Nora Fulkert - Um conto de amor na Terra Média escrita por Norha Wood


Capítulo 28
Uma batalha por amor


Notas iniciais do capítulo

Geeente houve uma inversão de capítulos! Se você ficou sem entender nada não se desespere! a autora não está louca (ainda), só se confundiu um pouquinho! Peço desculpas, e se me desculparem leiam o capítulo anterior (Impossível resistir), e releiam esse. Mil beijos e obrigada por acompanhar.



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Antes que os primeiros raios de sol despontaram no horizonte Nimarie acordou assustada ao lado de Legolas. Novamente imagens da sua visão lhe vieram na mente em forma de sonho fazendo com que ela acordasse assustada. Mas ao olhar para o elfo dormindo tranquilamente ao seu lado o seu coração encheu-se de ternura e amor.

Era curioso! Ele dormia com os olhos fechados! Isso não era comum para um elfo... sorriu, esquecendo-se completamente da angustia de momentos atrás, distraindo-se olhando encantada o loiro dormir. Sua expressão serena, seu cabelo loiro sempre tão alinhado, agora estava bagunçado sobre o travesseiro de pedra, a respiração tranquila, a pele branca, os lábios finos, a mão largada sobre o peito musculoso descoberto... Nimarie o observava hipnotizada passado delicadamente a mão sobre a sua face. Ela não poderia abandoná-lo, por que deveria partir? Ela o amava tanto... Ao pensar isso uma lágrima brotou nos olhos. Levantou-se silenciosa, deu alguns passos até suas vestes. Após colocar o vestido preparava-se para colocar as botas quando ouviu Legolas falar atrás dela:

_ Não pretendia partir sem mim? Pretendia Nimarie? - Ela virou-se devagar viu que Legolas estava em pé e nu esperando uma resposta dela. Tomada de surpresa ela não pode responder, apenas abaixou a cabeça. Um pouco irritado Legolas começou a se vestir, após alguns segundos de silêncio, completou com uma expressão séria: _ Não posso te obrigar a ficar, se não tens coragem de ao menos tentar, não és digna do meu amor!

Imediatamente após finalizar a sua frase, Legolas foi surpreendido com um abraço espontâneo de Nimarie, que correu em sua direção enlaçando-o forte pelo pescoço.

_ Não sabes como eu te amo! - Disse ela com ardor, dando inúmeros beijos por todo o rosto do elfo, que a abraçava forte, levantando-a do chão. Esse gesto havia sido a resposta de que ela estava disposta a tentar fugir com ele, tentar fugir da sua visão e do seu destino. Após, isso Nimarie deixou a caverna, deixando Legolas que terminava se vestir e recolher as coisas.

Ela caminhou alguns metros por entre as rochas e subiu sobre algumas pedras, chegando até onde estavam os outros elfos. Eles também já estavam acordados mas um pouco alarmados.

_ Os orcs avançam mesmo durante o dia... - Informou Varnion - _ Eles não costumam fazer isso!

_ Devem estar sobre o chicote de Sauron. Onde está Legolas que ainda não acordou? Deve ter tido uma noite agitada... - Thiedhel falou maldosamente olhando para Nimarie, ao mesmo tempo que Legolas chegava se aproximando do grupo:

_ Estou aqui! O que veem?

_ Os orcs Senhor! Se movimentaram durante a noite e estão vindo em nossa direção mesmo de dia. Estão a umas 4 milhas de nós. Precisamos partir imediatamente. - Dito isso o grupo se preparou para a fuga. Decidiram circular a montanha e passar pelo Estreito de Ninglor a fim de despistar os orcs, dessa forma chegarim na Floresta das Trevas na manhã do dia seguinte.

Os quatro iniciaram a sua marcha em um ritmo acelerado. Poucas vezes pararam para descansar, mas quando a tarde novamente caia, eles se demoraram um pouco a mais por ordens de Legolas que percebeu que Nimarie estava muito cansada. Aproveitaram para fazer uma refeição leve ao lado de uma pequena fogueira. Legolas não se contia de felicidade em ter Nimarie do seu lado, ele era todo atenção para ela. Incentivada pelas palavras de coragem e confiança do elfo, Nimarie esquecera por completo a sua terrível visão. Discretamente eles trocavam carinhos, o que deixava Thiedhel um tantoirritado.

Varnion o mais velho entre eles estava sempre alerta, e foi ele que avisou que haviam criaturas se deslocando rapidamente ao encontro deles. Atendendo o aviso do elfo, abandonaram tudo e saíram correndo, mas logo as mesmas feras que tentaram atacar Nimarie no dia anterior estavam sobre eles. Eles se defendiam habilidosamente, inclusive Nimarie, mas as ferras eram inúmeras, e sobre elas estavam os odiosos orcs que se arremessavam raivosos sobre os elfos que lutavam bravamente matando grande maioria deles.

Logo as flechas terminaram, alguns animais restantes haviam fugido espavoridos, mas ainda restavam uns oitenta orcs que continuavam o ataque contra o grupo, forçando-os a lutarem com suas espadas e com suas próprias mãos. De repente um orc maior surgiu. Abrindo caminho entre o grupo que lutava, caminhou certeiro na direção de Nimarie que lutava com alguns orcs, pega de surpresa pelo tamanho da criatura repugnante ela vacilou por alguns instantes, mas logo avançou sobre ele com sua faca élfica. Em um golpe só o orc a desarmou jogando-a a alguns metros da onde estava. Novamente a criatura caminhava em sua direção mas agora ela estava desarmada e sem chance de reagir, ela esperou o golpe fatal através da faca que ele trazia em uma das mãos, mas para sua surpresa ele a pegou pelos cabelos arrastando-a fazendo-a gritar de dor. Foi nesse momento que Thiedhel desferiu um golpe certeiro sobre a mão do orcfazendo-o largar a moça no chão. O grandalhão voltou-se contra ele, Thiedhel habilidoso, deu mais um golpe no orc, porém para surpresa do elfo ele parecia não sentir o corte profundo que a lâmina fez em seu corpo. Nimarie ainda recuperava-se do golpe que sofrera anteriormente, mas pode ver quando o mostro acertou Thiedhel em cheio abrindo uma grande ferida em seu abdômen, fazendo tombar. Neste momento Legolas, desvencilhando-se dos demais orcs chegou ao socorro deles. Nimarie aproveitou e rastejou até o amigo na tentativa de ajudá-lo. Foi com tristeza que percebeu que o amigo teria poucos segundos de vida, a ferida era mortal. Em um gesto de carinho, passou as mãos em seus cabelos e muito emocionada ela só pode dizer:

_ Thiedhel... eu sinto muito... - O amigo a olhava com os olhos brilhantes, abriu a boca para falar algumas palavras que não saíram pois o sangue veio abundante impedindo a sua fala. Com dificuldade ele levou a mão até o rosto de Nimarie, e a olhando esboçou um meio sorriso, morrendo em seguida com os olhos abertos, deixando Nimarie desconcertada. No mesmo instante ela sentiu que Legolas lhe puxava pelo braço, ele havia matado o grandalhão, mas ainda precisavam fugir dos inúmeros orcs que os cercavam.

Os dois correram alguns metros, Legolas, a frente, puxava Nimarie pela mão. Esconderam-se abraçados atrás de uma imensa pedra, esperando passarem despercebidos por alguns orcs que os perseguiam. Assim que o caminho estava livre correram até as margens do rio Anduin. Lá um rude barco de madeira feito pelos homens, milagrosamente os esperavam. Legolas rapidamente soltou as cordas que prendiam o barco e num pulo entrou na embarcação que começava a andar lentamente sobre as águas do rio. Eles não podiam vacilar, o ruído anunciava que os orcs estavam próximos, precisavam ser rápidos. Neste momento viram um nazgul que sobrevoava o local, provavelmente já os avistara, foi então que Legolas estendeu, sua mão para Nimarie, a fim de que ela entrasse no mesmo barco, ela porém, não se mexeu. Percebendo o que ela pretendia, Legolas se desesperou, com os olhos cheios de lágrima falou tentando conter o turbilhão dentro de si:

_ Venha Nimarie... venha meu amor! Não podes fazer isso... venha

_ Agora você está a salvo... eu te amo Legolas! - Ela falou isso profundamente emocionada tentado aparentar tranquilidade, deu–lhe então, as costas indo ao encontro dos orcs. Não havia outra forma de fugir, se entrasse no barco Legolas morreria, preferia suportar a dor de se entregar do que a dor de perder seu amor para sempre. Ela caminhava com os braços abertos em direção do inimigo, inicialmente eles ficaram confusos, achando que era uma cilada, mas logo viram que ela estava desarmada e se entregaria.

Formou-se uma confusão ao seu redor, pois cada um queria revindicar para si a captura de Tanacëmníss. Já ela, indiferente às criaturas ao seu redor, ainda podia ouvir Legolas gritando o seu nome,então fechou os olhos e sorriu ao mesmo tempo que as mãos das nojentas criaturas a tocavam com brutalidade, carregando-a para longe. Ela sorriu, pois ele, pelo menos estava vivo, pensava ela, ele está vivo, e para ela isso bastava... Foi então, jogada dentro de uma gaiola imunda. A batalha havia acabado e os ocs haviam saído vitoriosos. Varnion estava gravemente ferido, e Thiedhel havia morrido.

Mas Legolas não havia desistido. Assim que se recuperou da surpresa que a atitude de Nimarie lhe causara pulou do barco e correu ao seu encontro matando com fúria todos os orcs que cruzavam o seu caminho, eles estavam em grande número mas Legolas avançava enfurecido sobre eles matando-os sem piedade. Após alguns minutos pode avistar que a mais ou menos uns 80 metros dali, alguns orcs, escoltados por um Nazgul, levavam Nimarie encarcerada. Como nobre guerreiro que era, em segundos, mediu analisou o terreno e olhou a posição dos inimigos que corriam para atacá-lo, avaliou as condições... era impossível vencer... ele estava sozinho, e os orcs se multiplicavam aparecendo da floresta escura. Qualquer outro recuaria em seu lugar, mas, não ele! Ele não desistiria! Legolas foi a criatura mais corajosa que já conheci! E foi por isso que ele decidiu seguir em frente: tomado por estranha motivação ele avançou em direção ao cortejo sinistro que capturara a sua amada, e após matar mais inúmeros orcs, Legolas em tremenda desvantagem, começou a ser atingido por flechas e mais flechas, só parando de guerrear, quando tomado pela dor não conseguia mais aguentar o peso das pernas.

Tombou sobre o solo, por certo seria seu fim agora, pensou ele. Atingido por meia dúzia de flechas, Legolas, deitado no chão com os braços abertos, não conseguia mais se mover, a visão havia ficado embaçada, a respiração estava ofegante, a dor lhe embargava a mente. Fechou o punho e pode sentir entre os dedos o tecido, agora manchado de sangue, que trazia a mecha do cabelo de Nimarie. Virou a cabeça com dificuldade para olhar, talvez pela última vez, a pequenina parte dela que trazia sempre consigo. Antes de desmaiar de fraqueza balbuciou: _ Nimarie...


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