The Hunger Games : A New Beginning escrita por Mila Guerra


Capítulo 34
Chapter Thirty Two


Notas iniciais do capítulo

REPOSTANDO CAPÍTULO.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/487590/chapter/34

– A última noite, amanhã nós dormiremos em casa. – ele fala sorrindo – Com a Pearl.

– É com a Pearl. – eu o beijo – Eu te amo. Sempre.

– Sempre.

Eu me aconcheguei a ele e dormi facilmente, diferente de ontem, vai ver porque estava mais próxima de casa.

De manhã, nós somos acordados pela Effie, com o seu bordão, dizendo que é um “grande, grande, grande dia”. Ela nós dá as nossas roupas, já que vamos aparecer para as câmeras. Eu uso um vestido meio alaranjado, que deixa o Peeta encantado quando vê, ele usa uma calça preta e uma blusa com quase o mesmo tom do vestido. Eles parecem gostar de nos deixar combinados, e em vez de parecermos um casal, ficamos parecidos com gêmeos. Eu falei isso pro Peeta e ele riu tanto que quase chorou e disse que era para eu conversar com o Cinna e com a Portia.

Temos que tomar um café rápido e nos posicionamos na porta do trem, eu seguro a sua mão e ele beija a minha assim que a porta se abre, dando a eles já uma grande imagem dos amantes desafortunados do Distrito 12.

Nós somos envolvidos por flashs e gritos de repórteres, mas o Peeta segue em frente sem falar com qualquer um deles, eu posso imaginar o Haymitch xingando ele por ser tão idiota, até que eu vejo para onde ele me arrasta. Ele havia enxergado ela antes que eu, e me puxava porque eu não conseguiria sozinha passar pelos repórteres.

Ela estava no cola da minha mãe com a Prim do lado delas, ela estava parecendo assustada com todas aquelas pessoas, mas apareceu um sorriso no seu rosto quando ela nos enxergou, esticou seus bracinhos em nossa direção. Eu passei na frente do Peeta e quase corri na direção dela, eu iria pegar ela das mãos da minha mãe, mas eu resolvi abraça-las, a minha mãe e irmã junto com a Pearl. Eu havia sentido saudades delas também, senti as lágrimas da minha mãe no meu pescoço, e os braços da Prim na minha cintura. A Pearl colocou uma das suas mãozinhas na minha bochecha.

– Eu senti a falta de vocês. – falei com a minha voz embargada.

– Nós também, e de você também Peeta. – a minha mãe fala, tentando em vão segurar o choro.

Eu procuro o Peeta e vejo que ele está atrás de nós com o pai dele.

– Sr. Mellark! – não sei o que dá em mim, mas eu o abraço também.

– Oi Katniss, eu fico feliz por você não ter desistido do meu filho. – ele fala.

– Eu nunca faria isso.- eu digo sorrindo.

– Eu sei, você se amam. – ele me abraça novamente.

Quando ele me solta eu me viro para a minha família novamente, e o Peeta está com a Pearl no colo falando com a Prim.

– Pequena Prim, eu espero que você tenha se comportado. – o Peeta fala e a Prim se vira para minha mãe cheia de orgulho de si mesma.

– Se comportou sim Peeta, ela agora é uma verdadeira mocinha. – minha mãe responde.

– Que bom! Porque eu vou fazer uma torta de chocolate só para a nova mocinha da casa. – a Pearl dá um gritinho parecendo que entende e está reclamando – Ok, e para esse bebê animado também. Você se importa de dividir Prim?

– Não. – ela fala rindo.

Eu abraço o Peeta e ele me envolve também em seu abraço, só que o Haymitch se aproxima e indica que nós temos que falar com pelo menos um dos repórteres. O Peeta devolve a Pearl para minha mãe antes que eu possa pedir a ele que faça isso, ela não precisa ser usada.

– Como é voltar para casa? – um repórter de cabelo azul e com um terno roxo que deixava ele impossível de não ser notado perguntou.

– É muito bom, principalmente porque nós voltamos juntos. – o Peeta fala.

– Sim, e como vocês se sentiram ao saber que só um podia voltar? – dessa vez é uma mulher que tem umas tatuagens rosa perto dos olhos.

– Foi um choque, nós tínhamos a certeza de que podíamos voltar e escutar aquilo foi quase como uma morte, nem eu, nem o Peeta poderíamos deixar o outro morrer. – eu falo simplesmente e procuro o Haymitch com os olhos gritando por socorro.

Eu o acho, mas ele já estava interrompendo a entrevista.

– Obrigada. – eu murmuro e ele assente.

Eu sigo em direção a minha mãe e pego a Pearl das mãos dela, eu tenho que falar com ela mais tarde, ela me prometeu e cumpriu, ela protegeu a Prim e a Pearl e parece melhor do que nunca. Eu seguro a mão do Peeta e nós seguimos para o carro que vai nos deixar na nossa nova casa.

– Vocês já foram lá? – pergunto

– Sim, - minha mãe responde – assim que declararam vocês como vencedores eles nós moveram para lá. O Peeta também tem uma casa, só que o pai dele não quis morar lá, ele preferiu ficar na padaria.

Eu achei bem típico do Sr. Mellark, e o Peeta também não pareceu surpreso. Nós fomos divididos em carros e o Peeta se despediu da sua família que seria levada diretamente para a própria casa, não sem antes prometer que iria lá depois. E eu, o Peeta, a mamãe, a Prim e a Pearl fomos em outro.

Eles nos deixam em frente a casa e vão embora, e olho para ela, tinha seu charme só que era escura, sem vida. Era verdade já que ninguém morava lá, mas agora nós poderíamos mudar isso.

Nós entramos e a minha mãe nos mostra a casa, no primeiro andar ficava a sala, a cozinha e no final do corredor tinha um escritório, no segundo ficavam os três quartos e o banheiro. A minha mãe e a Prim já tinham se instalado nos quartos só que nenhum deles tinha a cara delas, e sobrou um que era o nosso, só que não sobrava espaço para o berço da Pearl e nós teríamos que dar um jeito.

– É tudo tão mórbido não é? – o Peeta fala e a Prim concorda.

– Sim, o meu quarto é tão sem graça. – ela fala. – O meu outro quarto tinha algumas coisas que eu gostava.

Pois é, essa casa nunca será nossa de verdade, pelo menos não do jeito que está.

– Eu posso resolver isso, nós agora temos dinheiro e vocês têm o privilégio de morar com um pintor, não de paredes, mas eu posso fazer esse favor. – a Prim sorri e abraça o Peeta, eu só faço dar risada.

– Agora vamos você nos deve uma torta. – eu falo

– Certo, eu sei que vocês me amam. – ele fala dramático.

Ele segue para a cozinha para ver se tem os materiais que ele precisa para fazer à torta, e eu vou para o meu novo quarto com a Pearl.

– Ei, filha, eu senti muito a sua falta. – eu falo, ela me olha com atenção. – Você sentiu a minha?

Como resposta ela colocou a sua mãozinha no meu rosto e me deu um quase beijo babado.

– Eu vou fazer disso um sim. – ele me dá um sorriso banguela, quer dizer... – EI, você tem um dentinho.

Ela coloca o meu dedo na boca e começa a morder.

– Você é forte Pearl. – reclamo e ela dá risada. – Ok, sua pequena danadinha.

Ela me olha com atenção novamente e segura meu rosto com suas duas mãozinhas.

– Eu te amo pequena, te amo muito. – eu falo baixinho só para ela escutar – Tu do que eu fiz foi por você, mesmo que eu tenho errado, eu sei que valeu a pena porque você é o mais importante.

Eu a abraço e ela se ajeita, escondendo sua cabecinha na curva do meu pescoço. Quando eu vejo que o Peeta está parado na porta.

– Você está ai a muito tempo? – pergunto

– Não, só que não queria te interromper. – ele se senta ao meu lado e a Pearl estica as mãozinhas para ele. – Ei pequena, a Prim me falou que você não deu trabalho nenhum para dormir, isso quer dizer que você não sentiu a minha falta?

Como resposta ela se aninhou nele e fechou os olhos.

– Acho que isso é um não. – eu falei e ele sorriu concordando.

– Eu tenho que ir à casa do meu pai pegar umas coisas para fazer a torta, eu vou com a Prim, você vem? – ele pergunta

– Sim, ela não vai sair do seu colo agora. – respondo.

– Você acha que nós vamos conseguir andar pelo distrito normalmente. – questiona

– Acho que sim, o Distrito 12 não é tão impressionável assim. – digo.

Eu estava certa as pessoas nos olham, algumas cumprimentam e parabenizam, mas nada do tipo fãs, o que eu odiaria. O pai do Peeta fca feliz em nos ver em um local mais calmo e a Pearl acorda quando ouve a voz dele e se estica para que ele a pegue.

– Muito obrigado Sr. Mellark, - eu falo – pelo senhor ter as ajudado.

– Eu não fiz nada de mais. – ele fica um pouco envergonhado – Nós somos uma família.

O Peeta sorri orgulhoso e abraça o pai. Nós realmente éramos uma família, como era quando tínhamos o meu pai, eu continuo sentindo muito a falta dele, mas agora eu me permito ser feliz novamente, sem tanta responsabilidade, sem medo.

– Vamos Kat, eu já peguei o que precisava. – ele me fala.

– Que tal se você chamar a sua família para jantar lá em casa hoje? – pergunto, foi uma ideia que surgiu na minha cabeça de repente.

– Toda a minha família? – ele pergunta em duvida e eu rio.

– Sim Peeta, toda. – respondo.

– Ok, vou perguntar. – antes de voltar ele me dá um selinho.

Ele volta rapidamente e pega a Pearl da minha mão.

– E então? – questiono.

– Eles vão. – responde simplesmente e vamos em silêncio até a nossa nova casa.

– O que foi? – eu pergunto, parando ele antes que nós possamos entrar na casa.

– Nada, e só que... – ele suspira – Eu esperava alguma coisa da minha mãe, entende? Eu sei que ela sempre foi desse jeito, mas agora, depois de tudo que nós passamos eu esperava uma recepção melhor.

– E você está decepcionado com isso? – fico em duvida já que ele não tinha um amor de mãe a muito tempo.

– Na verdade não, mas é porque tudo dela sempre foi relacionado a dinheiro, a ter o suficiente para todos comerem e continuarem trabalhando para ter mais. E no fim o que ela mais desprezava foi o que conseguiu algo mais, eu só pensei que ela fosse ficar animada com a ideia de que não precisaria mais e tanto esforço. – fala.

– Entendo, e já que você não ficou tão surpreso, não precisa ficar tão desanimado. – eu lhe abraço junto com a Pearl – Você tem a nós. Sempre.

– Eu te amo. – falou e me deu um beijo.

Ele me deu a Pearl e seguiu direto para a cozinha fazer a torta com a ajuda da Prim, a Pearl tinha dormido então eu a coloquei na nossa cama, com alguns travesseiros em volta para ela não cair, mas mesmo assim eu não quis sair de perto. Eu fiquei olhando para os moveis, o guarda-roupa já tinham quase todas as nossas coisas e nesse cabiam às coisas do Peeta e ainda sobrava um pouco de espaço. Uma cama grande, uma cômoda, um tapete grosso no chão. A nossa janela dava vista para a Vila, eu conseguia ver a rua e a casa da frente, ela era bem ampla também.

Eu me sentei num sofá que tinha num canto do quarto, para leitura talvez, eu ainda não conseguia pensar que isso tudo era meu, meu não, nosso. Eu não havia arado para conversar com o Peeta sobre as consequências dos nossos atos na arena, mas eu não me arrependo e também, não tinha medo, afinal de contas o que de pior podia acontecer conosco agora.

Não sabia quanto tempo havia passado até ver o Peeta entrar no quarto, ele se senta ao meu lado e me abraça, como sempre.

– O que nós vamos ter para o jantar senhorita? – ele pergunta

– Não sei, o chefe aqui é você. – gracejo.

Ele ri um pouco, mas se mantém em silêncio.

– Vendo ela assim em paz, eu sinto que pelo menos uma parte do que eu fiz valeu a pena. – o Peeta fala.

– Sim, no final nós conseguimos. – eu falo olhando para ele.

– E juntos. – ele sorri para mim.

– Sempre. – eu o beijo.

– Eu te amo. – sussurra.

– Muito, eu te amo muito. – também sussurro.

Não era perfeita, a minha vida nunca foi perfeita. Mas com o Peeta e com a Pearl, eu sinto que ela é a certa para mim, do jeito certo, na medida certa, com meus erros e acertos, com tudo que eu posso aguentar e quando eu não podia mais, o destino enviou o Peeta para mim.

Nós éramos uma família, e uma família aguenta tudo junto. Sempre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

OBRIGADA PELA COMPREENSÃO.