Frustrada escrita por Tatiana


Capítulo 5
Olhos amarelos


Notas iniciais do capítulo

Gente quero dedicar esse capítulo aos usuários que até agora comentaram, os fantasminhas por favor apareçam eu sei que vocês existem =) Então como estava falando, quero dedicar esse capítulo a: Buuh Malfoy, Josh Heimor, Trillian, Kaline Bogard, TheBradbury, Milena Piccoli, Nadia Larissa, e especialmente a minha mais nova amiga aqui no Nyah, Marina Antunes por ter recomendado a fic =)



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— Entre.

Disse ele me olhando. Continuei apavorada. Parada na porta, pude observar o recinto. Parecia sair daqueles filmes elegantes de terror. Tinha um certo toque de máfia também, tudo luxuoso, até o tapete devia valer mais que minha casa. Era tudo vinho, sim, cor vinho. Havia janelas mas cobertas por cortinas, observando melhor, há uma no canto esquerdo com uma brecha. Ah fala sério. Tábuas? As janelas tinham tábuas de madeira. Deve ser pra nenhum pobre coitado como eu não fugir.

— Entra logo.

Ele me pegou e me jogou dentro da sala segurando meu braço esquerdo. Quase cai, mas após entrar comecei a olhar tudo. Ele novamente pega em meu braço esquerdo e me puxa até uma poltrona lado a lado com outra. Havia uma mesinha de centro, com alguns líquidos que não pude deixar de observar e ter curiosidade. Meus olhos continuaram percorrendo o local. Isso era...assustador. A metade da sala que eu via enquanto estava na porta adentrando este cômodo é vinho e a que acabei de ver é, preta? Revirei os olhos novamente. Voltei-os para os líquidos em minha frente, um verde, um preto, um azul e um amarelo. O que seria isso?

— Posso ver que já notou meus brinquedinhos...

Era um velho. Deve ser o tal chefe pois quando entrou todos recuaram de sua frente. Ele tinha cabelos brancos, um pouco gordo. Usava apenas preto e vinho, a não ser a blusa social abaixo do terno. Era branca. Ele estava segurando algo que acho ser Whisky. Sentou-se ao meu lado. Passando a mão no meu cabelo, me fazendo arrepiar de medo disse:

— Ah, Janett. Que bom é vê-la.

Disse chegando perto que até pude sentir seu hálito de álcool. Ele fez um sinal com as mãos para o cara que me acompanhou e outros que não pude identificar quem são, mas vestiam-se igual. Calça jeans preta, blusa vinho e tênis. Eles saíram em fila pela mesma porta que entrei. Mas o velho não entrou pela mesma porta. Agora percebo que nem notei por onde ele entrou, quem sabe essa saída poderia ser minha salvadora?

— Janett, Janett, Janett. É tão bom vê-la, acho que já disse isso não é mesmo?

— Quem é você?

— Alguém, não importante no momento.

Neste instante vi seus olhos ficarem amarelos. Me encolhi de medo e ele percebeu. Seu sorriso falso e sínico aumentou de ironia para maldade. Se aquele cara era perigoso e amedrontador imagina esse. Acho que se ainda tivesse cinco anos já tinha feito xixi nas calças.

— Por que estou aqui? O que você quer comigo? Quem é você?

— Eu não costumo ser bonzinho com as pessoas, mas com você vou ser. Me chamo Lucius McKiley. Sou um demônio, queridinha.

Ele gargalho alto, por mais que realmente parecesse, é inacreditável, essas coisas não existem.

— Ah tá. Boa piada.

Acho que irritei ele pois ele levantou e se afastou. Ficou de costas e podia jurar ver ele vermelho. E..

— Ah meu Deus!

Ele se transformou em uma coisa enorme, cruel, tinha dentes afiados em três fileiras, patas enormes, e um rabo que parecia cauda de cobra. Tinha chifres e pelos pôr todo corpo. Tinha um focinho que lembrava um cachorro mas seu tamanho me lembrava... me lembrava... olhei pra sombra daquilo projetada na parede. Espera, era isso que estava em meus pesadelos. Ah meu Deus eu preciso sair daqui, essa coisa é muito, muito ruim. Eu me lembro do cara, da sombra, de tudo. Ah meu Deus... que droga!

Sai correndo por entre aquela sala, meu reflexo me levou direto aquela janela e na tentativa de tentar abri-la cai. Ele estava chegando mais perto, estava ofegante e eu estava com medo, definitivamente está sendo o pior momento da minha vida. Eu tentei me levantar e ... ah droga. Puxei a cortina e ela veio junto caindo sobre mim. Enrolada daquilo, pude ouvir uma risada. Era daquele velho, tinha voltado ao normal.

— Assustou-se comigo querida?

Apenas o fiquei encarando do lugar onde eu estava. Notei que estava pálida, minhas mãos geladas, deve ser pelo momento que acabei de ter.

Ele se virou e começou a andar em direção à poltrona em que estava sentado. Ele se sentou e ficou me fitando. Deu um tapinha na poltrona onde eu estava sentada como se quisesse que eu fosse me sentar lá. Apenas o fiquei observando e lembrando do quanto surreal foi aquilo que acabou de acontecer. Eu não sei o que fazer, eu apenas o encarava, não sentia minhas pernas e parecia que eu estava fraca, paralisada e jogada ali, naquele chão. Não sabia se fugia, se ia até lá, se tudo foi alguma droga liberada pelos líquidos que estavam ali e me fez alucinar, porra não tem como.

Eu tomei coragem, sussurrei pra mim mesma que precisava ir ouvir o que ele queria e que ia ficar tudo bem. Me levantei, desenrolei a cortina que estava em mim, desajeitada do jeito que eu sou. Acredite, isso já aconteceu comigo em minha própria casa, dançando no meu quarto e ... Mas mudando de assunto e tirando pensamentos que me trazem saudade de casa, comecei a caminhar até lá. Eu preciso ser forte pra sair dali, ver minha mãe e ... Ah merda, esqueci, será que Hannah está bem? Agora que pensei em tudo ela me veio na cabeça. Estou preocupada por isso... Continuei andando, com medo de desmaiar ali mesmo. Me sentei com ele ainda me observando, sentei com receio e medo, o que mais ele poderia fazer?

— Continuando nosso assunto...

Disse ele enquanto debochava da minha cara. Ergueu um líquido, o azul e me entregou. Com a mão trêmula o segurei mas deixei cair um pouco fora do recipiente. Era frio e meloso. Voltei-me a olhar ele quando ele voltou a falar.

— Eu sou um demônio, e você está aqui por causa de seu pai.

— O que tem meu pai?

O interrompi. Ele me olhou parecendo me analisar, dos pés à cabeça.

— Ele é ao contrário de nós. Um anjo. E você também, pelo menos meio anjo.

— O que? Meu pai, um anjo, haha!

Rir na cara dele não foi a melhor opção. Meu pai um anjo? Dá pra imaginar? Não, não dá. Eu muito menos.

— Me interrompa de novo e arranco seus rins, como-os na sua frente e vomito em você o resto deles.

Ele me olhou aproximando a cada vez que vomitava aquelas palavras com tanto ódio que me encolhi com os olhos lagrimosos.

— Voltando a falar, você é filha de um anjo e um humano, no caso sua mãe. Existe um mundo onde você faz parte e outro que passa a ser parte quando fizer 18 anos. É quando completa sua transformação. Apesar de achar que demônios são ruins, vai por mim, anjos são muito mais vingativos. O mundo em que você entrará fará com que o mundo em que você estava deixa de existir ao propósito de proteger quem ama. Cada anjo tem que proteger uma pessoa, mas seu pai se apaixonou por quem ele guardava.

— Minha mãe?

— Sim, e ela por ele. Ele resolveu se casar com ela e largou o seu dever. Tornando-se um anjo caído. Seu pai era um homem muito procurado, morto ou vivo. Pros demônios de preferência vivo pra pegar seus poderes mas já pros anjos, por ele ser caído a preferência era ele morto e foi isso que aconteceu.

— Mas anjos são bons não são? Porque matariam outro anjo? E aliás porque devo acreditar em você?

— Acredite se quiser o problema é teu. Seu pai era um anjo caído, o que fazia ser quase um demônio e anjos podem proteger humanos mas quando se trata de criaturas sobrenaturais são bem diferente daquilo que você imagina.

— E porque você está contando tudo isso pra mim?

— Bom, há uma lenda que diz que a criatura mais poderosa seria um híbrido de demônio com anjo.

— E o que eu tenho a ver com isso?

— Não sacou até agora?


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Notas finais do capítulo

Obrigada por estarem acompanhando e espero que gostem desse capítulo, vou dividi-lo em 3 partes, esta é a primeira.



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