Frustrada escrita por Tatiana


Capítulo 4
E agora?


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu queria agradecer Milena Piccoli por ter favoritado a fic, amei mesmo, muito obrigada. Tomara que tenha gente que siga seu exemplo. Também queria agradecer a todos os comentários, sugestões e elogios. Eu peço que leiam as notas finais deste capítulo.



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Acordei em um lugar diferente do que estava antes, é um tipo de quarto, sujo, úmido mas não fedia. Pelo menos isso. Tinha uma porta de ferro vermelho. Parece pesada, e não tem como ser aberta por dentro pois eu corri com meus olhos nela e não vi nada do tipo, nem tranca, maçaneta ou semelhantes. Também tinha uma cama, quer dizer, se isso pode ser chamado de cama. Um colchão sujo de espuma amarela e pra piorar ainda rasgada parte dela, uma cama quebrada e entortada nos pés, e um lençol sujo e algo preto e marrom. Acordei deitada nele. Não tinha banheiro mais tinha um buraco com um líquido meio estranho, nem me atrevi a ir lá. Que nojo. Foi então que notei que tinham tirado minha roupa. Estava nua. Comecei a me analisar para ver se o pior tinha acontecido. E porra, tudo indica que sim. Tinha marcas no meu corpo, de dedos em vermelho, arranhões em alto relevo. Como se chama isso mesmo? Vergão acho. Ah meu Deus! Eu comecei a andar de um lado pro outro, o que tinham feito comigo! Escutei um rangido vindo da direção da minha direita. Corri para cama, me encolhi, peguei o lençol sujo e me cobri.

— Surpresa.

Aquele infeliz, de novo. Com sorriso no rosto, cara de pervertido me encarando. Já era de se acostumar, ele só me acara assim. Olhe pra ele com feição de nojo claramente no meu rosto. Aposto que ele fez isso comigo, só precisava saber o que era.

— O que você fez comigo?

Disse chorando, voz fraca e tremedeira, com lágrimas quentes rolando por minha face. Sua feição mudou, ficou sério mas não durou muito. Ele me dava medo e era isso que estava sentindo nesse exato momento.

— Toma, veste isso. Daqui a cinco minutos volto pra te buscar aaaa...

Disse a última frase cantarolando. Que tipo de psicopata ele é? Ele me tirou dos meus devaneios quando me entregou um pacote que continha roupas, de íntimas a sapatos. Após me entregar a sacola ele saiu me trancando no quarto escuro. A porta, por ser pesada, fez um rangido que me fez pular de susto. Por um instante fiquei parada. Olhando pro nada, desligada mas logo me recobrei. Comecei a tirar as roupas da sacola e vesti-as. O soutiã era rendado, roxo juntamente com a calcinha pra combinar só pode. A calça era de couro, havia uma regata que de longe era a peça mais viva daquele look. Era uma regata de malha roxa. Jaqueta de couro e sapato salto alto, totalmente discreto. (Janett)

Passei a mão em meu rosto, limpando a maquiagem escorrida com as lágrimas. Ao lembrar das escoriações senti nojo que cuspi no chão, limpando minha boca com as mãos. Ouvi vozes se aproximando, corri e sentei na cama. De cabeça baixa esperei até que aquele cara horrível entrasse no quarto. E assim aconteceu. A porta começou a ranger e eu assustada, sentada na cama, pra falar a verdade eu estava morrendo de medo. Estava encolhida no canto da cabeceira da cama. Ele adentrou o quarto, me olhou...

— Nossa, como está linda!

Disse ele abrindo os braços e olhando para mim. Sua voz soou irônica mas sua feição era pervertida.

— Vamos, ora de conhecer o chefe.

Ele disse, pegando brutalmente em meus braços, me levantando com uma facilidade enorme como se eu tivesse a leveza de uma pena. Saiu me arrastando por um corredor escuro e úmido. Achei que nunca chegaríamos pois estávamos andando a tempos. Pra eles eram apenas minutos, mas eu estava fraca, sem água, sem comida. Aquele silêncio estava me matando.

— Quanto tempo estou aqui?

— Há duas semanas.

Me descontrolei, respondendo gritando.

— Duas semanas? Mas pareceram horas.

— É porque a princesinha estava dormindo. E abaixa o tom pra falar com o chefe. Vamos dizer que ele não é tão legal como eu.

— Como se você fosse legal.

Eu disse murmurando e então chegamos a sala.

Pov. Hannah

Querido diário,

Há dias que não temos notícias de J. Sua mãe está desesperada, não sabe mais o que fazer. J. sumiu e ninguém sabe onde encontra-la ou como desapareceu. Eu sei como aconteceu, eu vi, eu senti. Mas ninguém acredita, acham que estou louca. Eu me lembro de tudo e tudo está voltando como pesadelos, há noites que não durmo, há dias que não tenho vontade de sair da cama. J. nos deixou, foi sequestrada, sei lá. E eu, todos dizem que eu fui achada no banheiro feminino. Mas como? Nós estávamos no ginásio, eu não consigo entender. Quando chego da escola, sento em frente a esta mesma janela do quarto onde estou. Eu não sei mais o que fazer, minha mãe já me levou em três psicólogos. Minha mãe está me tratando como louca. Eu não sou loca, eu sei o que eu vi. A polícia está querendo parar com as buscas, a mãe de Janett já não tem mais esperanças. Os guardas ainda procuram por ela a pedido e insistência minha. Bom, vou dormir, ou pelo menos fingir. Não gosto da ideia de ter pesadelos e essas coisas.

De Hannah.

Pov. Off


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