Nora Fulkert - Um conto de amor na Terra Média escrita por Norha Wood


Capítulo 18
Solidão




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Já era vespertino quando Nimarie acordou em seu quarto. Neforha que estava atenta aproximou-se quando viu que a meia, meia elfa abria os olhos.

_ Neforha! Minha mãe... partiu? - A moça já sabia a resposta mas tinha esperanças de que tivesse vivido um sonho ruim.

_ Oh minha querida...Eruwaedh foi ferida mortalmente.

_ Oh! Ela estava tentando me proteger...– Nimarie não conseguiu falar mais nada, as lágrimas brotaram abundantes em seus olhos.

_ O luto é recente chore para que ele se disperse...

Nimarie chorava silenciosamente. De repente perguntou alarmada: _ Onde está Legolas?

_ Ele não retornou ainda de Anduin!

_ Não é possível... ontem a noite... - Nimarie a princípio ficou confusa com a resposta da elfa, mas logo compreendeu quem havia lhe consolado na noite passada. Sentiu o rosto corar. _ Como então vim parar no palácio do rei?

_ Oh querida! a bondade de nosso rei não tem limites! - Nimarie discordou da frase da elfa, mas não a interrompeu - _ Ele compadeceu-se de sua situação e lhe acolheu com muito carinho. Ficou ao seu lado o tempo todo, acompanhando a sua recuperação... - Neforha caminhou vagarosamente até uma janela enquanto falava: Poucos conhecem Thranduil tão bem quanto eu, poucos sabem que por trás de sua seriedade e gênio forte há um rei que assim como nós sofre, chora, deseja, ama e se desespera. Ele é muito sábio e bondoso, só está um pouco desatento pois está sofrendo os efeitos provocados pela força do mal que invadiu a Floresta. Mas tudo o que ele mais deseja é proteger o seu povo...– Neforha defendia o rei com sinceridade, e Nimarie ouvia com atenção o que ela dizia. Nunca havia pensado no rei dessa forma, tão humano, talvez até benevolente.

_ Ele aparenta uma coluna de pedra, parece não possuir sentimentos, age sempre tão logicamente, tão precisamente. Mantém sempre uma certa distância dos demais...

_ É um comportamento digno de um bom rei Nimarie! Agir, ouvindo apenas a sabedoria! - Nimarie não falou nada, mas intimamente concordou com a elfa. _ Venha! levante-se! preparei-te um banho para que te sintas melhor!– Neforha, carinhosamente, auxiliou a moça a se despir e lavar-se. Havia lhe separado um belo vestido, que caiu como uma luva em Nimarie. A elfa lhe penteava os longos cabelos quando Gandalf entrou vagarosamente pela porta do quarto dizendo:

_ Vejo que já melhorou...

Neforha parou imediatamente o que estava fazendo e saiu educadamente do quarto, deixando os dois a vontade para conversar.

_ Sim... os criados do rei cuidaram-me muito bem!

_ Lamento pela morte de sua mãe! Era uma nobre senhora!– Nimarie não respondeu, apenas abaixou a cabeça, emocionada ao lembrar da mãe. Depois de alguns segundos em silêncio ela falou:

_ Vieste me buscar Gandalf?

O mago assentiu com a cabeça: _ Como já sabes, não podes continuar em Mirkwood...

_ E tem algum lugar na Terra Média onde eu posso me esconder dos olhos de Sauron?

_ Não! – O mago fez uma longa pausa até acrescentar: _ O único refúgio está dentro de si mesma!

Nimarie não perguntou mais nada, a maioria das repostas para as suas dúvidas estavam em sua cabeça. E por isso sabia do que Gandalf falava. Nos dias em que esteve perdida na escuridão teve o seu passado e sua destinação revelados. Ela havia se modificado profundamente com a experiência;crescera em sabedoria, tornara-se mais consequente, mais altruísta. Se autoconhecera por completo, aceitando suas visões sem desprezar as revelações que continham. Apesar de estar profundamente triste por saber das renúncias que teria que fazer, estava resignada ao seu destino, e determinada em cumpri-lo, pois sabia que no fim de sua jornada poderia ter a recompensa que tanto almejava: Ser aceita em Aman quando assim desejasse! Somente cumprindo a sua jornada com êxito, sem pender para as forças do mal, ela poderia fazer a grande viajem e viver eternamente ao lado dos seus seres amados, e em especial ao lado de Legolas. E isso, ela acreditava, era só questão de tempo. Após Sauron ser derrotado ela estava livre da sua condenação, porém em quanto ele vivesse ela teria que se manter longe de suas garras para que não fosse usada de oráculo do mal. O mago quebrou o silêncio anunciando:

_ Partiremos no próximo amanhecer. Sairemos da floresta das trevas em direção às Terras Pardas. Iremos até Rohan e após você seguirá para Belfalas ao sul de Gondor. Lá você estará segura por um tempo que acredito ser o suficiente.

_ Belfalas... - Nimarie falou pensativa, essa palavra lhe soava amiga. - _ Gandalf! como farei para me ocultar de Sauron?

_ Usarei a magia para bloquear as suas visões, mas não conseguirei isso por muito tempo. Creio que somente por uns quatro dias. Após isso você terá que aprender a controlá-las Nimarie! - O mago falou isso e preparava-se para sair do quarto quando a moça lhe chamou novamente:

_ Gandalf! - Nimarie não sabia bem como falar o que queria, mas vendo a expressão de espera do velho continuou vacilante: _Legolas, eu e Legolas... nós nos amamos, e não podemos nos separarmos... - Ela estava os olhos embargados quando o mago respondeu:

_ Lamento Nimarie... - Ele falou isso franzindo a testa, escolhendo as palavras continuou: _Vínculos afetivos lhe tornam uma presa fácil para Sauron, ele não vacilaria em torturá-los em troca de sua ajuda.... por isso sua nova morada não poderá ser revelada a ning...

_ Oh Gandalf! - As palavras saíram impulsivamente dos lábios de Nimarie, que interrompeu o mago com certa aspereza. Virando-se de costas para ele, ela disse em um tom mais calmo: _ Por favor não continue... deixe-me sozinha...– Gandalf atendeu imediatamente o pedido de Nimarie. Mas antes de sair, já na porta, falou:

_ Não pense que você está fadada a solidão Nimarie! Quem possui um amigo, mesmo que um só, não importa onde esteja, jamais sofrerá de solidão; poderá até sentir saudades, mas nunca estará só... - Nimarie virou-se desferiu um olhar de tristeza que Gandalf jamais esqueceria: sua face demonstrava um profundo desalento. Seus olhos vermelhos escorriam lágrimas abundantes, mas havia neles um brilho de esperança, como se fossem estrelas no quarto pouco iluminado. Tomado de profunda compaixão pela desventura da moça ele retirou-se emocionado. Nimarie sozinha no quarto, desabou no chão sobre os joelhos, deixando a cabeça pender sobre o peito, chorou compulsivamente.


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Notas finais do capítulo

Gente! comentem por favor! Se não estão gostando das desventuras em série da Nimarie comentem também, pois assim podemos pensar em novas emoções para nossa heroína!



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