Eu sabia que algo assim poderia acontecer, sabia que ele era perigoso e que eu poderia por a mim mesma e aos meus amigos em risco caso continuasse com Sasuke. Mas eu sempre fui teimosa e egoísta, lutei por uma causa que eu sabia que não levaria a algo bom, e no fim ali estava eu, vendo meu amigo de todas as horas deitado em uma cama de hospital. Como queria ter estado no lugar dele naquele momento...
No lugar de Henrique...

Mais cedo naquele mesmo dia...

Eu, Hinata e Chloe estávamos sentadas em uma mesa enquanto Henrique pagava de escravo dos milk-shakes para a gente. Típica tarde de sexta-feira.
Estava perdida no meu mundo enquanto escrevia em meu caderno da faculdade, o professor havia passado um trabalho que poderia decidir o meu destino como uma médica, e eu queria poder ser a melhor médica que esse pais já viu em toda a sua existência. Tudo bem, eu sou ambiciosa, mas é só porque queria fazer coisas importantes nessa vida, quem sabe eu não possa curar o câncer algum dia?

— Hinata, ele está mais enrolado hoje do que nos dias normais. — Disse levantando o rosto para olhar ao redor do local e logo voltando a anotar.

— Quem? — Perguntou Chloe.

— Henrique. — Respondi sorrindo sem levantar o meu rosto.

— Chloe você não tava gostando dele? — Perguntei. Eu já vi os dois conversando milhares de vezes, mas parece que esses dois não vão pra frente e ficam só na conversation...

— Não estava sabendo disso. — Hinata disse puxando sua cadeira para ficar mais próxima da gente, colocou os braços na mesa e apoiou a cabeça neles.

— Ah, mas eu to sabendo e vou tomar uma providência! — Levantei do meu lugar e logo fui em direção ao meu loirinho, que estava atendendo as mesas. Aquele local estava mesmo difícil aquele dia, cheio de mesas a serem atendidas. Por isso, tive que andar atrás dele enquanto ele entregava os pedidos — Oi Henrique amor da minha vida!

— Sakura não dá pra fala agora! To com cinco mesas pra atender o meu colega é um preguiçoso filho da mãe que fica na internet até as 5 da manhã vendo putaria!

— God! Eu sou uma mulher direita, que pouca vergonha Henrique. Eu tenho que falar urgente com você. — Eu disse o seguindo por onde ele ia, e percebi que ele poderia colocar um patins para ficar mais rápido, mas provavelmente cairia.

— Então fala rápido! E quando terminar comigo pode jogar isso na cara do Ryan? — Disse ele, me dando um borrifador e provavelmente se referindo ao tara... Quer dizer, ao companheiro de trabalho dele.

— Ok, a minha amiga Chloe está interessada em você e vocês poderiam marcar de sair. E pode deixar que aquele menino desprovido da sanidade de um ser humano, sofrerá. A propósito ela está na mesa seis. — Então, eu fui em direção a essa criatura maluca e lhe apertei várias e várias vezes no rosto dele.

— Você ta maluca garota?! Perdeu a noção do juízo você... Quer sair mais tarde, delicia? — Disse Ryan me olhando de cima a baixo, mordendo o lábio inferior.

— Claro... Que não! — Joguei spray de pimenta que tinha dentro da minha calça em seu rosto, apertando com muita vontade.

Ele logo correu para o banheiro com as mãos nos olhos, pelo menos ele pararia de ver coisas que não devia por algum tempo. Logo eu olhei para a mesa seis por e fui abordada por Hinata, que provavelmente queria dar mais privacidade aos pombinhos.

— Vamos conseguir ouvir tudo! — Hinata me disse.

— Ótimo, agora acho que ficou interessante. — Eu disse rindo, mas depois parei para prestar mais atenção nas coisas. — Hey, mas como vamos conseguir ouvir?

— Chloe me ensinou! — Hinata disse, pegando seu celular. Eu logo entendi o seu sinal e, realmente, conseguiríamos ouvir tudo!

— Então a Sakura falou que você... — Henrique meio que procurava as palavras para dizer aquilo direito. Eu meio que nunca o vi tão nervoso ao falar com uma garota, talvez seja por isso que eu acho que dessa vez vai ser sério.

— Eu... — Ela respondeu e eu percebi que ela também estava tão nervosa quanto ele. Eu também não me lembro de ter visto ela tão nervosa assim com um cara.

— Ela me disse que você, meio que, estava gostando de mim. E eu queria saber se era verdade — Pude perceber sua voz sair tremida quando ele disse "gostando".

— Bom eh... — Ótimo, ela começou a gaguejar agora? Fala logo garota! – Bom... Sim, ela está certa. — Ela provavelmente está bem corada.

— Então é... Você topa um programa mais reservado hoje à noite?

— Claro! — Já sei aonde isso vai terminar.

— Então... Quer ir pra minha casa? Quer dizer, não deve ser tão legal quanto um apartamento deluxe em Los Angeles, mas...

— Tudo bem, será divertido sair com você.

— Então... — ele coçou a nuca! — As sete?

— Sim. — Ela deu um enorme sorriso

Pude ver Henrique anotar algo em seu bloquinho de pedidos, provavelmente o numero do seu telefone, e dar para Chloe. Logo, ele continuou a atender as mesas, e ao passar por mim, disse.

— Eu sei que você tava ouvindo Sakura!

— Sou uma mulher inocente. — Eu disse um pouco alto para que ele pudesse ouvir

Hinata e eu rimos juntas, confesso que havia sido engraçado... Mas agora que estava tudo resolvido, eu deveria ir pra casa, precisaria de um computador para terminar esse trabalho melhor, e aqui não era algum tipo de Lan House, então não poderia ficar

— Agora que esta tudo resolvido é melhor eu ir... Até mais garotas! — Gritei para que Chloe pudesse me ouvir e fui embora dali.
Fiz sinal pra um taxi e disse o endereço de Sasuke para ele. Acho que ele deveria estar em casa hoje, seria bom a gente poder passar mais tempo junto, quase não nos vemos apesar de morarmos na mesma casa. Mas acho que hoje seria diferente!

Paguei o taxi e entrei em casa, e para a minha desgraça, vi Sasuke saindo com os seus típicos terno, gravata e maleta, acompanhado de um homem que carregava uma caixa de ferramenta.

— Vai sair Sasuke?

— Esqueci alguns documentos na empresa, e eu tenho que trazê-los em casa, esse é o eletricista, ele disse que deu curto aqui e concertou as luzes! Eu volto em minutos. — Ele me deu um selinho e eu notei que o eletricista era o mesmo homem que eu vi saindo da sala da Ino há alguns dias atrás.

Eu não acharia estranho se tivesse faltado luz aquele dia... Mas não houve nenhuma queda de luz na empresa desde que comecei a trabalhar lá! O circuito elétrico era perfeito... Essa história estava muito mal contada!

Veria essa história direito quando Sasuke retornasse... Por hora eu me contentaria em fazer os meus trabalhos da faculdade e depois tomar um bom banho.

Fui para dentro de casa e peguei o de Sasuke para fazer o meu trabalho. Porém, logo após eu deitar no sofá com ele, eu ouvi um barulho vindo do andar de cima. Após não encontrar repetição, eu preferi não ver o que era, mas ouvi outro barulho, parecido com o anterior.

Deixei o meu notebook no sofá e tirei meus sapatos para poder fazer o meu caminho até o quarto silenciosamente. Quando cheguei ao topo das escadas, mas um barulho igual aos últimos, e dessa vez pude afirmar que vinha do quarto de Sasuke.

Não me importava mais com discrição, fui a passo acelerado até o quarto dele e, quando abro a porta, fico pasma ao ver a cena...

Uma cama com pétalas de rosa... Champanhe aberto em cima da estante com duas taças de cristal ao lado... E a minha ex-chefe deitada na cama somente de calcinha e sutiã...

— Ino?! O que você está fazendo aqui?! — Eu estava muito surpresa com aquilo. Não acreditava que aquilo estava acontecendo. Ino, apesar de tudo, sempre odiou traição mais que tudo na vida... E agora, estava com um plano para querer fazer Sasuke me trair?

— Bom estou pagando na mesma moeda! Surpresa? Senhorita não sou mulher o suficiente para prender meu namorado? — Ino disse levantando-se da cama e indo a minha direção. Eu pude sentir algo nas minhas veias... Algo como raiva, algo como... Ódio! Aquela não era Ino!

— Você vai pagar desgraçada! — Disse indo até Ino, mas esta e me depositou um tapa na face. Não deixei barato, peguei-a pelos seus ombros e arremessei-a fortemente no guarda-roupa.

— Seria melhor você não ter pisado aqui!

— Quero ver o que vai acontecer, sua vagabunda! — Disse Ino puxando meu cabelo com força e batendo minha cara no guarda-roupa — Casa bonita parece que você dá muito pro Sasuke em troca de uma boa vida, não é mesmo?! — Ela disse, batendo-me novamente. Eu não deixei barato, dando um gancho de direita em Ino antes de ela puxar meu cabelo de novo, fazendo-a cair na cama.

— Eu estive esperando essa hora a muito tempo, a partir de hoje você vai lembrar quem é Sakura Haruno! — Disse acertando diversos socos em seu rosto e na sua barriga, enquanto ela me acertava tapas e me arranhava. Então ela conseguiu chutar minha barriga e me derrubar no chão, subindo em cima de mim logo em seguida.

— Quantas vezes deu pro Sai quando ele estava comigo? — Ela disse me acertando um soco, mas logo peguei suas mãos tentando me defender. Enrolei minhas pernas em sua cintura e troquei nossas posições ficando por cima e dando vários socos com mais força do que os anteriores.

— Eu nunca tive uma relação com aquele otário! Nunca mais se meta com o meu homem!

Ino pareceu ficar perplexa, porém logo agiu e me empurrou de cima dela, fazendo-me cair para trás. Ela pegou o abajur e tacou em minha direção, mas eu desviei a tempo. Porém, não percebi quando ela saiu correndo do quarto. Fui correndo atrás dela e logo vi Ino com uma vassoura na mão, embora não tenha desviado a tempo quando ela bateu na minha barriga com ela.

Quando ela me daria outra vassourada, eu agarrei a vassoura e consegui pegá-la, girando e dando uma rasteira em Ino com a mesma, fazendo-a cair no chão, eu comecei a bater a cabeça de Ino no chão com toda a minha força! Quando vi o espelho naquele andar, peguei Ino pelos cabelos e a virei para ele.

— Olhe bem pra isso, Ino! Essa é a sua verdadeira face! — Disse, logo batendo sua cara fortemente no espelho, fazendo com que ele quebrasse até nos mínimos pedaços.

— Sua idiota olha só o que você fez! — ela passava as mãos pelo rosto como se tentasse limpar o sangue. Ela tentou fugir, mas eu logo a peguei pelos cabelos novamente.

— Você ainda não viu nada. Eu vou fazer você pagar. — A joguei no chão e aplicaria um soco nela. Porém, senti logo algo como uma facada em minha cocha. Olhei e vi: Um canivete estava cravado em mim. Quando vi, Ino já havia conseguido fugir e isso me deu ainda mais raiva. Raiva essa que usei para conseguir tirar o canivete de mim como um band-aid: rápido, porém senti a dor que me fez gritar. Eu ouvi o barulho de passos para dentro de casa

— Sakura o que houve por aqui?! Quando estava voltando ouvi gritos, os vizinhos estão assustados, o que você... — Assim, vi Sasuke ficar paralisado no pé da escada ao ver a cena, logo largando a maleta no chão e correndo em minha direção — Sakura o que aconteceu?! Quem fez isso?! — ele disse, tocando em todas as partes de meu corpo como se checasse se havia algo quebrado…

— A filha da mãe da Ino! Eu vou matar ela! Eu vou...

— Sakura você não vai a lugar nenhum senão pro médico! — Sasuke me pegou no colo e, por mais que eu insistisse em tentar me libertar, ele me levou até o carro, colocando-me no banco do passageiro e apertando o cinto. Por fim, eu parei de lutar e vi Sasuke entrar no carro e me levar para o hospital… — Agora quero que você me explique! O que aconteceu?

— Ino estava nua na sua cama com duas taças cheias de champanhe do lado, foi isso que aconteceu! — Apesar de ele disfarçar, pude sentir a surpresa de Sasuke quando ele desviou sua atenção da estrada e olhou para mim. — Ela disse que queria “pagar na mesma moeda”, ainda ta com essa idéia idiota de que o Sai a traia comigo!

— E você brigou com ela?

— Ela me agrediu primeiro! — Me defendi. Logo, Sasuke pode perceber que eu não queria mais papo e decidiu me deixar em paz. Talvez ele tenha ficado com pena dos meus machucados.

Ao chegarmos ao hospital, Sasuke logo me ajudou a entrar lá dentro, mas por, aparentemente, ser uma clinica particular (que pra falar a verdade, era um lugar que eu não esperava pisar antes de envelhecer), ele não precisou me guiar muito, pois dois médicos logo me colocaram em cima daquelas camas de hospital com rodinhas.

— Vejo que esta aqui por causa desse corte na perna, não? — Um deles, que aparentava ser o mais velho com cerca de trinta anos, perguntou.

— Sim!

— Tudo bem vamos ter que fazer alguns exames e ver se perfurou alguma veia ou quebrou algum osso, além dos vários riscos de infecção pela lamina. Foi feito com uma faca?

— Foi um canivete! — Disse fazendo uma careta de dor, e depois fechando os olhos para tentar amenizar a dor.

— Tudo bem, vamos levá-la para uma sala antes que isso aqui infeccione! O senhor vá para a recepção preencher a entrada! — O médico disse e logo fomos para uma pequena sala, onde ele pediu para mim tirar os meus shorts para que ele pudesse ver melhor o ferimento. Em qualquer outra situação eu acharia estranho, mas eu fazia faculdade de medicina e sabia como era rápido para que um ferimento pudesse sofrer uma infecção

Colocaram-me na anestesia e eu logo quase que não senti dor quando vi o doutor examinar minha perna, até que finalmente decidiu fazer alguns pontos. Por fim, eu não consegui lutar contra o poder da anestesia e acabei cedendo ao sono...

Acordei algum tempo depois com Sasuke acariciando meu rosto e sorrindo pra mim e eu sorri de volta para ele como se eu estivesse no paraíso.

— Me de comida na boca pra completar meu lindo sonho. — Sorri pra ele, e ouvi uma pequena risada sair de sua boca.

— Tem certeza que quer comida de hospital? — Sasuke me perguntou e, depois de uma pensada rápida, eu balancei a cabeça negativamente, fazendo-o rir e logo em seguida eu ri — Como você esta?

— Me sinto bem melhor agora. Minha raiva já passou. — Ele me olhou, me beijou e depois me olhou novamente. — Sasuke, estou com fome. Não me faça virar o Hulk e levantar daqui. E que não seja do hospital, ok? — Ele continuou me olhando e depois balançou a cabeça sorrindo e saiu do quarto.

— Infelizmente você não pode comer, tem que ficar em jejum pra fazer os exames de sangue amanhã! — Ele disse e bati minha cabeça no travesseiro, logo ouvindo minha barriga roncar.

— Fica aqui comigo essa noite.

— Claro! — Disse ele, indo até a cadeira perto da minha cama e sentando-se nela, olhando-me. Eu logo tornei a colocar a minha cabeça no travesseiro. Quando dei por mim, tinha adormecido novamente…