Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 57
Capítulo 57 - "Fabíola"


Notas iniciais do capítulo

Olá, meninas! Tudo bem?
Voltamos com mais um capítulo. Esperamos que gostem...
Obrigada a todas por não desistirem de ler nossa fic, obrigada pelo carinho e pela atenção. Sem exceção. Isso é muito importante para nós.
Boa leitura!



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# Carlos Daniel narrando #

...

– Eu vim por que... Porque andei pensando muito em tudo e você tem razão! - Eu disse um tanto desajeitado enquanto olhava o piso. – Posso entrar?

– Você não tem que me contar nada! - Paulina me disse com a voz quase inaudível, ao dar passagem para eu entrar no apartamento, talvez não quisesse continuar a me pressionar, mas já tinha chegado o momento de ela saber um pouco mais sobre meu passado.

– Brigamos justamente por isso! - Disse a olhando com o cenho franzido enquanto ainda segurava o enorme buquê.

– Não quero que me conte apenas porque eu quero que me conte sobre você e aquela mulher da foto ou sobre qualquer coisa que esteja por trás de toda essa história! - Justificou olhando-me rapidamente e logo desviando o olhar.

Levei apenas alguns segundos para compreender...

– Quero contar porque esse é o momento! – Disse num tom suave enquanto a olhava esperando que me olhasse também.

Quando Paulina finalmente me olhou, ergui o ramo com as rosas em sua direção esperando que ela o segurasse. Céus, como tinha vontade de puxá-la para meus braços e esquecer tudo que está nos mantendo afastados.

– Então agora se sente pronto? – Perguntou olhando-me seriamente, mas ergueu as mãos e segurou as flores. – Foi preciso então que eu encontrasse aquilo para que você tomasse essa atitude? – Continuou indagando e colocou aquele arranjo sobre a mesa.

– Eu não sabia que aquela foto estava ali, eu não tenho mais nada a ver com aquela mulher. – Argumentei tentando aproximar-me novamente, mas ela recuou imediatamente cruzando seus braços, me senti inquieto, parei e esfreguei as mãos por meu rosto. – Paulina, quero que me ouça, por favor.

– Estou esperando, Carlos Daniel. Diga. – Seu tom pareceu distante, mas tinha toda sua atenção naquele momento e eu estava preparado para abrir meu coração para ela naquele momento.

Paulina me olhou nos olhos esperando minha iniciativa e tomei uma de suas mãos, senti minha pele queimar com a maciez de sua mão delicada, a guiei até o sofá e a fiz sentar frente a mim. Suspirei fundo buscando ar e calma e então comecei a dizer:

– O nome da mulher da foto é Fabíola... – Eu disse sem desviar meus olhos de Paulina, que me devolveu o olhar por apenas alguns segundos e em seguida o desviou. – A conheci na faculdade, me apaixonei por ela e rapidamente já estávamos namorando sério, eu fazia tudo que estava em meu alcance para fazê-la feliz, estava cego com um falso amor que ela me dava... Hoje eu consigo ver, nunca realmente estive feliz, ela sempre me deu sinal de que não estava comigo porque me amava, mas eu vivia num mundo em que era ela o centro de minhas atenções, era como se estivesse enfeitiçado e não notava seus fingimentos.

– O que ela te fez para ter uma magoa tão grande dela? - Paulina perguntou me fitando com os olhos semi serrados.

– Ela mentiu para mim, me deu uma falsa felicidade, fingiu me amar pelo que sou, me traiu de uma forma que nunca poderei perdoá-la! - Expliquei olhando nos olhos de Paulina sem esconder a raiva que sentia daquela mulher.

– Como? - Perguntou Paulina franzindo o cenho.

– Eu estava louco de apaixonado e, achava que a amava. Já estávamos juntos ha algum tempo, ela se dava muito bem com minha família, minha mãe a adorava, apenas Malú não gostava muito dela, mas todos achavam que era apenas ciúmes e não dávamos tanta importância. Malú ainda era adolescente e era muito apegada a mim, era normal que sentisse ciúmes. Eu não poderia estar mais feliz com tudo dando tão certo para a gente, a pedi em casamento, ela obviamente me disse sim. Então, os preparativos começaram, casaríamos dentro de poucos meses, e com minhas manias de querer sempre agradá-la aproveitei o terreno onde construiria mais uma fábrica e mandei iniciarem as obras de um outro projeto, a mansão onde vivo agora, aquele seria nosso lar, onde construiríamos nossa família. Já tínhamos feito muitos planos para nossa vida de casados... Hoje imagino como ela ria da minha cara enquanto eu fazia planos para o nosso futuro... - Disse com um sorriso amargo em meu rosto.

Paulina me observava em silencio, e mesmo não gostando, não fiz nada para esconder a decepção que sentia dessa parte da minha vida.

– De qualquer forma fizemos muitos planos, ou apenas eu os fiz... - Sorri... - Ela nunca se preocupou em esconder seu verdadeiro caráter, eu que estava tão cego que nunca enxerguei. Eu mereci... - Disse acenando positivamente com a cabeça enquanto sorria sem graça. – Ela era uma mulher fútil, interesseira... Comecei a desconfiar de que ela não me amava com apenas algumas semanas perto do nosso casamento somente por causa de uma situação. Estávamos com alguns amigos, eu era um homem ciumento, mas nesse dia não sei o que deu em mim que não fiz nada quando de longe a vi conversar com um rapaz do grupo. Fiquei observando aquela cena de longe, ela estava se insinuando para ele... - Disse enojado. – Estava sorrindo de sensualmente e estive a ponto de ir lá acabar com toda aquela palhaçada quando ela acariciou o peito do homem que a olhava de uma forma predatória...

Fiz uma pequena pausa tomando ar...

– Desde então comecei a prestar mais atenção nela, principalmente quando ela pensava que eu não estava olhando. Ela era uma vagabunda! E me assustei com a mulher que queria para esposa, nunca tinha a enxergado realmente.

– Por isso se tornou tão frio com as mulheres? - Paulina me questionou erguendo uma sobrancelha.

– Não! - Disse lhe sorrindo. Ela tinha razão, me tornei um homem frio quanto aos sentimentos das mulheres que levava para minha cama. – Bom, isso ajudou! - Sorri amargamente. – A história num todo contribuiu para me tornar o homem que era antes de te conhecer... - Completei.

–... Quando Fabíola começou a me notar distante dela, passou a me questionar o que estava acontecendo, como se ela não soubesse! - Sorri. –Eu desconversava dizendo que não era nada e sempre me afastava com receio de dizer coisas que não deveria dizer, pelo menos até ter absoluta certeza de que devia levar o casamento em frente. Em uma noite estava em meu escritório trabalhando, e fui surpreendido pela chegada dela. Ela veio disposta com segundas intenções e eu, só de lembrar dela flertando abertamente com aqueles homens não me sentia nem um pouco interessado nos jogos que ela pretendia jogar.

Tentei sair fora alegando que tinha muito trabalho acumulado, mas ela parecia disposta e não desistiu. Enquanto me beijava eu não pude deixar de pensar... “Porque não?” “Sou homem e ela era minha noiva”... Acabei vencido pelo desejo e ficamos juntos aquela noite, e na manhã seguinte tudo pareceu como era antes ou poderia ser até melhor porque ela me fez uma revelação que mudou tudo para mim. Uma revelação que me cegou novamente.

Ela disse: “Ainda bem que vamos casar em algumas semanas!” e eu com ela em meus braços ainda perguntei: por que diz isso? Ela foi objetiva quando me revelou que estava grávida. Céus, a única coisa que conseguia pensar naquele momento era: “Vamos ter um filho!” era um sonho se tornando realidade, me tornei o homem mais feliz e cego do mundo.

Mesmo sendo dominado pela felicidade de que seria pai dentro de alguns meses, não conseguia afastar uma pergunta passageira de minha mente: “esse filho seria mesmo meu?” e no instante em que essa pergunta se passou pela minha cabeça me senti mal, mal por desconfiar que Fabíola seria capaz de tanto, ela era fútil, mentirosa mas não poderia chegar a mentir sobre algo assim.

Revelamos a “boa noticia” no café da manhã na casa de minha família e aquela foi a semana mais feliz de toda minha vida, juntos pensamos em como decorar a mansão, pedi que acelerassem as obras, pois moraríamos lá depois de casados. Eu não podia ver um bebê na rua que imaginava como seria meu filho...

Não pude conter as lágrimas que vieram aos meus olhos ao lembrar-me da sensação de poder me tornar pai. – Paulina acariciou meu braço com carinho e segurou minhas mãos em seguida.

...Dois dias antes do grande dia eu fiquei até mais tarde no escritório enquanto adiantava algumas papeladas para poder sair de lua de mel com ela... E não sei o porquê, mas sentia que algo não estava bem, liguei para o telefone dela, que me atendeu com uma voz muito estranha, me preocupei com ela, com o bebê, mas ela disse que estava tudo bem, perguntei onde ela estava e ela disse estar em casa pronta para dormir já que a gravidez a deixava com muito sono. Eu disse que iria para casa também e nos despedimos...

...Queria lhe fazer uma surpresa e fui a sua casa. Ela não estava em casa e comecei a me perguntar por que ela mentiu sobre estar em casa. Aquela mentira me deixou pilhado e então fui para minha casa pensando que talvez ela pudesse ter ido para lá. Cheguei em casa e perguntei para minha mãe se Fabíola tinha aparecido por lá e ela negou. “Ela pode ter ido à casa de uma amiga.” Era a mentira que contava para mim...

...Deitei-me sem conseguir pregar os olhos, imaginando onde Fabíola poderia estar e, principalmente, porque havia mentido para mim? Tentei afastar minhas antigas desconfianças dela, afinal, ela estava grávida e, provavelmente, estava na casa de uma amiga... É, ela só pode estar com alguma amiga... Era bem tarde já quando me lembrei que no dia seguinte bem cedo os novos móveis da sala de jantar da mansão iriam chegar e que tinha de passar umas instruções pessoalmente ao porteiro. Na manhã seguinte acordei muito cedo e passei na mansão para conversar com Juan...

...Notei um carro estacionado fora de vista, eu reconhecia aquele carro, “O que ele estaria fazendo aqui a essa hora?”

Tudo estava em silencio se não fosse pelo som distante que chamou minha atenção. Segui o som, meu coração acelerou-se com o que eu poderia encontrar. Na medida em que me aproximava reconhecia aquele som como gemidos. E não eram quaisquer gemidos, eram os dela! Comecei a suar frio e pedi mentalmente que aquilo que começava a imaginar não passasse de coisas da minha cabeça.

Parei à porta entreaberta do quarto, o quarto que dividiria com minha futura esposa. A cena que vi jamais poderei esquecer, estavam completamente nus transando feito animais dentro da minha casa, no meu quarto e em cima da minha cama! Fiquei transtornado com aquela cena estúpida, me senti o mais idiota, babaca, tolo de todos! Me sentia o mais corno dos homens.

Eles não me viram, mas eu os vi perfeitamente, era ela e... E...

Fiz uma pausa com um nó na garganta, não conseguia continuar, como contaria tal coisa a Paulina?

– Tudo bem se não quiser continuar! - Paulina disse ao se aproximar mais de mim e passeou suas mãos em minhas costas, depois tocou meu ombro delicadamente, transmitindo confiança. Nada me envergonhava mais que isso, mas com Paulina eu sentia que podia contar, com ela não me sentia um estúpido idiota.

Minha Paulina estava ali me dando apoio...

– Eu fui tão idiota, Paulina! - Disse a olhando ainda me referindo a minha descoberta. – Tudo estava debaixo do meu nariz... Sempre esteve.

– Shh! - Paulina disse me abraçando. – Não precisa dizer mais nada se não quiser...

Deus, sentir o perfume de Paulina me trouxe um grande alivio do peso que sentia ao me lembrar de toda aquela sujeira.

– Quero continuar... – Respondi afastando-me para olhá-la nos olhos.

Paulina apenas acenou positivamente.

– Preciso continuar, não sei se conseguirei concluir essa história se não o fizer agora... - Justifiquei.

...A flagrei nos braços de... - Mais uma vez tentei contar a Paulina que Fabíola me traía com o meu próprio irmão, mas não poderia pronunciar aquilo em voz alta. – Nos braços de outro homem e tudo ficou tão claro, como nunca coloquei maldade na amizade deles dois, nas trocas de olhares durante os jantares, nos sorrisinhos, na intimidade que os dois pareciam ter um com o outro... Como nunca achei isso anormal? Pelo que sabia os dois pouco tinham contato e, quando tinham, eu sempre estava por perto. Estavam juntos todo esse tempo na minha cara e eu nunca pude ver...

...Sentia-me ainda mais estúpido, saí dali rapidamente antes que me vissem... Estava transtornado demais para encarar os dois naquele momento sem parecer ainda mais estúpido por ter sido enganado daquela forma. Andei pelo enorme corredor ainda tentando assimilar tudo que tinha visto naquele quarto. Desci as escadas sem ver nada ao meu redor, apenas andava. Anestesiado pela dor, me sentei no hall de entrada numa poltrona em frente a escada que dava para o segundo andar...

...E esperei...

Esperei por algum tempo que não sei, até que ouvi os dois conversando, eles estavam descendo, ainda tinha chance de me esconder e evitar o momento constrangedor, mas não o faria, não os daria mais esse gosto.

Os dois pararam de rir no momento em que me viram, eu os olhava com ódio, sombrio.

– Carlos Daniel!- Fabíola disse com surpresa ao me ver.

– Está aí ha muito tempo? - Perguntou agitada enquanto tentava descobrir o que eu poderia ter visto. - Eu estava mostrando a nossa casa... E... - Mentia descaradamente, mas estava muito nervosa, mas eu a interrompi me colocando-me de pé e forçando um sorriso enquanto me aproximava dos dois que me olhavam com olhos arregalados.

– Cheguei ha pouco! - Respondi colocando-me entre os dois, passando a mão em volta da cintura dela, como sempre fazia, e pousei a mão no ombro daquele... Daquele que um dia ocupou um lugar muito importante em minha estima. Notei um momentâneo alívio vindo dos dois. - Não quis atrapalhar os pombinhos... - Completei e senti os dois ficarem tensos e trocarem um olhar. -... Então decidi esperar aqui! - Disse apontando para a poltrona.

– Carlos Daniel eu posso explicar... - Ele tentou explicar, mas antes que ele pudesse concluir o calei com um soco na cara fazendo-o cair escada abaixo até o hall com o rosto sangrando, isso ainda era pouco.

– O filho que espera é meu? - Perguntei olhando-a de forma gélida, mesmo quando meu coração estava em pedaços. - Ou mentiu sobre a gravidez apenas para conseguir se casar comigo? O que pretendia com o casamento? - Perguntei a olhando e antes que ela abrisse a boca já sabia que tudo não passava de uma farsa, um engano, e eu caí como um patinho.

Ela permaneceu em silencio...

– Não preciso dizer que o casamento está terminado, não é? - Perguntei olhando-a e me contive para não estrangular a mulher cínica em minha frente.

Sua cabeça permanecia erguida e seu rosto não revelava nem um sinal de arrependimento. Como poderia esperar tal sentimento de alguém como ela?

* Paulina narrando *

Carlos Daniel levantou-se e começou a andar de um lado para o outro. Levantei-me rapidamente e o parei ficando de frente para ele, isso era algo que o deixou muito ferido e me senti muito mal por ter sido tão injusta com ele ao não compreendê-lo a principio quando não quis me contar sobre a mulher da foto.

– Carlos Daniel, eu sinto muito... – Disse o olhando nos olhos enquanto sequei delicadamente cada lágrima que descia de seus olhos vermelhos.

– Ela nunca esteve grávida, Paulina, nunca! – Ele disse com dificuldades e apertou os olhos fazendo lágrimas grossas caírem, partindo meu coração, fazendo-me chorar também.

O puxei para sentar-se no sofá novamente, ele estava muito triste, apenas sentou-se novamente e baixou a cabeça segurando-a com as mãos que estavam apoiadas por seus joelhos. Levantei-me saindo de perto dele, que me olhou rapidamente esfregando os olhos.

– Vou à cozinha buscar um copo com água. – Expliquei rapidamente olhando-o. Ele ficou quieto, pensativo, enquanto eu fui ligeiro e voltei com a água. – Tome um pouco, vai se sentir melhor. – Me ajoelhei de frente a ele estendendo o copo enquanto acariciava sua barba feita e ele tomou metade da água e colocou o copo em cima da mesinha de centro que estava a sua frente.

Ficamos em silencio por um momento, Carlos Daniel segurava minhas mãos enquanto parecia estar em outro mundo, seu olhar estava distante e eu não sabia como agir, não sabia se era prudente interromper aquela conversa e esperei o tempo que ele precisaria para se recompor.

– Eu sempre sonhei ser pai... – Ele disse quebrando o silêncio em voz baixa, deixando-me ainda mais comovida. – Já tínhamos um bom tempo juntos e, mesmo antes de nos casarmos, eu lhe pedia que me desse um filho. Eu não queria mais nada além disso, estava realizado em todos os aspectos da vida, ou pelo menos achava que estava. – Riu de si mesmo ironizando.

Ela disse na minha cara, com toda a insolência que eu nunca sequer havia enxergado:

– Nunca estive grávida, não estragaria meu corpo engravidando... Era isso que queria ouvir?

– E mesmo que ela estivesse, esse filho não seria... – O... desgraçado teve a audácia de abrir a boca mas o calei imediatamente com mais um soco na cara, a única vontade que eu sentia era de matá-los...

Carlos Daniel estava muito alterado novamente e apertava seus punhos com força, cerrava os dentes enquanto falava e, preocupada, sentei-me ao lado dele e segurei mais uma vez firme em suas mãos para tranqüilizá-lo.

–...Não sei o que deu em mim, apenas me dei conta do que estava fazendo quando me tiraram a força de cima dele, que desmaiou com a surra que eu dei. Era a policia que estava em casa me segurando e, se não fosse pelos policiais que me impediram, eu o teria matado. Nunca fui um homem violento, Paulina... Mas o ódio me cegou completamente e não pude parar. Me levaram preso de lá, algemado Paulina, como um criminoso. Apenas me dei conta quando estava saindo com a policia.

Na delegacia, me mantiveram preso por algumas horas naquela cela fria e imunda feito um animal, mesmo eu sendo quem sou fui tratado como um delinqüente, e só depois me deram cinco minutos para ligar para minha família e meu advogado. Liguei apenas para Rodrigo, já me sentia humilhado o bastante para falar com alguém da família e ainda ter que ouvir sermões pelo cancelamento do casamento ou até mesmo porque simplesmente não acreditariam em mim.

Rodrigo não demorou muito tempo, logo conseguiu minha liberdade, eu não tinha cabeça pra mais nada. Pedi que ele resolvesse tudo para mim, e que fizesse de um modo discreto, odeio escândalos e um desses poderia acabar num piscar de olhos com tudo que construí em anos.

Deixei tudo aqui, sem me despedir de ninguém, nem sequer da minha avó que tanto amo e viajei pelo mundo a trabalho, foquei apenas em fazer mais fortuna, preenchia meu tempo com o trabalho e... Coisas que... Faziam-me esquecer meu passado... Voltei para o México ano passado, não queria criar raízes aqui novamente, mas aí conheci você... – Meus olhos umedeceram com as palavras de Carlos Daniel e respirei profundamente.

Carlos Daniel agora parecia estar mais tranqüilo quando me olhou com os olhos vermelhos e tocou minha franja colocou meus cabelos atrás das orelhas.

– Não quero perder a sua confiança... Não quero que se afaste de mim e pense que não conto sobre minha vida porque não quero que saiba. Há coisas que não são agradáveis e me afetaram muito. Precisei até de analista, ele me acompanhou durante esses anos, até ia ao meu encontro em outros países. – Ele disse baixando a cabeça.

– Não se preocupe, meu amor... – Segurei o queixo de Carlos Daniel e fiz com que me olhasse nos olhos. – Eu confio em você... – Beijei o rosto dele com suavidade. – Me sinto muito envergonhada por ter agido daquela forma com você, eu devia ser mais compreensiva.

– Não, Paulina... Você tem todo direito de saber, eu tardei muito em contar e te peço perdão por isso, se não tivesse omitido tudo isso, evitaria que brigássemos.

– Os dois erramos, Carlos Daniel e, se queremos construir uma relação saudável e sólida, precisamos saber lidar com essas situações principalmente.

– Claro, amor... Tudo que eu mais quero é ficar bem com você...

Não lhe respondi nada, apenas sorri e o olhei no fundo dos olhos. Segurei seu rosto e o beijei com todo amor que eu pude expressar, transmitindo todo sentimento daquele momento.

– Obrigada por me contar, sei que não foi fácil.

– Deixa pra lá, o que importa é que já estamos bem. Estamos? – Ele me olhou com expectativa enquanto eu o encarava séria.

– Sim, meu amor... Claro que estamos! – Sorri e o beijei novamente.

– Obrigado Paulina. Te amo tanto, minha vida... – Carlos Daniel me abraçou forte e me segurou em seu abraço. – Sabe... Pelo menos de tudo isso podemos tirar algo maravilhoso... – Ele disse com um sorriso galanteador nos lábios.

– O que seria esse algo maravilhoso? – Perguntei me fazendo de desentendida, já que eu conhecia a resposta.

– Que nos conhecemos, nos apaixonamos e agora estamos juntinhos assim. Você me deu uma chance para viver, graças a você eu tenho vontade de seguir em frente, tenho sentido na vida. – Minha visão embaçou com as palavras de Carlos Daniel e enxuguei uma lágrima teimosa que deslizou em meu rosto.

– Comigo aconteceu o mesmo. Te amo! – Carlos Daniel é o meu porto seguro, não sei o que seria de mim se ele não estivesse em minha vida, com ele eu me sinto protegida, amada, desejada, querida, com ele minha vida tem luz, alegria, sentido...

–... Me leva pro meu quarto, Carlos Daniel... – Pedi sussurrando em seu ouvido e ele me olhou com um brilho intenso nos olhos.

– Aqui você não pede, você ordena! – Ele disse esboçando novamente nos lábios aquele sorriso cafajeste que tanto me encanta e ergueu-me em seus braços levando-me em direção ao quarto.

– Essa é a primeira vez que vamos fazer amor nessa cama. – Eu disse quando ele me deitou na cama e ficou sobre mim.

– A primeira de muitas, eu espero... – Sorriu sensualmente e beijou-me com vontade, despertando meus desejos mais íntimos.

Aproveitamos ali o que pudemos um do outro, nos amamos até ficarmos esgotados e perdemos a noção do tempo.

... ALGUMAS HORAS DEPOIS ...

– Carlos Daniel...? – O chamei enquanto esperávamos o elevador chegar até o nosso andar.

– Hmm? – Murmurou enquanto me abraçava por trás e depositava um beijo em meu pescoço, fazendo-me sentir cócegas.

– E o aniversário de sua avó? Nós vamos?

...


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Notas finais do capítulo

E aí, era o que pensavam? kkkkk
Comentem bastante!
Obrigada por lerem e até o proximo cap...
Bjos, Tamy e Marta :*

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