A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 21
Capitulo 20 - A carta de Delfos.


Notas iniciais do capítulo

Um homem misterioso surgi diante de Seiya e o grande plano de Delfos é revelado.



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Capítulo 20 - A carta de Delfos


Templo do Grande Mestre, Santuário – Grécia

— Na invasão do Santuário você agiu da sua forma, Phobos. Mas em Asgard eu irei como representante do Senhor da Guerra e farei isso da minha maneira. Se Asgard não se curvar... — Deimos sacou a espada e elevou o cosmo. — A cabeça do representante de Odin será cortada.

— O que você pretende fazer? — Phobos fazia algumas anotações em um livro de folhas ressecadas e amareladas. Usava uma caneta de ponta fina e sua haste era uma pena negra.

— Iniciar uma Guerra Santa. — A Onyx de Deimos brilhou e se dissolveu em trevas se transformando em uma camisa escura de manga curta que definia seus músculos e uma calça preta de couro que entrava na bota de sua Onyx. Seu antebraço e suas mãos permaneciam cobertos pela Onyx. Carregava sua espada dentro de uma bainha preta presa na sua cintura. Ele se dirigiu a mesa. — Sou um deus que serve a guerra. Sou líder de um exército. Não vou ficar aqui parado e mandando mensagens diplomáticas para nações inimigas.

Phobos tirou o óculos e pousou na mesa.

— Pretende ir até Asgard sozinho?

— Desde a última batalha que os cavaleiros e Atena tiveram em Asgard, o país nórdico reforçou suas defesas. Pretendo levar alguns dos meus berserkes. Além disso, convoquei Draco. Ele deve chegar aqui amanhã, então irei depois de amanhã para Asgard. Alguém como ele não pode continuar sendo apenas o guarda-costas de nossa mãe. Quero marchar com um exército de verdade. Manchar a neve de Asgard com sangue.

— Faça como quiser. — Phobos se levantou e afastou a cadeira. — Nosso senhor ainda não está em condições de assumir o trono. Sua alma ainda sofre alguns efeitos do selo de Atena, mas isso vai durar apenas por um curto tempo. Logo ele estará aqui, e até que esse dia chegue, temos que conquistar as nações e entregar a ele. — Phobos uniu os papeis, colocou dentro do grande livro e o fechou. O livro tinha uma capa de couro branca e escritas em letras gregas na cor vermelho sangue. — Tenho ordens de nossa mãe para cumprir ainda. Cuide de Asgard e eu...

A grande porta do Salão do Grande Mestre se abriu. Do lado de fora o céu estava escuro e repleto de estrelas. Um berserker de longos cabelo negros entrou no salão. Sua sombra no chão do salão aparentava ser a sombra de um anjo. O berserker possuía um par de asas com penas negras. Trajando sua Onyx negra com detalhes dourados, ele carregava debaixo do braço um homem. Como se fosse um animal que ele tivesse acabado de caçar.

— Me desculpem pela forma e pela hora em que me apresento. — Ele jogou o homem no chão do salão diante do altar do Grande Mestre. Phobos, segurando o livro debaixo do braço, olhou com repulsa para o berserker. Anteiros permaneceu quieto observando. — Capturei um dos rebeldes que fugiu da prisão.

Deimos olhou com curiosidade para o homem no chão e esboçou um sorriso.

— Hayato, quem é esse homem? — Deimos desceu da mesa e pegou o homem pelos cabelos erguendo a sua cabeça. O rosto dele estava todo ensanguentado, um corte profundo na testa e com um olho inchado.

— Geki. O Cavaleiro de bronze de Urso. Ele estava com Seiya e os outros.

— E onde está Seiya e os demais fugitivos? — perguntou Phobos.

— Sumiram, senhor. — respondeu ele. — Estávamos perseguindo eles, mas de repente todos sumiram. Como se tivessem deixado de existir. Não era possível nem mesmo rastrear os cosmos deles.

— Ninguém some assim do nada. — comentou Anteros.

— Concordo com o senhor. Por isso desconfio que eles ainda estejam lá, mas tem algo naquela floresta.

— Do que está falando? — perguntou Phobos.

— Uma barreira. Um campo de força estabelecido por Atena. — disse Hayato. — Antes de entrar na floresta não pude deixar de sentir que ela era tomada por um cosmo. Ao entrar tive total certeza. A floresta não é normal. Dificulta a respiração e eu sentia que meu cosmo diminuía aos poucos.

— Com certeza é uma barreira. — disse Anteros, se levantando do trono e indo até Geki, que continuava caído no chão. — Por que o trouxe até aqui?

— Ele pode saber onde os outros estão escondidos.

— E onde está o Cavaleiro de Leão? — perguntou Phobos.

— Quando eu saí da floresta ele estava enfrentando um dos tolos cavaleiros que ficou para deter o seu avanço enquanto os outros fugiam.

Geki gritou. Quando os deuses e Hayato olharam viram que Deimos estava pisando no pescoço de Geki enquanto feria as costas do Cavaleiro de Bronze com a ponta da espada.

— Existe ou não uma barreira na floresta? — perguntou Deimos.

— Eu não sei! — respondeu Geki, rangendo os dentes.

— Ele está mentindo. — disse Anteros.

Deimos voltou a arranhar as costas de Geki, fazendo o cavaleiro gritar. Os dedos de Geki estavam ensanguentados de tanto forçar contra o chão áspero tentando aguentar a dor do fio da espada. Sangue ensopava a camisa e escorria pelo chão do salão.

— O fio da minha espada causa queimor ao encostar na pele de alguém. Até quando vai aguentar, cavaleiro? — disse o deus, pisando com mais força.

— Até que a morte chegue! Eu iriei suportar! — respondeu Geki.

Deimos sorriu.

— Que maravilha! Então farei com que a morte demore a chegar. Veremos se consegue suportar por tanto tempo! — Deimos começou a enfiar a ponta da espada repetidas vezes nas costas de Geki. Fazendo o cavaleiro gritar de agonia. A intensão não era matá-lo, mas causar dor e sofrimento. Só a ponta da espada já era o suficiente para causar desespero. — Isso! Grite mais! — Sangue escorria e os olhos do deus brilhava de satisfação.

Phobos se aproximou de Deimos e segurou seu braço.

— Basta! — Deimos já estava arfando. Não que ele estivesse cansado, mas estava se entregando a adrenalina. Phobos olhou para Geki. — Responda rapaz, existe ou não uma barreira?

Geki mordia os lábios e as lagrimas escorriam. A dor era insuportável e a mente humana possui limites. E é no limite de Geki que Deimos queria chegar. Antes que a morte chegue ou a loucura tome conta, Deimos queria arrancar as respostas do Cavaleiro de Urso.

— Existe. — respondeu Geki, após tanta resistência.

Deimos sorriu satisfeito.

— Eles estão lá ainda, não estão? — perguntou Anteros se aproximando de Geki e se agachando. Sua voz estava confortável. Serena. Anteros sinalizou para que Deimos tirasse o pé do pescoço de Geki e levantou sua cabeça pelo queixo, forçando o cavaleiro a olhar nos seus olhos. — Escute-me, cavaleiro. — Os olhos de Anteros brilharam em um tom prateado. — Imagino a dor que esteja sentido, mas serei benevolente. Se você me der a resposta que preciso, eu o livrarei das mãos de Deimos e farei com que morra sem sentir dor. Seria justo depois de tudo o que você fez. — Geki balançou a cabeça em negação. Ele apertava os olhos e lagrimas escorriam. — Escute-me! — Os olhos de Anteros brilharam com mais intensidade. Segurando o queixo de Geki com uma mão, com a outra ele tocou na testa do cavaleiro. Todas as feridas cicatrizaram. O sangue que escorria na sua pele foi absorvido. Seu rosto inchado ficou com boa aparência. Satisfação e descanso tomou o corpo de Geki. — Estou lhe agraciando com o meu poder. Estou salvando você de dor e da tortura. Você vai querer trocar esse prazer por uma dor insuportável? Deimos vai querer torturar você. Ele vai arrancar dedo por dedo e depois fazê-los crescer só para ter o prazer de arrancar novamente. Depois quando cansar vai arrancar seus dentes, olhos... — Os olhos de Geki foram tomados por desespero. Ele tremia e soava. — Sei que você não quer isso. — Continuou Anteros falando mansamente. — Agora me responda... Eles ainda estão lá, não estão? — Geki balançou a cabeça afirmando. — Em que lugar da floresta?

— Eu não sei ao certo. O homem encapuzado apenas dizia que uma barreira cobria a floresta, mas que outra barreira estava mais a frente e que lá, dentro dela, tinha um abrigo para eles. Que os que não são fiéis a Atena jamais conseguiriam passar por ela. Serviria de...

— Fenda dimensional. — Completou Phobos.

— Isso. — Confirmou Geki.

Anteros olhos para Phobos.

— Mais alguma coisa? — perguntou ele.

— Não. — respondeu Phobos.

Phobos soltou o braço de Deimos e se afastou. Anteros soltou o queixo de Geki e se dirigiu ao trono. Enquanto Anteros caminhava, as feridas de Geki voltaram a se abrir, o rosto voltou a ficar inchado, toda a dor voltou de uma só vez fazendo Geki gritar e se contorcer. Anteros parou diante do trono e olhou para trás por cima do ombro.

— Não confie nos deuses. — disse Anteros, com um sorriso.

Se sentindo um lixo. Se sentindo usado. Se sentido um verme. Geki se sentia acima de tudo, traído. Os deuses, Hayato e os soldados riam da inocência dele.

— Tolo! — disse Deimos, afundando a espada nas costas de Geki. Geki gritou contraindo os músculos das costas e cuspiu sangue. — Achou mesmo que iriamos dar uma morte sem dor a você? — O deus tirou a espada das costas de Geki e o chutou.

— Na verdade, por um momento, achei que fosse ver em vocês algo que se aproximasse de compaixão. — respondeu Geki, tentando se levantar. — Não que eu precise disso vindo logo de vocês, mas ainda tinha esperança de ver o desejo em seus olhos de compadecer pelos "frágeis humanos". — O cosmo de Geki se elevou. Anteros se virou e encarou Geki. — O que foi? — disse Geki encarando Anteros. — Não é assim que vocês, deuses, nos olham? Como frágeis? — Geki se esforçava para permanece de pé. Com seus ombros caídos e braços soltos, ele encarava os olhos de Anteros com ódio. Seu cosmos continuava a queimar com mais intensidade. — Não é de cima para baixo que vocês nos olham?

— Aonde quer chegar humano? — perguntou Anteros. O deus estendeu a mão para Deimos, pedindo para que ele não agisse, pois Deimos estava prestes a golpear Geki novamente.

— Vocês zombam de nós. Não tem respeito nenhum pelos humanos. Pisam em nós, mas depois se fazem de vítimas dizendo que nós não respeitamos vocês. — Geki fechou a mão serrando o punho. Sangue escorria entre seus dedos. — Vocês não têm moral alguma para falar a respeito dos humanos. Seres como você, Anteros... — Geki se virou. — e vocês dois, Phobos e Deimos, não merecem um pingo de respeito de qualquer humano.

— Insolente... — Deimos estendeu a mão para lançar um golpe, mas Phobos colocou a mão em seu ombro e balançou a cabeça, pedindo para que não atacasse. Geki virou sua atenção para Anteros e então seu o cosmo explodiu.

Um cosmo poderoso tomou todo o salão. Aquele cosmo vindo de alguém que estava prestes a morrer causou espanto até mesmo nos deuses.

— Esse cosmo é o sétimo sentido. — disse Phobos, observando com os olhos vidrados em Geki — O poder dos humanos em fazer um milagre.

— Exato. — Geki pisou firme no chão e disparou na velocidade da luz contra Anteros.

Assustado, o deus não se moveu. Geki surgiu diante de Anteros e com as duas mãos o agarrou pelo pescoço. Apertava com tanta força que suas veias pulsavam fortes e seus músculos contraiam. Anteros apenas arregalou os olhos, os quais começaram a ficar vermelhos. Se deuses morrem por falta de ar, Geki não sabia, mas a impressão que Anteros passava é a de que estava sendo sufocado de verdade.

O deus agarrou nos braços de Geki e elevou o seu cosmo, porém Geki não abriu espaço para que Anteros o atacasse e empurrou o deus contra o trono. Ambos caíram por cima do trono que desabou no chão.

— Está... apertando... o pescoço... de um... deus. — Anteros falava com dificuldade. Ele elevou o cosmo e segurou firme nos braços de Geki e começou a afastar as mãos do cavaleiro do seu pescoço. — Tem ideia do crime que está cometendo?

— Crime é vocês brincarem com a vida de inocentes. — Geki deu uma cabeçada na teste de Anteros e saltou para trás.

— Desgraçado!! Matem esse verme!! — gritou Anteros enquanto se levantava.

Hayato abriu suas asas e voou em direção a Geki. O berserker serrou o punho e disparou um golpe, mas o cavaleiro de bronze bloqueou o punho de Hayato. A força do impacto empurrou Geki para trás, mas ele pisou firme e segurou o punho do berserker.

— Uma explosão de cosmo temporária. Até quando esse seu corpo quase morto vai suportar todo esse cosmo? — perguntou Hayato forçando seu cosmo envenenado contra Geki.

— Tempo o suficiente para que eu mostre a vocês até que ponto chega a força de vontade de um homem. — Geki empurrou de volta o cosmo de Hayato, que saltou para trás, e então explodiu ainda mais seu cosmo.

Deimos segurou firme o cabo de sua espada e sorriu. Hayato pousou ao lado de Deimos e fixou os olhos em Geki. Phobos observava tudo calado. Ele estava apenas a alguns passos atrás de Deimos. Anteros, ainda próximo ao trono, olhava com ódio para Geki.

— Me mostre a força de vontade de vocês. Com a minha espada eu vou cortá-la ao meio. — disse Deimos apontando a espada para Geki. — Antes, diga as suas últimas palavras.

Geki estendeu os braços com as mãos abertas e elevou o cosmo. Lagrimas escorram dos seus olhos. Sua armadura estava completamente destruída. Assim como ele, ela se esforçava ao máximo para protegê-lo.

— Isso é por Atena! — Com os braços estendidos o cosmo de Geki centralizou entre os braços formando uma enorme esfera de cosmo.  Fúria do Urso! — Uma rajada poderosa de cosmo foi disparada contra Deimos. O golpe rasgava o chão enquanto se dirigia ao deus.

Deimos avançou e desferiu um golpe de espada, cortando o golpe ao meio.

— Atena está morta! — disse o deus sorrindo e partindo em direção a Geki.

A espada de Deimos perfurou o coração de Geki, fazendo ele arregalar os olhos. No mesmo instante Geki usou suas últimas forças para segurar o pescoço de Deimos com as duas mãos e o puxou para perto. Olho no olho. A espada de Deimos entrou ainda mais no peito de Geki, a lâmina se projetava nas costas, pingando em escarlate.

— Escute bem as minhas últimas palavras: "Atena vive. Vida longa à deusa da guerra." — Deimos arregalou os olhos. Geki sorriu. — Um deus temendo as minhas palavras. É... talvez agora possa morrer em paz.

O cosmo de Geki se apagou assim como o brilho da vida em seus olhos. O corpo dele ficou mole. As suas mãos perderam as forças e soltaram o pescoço de Deimos.

— Desgraçado! — Deimos o jogou no chão e começou a pisá-lo. — Não morra agora! O que você quis dizer com "Atena vive"?! Responda seu miserável! — Os chutes eram cada vez mais fortes. Deimos pisava na cabeça de Geki com tanta força que dava para ouvir os ossos do crânio estralando e se quebrando. — Cavaleiro de bronze desgraçado!

As unhas de Deimos cresceram e ele as enfiou na garganta de Geki. Ele rasgou da garganta até o abdômen e puxou os órgãos para fora apertando-as entre os dedos.

— Já chega Deimos! — disse Phobos, colocando a mão no ombro de Deimos. — Se controle.

Deimos se levantou e balançou o ombro fugindo do toque de Phobos.

— Hayato! — chamou Deimos.

— Senhor!

— Não me importa quantas barreiras foram erguidas naquela floresta. Ordeno que procurem aqueles miseráveis.

— Sim Senhor!

— Guardas! Chamem as criadas para que elas cuidem de toda essa sujeira. — Ordenou Phobos.

—...—


Cabana da Floresta, Floresta sagrada de Atena – Santuário

— Seiya! Seiya! Acorde! — Shun sacudia Seiya que estava deitado em uma cama. Era uma cama simples de madeira forrada por um lençol branco. — Você precisa se alimentar. — Seiya resmungou e se virou, dando as costas para Shun. — Seiya!

— Está bem, já acordei. — disse Seiya se levantando e esfregando os olhos. Ele olhou em volta e franziu a testa. — Onde estamos?

— Dentro do núcleo da barreira da floresta. Você caiu exausto depois que atravessamos.

Seiya olhou curioso para o quarto. O quarto era pequeno e pouco mobiliado. Tinha apenas uma cama, um guarda-roupa de duas portas, uma prateleira com alguns livros velhos e uma pequena mesa com uma cadeira de madeira. Em cima da mesa tinha um prato com comida e um copo de suco.

— Comida! — Seiya saltou da cama e correu para a mesa.

Mal sentou e já foi enchendo a colher e levando a boca. Enquanto comia ele viu algo se mexendo no canto do quarto. Ao olhar, seus olhos se arregalaram e ele parou de se mexer. A urna da armadura de sagitário estava lá, mas o mais inusitado era o que estava em cima da urna. Uma enorme cobra negra de olhos amarelos observava Seiya. Seiya gritou e saltou para trás, caindo em cima da cama.

— Calma Seiya! — disse Shun.

A porta do quarto se abriu e uma mulher entrou.

— Que gritaria é essa? — perguntou a mulher. Ela tinha cabelos verdes, usava máscara das mulheres cavaleiro e trajava roupa de treinamento. Suas unhas eram grandes e afiadas e pintadas de roxo. — Ah! Você acordou.

— Shina? — disse Seiya, espantando.

— Qual o motivo dos gritos? — perguntou Retsu, que entrou em seguida. Já não estava mais com a armadura de prata de Triangulo. Vestia uma camisa preta apertada e uma calça jeans escura.

— Tem uma cobra no quarto e vocês perguntam o motivo?

— Essa cobra tem nome. — disse uma voz fraca misturada com sibilos. — Meu nome é Piton. — A grande e pesada cobra subiu na cama e se levantou olhando para Seiya.

— Ela... fala. — disse Seiya surpreso. — Espera aí. Teu nome é Píton ou você é uma Píton?

A cobra abriu a boca e sibilou mostrando as presas.

— Piton! Não seja mal-educado com o nosso paciente. — disse um homem alto e magro entrando no quarto.

Ele tinha cabelos bagunçados curtos de cor violeta escuro, e seus olhos eram estreitos e sua íris era violeta, mas parecia mudar constantemente para um azul claro. Tinha um rosto afilado, de queixo pontudo. Estava bem arrumado, usando camisa social branca de manga longa ensacada em uma calça escura, colete preto por cima da camisa branca e abotoaduras douradas no punho da camisa. Usava também botas de cano alto cor preta com botões dourados e sua calça era ensacada dentro das botas. Suas mãos eras vestidas por luvas brancas, onde tinha o símbolo preto de uma serpente enrolada em um bastão. Em sua mão direita ele trazia uma bengala de cano preto e a ponta era um par de asas douradas.

— Está bem, Seiya?

— Não tem como estar bem com uma cobra enorme na cama. — respondeu Seiya. — Ainda mais falante.

— Piton. Desça!

A cobra obedeceu e deslizou de volta para a urna dourada de sagitário, se enroscando em cima dela. Shina foi até a cadeira e a puxou colocando ao lado da cama. O homem então se sentou na cadeira e cruzou as pernas.

— Quem é você? — perguntou Seiya, se ajeitando na cama. Ele se sentou e ficou frente a frente com o homem.

O homem estendeu a bengala para Shun, que a segurou, e então estendeu a mão para Seiya.

— Meu nome é Asclépio. — Seiya olhou para a mão dele e então o cumprimentou. — O deus da medicina.

Seiya puxou a mão e na hora congelou. Um deus estava diante dele, mas ele não sentia cosmo divino fluindo daquele homem. Aparentemente era um humano normal.

— Não se assuste. — disse Asclépio, vendo a reação de Seiya. — Não estou aqui para matá-lo.

— Foi ele quem cuidou de você, Seiya. — disse Shun. — Também cuidou de Pavlin.

— Ela está bem?

— Está sim. Estava bastante fraca, mas agora ela está no outro quarto se recuperando. — explicou Asclépio.

— O que um deus como você está fazendo aqui dentro da barreira? Pensei que os deuses me quisessem morto e que não ajudassem os humanos. Exceto Atena.

— Não me confunda com os outros deuses. Existem deuses que, assim como Atena, também gostam dos humanos e prezam por eles. E eu sou um desses deuses. Já ajudei você uma vez, apenas não se lembra disso.

— Já me ajudou? — Seiya franziu a testa. — Quando?

— Há quase quinze anos atrás. Quando você voltou dos Elíseos com a maldição de Hades no coração. Eu fui até a mansão Kido a pedido de Atena. Ela recorreu a mim para que ajudasse você. Em troca ganhei inimigos, os deuses do Olimpo, entre eles está o meu pai. Apolo.

— Desculpa.

— Não se preocupe. — Asclépio tirou um óculos de leitura do bolso de sua calça e colocou no rosto. Olhando bem ele parecia um médico de verdade. — Eles nunca gostaram de mim. Agora só arrumaram um motivo maior. Eu fui até a mansão não só porque Atena pediu, mas porque você é o único humano que pode acordar os deuses de suas ignorâncias. Em troca Atena permitiu que eu treinasse meu discípulo para que ele viesse a ser um cavaleiro. Hoje ele é o atual cavaleiro de prata de Taça e está neste momento lá fora, conferindo se a barreira possui alguma brecha.

— Mas porque está aqui?

— Estou aqui para explicar algumas coisas a vocês. — Asclépio então olhou para Retsu. — Chame Alkes e os outros. Todos devem ouvir.

Retsu então saiu do quarto e correu para chamar os demais.

— Shina, traga a urna que Delfos deixou aos seus cuidados. — Disse o deus, e Shina saiu do quarto.

Logo Retsu voltou acompanhado por Jabu, Nachi e um jovem alto e magro de cabelos roxo até os ombros e olhos azuis. Vestia roupa de treinamento. Camisa marrom, calça escura e sandálias gladiadoras de couro.

Ele olhou para Seiya e acenou.

— Olá, Senhor Seiya! É bom vê-lo recuperado. Meu nome é Alkes.

— Reconheço seu cosmo e sua voz. Você é o encapuzado. Mas porque não mostrou seu rosto?

— Nem mesmo o Santuário sabe da minha existência, senhor. Poucos sabem quem eu sou e de qual armadura eu sou usuário.

— Você me deve várias explicações. — disse Seiya, dando um curto sorriso.

— Eu irei responder tudo. — Interrompeu Asclépio.

Shina entrou no quarto trazendo uma caixa nas mãos. Uma caixa branca com o símbolo do báculo de Atena desenhado em dourado na tampa. Ela entregou a caixa nas mãos de Asclépio, que a pousou no colo. Ele então abriu a caixa e tirou um pergaminho que estava amarrado por um laço vermelho. Ele soltou o laço e abriu o pergaminho.

— Escutem com atenção.

"Se estão lendo essa carta neste momento, então certamente já estou "morto" e Atena "também". Ares ainda deve estar se recuperando, longe do Santuário, mas seus filhos estão governando em seu lugar. A estátua de Atena foi destruída e o Grande Mestre está morto. Essa carta está sendo lida por Asclépio diante de Seiya, Shun e dos demais que são importantes para essa guerra. Se tudo está como eu narrei, bem, então podem continuar com a leitura.

Antes de tudo eu vou me apresentar. Sou Delfos de Altar. O Grande Mestre do Santuário. Peço desculpa a todos pelo que eu fiz, mas foi tudo pelo futuro da humanidade.

Vocês precisam salvar Atena. Devem ir até a Alemanha e barganhar com a Morte. Precisam pedir o poder para abrir as portas da "Eternas Trevas". Um local onde todos os seres imortais são enviados quando são meramente "mortos". Atena está lá, mas precisam agir rápido. Devem tirá-la de lá antes que ela seja capturada e tenha a essência da vida consumida.

Levem com vocês a esperança. Atena vai precisar dela quando sair de lá. No caminho, inimigos vão aparecer, assim como aliados. Sacrifícios serão feitos, mas é tudo por um bem maior. Ajam naturalmente. Deixem que eu manipule o destino e zombe dos deuses.

Espero que compreendam quando ouvir a explicação de Asclépio."

— Não entendi nada. — disse Jabu quebrando o silêncio.

Alkes saiu do quarto em silencio.

— Vou explicar. — disse Asclépio. Todos estavam calados e atentos. — Delfos é um homem que nasceu sob a estrela do Oráculo. Quem nasce com essa estrela como guardiã tem o dom de prever o futuro. Ele treinou no Monte Parnaso e pouco tempo antes da guerra santa contra Hades começar ele se tornou o cavaleiro de prata de Altar. Dois anos depois ele teve uma visão. Ele previu a próxima guerra. A guerra contra Ares. Ele viu fragmentos do futuro. Cenas que deveriam acontecer nos próximos anos. Na visão dele Atena seria morta e Ares iria vencer. Contudo, Delfos não aceitou isso e jurou que iria mudar o futuro.

— Mudar o futuro? — Seiya, que estava de cabeça baixa e escutando tudo, levantou o rosto e olhou para Asclépio.

Alkes entrou no quarto e trazia nas costas a urna da armadura de Taça. A urna se abriu e a armadura de taça surgiu. Uma linda armadura onde um líquido transparente como água brilhava no interior. Alkes elevou o cosmo e o líquido saiu da armadura, se solidificou e flutuou. Parecia agora um espelho redondo, mas não refletia nada. O espelho flutuou até ficar ao lado de Asclépio.

— Ele foi ao Star Hill e leu as estrelas. Lá ele teve a certeza em relação à visão da próxima guerra santa e jurou ao Oráculo que iria interferir. O oráculo advertiu que Delfos deveria tomar cuidado. — Enquanto Asclépio falava o espelho ia mostrando cenas do que ele narrava. — Delfos viu fragmentos do futuro que deveriam acontecer. Se ele quisesse interferir em algo teria que ser de forma sábia. E mesmo escutando a advertência do oráculo, Delfos seguiu com seu plano. No Star Hill ele pegou alguns selos e um frasco que continha o sangue de Atena. E ai selou o Star Hill. Metade do sangue ele usou injetando em si mesmo e o resto ele guardou. — Piton, que descansava em cima da urna, levantou a cabeça e encarou Asclépio. — Sabendo que eu tinha livrado você, Seiya, da maldição de Hades, Delfos veio ao meu encontro e me pediu uma "doença". Uma doença temporária que duraria alguns anos em um deus. Ele me explicou seu plano e então eu aceitei ajudá-lo, mesmo me arriscando ainda mais com os deuses. Vi nesse plano uma chance de concertar essa briga entre humanos e deuses no final de tudo. — Asclépio respirou fundo e continuou a falar. — Delfos invocou os deuses gêmeos filhos de Ares através de um sacrifício de guerra com animais em um altar levantando aos dois deuses e jurou a eles fidelidade, alegando que queria derrubar Atena, que serviria como espião e que poderia ajudar a enfraquecer o selo que prende Ares. Diante de tal oferta os deuses ficaram cegos e logo aceitaram. Pediram que Delfos fosse até Roma e lá levaram ele até o local secreto onde Ares estava escondido. No Palácio do Vaticano. Porém Phobos e Anteros são cuidadosos demais e tentaram ler a mente de Delfos para saber se ele estava mentindo, mas Delfos selou a própria mente usando do poder do sangue de Atena, e fez com que os deuses vissem aquilo que eles queriam ver. Fidelidade. Alegando que por ser um cavaleiro e ser o Grande Mestre ele poderia ter forças para enfraquecer o selo de Atena, eles levaram Delfos até o local onde Ares estava selado. — No espelho dava para ver o local onde Ares estava. Era uma enorme sala no subterrâneo do palácio, iluminada apenas por tochas. No centro da sala estava a estátua de um deus acorrentado. O deus trajava simples vestes de soldados gregos antigos. Estava de joelhos, corpo inclinado pra frente com a cabeça baixa. Seus braços e pernas estavam acorrentados. Correntes ligadas às extremidades do teto puxavam seus braços para o alto. Em várias partes de cada corrente havia selos de Atena. Com o passar do tempo eles foram perdendo forças e se rasgando. Delfos então foi até a estátua e colocou a mão na cabeça de Ares. — Manuseando a "doença" que ele pediu a mim, ele distribuiu o poder na estátua, a qual não selava apenas a alma, mas também o corpo de Ares. E ele cumpriu o que prometeu. Usando o poder do sangue de Atena que havia nele, ele destruiu vários selos de Atena deixando apenas um em cada corrente, os quais não se romperam. Esses iriam durar anos para se romper.

— Mas se ele fez isso, é lógico que mudou o futuro. — disse Nachi.

— Também achei que sim, mas na verdade ele não mudou em nada os fragmentos do futuro que ele previu. Ares pode até ter despertado sua consciência por completo antes do tempo, mas ele ainda continuava fraco por causa da "doença" que Delfos colocou na alma dele e dorme quase o tempo todo. Afrodite e os outros deuses acham que Ares está fraco por causa dos selos de Atena. Se Ares não estivesse debilitado por causa da doença, ele teria aparecido na primeira lua de sangue, mas o que Delfos queria era que Ares só viesse ao Santuário na próxima lua de sangue, que é quando ele vai assumir por completo o controle da Terra. Esse é um dos fragmentos do futuro que Delfos viu e também o último. Contudo, Atena teria que morrer, então Delfos arquitetou a invasão junto com os deuses, mas ele não poderia trabalhar só. Ele contou seu plano para alguns cavaleiros e isso inclui Alkes, Shun, Hyoga, Shiryu, Marin e outros que vocês vão conhecer nos próximos dias.

Seiya olhou para Asclépio e depois para Shun.

— Por que não me contou? — ele olhou novamente para Asclépio. — Por que esconderam isso de mim?

— O senhor é o Pégaso lendário e jamais aceitaria um plano onde Atena morre. Iria querer interferir em algumas coisas. O senhor teria que agir naturalmente diante disso tudo. — respondeu Alkes.

— Exato. — disse Asclépio concordando. — Infelizmente mortes não puderam ser evitadas como as do vilarejo de Rodorio, que era necessário para a cerimônia do despertar de Ares. — Seiya serrou o punho e tremeu. — Sabendo que Anteros iria dominar os cavaleiros de prata, Delfos escolheu alguns para que se retirassem do Santuário, como Marin de Águia, Johan de Corvo e Miguel de Cães de Caça que estão em Jamiel com Kiki neste momento. E provavelmente agora já devem saber de toda a verdade. Outros ele ordenou que se escondessem aqui na barreira, como Shina, Retsu e Alkes. Esses servirão de auxílio para deter Ares na verdadeira guerra que se aproxima. Voltando ao plano de Delfos... — Asclépio olhou para o espelho e as imagens mudaram. — Saori era uma Atena que não tinha habilidades de luta corpo a corpo, então Delfos ordenou que Tourmaline ensinasse Saori a lutar. Por esse motivo Atena aparecia as vezes com hematomas no corpo. Tudo isso era um preparo para ela morrer e também para o seu retorno, pois ela vai ter que enfrentar Ares. Delfos sabia que os deuses tinham ódio de vocês, cavaleiros lendários, por isso ele deu a proposta de que durante a invasão vocês não fossem mortos, mas sim capturados e entregues aos olimpianos como oferta. Os filhos de Ares concordaram, mas por trás Delfos ordenou que Hyoga saísse das doze casas para que não fosse capturado e ordenou que ele desse um recado para Johan e Miguel. O recado era para que os dois fossem para Jamiel onde está Marin e Kiki. Hyoga saiu e levou com ele Éris. Ambos sumiram, mas ambos estão vivos. Eu sinto. — Asclépio olhou para Shun. — Delfos pediu a Shun para que não lutasse com todas as forças, que deixasse ser capturado e que os deuses passassem pelas doze casas. Tudo para que os deuses chegassem até Atena. Se por algum motivo Atena vencesse a luta contra os dois deuses, se caso saísse fora do planejado, Delfos a mataria com as próprias mãos. Porém tudo saiu como planejado. Atena foi derrotada por Phobos e Delfos correu para dar o golpe final. Usando a adaga ele tirou a vida de Atena, mas selou a alma dela no corpo de Saori, fazendo com que quando ela fosse consumida pelo fogo do Tártaro, ela fosse de corpo e alma para lá. Assim ela pode ser salva de lá e voltar para enfrentar Ares após ele assumir o controle da Terra na próxima lua de sangue.

— Tudo aconteceu como ele planejou. — comentou Retsu.

— Sim. Tudo. As partes principais do destino não foram alteradas. Houve o sacrifício em rodorio, Atena morreu, Ares despertou na lua de sangue e agora só falta ele assumir a Terra na próxima lua. Delfos manipulou tudo isso para que Ares não vencesse no final. Após a próxima lua de sangue Atena deve voltar e aí seus cavaleiros devem enfrentar o exército de Ares e o próprio deus da guerra.

— Mas Asclépio, e sobre o outro conteúdo que tem dentro dessa caixa? — disse Shina, olhando para a caixa que estava no colo do deus.

— Bem lembrado, Shina. — Asclépio abriu a caixa e tirou um objeto de dentro. Uma pequena estatua. Seiya se inclinou para frente e arregalou os olhos. — Sabe o que é isso, não é?

— O que ela faz aí? Por que a armadura de Atena está nessa caixa?

— Lembra que eu falei que Delfos usou metade do sangue de Atena em si e guardou a outra metade do sangue?! Bem, um dia antes da invasão, Delfos aproveitou que Atena estava treinando com Tourmaline longe do templo e usou o sangue sagrado da deusa para invocar a armadura. Além de ser algo que Atena irá precisar futuramente, os filhos de Ares iriam invocar a armadura para pegar o báculo de Nike e entregar à Ares durante a segunda lua de sangue. Assim ele iria governar com o auxílio de Nike e vencer todas as guerras. Delfos criou uma falsa estatua usando seu poder de ilusão. Foi aí que ele colocou a armadura de Atena e esse pergaminho nessa caixa e entregou a Shina, pedindo que ela apenas abrisse quando o símbolo da esperança sumisse do Santuário. Ele também chamou Alkes e ordenou que após sua morte ele fosse até a prisão e soltasse vocês, levando-os para dentro da barreira.

— Morte? — disse Jabu.

— Sim. — disse Asclépio. — Depois que ele entregou a caixa á Shina, ele voltou para o Santuário e esperou até amanhecer. Ao término do festival ele foi até a falsa estatua de Atena e causou uma explosão, dando a impressão de que a verdadeira tinha sido destruída. Ele foi perseguido por Hayato e levado até os deuses no meio do Bacanal. Lá ele enfrentou alguns berserkes, cavaleiros de ouro que se aliaram a Ares e até mesmo o próprio Deimos. E aí tirou sua própria vida com a adaga de Atena. Por estar com sangue divino em seu corpo ele se tornou um ser quase imortal, então foi envolvido pelo fogo do Tártaro. Neste momento deve estar no Tártaro junto com Atena.

— E agora? O que faremos? — perguntou Seiya, olhando fixamente para Asclépio.

O deus pegou a mão de Seiya, colocou a armadura de Atena na palma da mão dele e fechou.

— Segure firme essa armadura. Vocês vão fazer aquilo que Delfos orientou no pergaminho. Vão até à Alemanha barganhar com a Morte. Devem levar a esperança com vocês e entregar ela à Atena.

—...—


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Notas finais do capítulo

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Nesse grupo você acompanha o lançamento dos capítulos e ainda tem acesso ao perfil e histórico de alguns cavaleiros.

Ok! Sei que o capitulo foi diferente do que eu havia prometido, pois falta a luta entre Shiryu e Henry, mas eu tinha que escrever toda essa explicação a respeito de Delfos e o plano dele. Se eu fosse colocar a luta entre Henry e Shriyu iria ficar uma leitura cansativa.
Então no próximo capitulo eu irei dar foco neles logo no inicio, blz? Desculpa ae ;)

Próximo capitulo: A luta clássica volta a se repetir no Yomotsu. Shiryu volta a sentir o pavor da colina dos mortos, mas agora seu anfitrião é ainda mais psicopata.

Capitulo 21: A chama da vida de Libra.

Obrigado a todos que ainda permanecem aqui comigo e seja bem vindo você que está começando a me acompanhar. Lembre-se, opinião e sugestão são sempre bem vindas.



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