Maga, Bruxa ou Semideusa? - Hiatus escrita por Marina Leal


Capítulo 20
Capítulo 20 - Sonho incomum


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem, até segunda, o cap ficou curtinho assim, mas é desse jeito mesmo ok? Não se enganem, ele é importante para o desenrolar da trama.



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Quando desmaiei tive um sonho muito estranho.

Eu estava em um lugar lindo, com casas resplandecentes em mármore branco e colunas ao redor. Havia algumas pessoas a minha volta, homens e mulheres, todos pareciam preocupados com algo. Esse é o Elíseo. Minha mente sussurrou para mim.

– Não posso deixar que ele tente me levar de volta. – Murmurei para a mulher mais próxima. – Isso seria errado.

– Entendo, mas você tem certeza? – Ela perguntou insegura.

– Sim, eu tenho. – Respondi com um suspiro e ergui os braços. – Como alma que recebeu a graça de vir para o Elíseo, eu agora reclamo o direito que me foi dado de renascer!

Houve um som de trombetas e o chão ao redor de mim brilhou intensamente em um círculo de luz dourada, as pessoas ao meu redor se afastaram rapidamente.

– Tens certeza que é mesmo isso o que desejas? – Perguntou uma voz feminina vinda de cima.

– Se seguir por este caminho, nunca mais irá vê-lo, está consciente disso? – Outra voz de mulher questionou.

Trinquei os dentes e me esforcei para não chorar, mesmo que não soubesse o motivo.

– Sim, eu escolho renascer. – Respondi e minha voz tremeu, levei a mão ao meu cabelo, que estava trançado e fechei os olhos, por alguma razão fazer isso me acalmava. – Porque só não o reconhecerei depois que reencarnar, mas não tenho certeza que nunca mais vou poder vê-lo, abraçá-lo, eu quero acreditar que quando nascer novamente irei encontrá-lo.

– Então venha conosco. – Disse a voz da primeira mulher e eu abri os olhos.

Paradas na minha frente, flutuando a alguns centímetros do chão, havia duas mulheres lindas. As duas usavam vestidos brancos que iam até os pés, mas o corte deles era diferente.

Uma usava um decote, não muito profundo, mas ainda assim um decote, e o vestido não tinha mangas, ela tinha cabelos negros encaracolados e olhos verdes, um rosto atemporal e muito belo, nos braços e pescoço havia várias joias.

A outra era loira, com olhos azuis e o vestido que usava era muito parecido com um vestido de noiva com mangas rendadas que iam até o punho e um colar simples de pérolas em seu pescoço.

– Quem são vocês? – Perguntei com meus olhos vacilando entre as duas.

– Meu nome é Psiquê, criança. – Respondeu a de cabelos negros com um sorriso sereno em seus lábios. – Sou a deusa da alma, por isso estou aqui.

– E meu nome é Pandora. – Disse a outra gentilmente e inclinando levemente a cabeça como forma de saudação. – Sou a deusa da reencarnação. Ao pedir para renascer, você clamou por nós duas.

Assenti como se tivesse compreendido e elas me estenderam suas mãos.

– Venha. – Disseram juntas. – Está na hora de começar uma nova vida.

Assim que peguei a mão de cada uma tudo ficou escuro, mas um pensamento insistia na minha cabeça. Perdoe-me, Nico.

Quando pude ver novamente percebi que elas haviam me levado até as margens de um rio de águas escuras que corria velozmente.

– Lete? – Perguntei e ambas assentiram.

– Mergulhe. – Disse Pandora.

– Isso apagará todas as suas memórias dessa vida. – Psiquê completou. – Mas, você já sabe disso.

Concordei antes de fechar os olhos e começar a caminhar para dentro da água, quando estava completamente submersa eu esperei.

De repente não havia nada, tentei puxar minha memória, mas ela não existia. Onde eu estava?

– Ela está pronta. – Disse uma voz de mulher que parecia estar a minha direita. Abri os olhos e vi que ela era morena.

– Concordo, apesar de ter demorado mais que o normal para as lembranças a deixarem completamente. – Falou uma loira que estava do meu lado esquerdo e as duas ergueram uma das mãos na minha direção, como se quisessem me guiar. – Venha conosco criança, falta pouco agora.

Um pouco desconfiada segurei a mão que cada uma oferecia para mim, então elas me levavam por um longo corredor com paredes altas e de pedra escura até eu parar diante de um espelho, mas não era o meu reflexo que estava ali, havia uma garota na minha frente com aproximadamente a minha idade, seus cabelos eram pretos lisos e longos, o tom de pele azeitonada e olhos escuros muito familiares para mim, embora não soubesse o motivo.

Suas roupas eram jeans, uma blusa branca e uma parca prateada, tinha nas mãos um arco também prateado e olhava para o meu rosto com tristeza saudosa, como se ela tivesse inveja de mim.

– Quem é você? – Perguntei em voz alta e a menina olhou para mim como se eu tivesse feito uma pergunta idiota.

– Eu sou você. – Foi a resposta que recebi antes que ela sumisse lentamente dando lugar ao reflexo que eu tanto conhecia, porém suas palavras ecoaram em minha mente, como se tivessem vindo de um poço muito fundo.

As duas mulheres passaram a mão sobre meu rosto e então eu acordei.

– Ela está bem! Pare de se preocupar tanto! – Uma voz de menina chegou até mim, acreditei que fosse Molly.

Senti que meu corpo estava deitado em uma cama, espiei por entre meus cílios para ter uma noção melhor, o lugar parecia um quarto pequeno com algumas camas com lençóis brancos ao lado da que eu estava.

– Eu devia ter trazido ela para o chalé mais cedo. – Will falou, e apesar do pedido de Molly ele parecia bastante preocupado. – Eu já havia notado que ela estava com sono, mas não pensei que fosse tanto assim a ponto de desmaiar.

– Will, são cinco horas de diferença daqui até Londres, como você não pensou nisso? O fuso horário que a Nat está acostumada é diferente do nosso! Tirando o fato que ela está tendo que lidar com muita coisa!

Franzi a testa, a culpa não era do Will, ela não tinha motivos para tratar ele assim.

– Molly, está tudo bem, a culpa não é dele. – Falei e comecei a levantar, eles ficaram em silêncio enquanto me sentava na beirada da cama. Meus músculos estavam rígidos, mas eu estava descansada, apesar do sonho estranho e completamente vívido. – Eu que devia ter avisado que estava caindo de sono.

– Você está bem mesmo Nat? – Molly perguntou se aproximando cautelosamente e eu sorri.

– Sim, só precisava dormir um pouco. – Respondi e notei que meus irmãos trocaram um olhar preocupado. – O que foi?

– Você não dormiu só um pouco. – Will falou e eu uni as sobrancelhas em confusão. – Nat, você dormiu por dois dias inteiros.


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Notas finais do capítulo

E então? Não tirem conclusões precipitadas em... de repente não é a Nat a reencarnação da Bianca.
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