O Fio Da Lâmina - Interativa escrita por Romeu Jr


Capítulo 4
A Origem das Raças part.3


Notas iniciais do capítulo

Só falta um capitulo para que a guerra comece... Estou esperando sua ficha! ^^



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Ὦ Bruxas - Sagae ቈ

Lilith se recusava a aceitar aquilo. Ela era a primeira mulher da terra. Como poderia ela levar ordens de Adão? Eles foram criados da mesma forma, vieram do pó. Eles eram de total idênticos. A não ser pelo fato de ela ser mulher e ele homem. Ainda assim, era errado considerar que ela deveria servir a ele.

Então Lilith se rebelou contra todos no Éden, inclusive seu criador. Aquele que a considerava "fraca".

Lilith se dirigiu as arvores que estavam no centro do Éden, aquelas que eram proibidas. De uma os frutos da sabedoria nasciam e de alguma forma nunca caíam, mas também, não enchiam a arvore. Ela era espetacular, a coloração que ninguém conseguia distinguir, as vezes suas folhas eram verdes, e outras vezes azuis. Seus frutos vermelhos tinham um cheiro mais doce que qualquer outra flor do Éden inteiro. Já a outra arvore, a arvore do poder era marrom, e a maior de todo o Éden. Seus galhos eram desprovidos de folhas, e de seu tronco escorria água. A agua era tão pura que cintilava, mesmo quando não havia a luz. Aquele era seu fruto. O poder de todo o Éden estava fluindo daquela arvore. E quem o bebesse teria a força de tudo que ali vivia. Do fogo mais quente dos dragões até o poder congelante da presença de um unicórnio.

Aquelas arvores eram muito atraentes para aqueles que querem ser fortes e cobiçam o poder. E como previsto, Lilith se sentiu atraída por elas. Mas também havia uma grande regra, e Lilith queria ter certeza daquilo.

Ela se aproximou da arvore da sabedoria, e tentou apanhar um fruto. Antes que sua mão o tocasse sentiu seus ossos rangerem e uma dor fina lhe atravessou o coração.

"Então é verdade. Apenas aquele que tem o coração limpo de pensamentos tristes pode tocar a árvore do bem e do mal. Meu coração se tornou impuro por minha desobediência".

Lilith se virou para a outra arvore, e avistou uma sombra negra empoleirada em seus galhos, como uma fumaça negra e densa estivesse se condensado ali, e o vento que batia, apenas fazia ela tremer um pouco, mas não a dissipava.

Ela sentiu o mesmo pavor que sentia quando estava na presença do PAI. Não, aquele não era o mesmo pavor. A presença de Deus a fazia querer ser feliz, e o pavor era apenas temor pela presença de seu poder. O pavor que ela sentia agora, era de agonia, um medo incontrolável. A sombra desceu da arvore e num instante estava bem na base, perto dela.

A presença continha força comparável com a do PAI, mas ainda não era o mesmo poder. A sombra foi ganhando forma humana, até se tornar um homem branco, de mais ou menos dois metros de altura. Seus cabelos eram de um liso perfeito sem nenhum fio sequer fora de lugar. Estava de peito nu, e era musculoso. Da cintura pra baixo uma fumaça negra o cobria como um manto com vida, até seus pés que tocavam no chão. Os dedos de seu pé não paravam quietos, como se quisesse sentir a terra mais do que nunca. Lilith olhos para seu rosto, e ficou presa no olhar do homem. Seus olhos eram cintilantes como a água que fluía da arvore Gênese. E alternava suas cores. Foi só quando ele falou que ela se deu conta de quem estava na sua frente, e percebeu o que ele tinha em sua mão direita. Uma grande foice branca. Não branca como as nuvens de um céu azul. Mas brancas como um corpo de algo morto. Asas estavam grudadas em sua pele. Iam do meio de sua costa até perto de seu cotovelo como uma tatuagem negra. "Lúcifer"

—Medo? -Ele sorriu, seu sorriso perfeitos e hipnotizante -Porque não faz o que queres?

—Eu ainda não sei o que quero -Lilith tentava desviar o olhar, sem sucesso - Você não foi condenado? O que faz no Éden?

—Sim, fui condenado. Mas ainda tenho alma imortal, e posso entrar aqui a hora que eu quiser. Assim como você, a partir do segundo que beber daquela fonte -Ele apontou para a agua que escorria da Gênese.

—Por que caiu? -Lilith não iria ter outra chance dessa para saber.

—Por querer a mesma coisa que você. Eu não aceitei ser o anjo do PAI enquanto os humanos viviam aqui, sem preocupação alguma.

—Como é viver lá em baixo? -Lilith falou se dirigindo a agua.

—É ruim, nenhuma companhia além de meus irmãos. E por isso que sempre venho por aqui. Para sentir o cheiro da vida. Mas só posso ficar perto dessas árvores. Por isso gostaria que você bebesse dessa agua. Assim meu domínio aqui aumentaria, e eu poderia ir mais fundo no Éden.

—E eu? -Lilith se virou para encara-lo, e sentiu aquele frio na barriga ao faze-lo -O que ganharei com isso?

—Domínios entre os dois mundos, e todo o poder que aqui reside. Assim como eu.

Lúcifer tocou a ponta da lâmina de sua foice na grama, que secou instantaneamente, e o poder da morte se espalhou por ali, formando um símbolo no chão. Um triangulo com um circulo no centro, e algumas palavras em sua volta.

—Quando decidires seguir meu ideal, é só ir atrás de mim por aqui. Essa é minha marca.

Ele estendeu a mão para ela. Ela hesitou por um tempo, mas também estendeu sua mão. Um apertou o pulso do outro, e ela sentiu em seu pulso a marca se impregnar em sua carne.

Depois, em um piscar de olhos, a grama morta nasceu novamente, escondendo o rastro do anjo caído, e a marca em seu braço brilhava como se estivesse gritando, querendo chamar a atenção de tudo.

Lilith voltou para Adão, e percebeu que ele não enxergava a marca em seu pulso.

Passaram-se alguns dias, e o PAI lhe deu um prazo para aceitar servir Adão. E aquele era o dia. Estava quase na hora, e Lilith correu para as arvores sagradas, e sentou nas raízes da Gênese.

Observou como a agua escorria para a terra, e formava um rio pequeno que entrava no bosque do Éden e dava vida a tudo. Mas a agua cintilante só alcançava as primeiras arvores. Tornando elas altas e fortes, com os frutos mais gostosos de todo o Éden. Lilith se dirigiu a uma e apanhou um fruto. Parecia ser uma maçã. Mas era maior que o normal. Mordeu um pedaço e sentiu um formigar atrás de sua nuca. Sua boca encheu de agua, sentindo o gosto da maçã na boca. Ela descobriu que a maçã tinha poder, e qualquer um que imaginasse dar uma mordida nela e parasse de mastigar deixando aquele pedaço na boca para sentir o gosto, sentiria a boca salivar. Até aquele que nunca teria provado uma maçã.

Lilith voltou a Gênese e sentou-se, pronta para mais uma mordida. Ela olhou para a agua e passou a maçã, como se passasse em mel. E mordeu.

Sentiu seus olhos arderem de felicidade, seus dentes doeram como quando mordemos algo muito doce, e ela sentiu em seu estomago a força crescer. O chão tremeu um pouco e ela sentiu o PAI se aproximar. Ele saiu do meio das arvores e a fitou.

—Vejo que já tomou sua decisão - Ele se aproximou dela e passou a mão em seu cabelo, que agora estava negro como o céu sem estrelas. Seu corpo havia se tornado desejável para qualquer humano.

—Você não vai me fazer parar? -Lilith falou com desprezo, agora que também sentia poder em suas veias.

—Não. A escolha é sua filha, assim como as consequências.

Lilith soltou a maçã e enfiou a mão na agua, levando até a boca e bebendo o quanto podia. Depois se afastou, sentindo seu poder ser elevado ao ponto de ser comparado ao de Lúcifer, e logo depois sentiu a presença de tudo que tinha vida no Éden. Todos os seres nascidos dos elementos, os nascidos do pó, os nascidos da luz, e os que se escondiam dela. Sentiu também que tinha poder sobre parte deles e sobre parte do Éden.

Uma fumaça cinza apareceu e a cobriu, transformando em uma túnica prateada. Anjos apareceram de todos os lugares, com suas asas diferenciadas. Um deles tomou a frente e ficou do lado do criador.

—Miguel, o anjo que tomou o lugar de Lúcifer -Lilith se aproximou dele.

—Nunca tomei o lugar de meu irmão criança! - Miguel apontou sua espada negra para o lado de seu criador -O lado direito no qual ficava meu irmão é destinado a ele. E assim vai ser até que ele volte.

—Você já tomou sua decisão criança! -Disse o PAI -Agora é hora de eu tomar a decisão pelos céus!

Ele se abaixou e tocou o chão e um pequeno terremoto se fez presente. O rio que saia da arvore se dividiu em quatro ramificações, sendo chamados de Pisom (o rio do ouro), Giom (o rio da prata), e os dois rios que caíram para a terra, como lembrança da piedade de Deus, para aqueles que eram banidos para a terra, eram chamados, Tigre e Eufrates.

Lilith sentiu que graças a esses dois rios, a conexão do Éden com a Terra tinha ficado maior. E entendeu o que Lúcifer havia falado.

—De agora em diante, estará banida do Éden! -Miguel levantou a espada. Mas antes que pudesse fazer outro movimento, seu braço foi paralisado por um chicote feito de dentes de diamantes, que vinham diretamente da mão de Lilith.

Ela se abaixou e tocou no chão, e a marca de Lúcifer queimou a grama novamente.

—Não vou ser banida! Eu escolho sair por vontade própria!

O ar entre ela e o anjo tremeluziu e Lúcifer se materializou, fazendo todos os anjos empunharem suas armas.

Lilith soltou o chicote que se desfez instantaneamente e ela abraçou o anjo caído.

—PAI! -Disse ele andando pelo Éden com Lilith em seu encalço. _Como é bom estar de volta.

Ele apontou para uma arvore ao longe, e disse algumas palavras.

—Evra K'Davarr -E a arvore sumiu -Quando aquela árvore do sangue humano se alimentar, o Éden se quebrará, e de nossa dor compartilhará! Vidas seus seguidores vão ceifar, e sua raça mística morrerá.

—A palavra que tudo cria você usou! -Disse Deus -Quantas vezes mais você vai se auto comparar ao teu criador?

—Eu não me comparo. Apenas faço uso de meu poder e livre arbítrio.

Lúcifer se foi e com ele levou Lilith. E na terra ele a treinou, e fez dela uma poderosa Sagae, para usar sua alma como arma, assim como ele, e a instigou a voltar ao Éden e convencer o coração puro da mulher que tomou o lugar dela, a comer o fruto da arvore da sabedoria. E assim ela fez, trazendo Adão e Eva para a terra. Que logo tiveram filhos, e criaram as duas primeiras raças de quase imortais na terra.

Lilith se esforçou para trazer alguns humanos para o caminho da magia. Os ensinou como transformar parte de sua alma em uma arma e como se defender e atacar usando seus poderes adquiridos por serem herdeiros da alma do Éden.

E assim foi por muito tempo. Sagaes se escondendo do resto da humanidade por serem considerados amaldiçoados por Lúcifer. Até que um dia uma Sagae chamada Tituba decidiu iniciar garotas que espalharam pela cidade sobre seus poderes. A igreja tomou conhecimento de tudo e todos na cidade acabaram sofrendo muito. E algumas até foram mortas. Esse tempo foi conhecido como "A Caça as Feiticeiras de Salem". foi aí que as Sagae se esconderam na sombra novamente. Os humanos acabaram decretando guerra contra as raças consideradas hibridas, que usavam poderes sobrenaturais, e passaram a ser chamadas de Filhos de Satã.

Armas espirituais foram banidas e esquecidas, a não ser por Sagaes que continuavam usando. As armas tomavam forma conforme o poder da alma imortal e a força de quem a conjura. Alguns passaram a se esconder. Outros passaram a matar humanos mais do que antigamente. E hoje, estamos entrando em guerra com eles. Bom. Com os "Cavaleiros" pelo menos. Aqueles que sabem de nossa existência, e juraram acabar com nossa raça. Os filhos de Satã.

" E espero que eles me encontrem! Pois quero fazer eles se ajoelharem diante do único Sagae que tem como sua arma espiritual, a Foice Negra!"

—Meu nome é Adam Bernhard, e espero que encontre seu lugar junto as sombras da noite!

Evra K'Davarr!!!


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Notas finais do capítulo

é isso.. Para quem ainda não viu... As imagens dos personagens estão na nota do primeiro capitulo.



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