Una lección de vida escrita por mywriterside


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo no ar :)

Parece que o tratamento não tá surtindo efeito na Dani, eles terão que intervir com alternativas...

Vão ver como vai ser isso ae, boa leitura.



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A relação na família Martínez teve uma mudança exorbitante. Daniela pode finalmente ver o que era uma família de verdade, onde todos se amam e dão atenção. Fernando passava mais tempo em casa com a família, e nos fins de semana saíam para passear em diversos lugares. Daniela ainda resmungava de ter que usar sempre a máscara, mas sabia que era isso ou ela voltaria para o hospital.

Um mês se passou e foram só coisas boas, pois Daniela não teve recaída na doença e só ia ao hospital para as sessões de quimioterapia. Ela fazia um pouco de manha de vez em quando na hora de ir ao hospital, pois como qualquer criança, não queria interromper uma brincadeira para tomar remédios os quais sabia que ficaria bem cansada depois.

Cecília havia saído naquela manhã e Madelaine havia ficado com a difícil tarefa de vestir Daniela para mais um dia no hospital. Depois de conseguir dar banho na menina, a mesma saiu correndo de sua vista apenas de calcinha e cara emburrada. Madelaine a encontrou no quarto dos pais sentada na cama o mais distante possível da babá.

— Dani, por favor. Você tem que ir. Quer ficar internada de novo? — Madelaine pedia calmamente.

— Não, Laine. Eu só quero brincar. E aqueles remédios são ruins. Deixa eu brincar, por favorzinho? — disse com cara de choro.

— Você brinca quando voltar, meu anjo. Vai ser rapidinho.

— Mas eu vou ficar cansada depois, Laine. E com sono também. — dizia se afastando mais quando a babá se aproximava.

Cecília entrou no quarto segurando algumas sacolas e com óculos escuros. Estranhou as duas estarem ali e levantou os óculos, olhando interrogativa para Madelaine. Viu um vestido e sapatilhas nas mãos da babá e uma Daniela chorosa e encolhida na cama.

— O que está acontecendo aqui? — perguntou indo colocar as sacolas na poltrona que havia ali e olhando de volta para elas.

— Não quer ir ao hospital. — Madelaine disse olhando para Daniela.

Cecília olhou brava para a filha, e a mesma esfregava o olho com as costas da mão. Madelaine lhe estendeu a roupa e Cecília foi até a menina, teve que puxá-la pela perna para que a vestisse.

— Daniela! Sabe que isso não tem conversa, é ir e pronto! — disse enquanto passava o vestido pela cabeça da filha — Já comeu?

— Não quis. — disse a babá.

— Pois então vamos comer. Anda. — a puxou pela mão e desceu até a cozinha.

Daniela foi de cara amarrada até o hospital. Chorou, como todas as vezes, quando a enfermeira aplicou o acesso em sua veia e se recostou no peito da mãe e ficou imobilizada durante as duas horas de medicação. Cecília sentiu Daniela ficar mole em seus braços e se preocupou. Chamou uma enfermeira e a mesma mediu a temperatura e constatou uma febre um pouco elevada. Por sorte, Dr. Juan estava de plantão naquele momento e examinou Daniela. Pediu uma punção venosa, o que acarretou mais choro da parte de Daniela. Após o exame ficar pronto, chamou Cecília para conversarem.

— Sente-se. — pediu assim que ela entrou em sua sala.

Havia um outro médico ao seu lado, Dr. Pablo, de sua equipe de oncologia.

— O que deu no exame? — perguntou preocupada.

— Observei a taxa de plaquetas de Daniela e a produção está mais baixa do que o esperado. Ela já faz a quimioterapia há dois meses e meio e o que esperávamos não aconteceu. Os leucócitos já deviam ter parado de se produzir absurdamente, mas continuam aparecendo uma quantidade maior do que o normal, e isso está prejudicando a produção das plaquetas.

— E o que o senhor sugere que façamos?

— Estive conversando com o Dr. Pablo e demos duas doses de radioterapia, mas não funcionou. — ele suspirou — Preciso que a senhora e seu marido assinem os papéis para inserirmos Daniela na fila de doação de medula óssea. Só a quimioterapia e radioterapia não irão curá-la, iremos apelar para a doação.

— Mas se eu ou meu marido formos compatíveis com ela? Não poderíamos doar? — disse apreensiva.

— Claro que podem, porém é difícil encontrarmos a compatibilidade nos progenitores. Faremos os testes de compatibilidade, e se forem mesmo compatíveis, faremos a transfusão imediatamente.

Fernando foi ao hospital naquela mesma tarde e fizeram os testes, Madelaine também o havia feito. Mesmo não sendo parente, tinha esperanças. Daniela foi internada outra vez, estava fraca demais. Duas horas depois Dr. Juan os chamou novamente.

— Então, doutor, algum de nós poderá doar à nossa filha? — foi a vez de Fernando perguntar apreensivo.

Juan crispou os lábios antes de responder.

— Como eu disse antes, — falou Juan — as chances dos progenitores serem compatíveis com o paciente são pequenas demais. A senhora Madelaine também foi a mesma coisa. E esse foi o nosso resultado. Negativo.

Cecília pois a cabeça entre as mãos e apoiou os cotovelos nos joelhos, enquanto as lágrimas irrompiam de seus olhos. Quando tudo parecia ir bem, de repente desmorona. Quando iria encontrar a felicidade completa em sua família? Fernando a abraçou de lado, reconfortando-a e também a si mesmo. Voltou-se para Juan.

— E não há outra saída?

— Bom, há mais uma. Se não aparecer nenhum doador para Daniela, ela tem a chance de ser salva por um irmão.

— Um irmão? — Cecília disse de repente — Ela não tem irmãos.

— Não seria uma criança que já exista ou concebida da forma convencional, mas sim o chamado "bebê de proveta". — explicou Pablo.

— E como seria isso?

— É a fertilização in vitro. O casal doa óvulos e espermatozoides ao laboratório, onde acontecerá a fecundação. Após formar o embrião, ele é colocado de volta no útero e, duas semanas depois, entramos com o teste para ver se há realmente uma gravidez. É um processo difícil que requer repouso absoluto e muitos cuidados, mas a possibilidade de engravidar é de 29%, o que numa gravidez normal é de 20 a 22%.

— E como isso ajudaria nossa filha? — inquiriu Fernando.

— Como a fecundação é feita em um laboratório, são usados apenas o óvulo e espermatozoide sem "defeitos" de fábrica. E como será projetado para atender um tipo de sangue, será do jeito que o paciente necessita. Se a gravidez de fato ocorrer, é certo a compatibilidade.

Cecília olhou para Fernando, esperando alguma resposta da parte dele. A decisão agora era de ambos, tinham que pensar juntos para um bem maior. Era da filha deles que estavam falando.

— Mas se a gravidez der certo, Daniela irá suportar os nove meses de espera? — perguntou Cecília.

— Não são exatos nove meses, o bebê nasce prematuro. Até lá, continuaremos com a radioterapia, que é um pouco mais eficaz, e entraremos também com a consolidação. Assim que o bebê nascer, tiraremos as células-tronco do cordão minutos após a clipagem enquanto Daniela estará equipada em uma sala ao lado. As células-tronco são capazes de se transformarem em células que compõem os sistemas imunológico e sanguíneo, e elas construirão uma nova medula óssea sem defeitos. É decisão de vocês e a chance que nos restam.

Cecília olhou para o marido mais uma vez, e este lhe sorriu. Apertaram as mãos um do outro e assentiram.

— Iremos fazer. — anunciou Fernando.


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Notas finais do capítulo

É isso aí.

Parece errado ter uma criança assim sem o planejamento certo e de maneira não convencional, mas pensem: são pais desesperados tentando salvar a filha com câncer, é uma das únicas chances que restam e ela não parece tão assustadora.

Tá acabando :( Vejo vcs daqui uns dias :*



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