou uma das lanças, encostando a lamina no pescoço de Ápis. — Você ainda é jovem e é um guerreio com potencial. Poderia me ser útil como um berserker e viveria eternamente como eles. Eterno no campo de batalha. Mas você foi ludibriado por Atena e seus cavaleiros. Escolheu o lado fraco e isso o torna fraco. O seu futuro será efêmero, pois os fracos logo morrem e tudo o que você fizer será apagado com o tempo. — Ares apontou a lança para os dois cavaleiros de ouro que permaneciam na arquibancada fazendo a guarda dos deuses. Escorpião e Capricórnio. — Você deveria ter feito a mesma escolha que eles. Mas agora é tarde demais. Não costumo perdoar rebeldes e não estou disposto a fazer uma exceção hoje. — Ares voltou a encostar a lamina no pescoço de Ápis. — Vou sacrificar você ao Olimpo. Assim como faziam na era mitológica. Sacrificando um touro aos deuses!

Ares elevou o cosmo e disparou suas lanças contra Ápis, mas Ápis elevou o cosmo e alterou, ainda que sutilmente, o trajeto das lanças que apenas o atingiram de raspão, marcando a sua armadura de ouro. Ápis então se levantou e avançou contra Ares como um Touro voraz. O touro dourado aplicou um soco, mas Ares parou o punho de Ápis com apenas uma mão. Em seguida Ápis atacou com o outro punho, mas Ares também interceptou e ambos ficaram acirrados medindo suas forças.

— Ele mudou a direção das lanças? — perguntou Alala, impressionada. — Mas como?!

— Foi uma leve distorção gravitacional. — respondeu Phobos. — Pelo que eu soube ele usou essa mesma habilidade quando enfrentou Seiya. O cosmo dele manipula a gravidade ao redor dele e foi assim que ele conseguiu desviar das lanças.

O cosmo de Ápis e Ares colidiram mais uma vez fazendo o chão tremer.

— Você é persistente e corajoso, mas medir forças com um deus? Isso é ser muito tolo. — Ares gargalhou e aplicou um chute no peito de Ápis, lançando o Touro para trás.

Ápis foi arremessado com os pés ainda no chão, rasgando o solo enquanto se afastava de Ares. Antes que Ápis pudesse se recompor Ares avançou e deu um soco no rosto de Ápis, arrancando o elmo do Touro e arremessando Ápis contra a parede do coliseu. O cosmo de Ápis explodiu e ele saiu dos escombros com um salto e desceu em uma investida direta. Ares se teletransportou e o golpe de Ápis abriu uma cratera. Ares surgiu novamente para aplicar um golpe no peito do Touro, mas Ápis segurou no braço do deus e mudou a gravidade ao seu redor, fazendo Ares perder o equilíbrio. Nesse momento Ápis teve a oportunidade de acertar alguns socos em Ares, mas apenas por milésimos de segundo, pois o poder gravitacional não foi o bastante para prender Ares e ele revidou com uma sequência de socos e chutes, arremessando Ápis contra dois pilares.

Afrodite e os demais deuses poderiam até estar preocupados com a afronta do Cavaleiro de Touro, mas Ares estava se divertindo. Trocar golpes em uma luta era algo que Ares não negava. Sua preferência sempre era de liderar suas tropas de frente ao invés de ser o último na fileira. Diferente de outros deuses que ficam sentados em seus tronos enquanto seus subordinados lutam.

Ares gargalhou.

— Quanta energia, Touro. Não vou negar que você me deixou eufórico.

— Não brinque comigo, Ares. — disse Ápis, se levantando. — Eu vou acabar com você.

Ápis segurou um dos pilares e girou arremessando o pilar contra Ares. Mas bastou apenas que Ares estralasse os dedos para que o pilar se desfizesse em pó. No momento em que o pilar explodiu Ápis apareceu de surpresa.

Grande Chifre!!

O touro dourado foi novamente disparado, mas Ares deteve com apenas uma mão e em seguida repeliu o golpe junto com Ápis, jogando o cavaleiro de ouro para trás. Ares estendeu a mão e uma lança se materializou.

— Vamos acabar com isso, Touro?

 Ares estava prestes a atacar quando uma coluna de chamas subiu aos céus, vindo dos destroços atrás de Ápis, e em seguida a coluna de chamas deu forma a uma fênix de asas abertas ecoando seu grito. Do meio das chamas surgiu Ikki, com suas feridas saradas e com sua armadura restaurada. Seu cosmo estava mais poderoso que antes.

— Por acaso se esqueceu de mim, Ares?

O deus abaixou o braço e olhou surpreso para Ikki. Ares achou que Ikki tivesse morrido na explosão gerada pelo golpe de Ápis, mas agora Ikki estava de pé emitindo um cosmo tão poderoso quanto antes.

— Mas como isso é possível?! — questionou Anteros. — Ele não havia morrido naquela colisão de cosmos?!

Dionísio ergueu uma sobrancelha e sorriu.

Interessante, não é?! Fênix é uma ave incrivelmente majestosa. — disse o deus do vinho.

— Senhor Ikki...

— Não precisa se levantar, Touro. — disse Ikki, passando por Ápis. — Agradeço por tudo o que fez até agora, mas não posso permitir que continue a enfrentar Ares. Descanse um pouco. Cabe a mim enfrenta-lo, pois ainda tenho uma missão dada pelo Grande Mestre para concluir.

— Mas o senhor poder morrer.

Ikki esboçou um fino sorriso no canto da boca.

— Pode até parecer loucura, mas é realmente isso que eu desejo. Estou disposto a abraçar a morte mais uma vez. — Ikki elevou o cosmo e o seu cosmo se tornou chamas. — Notei que é morrendo, queimando a minha vida, que eu vou conseguir o meu objetivo. Touro, vou lhe dar o mesmo conselho que dei ao cavaleiro de Cérbero. Saia daqui e vá para Jamiel. Você será mais útil lá porque logo Jamiel se tornará um campo de batalha. E Atena também vai precisar de você quando a verdadeira guerra começar. Você precisa estar vivo para isso. Morto não vai ajudar em nada.

— E você morto vai, Fênix? — perguntou Ares.

— Pode parecer meio incoerente, mas eu sou uma exceção.

Ápis se levantou com muito esforço, mas se recompôs.

— Eu me nego a fugir. Isso pra mim seria fugir. Atena também vai precisar do senhor quando a guerra começar.

— Eu sei que vai, por isso tenho que morrer.

As chamas do cosmo de Ikki se agitaram e se espalharam formando um círculo de chamas isolando Ares e ele no centro do círculo.

E mais uma vez é só eu e você, Ares!

—...—


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Notas finais do capítulo

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Próximo capitulo: A batalha entre Ikki e Ares continua. Longe dali, na Alemanha, Shina e Anatole lutam, mas a batalha é interrompida com a morte de um cavaleiro. Em Munique, na Gliptoteca, a barganha começa e a Morte enfrenta um ceifador.

Não esqueça de deixar sua opinião. Ela pode ser simples ou detalhada, não importa, ela é muito importante para mim. É a opinião de vocês, seja criticas boas ou ruins, que me incentiva a escrever e melhorar. Boa leitura. ^^



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