Fragilidade violenta. escrita por RedSenpai


Capítulo 6
VI- Misteriosa.


Notas iniciais do capítulo

Então... Oi! Antes de começar, gostaria de citar que desde já que essa minha proposta da fic está em aberto. Leiam, e se acharem a ideia legal (eu achei criativa ;w;), me digam. Bom capítulo e leiam as notas finais =3



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Depois do intervalo tínhamos aula de química, e nas aulas de química geralmente se sentavam em grupos. Breyan era minha parceira.

—Ótimo classe, quero grupos de quatro para o trabalho. – Quase imediatamente houve algumas risadinhas na sala, mas que a professora ignorou. – Têm dois minutos para se arrumarem.

Luke e Roger trouxeram duas carteiras e colocaram na frente das de mim e Bre, formando assim nosso famoso clã. Petter já tinha seus amigos do clube de química, que era o mesmo de biologia e botânica. Em um minuto estava tudo arrumado: Eu e Breyan de lado, e Luke e Roger de outro, sendo que o primeiro estava de frente pra mim.

Logo a professora distribuiu os trabalhos e nós caímos com classificações de elementos, coisa que dominávamos muito bem, então não demoramos muito e começamos a conversar sobre assuntos aleatórios quando terminamos.

— Ah, Luna, tá tendo um boato super estranho de quê você ta saindo com o Canavittelo. – Bre soltou e eu olhei para ela com os olhos arregalados, por aquilo eu não esperava. Mas antes que pudesse me protestar fui surpreendida por mais um comentário.

— É mesmo, cê tava estranha àquela hora, quando tava almoçando com e ele e tal. – Luke falou distraído enquanto apoiava o queixo com a mão e rabiscava alguma coisa numa folha de papel. – E é verdade, no nosso “grupo de populares desmiolados” estão dizendo que o aluno prodígio ta ficando com a Ruiva Cabelo de Salsicha. – Concluiu rindo, ele adorava me irritar.

—Vai se foder. Não faço idéia do por que dessas conversinhas, a gente é só amigo. – “eu acho...” completei mentalmente.

—Sabemos. – Roger me olhou com aquela cara de ( ͡° ͜ʖ ͡°) que fez ficar envergonhada, e depois continuei negando até que eles se cansaram de tentar me fazer confessar alguma coisa.

Mas eu sabia que eles estavam falando sério. Eles eram do grupo dos “popularezinhos”, então sempre estavam por dentro de qualquer fofoca imaginável na escola, fora dela, na internet, em Nárnia, em Marte ou em qualquer outro lugar que possa passar pela sua mente.

Depois de um tempo voltamos aos assuntos normais.

— Então, eu comecei a ver Game of Thrones. – Eu comentei.

— Só assisto por causa das tetas. Cara, aquelas minas, meu Deus, dá pra acreditar que foi gravado há uns 40 anos? – Roger falava enquanto gesticulava como se estivesse apertando seus seios, e eu ria. Mas do nada ele me encarou desconfiado. – Luna, você uma vez citou dragões pra gente... – Ele mudou de assunto totalmente enquanto ganhava uma cara pensativa.

— O que tem? – Perguntei o olhando.

— Você já viu um dragão? – Luke me perguntou sério. – Por que tipo, sua história é muito mal contada. Como, com toda a bagaça de tecnologia de hoje, não conseguiram detectar uma ilha? E só encontraram agora? Por que trouxeram só você? É muito estranho, não dá pra duvidar de nada. Sem contar que a gente ta ligado sobre o governo viver escondendo coisas. – Todos do nosso grupo concordaram, e eu suspirei, não tinha como responder.

— Eu não sei, e, de qualquer modo... Me proibiram de falar sobre qualquer coisa sobre onde eu vim. – Abaixei a cabeça envergonhada, e mordi o lábio. Estava me sentindo nervosa. Havia escutado coisas horríveis quando cheguei, coisas que eu nunca teria coragem de falar com ninguém.

— Tudo bem. – O moreno segurou minha mão e sorriu, embora os traços dele o impossibilitassem de ter um sorriso doce como o de Rafael (todo sorriso dele tinha um ar extremamente sensual, era inevitável), e desviou o olhar pros outros do grupo. – Mas pode contar com a gente se precisar. Se for preciso a gente aprende até a fazer altas macumbas.

Eu sorri e sussurrei um “sim”, mas não estava me sentindo tão confortável como deveria. Algo me dizia que eu não podia me aproximar tanto assim das pessoas, algo me dizia que era perigoso. Nada que me impedisse, era como se fosse um mau pressentimento. E nota: Eu não fazia idéia do que era uma macumba.

~~~~*~~~~*~

— Diretor, me chamou? – Perguntei apontando o rosto para dentro da sala dele. Tinham ido até a classe me comunicar sobre ele querer falar comigo, e estava me perguntando o que de tão importante seria isso a ponto de me tirar no meio da aula de gramática inglesa. Eu era péssima em inglês, provavelmente pediria ajuda a Luke para estudar.

— Oh sim, sente-se. – Ele me olhou por cima dos óculos de uma maneira estranha, e eu me sentei. Como no primeiro dia, tentei decifrar sua expressão por baixo da barba, mas estava ainda mais difícil, até que eu desisti e apenas encarei sua face esperando que ele falasse logo o que queria.


— Aconteceu algo? – Perguntei depois de alguns segundos em que permanecemos calados.

— Skallagrimm... Te falaram sobre manter segredo de várias coisas, não é? – Ele me perguntou um tanto quanto desconfiado enquanto girava a cadeira, me fazendo arquear a sobrancelha.

Sim, eu me lembrava muito bem.

—Escute aqui, garota! – A mulher loira e alta me segurou pelos cabelos e eu gemi. Faziam três semanas que eu havia chegado a essa Terra estranha e me mantinham presa, sendo que a 3 dias não comia nada descente. Tudo vinha em latas e eu me perguntava onde estavam os animais para que eu pudesse finalmente saciar a fome que me engolia. Não tinha forças para reagir á mulher. – Da próxima vez que tentar fugir, eu juro que arranco esses seus malditos cabelos fio-a-fio, entendeu?! – Ela gritava enquanto puxava e eu sentia vontade de chorar.

—E-Eu... Preciso... Comer... – Sussurrei tentando me livrar dela. Se tivesse um pouco mais de força, a mataria e comeria ela mesmo.

Me calei quando ela me deu um tapa estrondoso no rosto.

— Sua maldita... – Ela parou quando a porta abriu e um homem alto e bonito passou por ela, arregalando os olhos quando viu meu estado.

— O que aconteceu? – Ele perguntou surpreso e eu apenas abaixei a cabeça, ela responderia por mim.

—Essa desgraçada tentou fugir! – Falou e depois me chutou. – IMAGINA O QUE ACONTECERIA SE OUTRAS PESSOAS VISSEM ELA? IMAGINA SE ELA FALASSE “EU VIM DE UM JARDIM ENCANTADO COM FADINHAS E DUENDES”? O QUE SERIA DE NÓS? ACHARIAM QUE MANTINHAMOS UMA LOUCA EM CATIVEIRO! – Ela gritou enquanto agora puxava os próprios cabelos e andava de um lado para o outro. – Escute aqui, vadia... – Me olhou dessa vez, e eu a encarei com toda a ferocidade que eu conseguia, mas minha visão se embaçava. – Você está proibida de sair daqui, de falar com qualquer pessoa, de citar qualquer coisa que...

O homem a tirou do quarto antes que pudesse terminar e eu me senti aliviada, estava exausta demais para aguentar aquela coisa estranha tagarelando em minha cabeça.

Depois de alguns minutos, o homem voltou. Me olhou ternamente como num pedido de desculpa silencioso e eu retribui com o melhor sorriso que eu era capaz de dar. Olhou para o buraco que eu tinha feito na parede e depois saiu novamente.

Nos dias seguintes me trataram como uma rainha, me alimentavam e eram cuidadosos e atenciosos. Sempre me lembravam de que eu estava proibida de citar qualquer coisa que envolvesse minha terra. Eu nunca mais vi aquela mulher.


—Sim, Diretor, eu me lembro. – Abaixei a cabeça. – Mas, eu fiz algo?

— Bom, percebi que você fez amigos, tenho medo de que conte alguma coisa... “A mais”. Espero que saiba do risco que seu povo corre caso alguém de fora descubra, certo? – Ele perguntou num tom ameaçador, fazendo com que eu me levantasse e me apoiasse em sua mesa.

— Está me ameaçando usando meu povo? – Perguntei entre dentes. Não aceitava que tentassem me desafiar colocando minha família em risco, em hipótese alguma. – Saiba que não, não contei nada a ninguém. Não sou do tipo de vocês.

— Não estou a ameaçando, sei que é uma fada esperta. – Ele comentou distraído enquanto olhava para a tela do computador.

—Eu... – Comecei nervosa, e em seguida dei um soco na mesa de carvalhos quase a fazendo se partir ao meio, e ele me olhou com os olhos arregalados. – NÃO SOU UMA FADA!


— Fada, elfa, ninfa, tanto faz. – Ele ajeitou os óculos meio sem graça. – Não bata assim na minha mesa, gastei muito dinheiro nela. – Concluiu, e então eu percebi o que tinha feito e me senti culpada.

—Era só isso que queria? – Me recompus e abaixei a cabeça, voltando meu tom tímido de voz. Tinha me alterado sem motivos aparentes. – D-Desculpe por isso, eu não...

—Tudo bem, todos se irritam, sua mãe mencionou o fato de você se descontrolar as vezes. Tente evitar isso novamente. – Ele bocejou e se levantou, me guiando até a porta. – Continue a agir normalmente, era só isso que eu queria mesmo.

Eu sai da diretoria e caminhei meio cambaleante até a minha sala de aula. Aquela conversa tinha sido uma das mais estranhas que eu já havia tido na vida.


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Notas finais do capítulo

Bom, não sei se a proposta agradou a todos os leitores. Deixar a Fic fantasiosa me ajuda melhor a explicar os fatos e no próximo capítulo (que já está pronto), se eu tiver uma boa aceitação, vou explicar tudo de um jeito bem gostoso de ler. Tudo vai depender de vossas opiniões, meus Amorsinhos.

Gostaria de agradecer à Maria Herondale pela recomendaçãp, cara, aquilo me deixou tocada ;w; Muito, muito, muito obrigada. Não esperava duas recomendações em tão pouco tempo de Fic.