–Ok. - respirei fundo - Quando cheguei ao camarim, Angie estava com um pouco de raiva do meu pai. Ela me contou que... - a minha voz falhou - Ela contou que a minha mãe não está morta...

Naty e Maxi precisaram ir comprar remédio para Francesca. Contei para Paulo sobre minha mãe. Sobre o que a Angie disse de ela ter mudado de nome e país e falei também sobre Léon. Ele disse que havia visto Léon e Lara se beijando, comecei a chorar e ele me consolou com um abraço. Falei sobre o que Thamires disse de aquela não ser a primeira vez que Léon me traía.

–Esquece o Léon agora, vamos focalizar apenas na sua mãe tá?

–Sim.

–Ei! - ele enxugou minhas lágrimas - Não chora, não gosto de te ver assim.

–Tá.

Uma garota chega na cafeteria e vem até nós.

–Oi! - ela se sentou na nossa frente - Quem é você?

–Quem é você?! - falei

–Hãn, Vilu, essa é a Samantha, minha namorada. Sam, essa é a Violetta...uma amiga minha.

–Violetta...Violetta...não é a namorada do seu irmão?

–Não. - respondi friamente - Não mais.

–Hum...você estava chorando?

–Samantha, depois eu te explico tá bom?

–Eu...vou deixar vocês a sós. - peguei minha bolsa, deixei o dinheiro do que eu, Naty e Maxi comemos.

Liguei para Angie me encontrar na praça da Rua Salinas. Fui andando ate lá. Durante o caminho, várias lembranças vieram na minha cabeça. Eu estava ajudando Angie na chamada dos novos alunos que chegavam ao campus do Instituto On Beat. Léon havia chegado, antes de ele ser uma das pessoas mais respeitadas, era uma das pessoas que mais sofriam na escola. Alguns garotos mais velho que tinha vindo com ele, haviam pego a mochila dele. Eu fui atrás dos garotos.

–Saí daqui pirralha. - eles gritaram tentando impor poder sobre mim

–Abaixe o tom de voz e me devolva a mochila ou vão ser expulsos daqui antes mesmo de ter a primeira aula! - soei mais autoritária que eles

Eles me devolveram a bolsa e foram direto para as "casas". Voltei para os portões da escola e devolvi a bolsa.

–Obrigado!

–Por nada!

–Oi, eu sou o Léon!

–Prazer Violetta!

Essa foi a primeira vez que nos falamos. Tentei esquecer tudo. Me sentei no banco da praça e olhei a fonte. Lembrei da primeira viagem da turma do 2° ano para fora do Instituto. Léon apareceu com um buquê de rosas vermelhas e recitou uma poesia. Lágrimas voltaram a escorrer em meu rosto ao lembrar de tudo aquilo. Como eu pude me deixar enganar tanto assim?