Frustrada escrita por Tatiana


Capítulo 2
Me ajude....


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem... =)



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A aula realmente estava chata. A professora era realmente Bosta. Ela se apresentou e distribuiu Shakespeare Apaixonado para nós. Pediu uma redação sobre um vídeo que mostrou no projetor, droga eu estava quase dormindo vendo toda aquela ‘’ animação’’. Nem prestei muita a atenção pois esse livro/filme era meu favorito. Sim, ela mostrou o trailer de um livro que ela quer que leiamos. Dá pra entender? Além de ser chata é grossa e sem educação. Pelo menos se veste bem. Estava com um vestido floral que combinado com acessórios errados daria um verdadeiro filme de terror para a moda. O salto era bege, cor neutra pois preto não ficaria legal para uma professora do segundo ano do ensino médio formada em Literatura não é? Tá, até agora está aceitável mas os acessórios que combinou. Um anel com uma pedra preta mais um brinco que combina com o mesmo. Além disso sua pulseira marrom também a deixou estilosa. (Shit)

O sinal tocou e então foi aquela confusão, um corredor cheio de progesterona e testosterona não é muito agradável quando você já se sente fora do lugar. Ao longe, reconheci a garota de all star, jeans e camiseta fofa, andando em minha direção. Loira dos olhos verde-azulados, usando um óculos com jeitinho de nerd. (Hannah) Como realmente eu assustei com ela? Tipo eu sei que sou nova aqui mas analisando ela, Hannah não seria uma garota problema como aquele trio.

— Pronta?

— Pra quê?

— Pra chegar ao seu armário!

— E onde fica?

— Ali.

Ela disse apontando o dedo pro outro lado do corredor, literalmente. Eu arregalei os olhos pensando em como passar por toda essa gente. Na minha antiga escola não tinha tantas pessoas assim. Ela percebeu o meu susto. E aí, Janett novamente se assustando, mas enfim, ela sorriu pra mim.

— Sério?

Disse pra ela com cara de incrédula.

— Sim.

— Mas como vamos passar por todo mundo?

— Vem comigo.

Ela pegou minha mão e saiu me puxando. Eu estava apenas com um fichário e o livro que teria que ler nesse final de semana na mão. Caminhamos conversando sobre como é a nova vida que estou levando, e Hannah me explicando coisas sobre minha nova escola. Chegamos há uma escada, descemos e viramos a esquerda. E milagrosamente chegamos ao me armário evitando muitas pessoas aglomeradas.

— Mas porque aqui quase não tem ninguém, sendo que se virarmos a direita terá muito mais gente?

— Seu armário é o último, as salas de aula são pra lá e a direção e supervisão pra cá.

Ela disse enquanto apontava os lugares. Bom, já aprendi o caminho agora ficou um pouco mais fácil.

— Então...?

— Então o que?

— Eu tenho aula de História da Guerra Civil, onde fica?

— Volte por onde passamos, uma sala antes do refeitório.

— Obrigada.

— Por nada...

E Hannah já indo embora, de costas ainda...

— Ah e Janett, o trio é da sua sala e não pude deixar de ouvir você e Bratt, toma cuidado.

— Vou sim.

— A gente se vê.

— A gente se vê

Caminhando de novo para a sala de aula. Tomara que essa aula seja melhor que a outra.

E será.

Olhei para todos os cantos, não achei ninguém que possa ter falado isso. Fiquei quieta para ver se escutava o sussurro outra vez.

Não escutando continuei a andar, devo estar ficando louca com essa vida não muito agitada, e tem os pesadelos e tudo mais...

Logo cheguei na sala, atrasada.

— Pois não?

— Eu sou aluna nova, ér... meu nome é Janett.

— Sim, pode se sentar ao lado de...

Analisou a sala inteira, havia dois lugares vagos. A sala era dividida em grupos e esses grupos em duplas. Os grupos, como Hannah me disse, só eram unidos quando era algum trabalho grande ou que valesse muito ponto. O professor estava entre um cara gordo e com o nariz escorrendo. Credo! E o Bratt. Adivinha quem ele escolheu?

— Bratt.

— Como quiser.

Eu me sentei ao lado dele, sorri um pouco sem graça.

— Falei que teríamos aula juntos.

— Nunca duvidei disso.

O professor mal começou explicar a matéria e o diretor já o chamou. Nele sair, a sala começou a conversar.

— Então, você é a garota nova né?

Senti um calafrio e rezei pra não ser Téss, mas a reza não adiantou muito.

— S-s-sim, s-sou e-u.

— Ora, não precisa gaguejar, eu não mordo.

— Não é o que parece Téss.

Completou Bratt.

— Não seja tão mal comigo B. Sabe que se ainda quiser, você tem.

— Se ainda quiser? Eu não quero mais nada com você, ou esqueceu da parte do....

Bratt foi interrompido pela entrada do professor na sala de aula. Ufa, ainda bem, estava me sentindo uma salsicha em um hot dog. Que merda de metáfora!

A aula passou e tudo ocorreu bem, como na aula de educação física na qual nem Hannah, nem Bratt e nem Téss ficaram na mesma turma que eu.

Depois de um dia puxado, saímos da quadra e fomos todos pro refeitório. Aquilo parecia formiga num formigueiro depois de alguém jogar água dentro. Ah Janett, metáforas lindas e inspiradoras que anda usando.

Encontrei com Hannah e almoçamos numa mesa no canto do refeitório. Depois que terminamos de comer saímos andando, conversando. Mas acho que o pudim não deu muito certo.

— Vou ao banheiro.

— Ok, J. Posso te chamar assim né?

— Sim, H.

— Então vai lá, vou estar perto da arquibancada do ginásio.

— Tudo bem, te encontro lá.

Então fui em direção ao banheiro.

— Nossa que frio.

Disse comigo mesma mas em voz alta. Não havia ninguém no banheiro, então lavei as mãos e o rosto, quando voltei a olhar para o espelho.

— Janett, socorro!

— Oh merda!

Eu vi, eu não podia acreditar mas eu vi o cara dos pesadelos. Eu pude escutar, eu pude sentir o cheiro de sangue, eu o senti perto de mim, fiquei muito paralisada pra gritar ou me mexer mas quando criei coragem virei-me para trás e não vi nada. As luzes apenas piscaram e eu enxuguei meu rosto, conferi minha roupa, um jeans, uma blusa do AC/DC e um all star preto. Meus cabelos longos e pretos estavam em uma linda trança de lado, meus olhos castanhos cheios de delineador e minha boca sem nenhum brilho labial, não curto muito. Ainda tinha minha pulseira que amava muito. Meu pai me deu ela quando eu tinha 14 anos, hoje tenho 16. (Janett) . Depois desse susto, saindo do banheiro, a porta se tranca. Eu comecei a escutar vozes do lado de fora e comecei a bater mas parecia que ninguém ouvia. Gritava e esperneava e senti o frio de novo. Me virei e vi o mesmo rosto pálido, cheiro de sangue e roupas rasgadas. O cara estava a poucos centímetros de mim.

— Me ajude Janett...

— O que, o que você quer?

Disse gaguejando, morrendo de medo, encostada na porta. Ele desapareceu. E finalmente pude sair daquele lugar, e imagina o que encontro do lado de fora?


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Notas finais do capítulo

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