Nora Fulkert - Um conto de amor na Terra Média escrita por Norha Wood


Capítulo 17
A tristeza do rei




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_ Nimarie! Nimarie! precisas acordar!

Essas palavras retumbaram na cabeça de Nimarie, no momento em que Legolas lhe descobria a ferida. Não queria voltar, queria ficar ali com o seu amado. Mas o chamado parecia invadir a sua mente. Sentiu então uma enorme dor lhe percorrer a espinha, e parar no local do ferimento, o mesmo tempo que ouvia a voz dizendo:

_ Fugir de si mesma não mudará o seu destino, Nimarie! Ouça minha voz! Precisa voltar e cumprir sua tarefa!

Como se arrancada das profundezas do mar, sentiu a sua audição se abrir para um novo mundo, e logo após conseguiu abrir os olhos.

_ Que bom que voltou Nimarie! - Disse Gandalf aliviado, aproximando-se com um sorriso gentil.

_ Você? - Nimarie reconheceu o mago de seus sonhos, mas estava confusa, sentia-se fraca e tinha muita dor no ferimento. _Legolas! Legolas! - Chamou na esperança de rever o amado.

_ Lamento por ele não estar aqui no momento. Mas o restante da casa ficará feliz em saber de sua recuperação! Agora durma está muito agitada. - Gandalf disse isso impondo as mãos sobre os olhos de Nimarie que caiu imediatamente em um sono tranquilo e sem sonhos.

Deixou-a no quarto e foi anunciar que a moça estava se recuperando e que agora dormia tranquilamente. Todos ficaram felizes com a notícia, e a noite Thranduil foi até o quarto da paciente. Vendo-a corada e com uma expressão tranquila, ficou satisfeito. Dirigiu-se então para os seus aposentos, já fazia alguns dias que não repousava, estava sentindo-se cansado. Tirou a sua selathemar verde e colocou sobre uma cômoda. Caminhou em direção a cama e reconheceu jogado sobre ela o manto que Nimarie trazia nos ombros no dia que sofrera o ataque. O tecido delicado era tingido de vermelho vivo, e esvoaçava enigmaticamente sob a brisa da noite que entrava pela janela aberta. Provavelmente a peça deveria ter sido colocada ali por engano. Pegou o manto nas mãos e sentiu o tecido macio, macio como a pele de Nimarie, pensou. Trouxe a peça até o rosto sentiu o seu toque, e sentiu o seu perfume impregnado. A conversa com Gandalf lhe retornou viva na mente:

"Seu pensamento vislumbrando o futuro servirá de lanterna para Sauron encontrá-la. Ele a encontrará e tentará corrompê-la a seu favor.A maldição é o poder que mal tem em encontrá-la sempre que usa a sua faculdade de vidência. Predizer o futuro em tempos de guerra é uma arma valiosa!

_ Então ela deverá partir... "

Thranduil estava imerso nesses pensamentos quando ouviu um grito vindo do quarto onde estava Nimarie. Em dois segundos o rei abria a porta do quarto da moça. Ela estava sentada na cama com as mãos sobre o rosto e chorava copiosamente. Thranduil se aproximou, atencioso. Ao chegar suficientemente perto de Nimarie, ela o surpreendeu passando os braços em torno de seu pescoço puxando ele para si, forçando-o a sentar na cama. Depois de alguns segundos, ele movimentou-se incerto, abraçando igualmente Nimarie parecia ter acalmado-se em seus braços.

Thranduil estava inebriado com o gesto dela, apertou-a contra o peito, passando as mãos em seus cabelos. Espiou a sua ferida e viu que ela havia cicatrizado rapidamente, sobrando apenas uma mancha enegrecida na região. Ficaram minutos assim sem falar nada, Nimarie inicialmente sabia que abraçava o sogro, mas ao sentir o cheiro do cabelo do rei, a sua imaginação abalada pela debilitação do corpo, a fez acreditar que abraçava o próprio Legolas. Foi por isso que disse baixinho, ainda abraçada ao elfo: _ Não me abandones! fique até que eu durma novamente... eu te amo... - Thranduil, profundamente emocionado, beijou os cabelos de Nimarie, sem falar nada. Como desejava que aquelas palavras fossem para ele realmente! Uma lágrima traidora escorreu por sua face, juntado-se com as de Nimarie que parecia novamente dormir em seu peito. Gandalf que havia sido atraído pelo grito da moça, parou estupefato na porta do quarto ao ver Thranduil abraçado a moça. Ao perceber a presença do mago, ele o olhou fixamente com os olhos avermelhados e profundamente tristes. Gandalf tomado de compaixão e respeito pela tristeza do rei, retirou-se em silêncio, igualmente abalado com a peça que o destino havia pregado na vida do pobre Rei de Mirkwood.

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Thranduil estava em um dos salões elfícos, fazia seu desjejum da manhã. Gandalf entrou no salão e o fitou com seriedade. O rei já esperava a visita do mago, mas evitou o olhar e virou-se de costas na desculpa de servir-se de água, e ainda de costas falou:

_ Já sei o que vai dizer-me Gandalf!– Fez uma pausa e com o olhar perdido continuou: _Como um rei elfíco pode, fraquejar e deixar-se abalar por uma níss?... (mulher (de qualquer raça))

_ Thranduil! - A voz retumbante do mago interrompeu sua fala e fez com que o rei virasse olhando-o atentamente. - _Vim apenas informar que o pássaro mensageiro já chegou em Valfenda com o aviso de que não será mais necessário enviar um elfo de Elrond.

_ Aah! - A expressão saiu dos lábios de Thranduil quase sem querer. Sentiu-se constrangido frente ao seu engano. A fim de disfarçar sua gafe completou: _ Enfim uma boa notícia Gandalf! É uma pena que não possamos usar os pássaros como antes usávamos...

_ Hum hum!– Gandalf pronunciou isso com a testa franzida encarando o rei com um olhar de quem não tinha acreditado em uma mentira. O velho caminhou vagarosamente até uma cadeira, sentando-se falou com benevolência:_A terrível beleza de Nimarie e capaz de abalar até os corações mais endurecidos, e orgulhosos, basta para isso que tenham sangue em suas veias. O amor é dos mistérios mais incompreensíveis criados por Eru. Nas suas mais diversas formas, ele muda os destinos de reis e de camponeses, modifica e dá vida, é a força que escreve histórias. Com ele as coisas tornam-se mutáveis, ele não segue as leis e transcende a separação das raças, fazendo com que tudo se torne incerto exceto ele. O verdadeiro amor há ainda de escrever muitos finais felizes na Terra Média meu amigo...


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